O incrível caso do país sem direita

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Aranha
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O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Aranha »

Não há partidos conservadores no Brasil. O único liberal de peso agoniza depois de perder nomes importantes. E não há perspectivas de mudança

Fernanda Nascimento e Gabriel Castro
O espectro político brasileiro é peculiar: na ponta esquerda, tem o jurássico PCO. Passa por socialistas radicais, como o PSOL e o PSTU, pelos comunistas conformados do PPS, pelos social-democratas do PT e do PSDB, pela esquerda verde do PV e se encerra no centro, onde estão PP e DEM. Não há, entre os 27 partidos brasileiros, um que se assuma como direitista. E o recente anúncio da criação do PSD, que se define como social-democrata, abre um buraco no DEM e empurra o eixo da política brasileira ainda mais para a esquerda.

A situação é única. Todas as grandes democracias do mundo têm ao menos um partido conservador forte, como o PP espanhol, o Partido Republicano dos Estados Unidos, a UMP francesa e o PDL italiano. O que teria levado a direita brasileira à lona enquanto, em outros países, como os vizinhos Chile e Colômbia, ela ocupa o poder máximo? Para especialistas e políticos ouvidos pelo site de VEJA, a causa está na herança maldita da ditadura militar.

O primeiro a definir o conservadorismo como uma doutrina política foi o inglês Edmund Burke, no século XVII. Esta corrente política considera que os indivíduos realizam as coisas melhor do que o estado. Que as liberdade individuais devem ser mantidas a todo o custo. E que os valores tradicionais da sociedade devem ser preservados. Nas democracias modernas, o conservadorismo se traduz como uma recusa ao estatismo, a defesa do livre mercado, a proteção da família e a oposição a medidas como a legalização de drogas e do aborto.

No Brasil, o discurso adotado pelos partidos políticos pouco se diferencia: todos adotam termos como “justiça social”, “distribuição de riqueza”, “igualdade”. Obviamente, ninguém é contra essas bandeiras, mas o linguajar denuncia que todos, por razões diversas, adotam um vocabulário de esquerda. Expressões como "livre iniciativa", "responsabilidade individual" e "valores morais" raramente são ouvidas pelos corredores do Congresso ou do Palácio do Planalto. As palavras “social” e “trabalhista” e “socialista” aparecem na maioria dos nomes das legendas. Há apenas um partido que faz referência ao liberalismo – o PSL, que, ainda assim, também se diz social – e nenhum que tenha a expressão "conservador" no nome.


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Situações peculiares – O declínio de valores não-esquerdistas se acentuou a partir do governo Lula, quando o PT moderou seu posicionamento e roubou parte do discurso de partidos de centro. Legendas que a princípio eram pouco afeitas às ideias do partido deixaram as diferenças de lado para ingressar na partilha do poder: é o caso do PR, que resultou da fusão do PL com o Prona, do PTB, do PP e do PMDB. Todos se dizem centristas.

O adesismo inflou o bloco governista e juntou a esquerda moderada, a socialistas anacrônicos e a arrivistas de olho na divisão de benesses. Com isso , o PT arrastou consigo praticamente todos os partidos com algum peso. PSDB e DEM permaneceram na oposição mais por questões estratégicas do que programáticas. "Os partidos não se posicionam amparados em raízes históricas, mas em razões conjunturais", opina o cientista político Leonardo Barreto. Para ele, há espaço para o surgimento de uma legenda conservadora no país.


Leia também: Para filósofo Olavo de Carvalho, esquerda aproveitou vácuo após fim da ditadura

Mesmo entre a oposição, o discurso ideológico não é afinado: o presidente do PPS, Roberto Freire, faz uma diferenciação: “Existe a oposição de esquerda, como o PSOL, PSTU e parte do PSDB. Na oposição de direita temos o DEM”. O rótulo, no entanto, é descartado pelos próprios democratas.

Trauma da ditadura - Mesmo o autoproclamado centrismo do DEM parece não ser bem recebido no meio político: o partido, em eterna crise de identidade, já se refundou duas vezes e tenta se livrar da pecha de conservador. Da última vez, tentou colar a imagem ao Partido Democrata americano – que, por lá, abriga diversos matizes da esquerda. Ainda assim, vem sofrendo sucessivos golpes, vindos de dentro e de fora. O último deles é o nascimento do PSD de Gilberto Kassab.

O presidente do DEM, José Agripino Maia, reconhece que as bandeiras de seu partido se limitam à defesa do “liberalismo moderno”. Ao site de VEJA, ele torceu o nariz quando indagado sobre a dicussão de temas que costumam pautar os partidos conservadores, como o casamento gay, o aborto e a liberação de drogas: “Isso não é o carro chefe do partido”.

De fato, o DEM não pode ser definido como um partido de direita: bandeiras como a redução da maioridade penal, o endurecimento da punição a criminosos e a oposição ao desarmamento civil não são bandeiras pela qual o DEM se empenha. “No Brasil, a direita é muito vinculada aos regimes totalitários e estamos totalmente fora disso. O que é esquerda? Muro de Berlim, Cuba? Estamos fora disso também”, diz Agripino Maia. O antigo PFL, aliás, esteve ao lado do governo petista na defesa do desarmamento da população civil, em 2005.

O deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO) se alinha a bandeiras clássicas do conservadorismo, como a defesa da livre iniciativa, a não-interferência do estado na vida do cidadão e oposição à legalização do aborto. Mas não se assume como direitista. Para ele, o rótulo só faria sentido em países onde há tradição de uma direita democrática, o que não existe no Brasil. “Aqui não existe essa tradição", explica.

Não por acaso, os partidos não foram capazes de sintetizar a oposição do eleitorado brasileiro à legalização do aborto. Na última campanha eleitoral, o tema surgiu quase de forma clandestina, em discussões na internet e nas igrejas. O PSDB de José Serra veio a reboque, aproveitando-se do tema para criticar a petista Dilma Rousseff – que, por sua vez, se apressou em tentar apagar o passado e dizer que nunca havia defendido a legalização do aborto.

Petistas e tucanos, aliás, têm mais similaridades do que diferenças. O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias, reconhece que a disputa tem mais a ver com a aplicação das ideias do que com a orientação ideológica: "O PT, no poder,adotou as propostas do PSDB. Não inovou. Não há nenhum programa social novo. Ocorre que a execução é que é diferente. Geralmente, a postura do PT é mais promíscua em relação ao Legislativo", afirma.

Falta tradição – Para o cientista político Ricardo Caldas, a rejeição ao rótulo de direitista está ligada à herança negativa deixada pelas legendas conservadores no país. Estes partidos foram contra a abolição da escravidão, contra o fim da monarquia e, na figura da Arena, apoiaram o regime militar. Não é uma ficha corrida das melhores. "Eles tiveram dificuldade de conviver com a democracia e ficaram com essa pecha de antidemocráticos."

O especialista acredita que a direita brasileira não se modernizou. Em vez disso, foi engolida pelo recente pragmatismo de esquerda, difundido pelo PT, ou aderiu ao outro lado por oportunismo eleitoral. Se o espectro político brasileiro vai da extrema-esquerda ao centro, a disputa pelos principais postos de poder está ainda mais restrita. Em 2010, só havia candidatos de partido de esquerda na disputa pela Presidência da República.

Na falta de uma direita verdadeira, a esquerda acaba inventando a sua própria: "Oposição à direita é um erro grave porque você tem um país com contradições sociais gravíssimas, concentração de renda das maiores do mundo. Quer concentrar mais? À grande maioria isso não interessa", diz o primeiro-secretário do PSB, Carlos Siqueira, para quem a direita trabalha para aumentar a injustiça no país.


FONTE: Veja

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Fernando Silva
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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Fernando Silva »

Este é o resultado de décadas de doutrinação comunista, que já começa na maternidade.
As pessoas assumem como um fato que ser direita é algo muito ruim, muito perverso.

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Rapidfire
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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Rapidfire »

A coisa está tão feia que tive que votar no Piçol para governador e depois votar no PT contra o Roriz (o que de fato não mudou muita coisa).
"Filipenses 1:18 - Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisso me regozijo, e me regozijarei ainda."(Paulo de Tarso)

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Acauan
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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Acauan »

Por uma Nova Direita - Parte I

Acauan Guajajara


Publicado originalmente em 14/01/2011

Ao fim do regime militar brasileiro nenhum político tinha coragem de se dizer de Direita e enfrentar inevitáveis acusações de ser um "filhote da ditadura".
Tal situação - e tal covardia - deu aos esquerdistas três décadas para se apresentar como heróis da resistência, em uma estratégia de propaganda que visava redesenhar a imagem que a população tinha deles como baderneiros e terroristas, ao mesmo tempo em que lançava toda a Direita na vala comum dos torturadores e golpistas.
A Esquerda perdeu a luta armada, mas saiu ganhando na Guerra Cultural.

Os danos poderiam ter sido neutralizados se, do outro lado, políticos direitistas rechaçassem as acusações valendo-se apenas da verdade óbvia, que a Direita não era o que a Esquerda dizia ser. Ninguém de bom senso espera que inimigos políticos em guerra ideológica troquem alegações isentas um sobre o outro.

Fizeram o contrário.
A Direita assumiu uma postura defensiva, chegando a negar sua própria identidade classificando-se como "centro", postura suicida que legitimou tacitamente o discurso de ataque das esquerdas.

Sem resistência, a Esquerda se viu livre para se apropriar dos qualificativos de democrática, progressista e promotora da justiça social, infligindo à Direita os rótulos de autoritária, retrógrada e elitista.

Por mais pueril que seja a idéia de que um dos lados do espectro político só reúna virtudes enquanto o outro só acumula pecados, a repetição ano após ano, década após década do discurso autobeatificante da Esquerda, somada ao silêncio dos que deveriam contestá-lo, alimentou no público uma dúvida razoável – se a Direita não é o que a Esquerda diz, é o que então?

Qualquer projeto direitista no Brasil deve começar divulgando claramente quem e o que a Direita é.

Uma nova Direita brasileira que assuma a missão de combater a Esquerda tanto no embate político-partidário quanto na Guerra Cultural, precisa mostrar sua cara, assumir seu nome e dizer a que veio – mostrar-se alternativa melhor para o exercício do poder político.
Nós, Índios.

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Neuromancer
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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Neuromancer »

Desde quando PSDB é de esquerda??
Para um partido ser de direita não basta apenas ele se declarar de esquerda.
Neste pais de malucos onde o partido dos remanescentes da ditadura formaram um partido chamado Frente Liberal pode-se encontrar de tudo.
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Apo
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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Apo »

Ainda tem quem acredita em Direita e Esquerda? Putz...
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carlo
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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por carlo »

Neuromancer escreveu:Desde quando PSDB é de esquerda??
Para um partido ser de direita não basta apenas ele se declarar de esquerda.
Neste pais de malucos onde o partido dos remanescentes da ditadura formaram um partido chamado Frente Liberal pode-se encontrar de tudo.


O PSDB, esqueceu de ouvir o FMI, e quer implantar no Brasil o que implantaram em São Paulo, o Estado fora de tudo, e um enorme buraco de uma pseudo linha de metro, que engole tudo, a cidadania inclusive:

Do Google Notícias

FMI: Consenso de Washington é passado, Lord Keynes, está a cada dia mais atual ( grifo meu Carlo)

(AFP) – Há 15 horas

WASHINGTON — Depois da crise financeira de 2008, que devastou a economia mundial, o Estado deve exercer um papel maior e controlar os excessos do mercado, segundo o discurso do diretor-gerente do fundo, feito na Universidade George Washington, na capital americana.

"O Consenso de Washington tinha uma série de lemas básicos: regras simples para a política monetária e fiscal, que previam garantir a estabilidade, a desregulação e a privatização, liberalizando o crescimento e a prosperidade, e os mercados financeiros canalizariam os recursos para as áreas mais produtivas", explicou Strauss-Kahn.

"Tudo isso caiu com a crise. O 'Consenso de Washington' já é passado", completou.


Diante da imposição de países emergentes como novos motores do crescimento mundial, esse consenso deve ser superado, mediante uma nova política econômica com ênfase na coesão social e no multilateralismo, explicou.

O Consenso de Washington, propagado durante os anos 1980 e 1990 por FMI e Banco Mundial, foi apontado como responsável pela crise em países como Argentina ou em países em transição no Leste Europeu.

"Ao designar um novo marco macroeconômico para um novo mundo, o pêndulo oscilará - ao menos um pouco - do mercado para o Estado, e do relativamente simples para o relativamente mais complexo", completou Strauss-Kahn.

"Claramente, a política monetária deve ir além da estabilidade de preços, e velar pela estabilidade financeira", propôs Strauss-Kahn.

Isso não deve ser feito mediante a utilização da taxa de juros, mas com outros instrumentos, como liquidez, explicou.

É necessário um imposto sobre as atividades financeiras para forçar esse setor a assumir parte dos custos sociais de sua atividade inerentemente arriscada.

"Não me entendam mal: a globalização trouxe resultados positivos, e tirou centenas de milhões de pessoas da pobreza", explicou.

"Mas a crise e suas consequências alteraram fundamentalmente nossa percepção", advertiu.

"Precisamos de uma nova forma de globalização, uma globalização com um rosto mais humano", acrescentou.

Os países ricos e emergentes devem continuar com sua cooperação no G20 para assegurar que os interesses nacionais sejam superados, pediu Strauss-Kahn.

O chefe do fundo endossou também as previsões de crescimento econômico mundial para 2011, anunciadas pelo órgão em janeiro.

"Prevemos algo em torno de 4,5% este ano", afirmou.

http://www.google.com/hostednews/afp/ar ... rnzJhIDx...
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NOSSA SENHORA APARECIDA!!!!

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Herf
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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Herf »

Neuromancer escreveu:Desde quando PSDB é de esquerda??

O PSDB é tão de direita no Brasil quanto a Halle Berry é branca na África.

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Rapidfire
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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Rapidfire »

Um partido que disputa a tapas a autoria do Bolsa Família, tem medo de falar de privatização e quer afogar ainda mais a iniciativa privada com um salário minimo irreal é mesmo de direita.
"Filipenses 1:18 - Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisso me regozijo, e me regozijarei ainda."(Paulo de Tarso)

Mesmo se Deus(es) existir(em) os motivos para a crença nele(s) estão errados.

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Judas
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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Judas »

Apo escreveu:Ainda tem quem acredita em Direita e Esquerda? Putz...



Pois é, se o assunto é Brasil, atualmene não faz sentido falar em direita e esquerda. Temos a quadrilha que está no poder fazendo de tudo pra permanecer nele, e, outra quadrilha que quer o poder pra depois fazer o mesmo...
Vez por outra eles fazem acordos, normalmente para aumentar os próprios salários, conseguir benefícios para eleições, imunidade parlamentar etc...
Isso aqui só jogando uma bomba, matando todo mundo e plantando japonês pra começar tudo de novo.
Quando vejo um religioso protestando, irritado, exigindo respeito às suas crenças idiotas, penso logo...BOM SINAL! Sinal de que alguém esta fazendo alguma coisa certa.

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Huxley
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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Huxley »

Só lembrando de uma frase de Diogo Mainardi: "Brasil não tem partido de direita, de esquerda, de nada, tem um bando de salafrários que se reúnem pra roubar juntos."
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”

Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)

"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."

John Maynard Keynes

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Apo
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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Apo »

Huxley escreveu:Só lembrando de uma frase de Diogo Mainardi: "Brasil não tem partido de direita, de esquerda, de nada, tem um bando de salafrários que se reúnem pra roubar juntos."


Exatamente. Penso que esta separação maniqueísta serve para que os abobados ou os fundamentalistas de esquerda tenham motivo para manter viva sua luta revolucionária que quer mesmo é poder e dinheiro às custas de discursos dirigidos à sua matilha (de hienas). Até porque o que eles chamam de direita não tá nem aí ou está amigada com eles e eles com ela. Ou seja, coisa mais ultrapassada. E ademais estão ladrando enquanto a caravana passa...e como passa!
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Apo
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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Apo »

Judas escreveu:
Apo escreveu:Ainda tem quem acredita em Direita e Esquerda? Putz...



Pois é, se o assunto é Brasil, atualmene não faz sentido falar em direita e esquerda. Temos a quadrilha que está no poder fazendo de tudo pra permanecer nele, e, outra quadrilha que quer o poder pra depois fazer o mesmo...
Vez por outra eles fazem acordos, normalmente para aumentar os próprios salários, conseguir benefícios para eleições, imunidade parlamentar etc...
Isso aqui só jogando uma bomba, matando todo mundo e plantando japonês pra começar tudo de novo.



CORJA! É como se viu na visita do Obama: os mesmo que votam em Lula e nas ideologias ditas de esquerda, montaram barraquinhas de cachorro quente ( hotdog nacional) para ver o Obama dar-lhes um abanico. Gente idiota.
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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Neuromancer »

Herf escreveu:
Neuromancer escreveu:Desde quando PSDB é de esquerda??

O PSDB é tão de direita no Brasil quanto a Halle Berry é branca na África.


Não entendi sua colocação.
Halle Berry pode muito bem ser considerada branca na África considerando o nível de melanina mais comum encontrado naquele continente.
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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Aranha »

Neuromancer escreveu:
Herf escreveu:
Neuromancer escreveu:Desde quando PSDB é de esquerda??

O PSDB é tão de direita no Brasil quanto a Halle Berry é branca na África.


Não entendi sua colocação.
Halle Berry pode muito bem ser considerada branca na África considerando o nível de melanina mais comum encontrado naquele continente.


- Exatamente!

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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Prometeu »

O país não tem direita por um motivo muito simples, não existe pessoas para "comprarem" suas idéias.
Vivemos num país pobre com meia dúzia de gente com grana.

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Fernando Silva
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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Fernando Silva »

Prometeu escreveu:O país não tem direita por um motivo muito simples, não existe pessoas para "comprarem" suas idéias.
Vivemos num país pobre com meia dúzia de gente com grana.

Os brasileiros são extremamente conservadores e só votam nos comunistas porque foram doutrinados, sem perceber, a rejeitar a direita, porque não têm opções viáveis e porque votam sem critério ou com vista a interesses pessoais imediatos, elegendo até bandidos presos.

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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Aranha »

Fernando Silva escreveu:
Prometeu escreveu:O país não tem direita por um motivo muito simples, não existe pessoas para "comprarem" suas idéias.
Vivemos num país pobre com meia dúzia de gente com grana.

Os brasileiros são extremamente conservadores e só votam nos comunistas porque foram doutrinados, sem perceber, a rejeitar a direita, porque não têm opções viáveis e porque votam sem critério ou com vista a interesses pessoais imediatos, elegendo até bandidos presos.


- Não acredito que houve doutrinação, a direita brasileira fez escolhas erradas ao longo de sua história e os brasileiros não são tãããão conservadores assim.

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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Acauan »

Aranha escreveu:
Fernando Silva escreveu:
Prometeu escreveu:O país não tem direita por um motivo muito simples, não existe pessoas para "comprarem" suas idéias.
Vivemos num país pobre com meia dúzia de gente com grana.

Os brasileiros são extremamente conservadores e só votam nos comunistas porque foram doutrinados, sem perceber, a rejeitar a direita, porque não têm opções viáveis e porque votam sem critério ou com vista a interesses pessoais imediatos, elegendo até bandidos presos.


- Não acredito que houve doutrinação, a direita brasileira fez escolhas erradas ao longo de sua história e os brasileiros não são tãããão conservadores assim.


Brasileiros SÃO extremamente conservadores, principalmente os mais pobres.
Ocorre que, como tudo que diz respeito às generalizações do comportamento nativo, sempre há de se considerar o hábito nacional de abrir mão de suas ideologias quando há algum interesse pessoal em jogo.
Assim, os brasileiros pobres podem gostar muito de um governo que lhes dá bolsa família e outros benefícios estatais, por uma relação de conveniência, não porque alimentem tendências socialistas atávicas.
Em uma amostragem rápida, podemos levantar algumas bandeiras da esquerda x posição do povão:

Maioridade penal: esquerda a favor da manutenção x povão a favor da redução;
Criminalidade: esquerda defende abordar causas sociais do crime x povão quer mais polícia e penas mais duras;
Aborto: esquerda a favor da legalização x povão é terminantemente contra (como visto na campanha eleitoral);
Viadismo: esquerda acha lindo de morrer x povão... sem comentários;
Moral pública: esquerda é relativista e modernista x povão é moralista.

E todo candidato de esquerda no Brasil tem que fingir que é conservador na época da eleição se quiser ter alguma chance, como prova o episódio de Dilma Rousseff correndo prá igreja ao sentir a reação do povo às suas posições "progressistas".
Nós, Índios.

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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Aranha »

Acauan escreveu:
Brasileiros SÃO extremamente conservadores, principalmente os mais pobres.
Ocorre que, como tudo que diz respeito às generalizações do comportamento nativo, sempre há de se considerar o hábito nacional de abrir mão de suas ideologias quando há algum interesse pessoal em jogo.
Assim, os brasileiros pobres podem gostar muito de um governo que lhes dá bolsa família e outros benefícios estatais, por uma relação de conveniência, não porque alimentem tendências socialistas atávicas.
Em uma amostragem rápida, podemos levantar algumas bandeiras da esquerda x posição do povão:

Maioridade penal: esquerda a favor da manutenção x povão a favor da redução;
Criminalidade: esquerda defende abordar causas sociais do crime x povão quer mais polícia e penas mais duras;
Aborto: esquerda a favor da legalização x povão é terminantemente contra (como visto na campanha eleitoral);
Viadismo: esquerda acha lindo de morrer x povão... sem comentários;
Moral pública: esquerda é relativista e modernista x povão é moralista.

E todo candidato de esquerda no Brasil tem que fingir que é conservador na época da eleição se quiser ter alguma chance, como prova o episódio de Dilma Rousseff correndo prá igreja ao sentir a reação do povo às suas posições "progressistas".



- A menos que você tenha estatísticas atualizadas para comprovar, não concordo com alguns pontos.

- Em relação a Maioridade eu concordo, já na questão da criminalidade creio que o povão quer os dois, pode ser que uma pesquisa dê pequena margem de vantagem para as penas mais duras, o que não significa que a outra posição não seja amplamente aprovada também.

- Concordo que o povão é contra o Aborto mas não creio que seja por posicionamento político e sim por religiosidade, ainda assim creio que um levantamento estatístico daria uma margem considerável de apoiadores, o mesmo afirmo sobre o viadismo.

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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Acauan »

Aranha escreveu:- A menos que você tenha estatísticas atualizadas para comprovar, não concordo com alguns pontos.

- Em relação a Maioridade eu concordo, já na questão da criminalidade creio que o povão quer os dois, pode ser que uma pesquisa dê pequena margem de vantagem para as penas mais duras, o que não significa que a outra posição não seja amplamente aprovada também.

- Concordo que o povão é contra o Aborto mas não creio que seja por posicionamento político e sim por religiosidade, ainda assim creio que um levantamento estatístico daria uma margem considerável de apoiadores, o mesmo afirmo sobre o viadismo.


Nenhuma pesquisa dá idéia melhor do que o povão pensa sobre como tratar a bandidagem do que a repercussão dos dois filmes "Tropa de Elite", como dizia o capitão Nascimento, pro povão, bandido bom é bandido morto. Todo mundo quer "abordagem social" para tirar sua casquinha da parte que lhe cabe, mas a voz dos botecos e das lavandeiras é inequívoca sobre que destino o povo quer prá vagabundo que assalta, mata e estupra.

E religiosidade no Brasil sempre foi um conceito difuso, imerso em sincretismos diversos e diluído em uma "não prática" que recentemente tem contaminado até os evangélicos. A oposição ao aborto é simplesmente moral, tire-se uma amostragem pela quantidade de ateus neste fórum que são contra o aborto.

Sobre o viadismo então..., dispensa comentários. A tolerância com os indivíduos homossexuais existe e é razoavelmente ampla, mas nenhum pai - nem você - admite que burocratas estatais tentem impor sua visão do tema.

É bobagem pedir estatísticas para o que é óbvio e evidente. Como dito, se assim não fosse não teríamos tantas fotos da piedosa Dilma coberta de véu preto na igreja ou a esquerda relutando eternamente em pedir um plebiscito para decidir a questão do aborto. Estatística é uma forma de quantificar determinadas probabilidades, não de provar fatos vivenciados pela experiência cotidiana.
Nós, Índios.

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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Aranha »

Acauan escreveu:

Nenhuma pesquisa dá idéia melhor do que o povão pensa sobre como tratar a bandidagem do que a repercussão dos dois filmes "Tropa de Elite", como dizia o capitão Nascimento, pro povão, bandido bom é bandido morto. Todo mundo quer "abordagem social" para tirar sua casquinha da parte que lhe cabe, mas a voz dos botecos e das lavandeiras é inequívoca sobre que destino o povo quer prá vagabundo que assalta, mata e estupra.

E religiosidade no Brasil sempre foi um conceito difuso, imerso em sincretismos diversos e diluído em uma "não prática" que recentemente tem contaminado até os evangélicos. A oposição ao aborto é simplesmente moral, tire-se uma amostragem pela quantidade de ateus neste fórum que são contra o aborto.

Sobre o viadismo então..., dispensa comentários. A tolerância com os indivíduos homossexuais existe e é razoavelmente ampla, mas nenhum pai - nem você - admite que burocratas estatais tentem impor sua visão do tema.

É bobagem pedir estatísticas para o que é óbvio e evidente. Como dito, se assim não fosse não teríamos tantas fotos da piedosa Dilma coberta de véu preto na igreja ou a esquerda relutando eternamente em pedir um plebiscito para decidir a questão do aborto. Estatística é uma forma de quantificar determinadas probabilidades, não de provar fatos vivenciados pela experiência cotidiana.



- Conforme previ, é achismo, também me baseio na voz das ruas, e minhas conclusões não batem 100% com as suas.

- Embora o povo queira vagabundo preso, também quer "abordagem social" e acho que boa parte das posições conservadores vem da religiosidade inerente à tradição catôlica e aos dogmatismos evangêlicos.

- Mesmo admitinco uma maioria conservadora, não vejo um povo "extremamente conservador" como você vê.

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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Acauan »

Aranha escreveu: - Conforme previ, é achismo, também me baseio na voz das ruas, e minhas conclusões não batem 100% com as suas.


Achismo porra nenhuma. Há uma diferença enorme entre basear-se em evidências não-estatísticas e "achismos". Não disponho de estatísticas sobre quantos homens brasileiros usam calcinha e sutiã diariamente no seu cotidiano, nem por isto minha conclusão de que apenas uma ridícula minoria cultiva tal hábito deixa de ser baseada em um conjunto de evidências confiáveis.

Aranha escreveu:- Embora o povo queira vagabundo preso, também quer "abordagem social" e acho que boa parte das posições conservadores vem da religiosidade inerente à tradição catôlica e aos dogmatismos evangêlicos.


Os dogmatismos evangélicos como fenômeno de massa são recentes demais no Brasil e fragmentados demais para consolidar uma cultura. A tradição católica sim é um pilar civilizacional no Brasil e estranho seria se não o fosse, mas como dito, sempre caracterizou-se pelo sincretismo e por uma leniência com os aspectos mais rigorosos da disciplina doutrinária.

E de novo, povão quer abordagem social pro cidadão honesto. Pro bandido ele quer é cova rasa.
Esta historinha de "criminoso vítima da sociedade" só faz sucesso em segmentos da classe média prá cima, esquerdóides e curriola das ciências humanas. O que mais se ouve em favela é que a grande maioria passa por grandes dificuldades, mas quem vira bandido é a exceção.


Aranha escreveu:- Mesmo admitinco uma maioria conservadora, não vejo um povo "extremamente conservador" como você vê.


Obviamente não podemos comparar o conservadorismo católico-sincrético-tropical brasileiro com seu correspondente protestante-puritano-americano. Somos extremamente conservadores ao nosso modo de ser conservador.
E a própria esquerda não nega isto, pois atribuem ao conservadorismo todos os males e frequentemente acusam a população em geral de ser portadora deles, como nos mantras esquerdistas "o homem brasileiro é machista e homofóbico". Traduzido do esquerdês, significa que o homem brasileiro não adota as visões esquerdistas quanto ao feminismo e o viadismo. Ou seja,o próprio discurso de esquerda corrobora minha tese.
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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Aranha »

Acauan escreveu:
Aranha escreveu: - Conforme previ, é achismo, também me baseio na voz das ruas, e minhas conclusões não batem 100% com as suas.


Achismo porra nenhuma. Há uma diferença enorme entre basear-se em evidências não-estatísticas e "achismos". Não disponho de estatísticas sobre quantos homens brasileiros usam calcinha e sutiã diariamente no seu cotidiano, nem por isto minha conclusão de que apenas uma ridícula minoria cultiva tal hábito deixa de ser baseada em um conjunto de evidências confiáveis.


- O cenário que levantei a partir de minhas observações não bate com o seu, você não deve ter avaliado todos os segmentos ou deixou que suas convicções pessoais contaminassem suas amostras.


Acauan escreveu:
Aranha escreveu:- Embora o povo queira vagabundo preso, também quer "abordagem social" e acho que boa parte das posições conservadores vem da religiosidade inerente à tradição catôlica e aos dogmatismos evangêlicos.


Os dogmatismos evangélicos como fenômeno de massa são recentes demais no Brasil e fragmentados demais para consolidar uma cultura. A tradição católica sim é um pilar civilizacional no Brasil e estranho seria se não o fosse, mas como dito, sempre caracterizou-se pelo sincretismo e por uma leniência com os aspectos mais rigorosos da disciplina doutrinária.



- Não disse cultura e sim dogmatismo, nas questões apresentadas ou não são "aspectos mais rigorosos da disciplina doutrinária" ou não sofreram sincretismo e leniência.


Acauan escreveu:
E de novo, povão quer abordagem social pro cidadão honesto. Pro bandido ele quer é cova rasa.
Esta historinha de "criminoso vítima da sociedade" só faz sucesso em segmentos da classe média prá cima, esquerdóides e curriola das ciências humanas. O que mais se ouve em favela é que a grande maioria passa por grandes dificuldades, mas quem vira bandido é a exceção.


- Não nego nada do que você escreveu acima, mas o povo brasileiro crê que a pobreza gera criminalidade e não aceita que bandidos sejam mal-tratados pelo estado, veja o que acontece quando a polícia espanca um vagabundo em público, eu mesmo já fui esculachado porque tentei segurar um pivete até a polícia chegar, só foi o pestinha começar a choramingar prá todo mundo começar a dizer que o coitadinho fazia aquilo porque vinha de um lar desfeito, que passava fome, que eu era um bruto etc.


Acauan escreveu:
Aranha escreveu:- Mesmo admitindo uma maioria conservadora, não vejo um povo "extremamente conservador" como você vê.


Obviamente não podemos comparar o conservadorismo católico-sincrético-tropical brasileiro com seu correspondente protestante-puritano-americano. Somos extremamente conservadores ao nosso modo de ser conservador.
E a própria esquerda não nega isto, pois atribuem ao conservadorismo todos os males e frequentemente acusam a população em geral de ser portadora deles, como nos mantras esquerdistas "o homem brasileiro é machista e homofóbico". Traduzido do esquerdês, significa que o homem brasileiro não adota as visões esquerdistas quanto ao feminismo e o viadismo. Ou seja,o próprio discurso de esquerda corrobora minha tese.


- Esse estereótipo machista e homofóbico vem mudando ao longo dos anos, talvez você não tenha notado, mas já não há tanta rejeição a esses temas, já se elege deputados bichas, prefeitos bichas, uma bicha ganhou o BBB e ainda virou deputado, uma mulher foi eleita presidente, o viadismo e o feminismo crescem conforme o apoio que vão ganhando e crescem muito, isso que assusta a direita e por isso gera tanta gritaria.

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Re: O incrível caso do país sem direita

Mensagem por Acauan »

Aranha escreveu: - O cenário que levantei a partir de minhas observações não bate com o seu, você não deve ter avaliado todos os segmentos ou deixou que suas convicções pessoais contaminassem suas amostras.


Por que não bate?
No teu cenário as mulheres brasileiras fazem passeata aos milhares pedindo legalização do aborto, as organizações ditas de Direitos Humanos são populares junto ao povão ou os pais em geral acham que não tem problema nenhum ter um filho viado?
Se o teu cenário é este, lamento informá-lo que a peça respectiva está em cartaz no mundo da Lua.


Aranha escreveu: - Não disse cultura e sim dogmatismo, nas questões apresentadas ou não são "aspectos mais rigorosos da disciplina doutrinária" ou não sofreram sincretismo e leniência.


Quem falou em cultura fui eu, uma vez que estamos tratando do povo brasileiro como um todo. Fatores universais de influência sobre a mentalidade nacional tem necessariamente status de cultura, o que não é o caso do evangelismo, principalmente considerando que o mesmo já dá sinais de estagnação e desintegração doutrinária, corrompido pela teologia da prosperidade.

Aranha escreveu: - Não nego nada do que você escreveu acima, mas o povo brasileiro crê que a pobreza gera criminalidade e não aceita que bandidos sejam mal-tratados pelo estado, veja o que acontece quando a polícia espanca um vagabundo em público, eu mesmo já fui esculachado porque tentei segurar um pivete até a polícia chegar, só foi o pestinha começar a choramingar prá todo mundo começar a dizer que o coitadinho fazia aquilo porque vinha de um lar desfeito, que passava fome, que eu era um bruto etc.


Presumo que você já rolou a ladeira e caiu na vala comum da propaganda esquerdista que descreve conservadores como sádicos que se masturbam assistindo violações de direitos humanos ou que ignoram que a miséria traz conseqüências sociais funestas.
O bom senso manda lembrar que o problema é uma questão do grau e foco com que as influências sociais são consideradas. Se ninguém minimamente razoável prega que a favela e os condomínios de luxo tenham igual probabilidade de produzir criminosos violentos, sobra a diferença de que alguns irão propor que as mazelas sociais reduzam a responsabilidade do criminoso, enquanto outros preferirão defender que as vítimas – no mais das vezes também pessoas pobres – devem ter prioridade na consideração do problema.
E se ao invés de pivete você tivesse segurado um estuprador em meio a uma multidão, talvez só sobrasse pedaços dele prá entregar à polícia. Exemplos isolados podem ser usados para justificar qualquer coisa.


Aranha escreveu: - Esse estereótipo machista e homofóbico vem mudando ao longo dos anos, talvez você não tenha notado, mas já não há tanta rejeição a esses temas, já se elege deputados bichas, prefeitos bichas, uma bicha ganhou o BBB e ainda virou deputado, uma mulher foi eleita presidente, o viadismo e o feminismo crescem conforme o apoio que vão ganhando e crescem muito, isso que assusta a direita e por isso gera tanta gritaria.


Gaviões raramente deixam de notar o que quer que seja.
Me diga agora quantos viados assumidos e com agenda política de defesa do viadismo foram eleitos.
Não precisa, eu respondo: nenhum.
O único viadista no congresso, o deputado Jean Wyllys, não obteve votos suficientes para assumir o cargo, ao qual chegou por meio de suplência.
Diga-se que nada tenho contra o deputado Jean Wyllys e acho democraticamente saudável que todos os segmentos sociais sejam proporcionalmente representados no congresso, mas citar esta estrela solitária entre as centenas de parlamentares como prova de que o viadismo seja uma causa popular é papo furado.
Já quanto aos políticos supostamente gays que são eleitos, mas que não fazem disto bandeira de campanha, que valha o bom senso de que a vida privada do cara é problema dele. Eu não voto em ninguém porque come muito bem sua digníssima esposa e nem deixaria de votar em um candidato honesto, competente e com boas propostas, por conta de boatos de que saberia bem como dar o rabo. Desde que comer a esposa ou dar o rabo não me fossem apresentados como motivo para votar no candidato, ele que enfie suas partes íntimas em quem concorde e lhe agrade.
Nós, Índios.

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