ONU critica ensino religioso no Brasil

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Fernando Silva
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ONU critica ensino religioso no Brasil

Mensagem por Fernando Silva »

http://ateusdobrasil.com.br/p/27762/#more-27762

ONU critica ensino religioso no Brasil


Olha o Brasil passando vergonha de novo por causa dos católicos. A ONU criticou nosso país por ser conivente com a Igreja Católica na insistente quebra do laicismo nacional ao permitir que centenas de escolas em pelo menos 11 estados imponham o ensino religioso nas escolas públicas. Pior, o relatório vai ser apresentado no Conselho de Direitos Humanos esta semana.

O relatório de Farida Shaheed alerta para a intolerância religiosa e racismo que persistem na sociedade brasileira. Casos graves vêm acontecendo de evangélicos atacando religiões afro-brasileiras, além é claro daqueles acordos brasileiros feitos com o Vaticano, aquela pracinha de Roma que foi declarada como sendo um país pelos fascistas e que, apesar de não ter mais de 50 pessoas, tem um PIB 3 vezes maior do que a Itália.

Os estados citados no relatório são Alagoas, Amapá, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro (graças ao Garotinho), Rio Grande do Sul, e Santa Catarina.

Para Farida, “deixar o conteúdo de cursos religiosos ser determinado pelo sistema de crença pessoal de professores ou administradores de escolas, usar o ensino religioso como proselitismo, ensino religioso compulsório e excluir religiões de origem africana do curriculum foram relatados como principais preocupações que impedem a implementação efetiva do que é previsto na Constituição”.

Fontes:
Estadão
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 4971,0.php

Paulopes
http://www.paulopes.com.br/2011/05/onu- ... nsino.html

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Acauan
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Re: ONU critica ensino religioso no Brasil

Mensagem por Acauan »

Fernando Silva escreveu:http://ateusdobrasil.com.br/p/27762/#more-27762

ONU critica ensino religioso no Brasil

O relatório de Farida Shaheed alerta para a intolerância religiosa e racismo que persistem na sociedade brasileira. Casos graves vêm acontecendo de evangélicos atacando religiões afro-brasileiras, além é claro daqueles acordos brasileiros feitos com o Vaticano, aquela pracinha de Roma que foi declarada como sendo um país pelos fascistas e que, apesar de não ter mais de 50 pessoas, tem um PIB 3 vezes maior do que a Itália.


Senhores...,

Devagar com o andor...

Vamos dar aos problemas a medida que têm.
Os casos de ataques de evangélicos a centros de umbanda ou candomblé podem ser considerados insignificantes, tanto pelo número, pouquíssimos casos isolados em uma população evangélica de dezenas de milhões de pessoas, quanto pelas consequências que nunca foram além do vandalismo.
Obviamente que não deve haver condescendência com tais atos, mas é injusto atribuir universalmente intolerância violenta aos evangélicos por conta da ação de uns tantos, mesmo porque é exatamente isto que se denuncia nos evangélicos quando a partir do comportamento de alguns ateus querem carimbar o demônio na cara de todos eles.

E PIB do Vaticano três vezes maior do que o da Itália?????
De onde tiraram este número, só por curiosidade?
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Acauan Guajajara
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Re: ONU critica ensino religioso no Brasil

Mensagem por Acauan »

No mais, não faz sentido algum impor ensino religioso público em um país laico, multi-étnico, lotado de sincretismos e de religiosos não praticantes.
Quem quiser que o filho estude religião na escola que o matricule em uma instituição confessional, do contrário aceite que seu filho tenha aulas de protestantismo evangélico um dia e de religiões-afro no outro, único jeito de preservar laicismo estatal nesta idéia maluca.
Nós, Índios.

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Fernando Silva
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Re: ONU critica ensino religioso no Brasil

Mensagem por Fernando Silva »

http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao ... 27263.html

A votação no site acima está em 22% que pensam que
Sim. Mas só devem ser ministradas aulas de cristianismo, pois o Brasil é um País cristão.

50% são contra e 28% só aceitam o ensino de religião se todas as crenças forem apresentadas sem favoritismo.

Minorias se unem contra ensino religioso obrigatório no Rio

Projeto de Lei do prefeito Eduardo Paes abre polêmica no Legislativo; religiosos pensam em recorrer ao STF para barrar a proposta

Se tudo sair como planeja o prefeito Eduardo Paes (PMDB), em breve as 1.063 escolas municipais da cidade do Rio de Janeiro passarão a contar com ensino religioso. Para levar à frente a medida, a prefeitura terá de contratar 600 novos professores, o que deve causar um impacto orçamentário anual de aproximadamente R$ 12 milhões. Embora a lei determine a obrigatoriedade do ensino nas escolas públicas, a frequência será facultativa. Na Câmara Municipal o debate pega fogo.

Audiência pública realizada nesta terça-feira (14) mostrou que além de polêmica, a lei pode aumentar as pilhas de processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF). Representantes das minorias temem o aumento do preconceito entre estudantes e suas famílias e argumentam que a proposta fere o artigo 19 da Constituição, que garante o Estado laico.

Porém, o ensino religioso também está previsto no artigo 210 da Carta Magna e conta com o respaldo do artigo 33 da lei 9.394 das Diretrizes e Bases da Educação Nacional – cujo conteúdo levou o Ministério Público Federal a entrar com uma ação de inconstitucionalidade que foi acolhida pelo STF, mas ainda aguarda parecer final.

“O ensino religioso já existe nas escolas estaduais do Rio. E nós sabemos que todas as vezes em que os segmentos mais hegemônicos entram na escola, eles começam a fazer a cabeça de alunos para entrarem nas suas religiões e perseguirem as religiões de matrizes africanas”, reclama o babalaô Ivanir dos Santos, interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa. Ele afirma que se a pluralidade das diferentes religiões não for respeitada, irá recorrer ao STF. “Se houver cerceamento às religiões de matrizes africanas vamos recorrer ao Judiciário. Ou é para todo mundo ou não é para ninguém”.

Apresentado à Câmara no dia primeiro de abril, o projeto chegou com a recomendação de que fosse votado em caráter de urgência. Porém, depois do escândalo com a compra milionária dos automóveis Jetta para os parlamentares da Casa, os 51 vereadores optaram por não jogar lenha em mais nenhuma fogueira. Assim, foi o próprio líder do governo, Adilson Pires (PT), que retirou a proposta da pauta, para que fosse realizada uma audiência pública. Ainda não foi estabelecida nova data para a votação.

Em fevereiro, o Conselho Municipal de Educação emitiu um parecer contrário à proposta.

No projeto de lei nº 862/2011, o Prefeito Eduardo Paes explica que para cumprir “preceitos constitucional e infraconstitucional” os futuros professores de ensino religioso terão de ter como “formação mínima a licenciatura plena em Sociologia, Filosofia ou História, ou bacharelado em teologia desde que comprovada, também, licenciatura plena em outros campos específicos do conhecimento que constituam disciplinas obrigatórias do ensino fundamental”.

Representante do Conselho Nacional de Educação (CNE) no Rio de Janeiro, o professor de Sociologia da Educação da UFRJ Luiz Antônio Cunha recomendou aos edis que aguardem a formação de uma comissão intercameral, que irá estudar a questão e propor normas que orientem a oferta do ensino religioso nas escolas públicas, antes de cabalarem votos a favor ou contra o projeto.

“Pesquisas realizadas por docentes da UFRJ e da USP mostram que o ensino religioso tem sido evocado como um mecanismo de controle individual e social supostamente capaz de acalmar os indisciplinados, de conter o uso de drogas, de evitar a gravidez precoce e as doenças sexualmente transmissíveis”, afirmou Cunha, sem no entanto sinalizar com uma data para a apresentação das normas indicativas.

O vereador Paulo Messina (PV), presidente da Comissão de Educação e Cultura na Câmara de Vereadores do Rio apresentou uma emenda ao projeto. Quer que, além de opcional, o ensino religioso seja oferecido fora do horário mínimo das 800 aulas anuais de aula. "Isso limitaria a proposta a ser aplicada apenas nas escolas que oferecem horário integral o que hoje, no Rio, não passa de 200", disse ele, que é contra o projeto.

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Fernando Silva
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Re: ONU critica ensino religioso no Brasil

Mensagem por Fernando Silva »

Livros didáticos disponíveis privilegiam os cristãos e discriminam ateus e gays.

http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao ... 54663.html

Livros didáticos de religião possuem conteúdo preconceituoso

Pesquisa revela ainda que, nas obras mais usadas pelas escolas, cristianismo é predominante em relação a outras religiões

Os livros didáticos de ensino religioso mais adotados no País não seguem preceitos básicos das leis brasileiras que tratam do tema. Ao contrário do que diz a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), as obras professam doutrinas religiosas específicas, discriminam comportamentos e ideias.

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Para as pesquisadoras, as religiões indígenas são simplificadas nas obras. Elas exemplificam com trecho do livro Redescobrindo o universo religioso, da Editora Vozes

A conclusão é das pesquisadoras Débora Diniz, Tatiana Lionço e Vanessa Carrião, da Anis – Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero. Incomodadas com a falta de definições claras na legislação educacional sobre o ensino religioso, elas decidiram investigar a que conteúdos os alunos brasileiros têm acesso durante essas aulas.

O estudo, transformado no livro Laicidade e ensino religioso no Brasil, foi feito com base em uma amostra de 25 obras produzidas por editoras laicas ou religiosas. “Os livros analisados estão em circulação no cenário nacional como potencialmente os de maior uso em escolas privadas ou públicas”, conta a antropóloga Débora Diniz.

A primeira constatação da pesquisa, realizada em 2009, é a prevalência da representação das religiões cristãs nas obras analisadas, sobretudo do catolicismo. “As religiões afro-brasileiras e indígenas eram sub-representadas, nem sequer eram reconhecidas como religiões”, critica.

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No volume 4, da coleção Todos os Jeitos de Crer da Editora Ática, ateus são associados, nas entrelinhas, a episódios violentos

Jesus Cristo aparece nas obras 80 vezes mais do que as lideranças indígenas no campo religioso, segundo o livro. O único líder indígena citado entre as 25 obras é anônimo e não possui biografia. Lutero, única referência intelectual do protestantismo nas obras, aparece 20 vezes menos que Jesus. Há duas vezes mais aparições de lideranças cristãs que de todas as outras religiões juntas.

Débora, que é professora da Universidade de Brasília (UnB), diz que a visão dos ateus é ainda pior nas lições dos livros didáticos analisados. “Não havia nenhuma representação positiva de pessoas ou grupos sem religião”, afirma.

Nas entrelinhas, segundo ela, os sem religião são relacionados a episódios violentos. Cita um exemplo da coleção Todos os Jeitos de Crer, da Editora Ática, de 2007. Na página 192 do volume 4, há um quadro que apresenta as ideias do filósofo Friedrich Nietzsche (que era ateu e, no século XIX, declarou a morte de Deus) e, na sequência, mostra uma foto de um campo de concentração nazista.

Preconceito

A diversidade sexual – especialmente a homossexualidade – ainda é um tema pouco explorado pelos livros didáticos de ensino religioso. Um único livro tratou do tema, demonstrando “julgamentos discriminatórios” de acordo com as autoras. No mesmo livro da coleção Todos os Jeitos de Crer, na página 156, há um quadro sobre o tema.

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O volume 4 da coleção Todos os jeitos de crer utiliza expressões como “desvio moral” e “doença física ou psicológica” para falar do homossexualismo

No texto, há expressões como “desvio moral”, “doença física ou psicológica”, “conflitos profundos” e “o homossexualismo não se revela natural” são usadas para se referir a quem se relaciona com pessoas do mesmo sexo. O quadro termina com a seguinte reflexão: “Se isso se tornasse a regra de conduta humana, como a humanidade se perpetuaria?”.

Débora também critica o tratamento dado às pessoas com deficiência. Segundo ela, os textos carregam estigmas no vocabulário e nas lições. “Deficiência não é uma tragédia pessoal, mas uma das muitas formas de habitar os corpos. A criança com deficiência não se vê representada nos livros de ensino religioso, senão como a negação de si pela bondade divina ou compaixão dos colegas”, afirmam as pesquisadoras.

Sem orientação

Para as pesquisadoras, a falta de orientações claras do Ministério da Educação sobre como devem ocorrer as aulas de ensino religioso e que conteúdos devem ser trabalhados com os estudantes é que abre espaço para esses problemas. Elas lembram que, nas outras disciplinas dos currículos escolares, o governo federal abriu mão de definir conteúdos.

“É importante, frente a esse cenário, que sejam definidos delineamentos claros quanto ao ensino religioso, especialmente em relação ao conteúdo, para que as escolas não sejam utilizadas como espaço para o proselitismo religioso”, ressalta Débora.

A oferta de ensino religioso nas escolas públicas do País é obrigatória. Os estudantes, no entanto, podem escolher se querem se matricular nas aulas ou não. Cabe a Estados e municípios definir o conteúdo a ser ministrado aos estudantes. Sem qualquer orientação do governo federal.

“Ao mesmo tempo em que o Brasil não adota nenhuma crença religiosa em particular, as religiões participam ativamente das instituições básicas do Estado”, comenta a antropóloga.

Produção

O iG entrou em contato com as editoras cujos exemplos de livros foram citados pelas autoras na obra Laicidade e ensino religioso no Brasil. João Batista Kreuch, responsável pela área editorial da Editora Vozes, afirma que todas as obras publicadas passam por uma avaliação inicial dos editores.

No caso dos livros que tratam de ensino religioso, seguem orientações gerais da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e das dioceses específicas. Por causa disso, ele admite que algumas obras ou coleções podem “tender mais para uma visão confessional ou não”.

“O que não faríamos é publicar um material sem conhecer seu conteúdo ou discordando dele, mas respeitamos a peculiaridade das diferentes instituições”, afirma Kreuch. Ele diz que as publicações na área religiosa seguem uma tendência intercultural e multicultural. “O objetivo das obras não é o proselitismo e sim o diálogo e a abertura aos valores de todas as tradições religiosas tradicionais”, garante.

As Editoras Ática e a Scipione não se pronunciaram sobre o assunto.

Trancado