Ele tem razão: se tentar remover a favela, "trocentas" ONGs virão em defesa dos coitadinhos dos favelados e seus barracos nojentos.
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Condomínio Bosque Paradiso em área ambiental na Taquara será demolido para obra do BRT Transolímpico
O prefeito Eduardo Paes vai atropelar o condomínio e o ecosistema da região do Parque da Pedra Branca e não era isso que estava no projeto original do BRT, se roubarem menos na construção vai ser possível construir o mergulhão e preservar o meio ambiente.
Fonte: O GloboRIO – O condomínio Bosque Paradiso, na Estrada do Rio Grande, na Taquara, Jacarepaguá, faz jus ao nome. Os proprietários das 40 casas, algumas com até 400 metros quadrados, vivem em área cercada por florestas – onde ornitólogos encontraram aves raras como o pica-pau de testa pintada – e contam com um clube exclusivo, com piscina e quadra de tênis. Essa espécie de Éden particular, que conta até com estação de tratamento de esgoto própria, começou a ser habitada há apenas cinco anos. Mas está com os dias contados. A prefeitura vai desapropriar lotes ainda não construídos e demolir todas as casas, a fim de abrir passagem para o BRT Transolímpico (via expressa com faixas exclusivas para ônibus articulados), que ligará a Barra a Deodoro). A obra, ainda em fase de projeto, visa aos Jogos Olímpicos de 2016.
A informação surpreendeu os moradores. O tema da reportagem foi sugerido pelos leitores Maristela Mattos dos Reis e João Marcelo Carvalho, através do “Eu Repórter”, seção de jornalismo participativo do GLOBO . Eles argumentam que há riscos ambientais, já que o projeto levará ao desmatamento de áreas próximas ao Maciço da Pedra Branca. O projeto original do Transolímpico previa a construção de um túnel sob o maciço, com 3.800 metros de extensão, passando por baixo das moradias. O plano foi revisto para cortar custos. O túnel foi encurtado para 1.800 metros, com a construção de viadutos que cruzarão o condomínio.
Mergulhão custaria R$ 600 milhões
O prefeito Eduardo Paes disse que pretende comandar pessoalmente as negociações com os moradores e que não há outra saída. O secretário municipal de Obras, Alexandre Pinto, explicou que a opção por construir um mergulhão com dez metros de profundidade aumentaria os custos do projeto (já estimados em R$ 2,2 bilhões) em pelo menos R$ 600 milhões.
- Até seria possível desapropriar apenas uma parte do condomínio. Mas os imóveis que permanecessem seriam desvalorizados em uma área totalmente descaracterizada – disse Pinto.
A área do condomínio já teve vários usos. Na década de 90, foi ocupada por uma fábrica de telefones e, posteriormente, por um colégio particular. Em março de 2006, a construtora concluiu o loteamento: o terreno foi subdivido em 65 lotes e construídos um clube com piscina e quadra de tênis. Os proprietários começaram a construir suas casas e a ocupar a área a partir de 2007.
- Não concordamos com isso. Diversas pessoas que construíram suas casas recentemente terão que sair daqui – disse a advogada Maristela Mattos, que registrou a escritura do imóvel há um ano.
Os moradores contrataram botânicos e ornitólogos e elaboraram um documento protocolado no Instituto Estadual do Ambiente (Inea), numa tentativa de evitar o licenciamento do projeto. Para João Marcelo, ainda há tempo de estudar alternativas e manter o condomínio.
- A prefeitura alega que estudou 34 opções de roteiro, e a escolhida seria a melhor. Mas e a questão ambiental? Um dos traçados alternativos iria retirar uma favela sem saneamento com mais de 300 casas. Além disso, para os moradores, a questão não é só financeira. Mas de qualidade de vida – disse João.
O secretário Alexandre Pinto, por sua vez, ressalva que o fato de o condomínio estar cercado por áreas verdes não impediria as obras:
- Nós aguardamos uma instrução do Inea para elaborar o estudo de impacto ambiental e analisar medidas de compensação para as obras.
O secretário acrescentou que a prefeitura está revendo os projetos dos BRTs para tentar reduzir os custos com as indenizações e reduzir os impactos nos bairros. Segundo ele, só no BRT Transcarioca (Barra-Penha-Aeroporto Tom Jobim), que deve ficar pronto para a Copa de 2014, o número previsto de desapropriações deve cair de 3.600 para cerca de 2.700. Entre as medidas adotadas, está a reorganização do trânsito na Taquara, com o desvio do tráfego para vias alternativas. Isso reduzirá a necessidade de desapropriações de lojas para a passagem do BRT pela Estrada dos Bandeirantes.
