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A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Enviado: 08 Fev 2006, 19:34
por Viper
Cotas para docentes


Editorial da “Folha de SP”


A sociedade precisa decidir se quer mesmo optar por fazer justiça social combatendo os efeitos de um problema, e não as suas causas


Editorial publicado nesta terça-feira:

O Ministério da Educação estuda estender à contratação de professores universitários a prática de estabelecimento de cotas para negros. Seria um desdobramento da reserva de vagas para alunos, política em franca expansão no Brasil.

A inovação já foi posta em prática pela Universidade Estadual de Mato Grosso, que estipulou uma reserva de 5% de suas vagas de docentes a candidatos aos cargos que se declarem negros ou pardos.

O mérito caracteriza a universidade. Da instituição deve participar, seja como aluno, seja como mestre, apenas quem, sob critérios públicos e objetivos, demonstre domínio sobre uma área do saber. Não basta ao candidato conhecer o mínimo, como defensores da reserva de vagas apregoam.

É preciso que sobressaia na disputa com outros competidores. Nessa seleção, atributos de origem social não deveriam ser levados em conta, pois redundam em relativizar a excelência.

Há ainda dúvidas sérias sobre a legalidade das cotas. O dispositivo se choca com a garantia constitucional de que todos são "iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza" (art. 5º da Carta de 1988). Esse conflito deve ser resolvido logo pelo Supremo Tribunal Federal.

Ao Estado cabe agir no sentido de corrigir as distorções que tornam a elite do Brasil pouquíssimo permeável à diversidade social que é a marca de sua população.

Mas os governos devem promover a igualdade de condições para a disputa. Isso significa, no caso, investir no aprimoramento do ensino básico e médio públicos, cuja qualidade é deplorável.

A sociedade precisa decidir se quer mesmo optar por fazer justiça social combatendo os efeitos de um problema, e não as suas causas. Esta Folha entende que a universidade não é local adequado para tal experimentalismo.

De todo modo, é preciso ter em mente que a opção pelas cotas não se faz sem custos. E o custo é prejudicar o futuro do ensino e da pesquisa de ponta no Brasil.

(Folha de SP, 7/2)


Como se já não bastasse o absurdo racista da reserva de vagas para negros, pardos, estudantes da rede pública e não sei mais quem, adotada por algumas universidades públicas brasileiras, agora estão querendo reservar vagas até no quadro de professores destas universidades...isso só pode ser piada...

Além da questão do comprometimento do nível de tais instituições, que é algo realmente preocupante, existe um outro ponto que não tenho visto ser abordado com tanta freqüência, mas que julgo ser a pior face destas cotas, que é a questão do racismo. O que está sendo feito com o inadmissível consentimento do Estado, em resumo, é o sacrifício de brancos mais capacitados visando o beneficiamento de negros e pardos menos capacitados. Ou seja, o cara é excluído do quadro discente ou docente de uma dada universidade pública não por ter sido superado em um concurso público (que é o MESMO para TODOS), mas por ser branco. O que contraria o artigo 5º da Constituição, como ressaltou o editorial da Folha.

E caso consigam fazer algum malabarismo jurídico visando a relativização deste trecho da Constituição e a justificação destas cotas, talvez seja hora de criar algo que certamente pareceria um absurdo até há algum tempo atrás...algo como uma "entidade pelos direitos dos brancos"...

Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Enviado: 08 Fev 2006, 19:43
por Najma
Hum... eu não gosto nada nada dessas coisas. O perigo é esse mesmo Viper. :emoticon15:

Beijos

Enviado: 08 Fev 2006, 19:46
por Pug
A cura parece ser pior que a doença...

Enviado: 08 Fev 2006, 19:59
por Najma
Pug escreveu:A cura parece ser pior que a doença...


Nesse caso é... bem pior que a doença. Discriminação em cima de discriminação... :emoticon15:

É o mesmo que "vestir um santo despindo outro". Só que esse outro pode se rebelar e as coisas não serão tão tranquilas como esperam que seja...

Beijos

Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Enviado: 08 Fev 2006, 23:41
por Samael
O pior é que tal prática recebe uma ampla defesa por grande parte dos universitários...

Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Enviado: 09 Fev 2006, 00:49
por Ateu Tímido
Taí um assunto que sempre me encheu de dúvidas...
Por um lado, eu acho que deve, SIM, haver uma política do tipo "ação afirmativa", para combater os EFEITOS do racismo que gera pobreza crônica. Por outro, o estabelecimento de cotas nunca me pareceu a melhor solução...
Temos, de imediato, prejuízo aos candidatos às mesmas vagas que não se enquadram no perfil das minorias a ser benficiadas e. por isso, acabam sendo vítimas de uma espécie de "racismo às avessas" oficial. Quando essas políticas despontaram nos Estados Unidos, nos anos 70, um caso marcou época nos tribunais americanos. Um candidato a uma vaga em medicina numa universidade pública californiana, branco, não obteve classificação suficiente para obter uma das vagas "gerais", mas fez as contas e viu que teria sido aprovado caso não hovesse cotas para negros. Entrou com um processo invocando o dispositivo da lei de direitos civis dos anos 60 que proíbe que alguém seja impedido de usar um serviço público em razão de raça. Ganhou a ação, num dos mais difíceis julgamentos da Suprema Corte. A discussão foi dividida em dois pontos: se era constitucional a existência de políticas em favor de grupos específicos e se era válida, em si, aquela limitação. À primeira pergunta, a corte respondeu que sim, por 5 a 4. À segunda, respondeu que não, obrigando a universidade a admitir o estudante. Pelos mesmos 5 a 4, com a particularidade de que um único juiz esteve do lado vencedor nas duas votações. Ou seja. A opinião de um acabou prevalecendo contra a de 4 que aprovavam e 4 que reprovavam tudo.

Outra dúvida é quanto ao critério para dizer quem pode ocupar a cota. Parece insano o caminho de deixar que os candidatos se digam negros ou pardos. Conheço muita gente que pintaria a cara de preto 4 anos seguidos por uma vaga numa universidade pública. Uma vez vi um padre que dirige um cursinho pré-vestibular exclusivo para negros, defender o critério do "reconhecimento público", ou seja, poderiam entrar as pessoas que são vistas como negros. São vistas por quem, cara pálida?
Alguém tentou contar quantos nomes de tons de pele existem por aí?
Por fim, poderiamos adotar o critério "científico". Importar a tecnologia desenvolvida na África do Sul sob o Apartheid para identificar traços de "DNA negro"...
Enfim, todas as alternativas me parecem más.

Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Enviado: 09 Fev 2006, 02:13
por o anátema
por que só negros? Índios e outras minorias/"fatias" raciais também não deveriam ter suas cotas, mais ou menos proporcionais?


Digo "deveriam", porque acho que na verdade nao deveria ter isso de cotas raciais. Se fosse ter algum tipo, que fossem de classes sociais, se fosse.

Porque é algo totalmente sem sentido isso.... nem vale a pena falar mais do assunto...

Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Enviado: 09 Fev 2006, 07:56
por Tranca
Podiam criar cotas para corinthianos. Só assim o Matheus poderia fazer um curso em uma universidade pública cuja concorrência fosse maior que 1/5. :emoticon12:

Enviado: 09 Fev 2006, 09:58
por Leo
Eu era a favor dessa medida, mas atualmente não sou mais. Digo isso porque a maioria dos cotistas da minha turma são uns desocupados, como eu, e além disso, vão muito bem no seu rendimento. Ou seja, alegar a insuficiência do ensino público para sustentar que não podem competir com quem possui condições finnaceiras para estudar em escolas particulares e cursinhos pré-vestibulares é balela.

Pior... tem gente que se beneficiou dessa brecha e tem a cara de pau de dizer que é contra o sistema de cotas, e ainda por cima, tem aluno que gasta o dinheiro da bolsa, que deveria servir para muito mal é porcamente pagar alimentação, transporte e cópias, com cerveja no bar da frente.

Mas existe sim, uma parcela considerável que trabalha e estuda, e por isso necessitam dessa ajuda financeira, que como eu disse, é uma merda (R$ 190,00).

O que me deixa mais inconformado é que alguns cotistas têm a cara de pau de dizer que esse grupo, futuramente, quando estiverem formados, serão responsáveis por uma profunda mudança no quadro social brasileiro, sendo que eu duvido e MUITO disso, visto que conheço de perto esses alunos. Poucos são os que se interessam de verdade em levantar a bandeira da solidariedade, ou lutar por justiça social e etc. O que eles querem mesmo é apenas 'conquistar' a parte que lhes cabe desse latifúndio e ponto final. Se tiverem que passar por cima de outro cotista, eles farão sem nenhum problema. Na minha opinião, qualquer medida que vise fazer 'alguma' mudança no quadro social brasileiro, dentro desse sistema, será paliativo e por outro lado, vai gerar mais desigualdades.

Enviado: 09 Fev 2006, 12:50
por user f.k.a. Cabeção

Não é o "racismo" que gera pobreza.

A pobreza é gerada quando políticas absurdas como essa são levadas a cabo por políticos corruptos, mais dispostos a conquistar votos de massas anencéfalas do que a adotar práticas que visem o crescimento.

A "ação afirmativa" é apenas uma delas. É populismo, corporativismo, e racismo politicamente correto. Além disso, é uma política inócua, pois afeta apenas índices vazios, como as proporções raciais ou de classes sociais nas carteiras universitárias, mas não afeta em nada, ou melhor, prejudica os índices de crescimento científico e econômico, que devem ser os objetivos, sempre.

Não se combate pobreza extorquindo dos ricos e dando para pobres despreparados. Isso gera apenas desperdício e alimenta a máquina de corrupção que controla esse assalta em escala industrial. Se combate a pobreza promovendo crescimento e retornando em melhores serviços que se extendam à população como um todo, mas sempre tendo em mente que a liberdade de mercado é a melhor opção, quando pode ser selecionada. É nesse sentido que países que nunca se preocuparam em dar alimentos para a população, deixando a cargo delas comprar aquilo que come, sempre foram os com o menor índice de famintos no mundo, enquanto aqueles que visavam distribuição equitativa de rações de 1800 calorias para todos foram assolados pela fome e pela miséria.

Igualdade deve existir nos direitos, nunca nos resultados. A oportunidade que existe na abertura de um concurso público indifere o rico do pobre, o negro do branco, ela apenas difere o preparado do despreparado. Alegar que ricos tem maior condição de se preparar do que pobres pode ser um argumento para a melhoria global do preparo, mas nunca servir de precedente para que um analfabeto funcional roube a vaga de alguém preparado apenas por ser mais pobre. Isso sim é uma política classista, que assume que existam classes que devam ser assistidas com mais direitos do que outras, pelo critério da renda. As cotas raciais são ainda mais absurdas, pois ou afirmam a existência de raças inferiores, ou abrem precedente para negros em igualdade de condições terem maiores oportunidades que brancos, apenas por terem maior pigmentação na pele.

Esse tipo de coisa não difere de procedimentos como apatheid. Cria classes de privilegiados pelo Estado, para compensar os "privilegiados pelo mercado", como se o mercado fosse um ente que escolhe a dedo os brancos de olhos azuis a quem concederá maiores condições. Isso é inconstitucional e imoral. Além de contra-produtivo, a não ser se pensarmos que a "produtividade" dessas políticas tange apenas o sucesso dos seus propositores na próxima eleição, e não o aumento da eficiência do ensino.

Só poderia ser fruto de mentes esquerdistas. Mentes esquerdistas americanas, mas ainda sim esquerdistas. Os daqui copiaram, pois são ases na arte de copiar erros e ignorar acertos.


Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Enviado: 09 Fev 2006, 12:54
por user f.k.a. Cabeção
Ah, claro, apenas para deixar registrado. A própria existência do ensino superior estatal é vergonhosa.

O monstro perdulário chamado Universidade Estatal corrói esse país desde muito antes da adoção dessas práticas de "ação afirmativa", que são apenas uma das muitas práticas condenáveis da nossa democracia incipiente.

Re: Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Enviado: 09 Fev 2006, 13:01
por Luis Dantas
Ateu Tímido escreveu:
Por um lado, eu acho que deve, SIM, haver uma política do tipo "ação afirmativa", para combater os EFEITOS do racismo que gera pobreza crônica.


Isso era verdade na época da Colônia, e talvez do Império. Será que ainda é verdade hoje?

Hoje em dia, o que gera pobreza é a própria pobreza, aliada à falta de consciência e de ética das classes mais favorecidas.

O racismo é deplorável, mas não tem mais muito a ver com a pobreza propriamente dita. E as cotas, entre outras desvantagens, aumentam o racismo ao tentar (ingenuamente) consertar a injustiça econômica.

Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Enviado: 09 Fev 2006, 13:06
por DarkWings
Aqui na minha cidade uma garota "branca retinta", "loira retinta" entrou para medicina na cota para negros. Ninguém pode fazer nada para impedi-la :)

Enviado: 09 Fev 2006, 13:13
por Huxley
De alguma forma eu acredito que qualquer critério para se conseguir um cargo público ou uma vaga na universidade deve levar em conta apenas a meritocracia.De nada adianta você colocar inúmeros excluídos, sem fazer ao mesmo tempo que esses excluídos MEREÇAM está lá.Esse papo de cotas é como querer diminuir o índice de repetência de alunas numa escola baixando a média de aprovação da nota 6,0 para a nota 5,0.

Re: Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Enviado: 09 Fev 2006, 13:22
por Viper
user f.k.a. Cabeção escreveu:Ah, claro, apenas para deixar registrado. A própria existência do ensino superior estatal é vergonhosa.

O monstro perdulário chamado Universidade Estatal corrói esse país desde muito antes da adoção dessas práticas de "ação afirmativa", que são apenas uma das muitas práticas condenáveis da nossa democracia incipiente.


Como assim "corrói esse país", Cabeça?! Onde é que está a vanguarda da pesquisa no Brasil?! Onde estão os melhores professores e onde são formados os profissionais mais qualificados?! :emoticon5:

Re: Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Enviado: 09 Fev 2006, 15:21
por user f.k.a. Cabeção
Coveiro escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:Ah, claro, apenas para deixar registrado. A própria existência do ensino superior estatal é vergonhosa.

O monstro perdulário chamado Universidade Estatal corrói esse país desde muito antes da adoção dessas práticas de "ação afirmativa", que são apenas uma das muitas práticas condenáveis da nossa democracia incipiente.


Como assim "corrói esse país", Cabeça?! Onde é que está a vanguarda da pesquisa no Brasil?! Onde estão os melhores professores e onde são formados os profissionais mais qualificados?! :emoticon5:



Concordo, e isso é terrível.

É um absurdo que quase todos os principais centros de pesquisa e graduação estejam sob o controle administrativo e ideológico do Estado. Dão-se monstruosidades como as "ações afirmativas", e não só isso, tem também todo o desperdício que a mão pública produz, seja por corrupção ou por desleixo e incapacidade, retratos do serviço público.

Se você parar para pensar, é a condição do Estado de controlador e administrador desses institutos e universidades que afasta a iniciativa privada do investimento, que seria muito maior se essas empresas firmassem parcerias com outras, do que com o Estado.

Se engana muito quem pensa que Universidade Estatal é grátis. É absurdamente cara, apesar de sua qualidade não fazer juz ao seu preço exorbitante, que na verdade serve mais para encher os bolsos os altos escalões do que a ensinar os estudantes. Quem paga é o contribuinte que poderia estar dando um fim mais justo ao seu dinheiro.

Eu até acho que poderia existir Universidades Estatais, mas que fossem comunitárias, com cursos mais simples, ou militares, para atender às forças armadas ou específicas, que servissem para formar corpos de diplomatas ou outras funções exclusivamente estatais. Mas nunca da forma que é hoje, formando todos os engenheiros, juristas, professores, médicos e cientistas do país, praticamente.

Fora que a Universidade Estatal serve mais de repositório de adolescentes comunistas de classe média com merda na cabeça do que seres verdadeiramente pensantes. Poucos são os institutos sérios, com produção respeitável e verba bem aproveitada e distribuída com inteligência.

Me arrisco a afirmar que a grande maioria dos alunos dessas faculdades teria condições de bancar seus estudos, seja trabalhando e estudando, seja pelos pais. Vale lembrar que só de se livrar dessa tralha perdulária, a economia desafogaria bastante, e as pessoas de certo teriam mais dinheiro para investir diretamente (e não pelas vias tortuosas do Estado) em educação, o que significaria maior eficiência, maior adaptação a situação do mercado e maior interesse de setores privados. Isso fica óbvio se pensarmos que o dinheiro que sustenta esses monstrengos estatais sai do bolso da população, e uma vez que tais monstros estariam extintos, o dinheiro voltaria para praça, para ser usado com mais inteligência.

Além é claro, criar um mercado competitivo de faculdades de elite, preocupadas em atrair bons alunos e suas mensalidades e os patrocínios que eles conseguem do que em servir de distribuidoras de diploma para a ralé ou para o pessoal que, por motivos de força maior, não puderam ingressar numa universidade pública e tem de trabalhar, o que torna seus horários incompatíveis com os oferecidos pela grade maluca montada por secretárias gordas que passam a maior parte do ano em greve (greve=férias).

Quanto mais estruturas tem um Estado para administrar, quão maior for o controle dele sobre o país, maiores serão os desperdícios e a corrupção. São coisas diretamente proporcionais.

Um Estado não pode ultrapassar seus três poderes. Quando ele faz isso, normalmente faz cagada. Ele deve ser um império da Lei, cuja única finalidade é garantir a liberdade para todos os seus cidadãos construirem suas vidas, e faz isso bem quando se encarrega de proteger a propriedade privada e o Livre-Mercado, e os direitos individuais. E não servir de babá, patrono de debilóides, nem assistente social.

Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Enviado: 09 Fev 2006, 15:46
por user f.k.a. Cabeção
Ateu Tímido escreveu:Um candidato a uma vaga em medicina numa universidade pública californiana, branco, não obteve classificação suficiente para obter uma das vagas "gerais", mas fez as contas e viu que teria sido aprovado caso não hovesse cotas para negros. Entrou com um processo invocando o dispositivo da lei de direitos civis dos anos 60 que proíbe que alguém seja impedido de usar um serviço público em razão de raça. Ganhou a ação, num dos mais difíceis julgamentos da Suprema Corte. A discussão foi dividida em dois pontos: se era constitucional a existência de políticas em favor de grupos específicos e se era válida, em si, aquela limitação. À primeira pergunta, a corte respondeu que sim, por 5 a 4. À segunda, respondeu que não, obrigando a universidade a admitir o estudante. Pelos mesmos 5 a 4, com a particularidade de que um único juiz esteve do lado vencedor nas duas votações. Ou seja. A opinião de um acabou prevalecendo contra a de 4 que aprovavam e 4 que reprovavam tudo.



Se a Suprema Corte deu ganho de causa para o candidato branco, a lei não deveria ser invalidada automaticamente? Não é assim que funciona nos EUA quando alguém ganha uma causa contra o Estado?

Re: Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Enviado: 09 Fev 2006, 16:05
por user f.k.a. Cabeção
Samael escreveu:O pior é que tal prática recebe uma ampla defesa por grande parte dos universitários...


É claro que recebe. Universitário costuma ter mingau no lugar de cérebro.

olha!!!

Enviado: 09 Fev 2006, 16:10
por Steve
VOU SER BEM CLARO!!!! OS PARTIDARIOS E ADVERSÁRIOS DAS COTAS EM COMUM NAO SE PRONUNCIAM EM FAVOR DE 1MELHORA GERAL NA EDUCAÇÃO PUBLICA!!!! OS PARTIDARIOS SO FALAM EM COTAS E PT. FINAL... MAS NAO FINANCIAM O COTISTA NA UNIV. , NEM PRESSIONAM O GOVERNO, NEM SAEM
PRA SE MANIFESTAREM CONTRA MAS CONDIÇÕES DAS ESCOLAS PUBLICAS... JA OS ADVERSÁRIOS, BOS PARTE DELES TÃO SATISFEITOS COM O SISTEMA CASAGRANDE E SENZALA DO BRASIL... MUITOS Q SE OPÕEM AS COTAS... FALAM DISCURSOS ELITISTAS E ATÉ RACISTAS... MAS NÃO SAEAM PRA PROTESTAR PELA EDUCAÇÃO PUBLICA...
EM COMUM ESTES 2 GRUPOS NÃO LUTAM PRA MUDAR SITUAÇÃO NACIONAL...

Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Enviado: 09 Fev 2006, 16:15
por Tranca
É isso aí, al!

Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Enviado: 09 Fev 2006, 16:26
por Steve
e mais... defendo ferranhamente os cursos profissionalizantes, tecnicos tb.

Enviado: 09 Fev 2006, 16:36
por Acauan
Mesmo que o sistema de cotas produzisse algum efeito social benéfico (o que eu duvido), sua aplicação no Brasil é uma aberração.

O sistema de cotas copia literalmente o conceito americano de raças, país no qual branco e preto (Yes, black. To say nigger is politically incorrect out there.) indicam não apenas identidades raciais, mas também sócio-culturais, efeito da política do "separados, mas iguais", que, felizmente, nunca vigorou por aqui.
Assim, por lá entende-se que um mulato criado em um ambiente de cultura predominantemente negra é culturalmente negro, independente de outros detalhes genéticos.
No Brasil, onde Ronaldo o Fenômeno se declara branco (e faz muito bem, se ele se acha branco, ninguém tem nada com isto) ser branco, preto ou pardo é uma questão regional. Quem é considerado branco em Salvador nem sempre o é no litoral de Santa Catarina. Num país de miscigenados, quem dirá qual o percentual de sangue negro que dá a cor definitiva a seu possuidor? E aqui não há fator cultural ou identidade comunitária associada à raça como há acima do Rio Grande.
Além disto, concordo plenamente com João Ubaldo Ribeiro que nunca aceitou esta regra Ianque de que se o cara tem uma gota de sangue negro deixa de ser branco.
Por que um sujeito cujo um dos pais é branco e o outro negro tem que se declarar 100% negro, como escrevem nas camisetas, negando assim toda a herança genética e cultural de um dos pais?

No Brasil o conceito de raça é tão difuso que quando digo que sou Índio tem gente que me olha atravessado, com medo de que eu a coma (no sentido antropófago-gastronômico e não no erótico-sexual).
Se dissesse que sou pardo todo mundo ficaria feliz.
Só que até hoje ninguém me explicou que raios quer dizer pardo. Sempre me pareceu um termo politicamente correto avant la lettre (aprendi a usar esta expressão lendo o Olavão) para ser usado em lugar de mulato.

Nesta realidade, como muitos já disseram, ou a identidade racial se dá por auto-declaração (como vigora), pela qual até a Xuxa e o Tafarel podem se declarar negros, ou então teremos comitês de avaliação da pureza racial - Deus me livre, cruz credo!!!

Re: olha!!!

Enviado: 09 Fev 2006, 16:38
por Acauan
Steve escreveu:JA OS ADVERSÁRIOS, BOS PARTE DELES TÃO SATISFEITOS COM O SISTEMA CASAGRANDE E SENZALA DO BRASIL... MUITOS Q SE OPÕEM AS COTAS... FALAM DISCURSOS ELITISTAS E ATÉ RACISTAS... MAS NÃO SAEAM PRA PROTESTAR PELA EDUCAÇÃO PUBLICA...
EM COMUM ESTES 2 GRUPOS NÃO LUTAM PRA MUDAR SITUAÇÃO NACIONAL...


Vou ignorar a grosseria da postagem em maiúsculas só para lembrar que sou Índio (portanto beneficiário potencial do sistema de cotas) e completamente contra o mesmo pelo simples fato de que ele é injusto, ineficiente e ideológico.

Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Enviado: 09 Fev 2006, 17:26
por Steve
relaxe cara, to falando dos burgueses e ricos q se opõem.... Nao generalizei os inimigos das cotas

Re: Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Enviado: 09 Fev 2006, 20:55
por user f.k.a. Cabeção
Steve escreveu:relaxe cara, to falando dos burgueses e ricos q se opõem.... Nao generalizei os inimigos das cotas


E como você sabe se o índio não é burguês e rico?