Dois bebês.
Enviado: 09 Fev 2006, 12:57

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Fabiana de Souza Brum. escreveu::emoticon19: Pessoas, dez dias após o caso da recém-nascida salva das águas na Lagoa da Pampulha, em Minas Gerais, dois bebês abandonados tiveram ontem destinos diferentes no Rio. Em Realengo, os bombeiros encontraram o corpo de um bebê dentro de um saco de lixo boiando em um rio. Em Bangu, uma criança de apenas três dias foi deixada pela mãe, Simone Pereira da Silva, de 32 anos, no estacionamento de um hospital particular. O bebê foi salvo e a mãe presa e autuada por abandono de incapaz. Ela foi vista por uma enfermeira quando deixou um embrulho no pátio interno do hospital. A mãe contou, chorando muito (agora essa monstra chora, vejam só!), que estava fora do juízo quando abandonou a filha. Desempregada, tem outros cinco filhos.
Huxley escreveu:Fabiana de Souza Brum. escreveu::emoticon19: Pessoas, dez dias após o caso da recém-nascida salva das águas na Lagoa da Pampulha, em Minas Gerais, dois bebês abandonados tiveram ontem destinos diferentes no Rio. Em Realengo, os bombeiros encontraram o corpo de um bebê dentro de um saco de lixo boiando em um rio. Em Bangu, uma criança de apenas três dias foi deixada pela mãe, Simone Pereira da Silva, de 32 anos, no estacionamento de um hospital particular. O bebê foi salvo e a mãe presa e autuada por abandono de incapaz. Ela foi vista por uma enfermeira quando deixou um embrulho no pátio interno do hospital. A mãe contou, chorando muito (agora essa monstra chora, vejam só!), que estava fora do juízo quando abandonou a filha. Desempregada, tem outros cinco filhos.
Engraçado.O termo "abandono de incapaz" soa como um eufemismo típica de advogados.O caso devia ser chamado de homicídio doloso.
Alenônimo escreveu:Abandono de Incapaz não chega nem perto de ser Homicídio Culposo. A mãe não tentou matar a criança e deixou ela em um lugar público movimentado. Ela não teve a intenção de matar.
Fabiana de Souza Brum. escreveu: A mãe contou, chorando muito (agora essa monstra chora, vejam só!), que estava fora do juízo quando abandonou a filha. Desempregada, tem outros cinco filhos.
Vito Alvaro escreveu:É você Avatar? No Administrador REV?
Avatar escreveu:Fabiana de Souza Brum. escreveu: A mãe contou, chorando muito (agora essa monstra chora, vejam só!), que estava fora do juízo quando abandonou a filha. Desempregada, tem outros cinco filhos.
Olá, Fabiana.
Penso que, talvez, você esteja fazendo um julgamento precipitado. Conheço muitas mães excelentes que sofreram de “depressão pós parto”. Esse tão conhecido mal que acomete algumas mães produz diversas reações, às vezes de rejeição violenta. Essas mães (e as crianças, lógico) tiveram a felicidade de contar com o apoio da família e dos médicos para superar essa delicada fase. Outras não têm a mesma sorte e, em conseqüência, podemos presenciar cenas chocantes como essas.
Não estou afirmando, e nem posso, que esse É o caso dessa moça mas, atribuir a ela qualquer culpa antes de uma avaliação médica competente, seria uma negação sumaria dessa possível realidade. Ela pode estar chorando com sinceridade, a depressão não dura muitos dias (até onde eu sei), e além de correr o risco de perder o filho, ela ainda enfrentará um julgamento constrangedor e perderá sempre, seja qual for o veredito.
Mães que abandonam seus filhos depois de alguns meses, não podem mais alegar DPP, pois, certamente, seus efeitos já terão cessados. Aí é outra história.
Vale lembrar, ainda, o posicionamento do Alenônimo sobre o caso, que não deixa de ser verdadeiro. “Desempregada, tem outros cinco filhos”.
Acho que julgar o ser humano é extremamente difícil e, por isso mesmo, exige muita cautela, salvo em situações óbvias. A grande questão é que, essa situação, por monstruosa que pareça, não se enquadra nessa obviedade.
Um abraço.
Fabiana de Souza Brum. escreveu::emoticon19: Obrigada por ter me exposto o seu ponto de vista. Achei ele muito interessante. No meu ponto de vista como mulher a situação é a seguinte: existem muitas formas de se evitar uma gravidez. Se a mulher não deseja uma gravidez então que use das várias formas de evitá-la existentes.
rapha... escreveu:Alenônimo escreveu:Abandono de Incapaz não chega nem perto de ser Homicídio Culposo. A mãe não tentou matar a criança e deixou ela em um lugar público movimentado. Ela não teve a intenção de matar.
Lugar público e movimentado?
Dentro de uma lagoa?
Movimentado por quem?
Peixes?
Flavio Costa escreveu:Fabiana de Souza Brum. escreveu::emoticon19: Obrigada por ter me exposto o seu ponto de vista. Achei ele muito interessante. No meu ponto de vista como mulher a situação é a seguinte: existem muitas formas de se evitar uma gravidez. Se a mulher não deseja uma gravidez então que use das várias formas de evitá-la existentes.
É verdade, Fabiana, o ideal é a contracepção.
Só que grande parte da população não tem conhecimento suficiente sobre o assunto, ou não tem estrutura emocional para administrar isso em suas vidas. Depois se encontram em situações desesperadas, como esta mulher.
Fora que estamos falando de algo que é proibido pela Igreja Católica.
rcadebh escreveu:Concordo com voce , Fabiana.
Existem métodos contraceptivos hoje muito eficases e mais cômodos para as "fêmeas humanas" que querem somente o bônus do sexo sem pensar ônus. Existem injeçoes contraceptivas que duram 6 meses. Bastariam duas por ano para que a mulher nao gerasse uma criatura que estaria fadada a tal situaçao. Acho que a obrigatoriedade da laqueadura de trompas numa mulher dessa, seria o mínimo a se fazer.
Fabiana de Souza Brum. escreveu:muito me espanta o ser humano em alguns aspectos, pois quem não tem estrutura emocional para administrar métodos contraceptivos não deveria tê-la para fazer sexo também
Fabiana de Souza Brum. escreveu:Outra coisa: discordo de algumas idéias do seu ponto de vista, mas conhecê-lo foi-me uma experiência extremamente gratificante. Muito obrigada.![]()
Fabiana de Souza Brum. escreveu::emoticon19: Obrigada por ter me exposto o seu ponto de vista. Achei ele muito interessante. No meu ponto de vista como mulher a situação é a seguinte: existem muitas formas de se evitar uma gravidez. Se a mulher não deseja uma gravidez então que use das várias formas de evitá-la existentes.
Fabiana de Souza Brum. escreveu:O que acho um absurdo é a mulher deixar a gravidez acontecer contando com o futuro abandono do filho. Assim é muito fácil.
Fabiana de Souza Brum. escreveu:Ser mãe não é ter filho e nem criá-lo, ser mãe é dar amor. Criar um filho sem amor qualquer uma pode fazer, o mesmo se diz para ter um filho. Mas dar amor a outro ser humano exige mais.
Fabiana de Souza Brum. escreveu:Se a mulher não quer, ou não está pronta para essa responsabilidade então que evite a gravidez.
Fabiana de Souza Brum. escreveu:Em relação à depressão pós parto, acho que ela acontece em muitos casos realmente, mas o que não pode acontecer é que as mulheres abandonem seus filhos e depois, ao serem descobertas, usem como desculpa esse clichê esperando amenizar o ato que cometeram.
Flavio Costa escreveu:Bem vindo novamente, Avatar.
Avatar escreveu:Vamos prolongar um pouco esta conversa.Fabiana de Souza Brum. escreveu::emoticon19: Obrigada por ter me exposto o seu ponto de vista. Achei ele muito interessante. No meu ponto de vista como mulher a situação é a seguinte: existem muitas formas de se evitar uma gravidez. Se a mulher não deseja uma gravidez então que use das várias formas de evitá-la existentes.
Concordo, com algumas ressalvas. O problema de falta de educação (desinformação) de boa parcela da população brasileira ainda é grande. Métodos contraceptivos, que para nós são simples e corriqueiros, não fazem parte do acervo cultura dessa gente. Veja o status de epidemia que doenças como a AIDS ganharam em países subdesenvolvidos. Os motivos são os mesmos da gravidez indesejada: falta de informação. Essa é minha visão pessoal do problema, admito que posso estar errado.Fabiana de Souza Brum. escreveu:O que acho um absurdo é a mulher deixar a gravidez acontecer contando com o futuro abandono do filho. Assim é muito fácil.
Acho que essa idéia de premeditação é muito forte. Não creio que isso ocorra. A gravidez é um acidente mesmo e, depois, a pessoa não sabe como lidar com isso. Temos o hábito de projetar nas demais pessoas nossos valores éticos e morais, nossa consciência, cultura, pragmatismo e bom senso, estrutura sócio-econômica e emocional e tudo o mais. Depois, munidos dessa falsa idéia, nos revoltamos quando as ações e reações do outro não correspondem às nossas expectativas. Daí para a acusação e os rótulos é um passo.
Nem de longe quero parecer um cara bonzinho que perdoa todo mundo. Isso seria, no mínimo, hipocrisia de minha parte. Defendo, tão somente, que julgar um ser humano com isenção e infalível justiça é extremamente difícil, se não impossível. Por este prisma, o ato de julgar torna-se um mal necessário e, mais necessário ainda, aqueles que são incumbidos dessa insalubre tarefa devem cercar-se de todos os cuidados.Fabiana de Souza Brum. escreveu:Ser mãe não é ter filho e nem criá-lo, ser mãe é dar amor. Criar um filho sem amor qualquer uma pode fazer, o mesmo se diz para ter um filho. Mas dar amor a outro ser humano exige mais.
Sem comentários. Concordo totalmente.Fabiana de Souza Brum. escreveu:Se a mulher não quer, ou não está pronta para essa responsabilidade então que evite a gravidez.
Mantenho minha resposta anterior.Fabiana de Souza Brum. escreveu:Em relação à depressão pós parto, acho que ela acontece em muitos casos realmente, mas o que não pode acontecer é que as mulheres abandonem seus filhos e depois, ao serem descobertas, usem como desculpa esse clichê esperando amenizar o ato que cometeram.
Sem dúvida, Fabiana. Utilizar a depressão pós parto como desculpa não tem desculpa (trocadilho bobo). Mas é necessário ter certeza se é esse o caso. Pense no quanto seria injusto condenar uma mãe que cometeu um ato insano, desconhecendo que, de fato, ela estava sob os efeitos da DPP. A possibilidade de ser injusto me incomoda bastante. A pessoa já está vivendo uma confusão mental dos infernos e, de quebra, ainda é punida e socialmente discriminada por algo que ela não tem consciência de ter feito.
Repito, não estou dizendo que todas as situações que já tivemos conhecimento, tampouco esta em especial, seja caso de DPP, mas, tão somente, que a possibilidade existe e, a partir daí, cada situação deve ser investigada com muito cuidado e atenção.
No mais, acho que toda e qualquer agressão comprovada contra um indefeso/incapaz deve ser tratada com extremo rigor, com todas as agravantes que a Lei permitir.
Um abraço.
Me referi estritamente ao caso da mulher que foi presa por abandonar o bebê num estacionamento. Ela não pode ser acusada de tentativa de homicídio.rapha... escreveu:Alenônimo escreveu:Abandono de Incapaz não chega nem perto de ser Homicídio Culposo. A mãe não tentou matar a criança e deixou ela em um lugar público movimentado. Ela não teve a intenção de matar.
Lugar público e movimentado?
Dentro de uma lagoa?
Movimentado por quem?
Peixes?
Você deu a entender que quem tentou matar foi a mãe que largou o bebê no estacionamento. Mas quem tentou mesmo foi a que jogou no lago.Huxley escreveu:rapha... escreveu:Alenônimo escreveu:Abandono de Incapaz não chega nem perto de ser Homicídio Culposo. A mãe não tentou matar a criança e deixou ela em um lugar público movimentado. Ela não teve a intenção de matar.
Lugar público e movimentado?
Dentro de uma lagoa?
Movimentado por quem?
Peixes?
O rapha tirou as palavras da minha boca.Faço das palavras dele as minhas.
Fabiana de Souza Brum. escreveu:Vamos prolongar sim. Veja bem, uma dessas "mães" se é que se pode chamá-la assim, colocou o seu bebê dentro de um saco de lixo e o jogou em um rio. Não é o resto de uma comida, não são detritos sanitários, não são papéis amassados, é um pequeno ser humano. Não é lixo. Perdoe-me, mas isso é monstruoso.
Avatar escreveu:Fabiana de Souza Brum. escreveu:Vamos prolongar sim. Veja bem, uma dessas "mães" se é que se pode chamá-la assim, colocou o seu bebê dentro de um saco de lixo e o jogou em um rio. Não é o resto de uma comida, não são detritos sanitários, não são papéis amassados, é um pequeno ser humano. Não é lixo. Perdoe-me, mas isso é monstruoso.
Fabiana, eu não estou discordando de você. Também fico revoltado, pois isso faz parte de minha condição humana. Aquelas cenas de babás espancando as crianças que elas deveriam proteger, que tantas vezes invadiram os noticiários, revela o meu pior lado. Se você estivesse próxima a mim em um momento como esse, entenderia o tamanho de minha revolta e indignação. Não estou querendo escrever isso mas, na verdade, eu sinto ódio mesmo. Seu eu fosse pai de uma criança dessas, certamente quem iria para a cadeia era eu e não a babá.
Cada caso é um caso e é preciso olhar para eles individualmente. Como oportunamente lembrou o alenônimo, a mãe que deixou o filho no estacionamento não tinha a intenção de matá-lo. Provavelmente ela queria que alguém o encontrasse e desse a ele um lar, um futuro. É a forma correta? Desnecessário responder, mas é aí que entra aquela história de conhecer os intricados meandros da mente humana. Pouca coisa separa a lucidez da insanidade.
Um abraço.
Alenônimo escreveu:Huxley escreveu:Fabiana de Souza Brum. escreveu::emoticon19: Pessoas, dez dias após o caso da recém-nascida salva das águas na Lagoa da Pampulha, em Minas Gerais, dois bebês abandonados tiveram ontem destinos diferentes no Rio. Em Realengo, os bombeiros encontraram o corpo de um bebê dentro de um saco de lixo boiando em um rio. Em Bangu, uma criança de apenas três dias foi deixada pela mãe, Simone Pereira da Silva, de 32 anos, no estacionamento de um hospital particular. O bebê foi salvo e a mãe presa e autuada por abandono de incapaz. Ela foi vista por uma enfermeira quando deixou um embrulho no pátio interno do hospital. A mãe contou, chorando muito (agora essa monstra chora, vejam só!), que estava fora do juízo quando abandonou a filha. Desempregada, tem outros cinco filhos.
Engraçado.O termo "abandono de incapaz" soa como um eufemismo típica de advogados.O caso devia ser chamado de homicídio doloso.
Abandono de Incapaz não chega nem perto de ser Homicídio Culposo. A mãe não tentou matar a criança e deixou ela em um lugar público movimentado. Ela não teve a intenção de matar.
Pode ficar indignado e choramingar à vontade. O máximo que ela fez foi abandonar a criança. Mas aí eu te pergunto: tem como abandonar uma criança oficialmente? O hospital encaminha a criança para um orfanato se a mãe quiser? Sim pois o povo vive descendo a lenha em quem abandona a criança mas não pensa se a mãe pode criar ou não, e nem providencia uma solução digna para o caso dela realmente querer abandonar a criança. E se a mãe ainda tenta fazer aborto antes, é chamada de assassina e tudo mais.
O povo no geral é hipócrita e negligente. Não é à toa que nosso país é a merda que é.