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A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 13:42
por Aurelio Moraes
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Vista como "raivosa" por representantes da esquerda, a nova direita cresce com a crise do PT e age como se chegasse a sua vez

Direita, volver!

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DA ILUSTRADA

RAFAEL CARIELLO
DA REPORTAGEM LOCAL

De repente passou a ser bacana o sujeito, numa festa ou numa mesa de bar, rodopiar a taça de vinho e desfilar frases do tipo "essa canalha bolchevique do PT não sabe nem falar português", seguidas de elogios à atuação de George W. Bush no Iraque ou de incursões "teóricas" das quais a principal lição a ser retirada é que só é pobre quem quer.
Cada vez mais à vontade no país que se seguiu à estabilização monetária e, principalmente, ao tombo ético da administração petista, uma nova direita esbalda-se no Brasil de Luiz Inácio Lula da Silva.
Foi-se o tempo em que a direita parecia se concentrar sobretudo na economia -cujo "bunker" é a PUC do Rio, hegemônica na área desde o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Com rosto mais "cultural", na imprensa, articulistas como Diogo Mainardi, da revista "Veja", Reinaldo Azevedo, da revista-site "Primeira Leitura", e Nelson Ascher, desta Folha, encarnam a renovação da tendência. São as versões atualizadas de intelectuais como o "decano" Olavo de Carvalho [leia entrevista na página seguinte] ou de polemistas como José Guilherme Merquior (1941-1991) e Paulo Francis (1930-1997).
Antes "oprimida" pela hegemonia cultural de esquerda -vigente no país desde pelo menos a década de 60-, a nova direita foi crescendo em desembaraço e afetação à medida que a esquerda, golpeada por crises, enfiava o rabo entre as pernas e se via representada por figuras duvidosas, como as do PT, anacrônicas, como Fidel Castro, ou patéticas, como o presidente da Venezuela, Hugo Chávez (é preciso reconhecer que o material é estimulante).
Para o pesquisador do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) Marcos Nobre, identificado com a esquerda, o fenômeno "está apenas começando". Ele acredita que os novos arautos da direita se unem numa atitude "raivosa" e também num discurso sedutor. Mas é nas suas linhas mais sofisticadas, diz ele, representadas por nomes como o do economista Eduardo Giannetti, que mora o "perigo" maior.
Já para Reinaldo Azevedo, o perigo são os esquerdistas, que se mostram dispostos a sacrificar a legalidade, mesmo a democrática, em nome de um entendimento peculiar do que seja justiça social. "Eu fico com a legalidade. Nesses termos, eu seria da direita democrática". E acrescenta, provocando: "Se quiserem, no entanto, que eu defenda juros reais de 13% ao ano, podem tirar o cavalo da chuva. Essa direita é o Lula".
O poeta e tradutor Nelson Ascher, colunista da Folha, diz repelir rótulos ideológicos, mas considera que não é um equívoco ser chamado de "direita", se forem seguidas "as regras que aqueles que se denominam "de esquerda" usam para classificar opiniões diferentes". Para ele, "se a religião já foi apelidada de "o ópio do povo", o esquerdismo é o jeans da intelectualidade".
Marcos Nobre considera que o tom adotado por essa vertente revela uma espécie de identificação com o agressor. "Acho que eles apanharam tanto da esquerda, que dizem: "Agora é a nossa vez"." Ele vê nesse traço o reflexo de uma crença "revolucionária" da nova direita, que trataria de impor ao Brasil, pela primeira vez na história (segundo seu julgamento), um choque de capitalismo.
"A lógica é que eles se consideram a vanguarda de uma coisa nova no Brasil, que é o capitalismo. Por isso são tão raivosos", diz. Mas ele considera que há "um lado extremamente positivo, que é a consolidação da democracia. É uma direita que legitimamente pode mostrar sua cara."
A opinião é compartilhada em parte por João Cezar de Castro Rocha, professor de literatura comparada na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). "Trata-se de fenômeno positivo para o ambiente democrático. Afinal, durante décadas, houve uma hegemonia quase incontestada do pensamento de esquerda. Assim, bastava empregar o tom "adequado" para ser considerado um intelectual "engajado", portanto, na posição "correta'", diz.
Mas ele vê problemas com os argumentos dos novos direitistas. "Hoje o que vemos predominar são comentários raivosos e ressentidos, como se os casos de corrupção do PT legitimassem a pilhagem do Estado brasileiro realizada por décadas pelos partidos políticos conservadores. E o nível intelectual? Não há nenhuma comparação possível com o alto calibre de [Mario Henrique] Simonsen, Roberto Campos e [José Guilherme] Merquior."
Luiz Felipe de Alencastro, professor de história do Brasil da Universidade de Paris-Sorbonne, também de esquerda, concorda com Castro Rocha e Nobre ao considerar que o governo Lula foi responsável pelo fortalecimento desse discurso.
"Razões para criticar não faltam", diz Nobre. "A atuação raivosa vem de antes. Mas no governo Lula é sopa no mel. Mistura tudo, até preconceito de classe."
Castro Rocha é mais duro com os petistas. "Em medida maior do que talvez desejássemos, a força do discurso da direita é uma conseqüência direta da crise política, que é especialmente uma crise simbólica. Ora, se um partido como o PT pôde fazer o que fez, então como impor uma barreira ética à voragem histórica da direita brasileira?"
E Giannetti, o "perigoso"? De cara, o economista, professor do Ibmec São Paulo, rejeita toda classificação desse tipo. "Isso é um cacoete intelectual brasileiro -achar que vai desqualificar o pensador atribuindo a ele um rótulo. A minha disposição é discutir problemas e idéias. Não acho que dê para resumir a complexidade de um pensador reduzindo tudo a um rótulo."
Ele, no entanto, critica a esquerda. "No Brasil, todas as pessoas que eu conhecia se imaginavam de esquerda, revolucionárias, ultraprogressistas, e no entanto a realidade é essa que está aí. Acho que essa história de as pessoas se imaginarem de esquerda no Brasil é que é um tremendo auto-engano. É muito gostoso ficar posando de esquerdista e achando que está com as idéias mais avançadas da sua época. Muitos intelectuais brasileiros nutriram durante muito tempo essa fantasia."
"A esquerda no Brasil se confundiu muito com o populismo. Com a idéia de que existe um atalho indolor para o crescimento econômico."
A difusão de um novo discurso contrário à esquerda vai produzir mudanças no meio cultural? Reinaldo Azevedo gostaria, mas acredita que não. "Diretores de teatro e de cinema continuarão a pregar a revolução com o patrocínio da Petrobras, que nos arranca o couro com o seu monopólio, mas patrocina proselitismo ideológico para as classes médias mais ou menos intelectualizadas. No país em que se tem uma esquerda dessas, quem tem um olho logo vira direitista", diz.


Regime militar ainda é um estigma

DA REPORTAGEM LOCAL

A direita ameaça sair do armário, mas o problema é: com que roupa? Ainda é forte no país a percepção de que a farda militar de outros tempos lhe cai bem.
Mesmo seus mais notórios representantes traduzem essa dificuldade com a hesitação em assumir o rótulo. Embora a esquerda tenha forte tradição autoritária, décadas de regime militar no Brasil terminaram por criar uma relação quase automática entre direita e ditadura.
Não à toa, o filósofo Denis Lerrer Rosenfield [leia entrevista na página ao lado] repele a caracterização, para depois se dizer da "direita moderna". "As pessoas ficam identificando a direita com regime militar. Aí não dá, né?"
Um dos traços que unificam essa nova corrente, no entanto, é justamente a defesa das liberdades e dos direitos individuais. "Se ser de direita significa defender as liberdades, então sou de direita", diz Rosenfield. "E por liberdades quero dizer as liberdades políticas, de opinião, de expressão, econômica e direitos civis."
O colunista da "Veja" Diogo Mainardi acha difícil ser enquadrado na classificação de nova direita. Ele se diz apenas um antilulista. "Amolo o governo, só isso." O jornalista Reinaldo Azevedo, da revista-site "Primeira Leitura", embora aceite o rótulo "direita democrática", não quer ser confundido com uma direita genérica. O mesmo se aplica ao colunista da Folha Nelson Ascher.




Para o filósofo Olavo de Carvalho, é hora de criar uma alternativa partidária realmente conservadora no país
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"O povo brasileiro é maciçamente de direita"

LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Talvez a obra mais conhecida do filósofo Olavo de Carvalho, 58, seja a edição do site Mídia sem Máscara (http://www.midiasemmascara.org), há anos na rede para denunciar o que chama de "viés esquerdista da grande mídia brasileira".
Carvalho hoje escreve no "Diário do Comércio", órgão da Associação Comercial de São Paulo. Escreve à distância. Desde maio de 2005, mora em Richmond, a duas horas de Washington. É na capital americana que, duas vezes por semana, garimpa material para o livro "A Mente Revolucionária", em que pretende dissecar o pensamento moderno de esquerda. "Um grupo de empresários do Paraná me deu uma verbinha para eu terminar o livro", explicou.


Folha - O que aconteceu com a esquerda no Brasil?
Olavo de Carvalho - Para começar, eles criaram esse mito de que são santos, de que têm o monopólio da bondade humana. De repente, o Brasil inteiro vê que não é nada disso. É uma decepção tremenda, mas era óbvio que isso ia acontecer. Você não pode colocar um sujeito que é inteiramente analfabeto na Presidência, burro desse jeito, sem critério. Ele não sabe a diferença entre certo e errado, entre bem e mal, então é claro que ia ser essa sem-vergonhice.

Folha - A alternativa, então é...
Carvalho - O PSDB é que não é. O PSDB é um partido da Internacional Socialista que está comprometido com o globalismo de esquerda, com todos esses valores politicamente corretos. É a direita da esquerda. No Brasil, infelizmente, a política ficou reduzida a isso: uma luta entre a esquerda da esquerda e a direita da esquerda. Quem é conservador mesmo não se deixa enganar por PSDB.

Folha - Não há ninguém no PSDB que sirva?
Carvalho - Veja o Geraldo Alckmin. Ele aprovou uma lei que multa o rabino que ouse expulsar de sua sinagoga uma drag queen. Mesmo que ela tenha entrado lá só para provocar. Quem faz uma lei dessas não é conservador. É politicamente correto.

Folha - Como o senhor interpreta a versão petista de que é vítima de uma conspiração da direita?
Carvalho - O surgimento de um pensamento de direita, qualquer sinalzinho, já deixa esse pessoal aterrorizado: eles já se vêem todos na cadeia. Fica um negócio paranóico. Mas a verdade é que o pensamento conservador no Brasil ainda é uma raridade. Existiu em Joaquim Nabuco, em João Camilo de Oliveira Torres, em Minas Gerais, em Gilberto Freyre, em Pernambuco. Mas é pouca coisa. A tradição cultural do Brasil é toda de esquerda. Não há um movimento intelectual conservador. Eu acho que sou o primeiro cara que está tentando fazer isso.

Folha - Do jeito que o senhor está falando, parece que o Brasil é um paraíso da esquerda...
Carvalho - É até engraçado, porque o pessoal de esquerda vive dizendo que a burguesia cria seu aparato cultural e ideológico. Só que a esquerda convenceu a burguesia a financiar o aparato ideológico esquerdista. Durante a ditadura já era assim. As universidade eram todas de esquerda, as instituições culturais idem.

Folha - Será que a fraqueza do pensamento conservador não reflete a dificuldade de convencer alguém de que é bom conservar as coisas do jeito que são no Brasil?
Carvalho - O resultado do referendo sobre as armas, o apoio de parcela expressiva da população à pena de morte e outras indicações mostram que o povo brasileiro é maciçamente de direita no que se refere a cultura, moral, costumes. Mas, como só existem partidos de esquerda, acaba-se votando na esquerda. É hora de criar uma opção partidária de direita. Um verdadeiro partido conservador não tem de defender apenas o livre mercado, mas tem de defender um estilo de vida.


Folha - Qual seria o programa de um verdadeiro partido de direita no Brasil?
Carvalho - 1. Anticomunismo. Não queremos comunismo na América Latina. Tchau, tchau e bênção. Adeus, Fidel Castro; adeus, Hugo Chávez, não queremos nada disso; 2. Livre empresa e respeito à propriedade; 3. Moral judaico-cristã; 4. Educação clássica. As pessoas têm de ter os valores fundamentais da civilização; 5. A verdadeira liberdade de discussão. 50% a 50%. Equilíbrio entre as correntes.

:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


Folha - Como é repudiar o comunismo, Cháves e Fidel, e ser favorável a um equilíbrio entre as corrente de direita e esquerda?
Carvalho - Uma coisa é ser de esquerda, e outra coisa, bem diferente, é essa tradição marxista, comunista. Isso tem de acabar. Porque se trata de ideologia genocida, criminosa.





http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustr ... 200608.htm

Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 13:49
por Perseus
Conservador para que?

Temos de conservar o que nesse país?

"moral judaíco-cristã"? Atraso completo, vide Garotinho e Rosinha que estão a anos depredando o que restava do Rio de Janeiro.
Desviar recursos públicos destinados a limpar as praias da cidade para contratar ""professores"" de 'criacionismo' faz parte do programa de direita?

Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 13:55
por Claudio Loredo
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Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 13:57
por Aurelio Moraes
O Olaveco mais uma vez muito engraçado, ao falar de "valores judaicos-cristãos".... :emoticon12: :emoticon12:

Re: Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 14:08
por Acauan
Mr.Hammond escreveu:O Olaveco mais uma vez muito engraçado, ao falar de "valores judaicos-cristãos".... :emoticon12: :emoticon12:


Não confundam valores judaico-cristãos com religião e doutrina judaica ou cristã.

Os valores judaico-cristãos, junto com a cultura e filosofia grega e o civismo romano formaram as bases da civilização ocidental.
O Iluminismo Europeu apenas formatou digamos, tecnicamente, estes fundamentos na estrutura do Estado democrático laico.

Para quem não gostar, o Islã está aí.

Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 14:10
por Aurelio Moraes
Lembrando que O.C. é contra o estado laico...

Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 14:10
por Claudio Loredo


Em pleno inicio da era digital, ainda tem gente querendo viver de forma consevadora segundo os padrões da burguesia francesa do século XVII. Ainda bem que são minoria e o seus discursos de ódios e preconceitos não conseguem atingir a maioria da população que sabe que não tem nada a ganhar com o atraso e a volta ao passado.


Re: Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 14:14
por Acauan
Mr.Hammond escreveu:Lembrando que O.C. é contra o estado laico...


Você postou enquanto eu revisava a mensagem anterior, acrescentando que o Iluminismo Europeu apenas formatou tecnicamente os fundamentos pré-existentes na estrutura do Estado democrático laico.

Olavo de Carvalho, de fato, considera o Estado laico um projeto maçônico, cuja expressão máxima são os Estados Unidos da America.
Mas O.C. admira, e muito, os Estados Unidos.

Tenho minhas dúvidas se ele acredita na democracia representativa ocidental. Certos escritos dele dão a entender que a considera apenas um mal menor, muito melhor que o comunismo, claro, mas muito aquém da forma de governo que consideraria ideal, a qual não deixa bem claro qual é.

Re: Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 14:22
por Acauan
Claudio Loredo escreveu:

Em pleno inicio da era digital, ainda tem gente querendo viver de forma consevadora segundo os padrões da burguesia francesa do século XVII. Ainda bem que são minoria e o seus discursos de ódios e preconceitos não conseguem atingir a maioria da população que sabe que não tem nada a ganhar com o atraso e a volta ao passado.


Claudio,

Já lhe ocorreu a autocrítica de que o preconceito pode ser teu?

Será que todos os conservadores querem viver segundo os padrões da burguesia francesa do século XVII (citação que não entendi, já que a Revolução Burguesa naquele país se deu no fim do século seguinte)? E qual seria o discurso de ódio dos conservadores?

Não lhe ocorreu que você pode estar julgando a partir de estereótipos ideológicos?

Para sua reflexão, segue um texto do jornalista João Mellão, com o qual concordo plenamente.

Por favor, leia e comente.


Somos todos conservadores

João Mellão Neto - Artigo
O Estado de S. Paulo
25/2/2005


Em recentes declarações, Lula tachou os inescrupulosos madeireiros do Pará de "delinqüentes" e "conservadores" (sic). Delinqüentes dá para entender. Agora, "conservadores"... O que há de errado em alguém ser conservador?

Segundo o Aurélio, conservador é "aquele que conserva, aquele que é favorável à conservação da situação vigente, opondo-se a reformas ou mudanças radicais". Levando estas definições ao pé da letra, conservadora era a freira assassinada - ela queria "conservar" a floresta intacta, do jeito que sempre foi. Os madeireiros são tudo, menos conservadores. O intuito deles é o de derrubar tudo, promovendo mudanças radicais no meio ambiente...

Vamos dar um desconto ao presidente Lula. Ele não é o único a fazer confusão com os termos "conservador" e "progressista". Recorramos novamente ao dicionário: progressista é aquele que é favorável, adepto ou partidário do progresso.

No vocabulário político do passado, ser conservador implicava ser adepto da "direita" e ser progressista significava ser da "esquerda". O primeiro era intrinsecamente "mau" e o segundo era inerentemente "bom". A palavra "progresso" evocava naturalmente a idéia de "avanço" e de "evolução para melhor" e "conservador" trazia à mente a noção de "atrasado" e "retrógrado".

Muita gente fixou esses conceitos na cabeça e os repete, hoje em dia, sem saber exatamente sobre o que está falando.

A ideologia mais avançada, nos dias atuais, é o ambientalismo. A ecologia conta com um número sempre crescente de adeptos e desperta tantas paixões, na vanguarda intelectual e na juventude, quanto despertou o marxismo nos dois séculos passados. Ironicamente, o ambientalismo é uma visão de mundo nitidamente conservadora e antiprogressista e nem por isso é negativa, atrasada ou retrógrada. Os ambientalistas são conservadores por excelência, uma vez que seu intento é conservar as florestas, os rios e as culturas nativas. E são antiprogressistas, uma vez que o intuito é preservar o meio ambiente contra a devastação desenfreada imposta justamente pelos adeptos do progresso a qualquer custo.

Embora, na visão de Lula, "conservador" tenha o mesmo significado que reacionário, o fato é que o pensamento conservador tem raízes filosóficas bastante consistentes.

A pedra fundamental da filosofia conservadora é o que se pode chamar de o "teste do tempo". O passar do tempo é o melhor juiz do que é certo e do que é errado. O tempo é avassalador. Ele destrói modismos, idéias pseudo-inovadoras e conceitos equivocados. Só sobrevive ao tempo aquilo que é realmente bom, verdadeiro, benéfico e consistente.

Para os conservadores, o novo não é necessariamente melhor do que o antigo. Mudar nem sempre implica evoluir. O progresso, por si só, não é algo intrinsecamente positivo. As inovações, antes de ser adotadas, têm de passar pelo crivo do tempo. Se resistirem a ele, demonstram ser válidas. Se não sobreviverem, é porque não deveriam mesmo ser implementadas. Quantas vezes, na História, já se pregaram idéias revolucionárias que depois se mostraram inviáveis à sociedade? O fascismo, o comunismo, o movimento hippie - para citar alguns exemplos -, tudo isso, quando surgiu, parecia prenunciar o futuro da humanidade. Nada disso resistiu ao teste do tempo. Não se deve embarcar em aventuras, é a lição que a História nos dá. É esse o cerne do pensamento conservador.

O conservadorismo, no século 21, está em alta. Mesmo que seus adeptos não se entendam como tais. O vertiginoso avanço das ciências e da economia provocou em muitos essa reação.

O progresso implica globalização, destruição de ecossistemas, deslocamento das populações locais para os grandes centros, desagregação das famílias e extinção das culturas e dos valores das pequenas comunidades. Não apenas isso. As ciências criaram a agricultura transgênica, a clonagem humana e a engenharia genética a partir de embriões.

Contra tudo isso se levantam inúmeros movimentos sociais e organizações não-governamentais - como se viu, recentemente, no Fórum Social Mundial - que, embora se sintam na vanguarda da sociedade, são, na verdade, reações de cunho conservador. São contrárias à globalização, defendem a reafirmação dos usos e costumes locais, pregam a milenar agricultura orgânica e a imposição da ética como limitadora do avanço científico.

Nos dias atuais, os sinais se inverteram. Ser "da esquerda", agora, implica defender valores conservadores, enquanto ser "da direita" significa adotar a filosofia do progresso, ou seja, "progressista".

Por tudo isso, quando vejo Lula se levantar contra o que chamou de "conservadores", não sei realmente o que ele quer dizer.

Eu, de minha parte, me confesso dividido. Sou progressista na medida em que acredito no progresso, entendo a globalização com um fenômeno irreversível e acredito que os avanços científicos sempre resultaram e resultarão em benefícios para a humanidade.

Por outro lado, eu acredito em Deus, defendo os eternos valores cristãos, sou favorável à preservação do meio ambiente e, sobretudo, entendo que a família é, e sempre deverá ser, o alicerce da sociedade.

Nesses e outros tantos aspectos, eu sou um ferrenho conservador.

Você, que me lê, provavelmente também é.

E não há por que ter vergonha disso.


Re: Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 14:23
por Alter-ego
Acauan escreveu:
Mr.Hammond escreveu:Lembrando que O.C. é contra o estado laico...


Você postou enquanto eu revisava a mensagem anterior, acrescentando que o Iluminismo Europeu apenas formatou tecnicamente os fundamentos pré-existentes na estrutura do Estado democrático laico.

Olavo de Carvalho, de fato, considera o Estado laico um projeto maçônico, cuja expressão máxima são os Estados Unidos da America.
Mas O.C. admira, e muito, os Estados Unidos.

Tenho minhas dúvidas se ele acredita na democracia representativa ocidental. Certos escritos dele dão a entender que a considera apenas um mal menor, muito melhor que o comunismo, claro, mas muito aquém da forma de governo que consideraria ideal, a qual não deixa bem claro qual é.

Estranho, muito estranho.

Na verdade, eu duvido muito é que O de C tenha mesmo algo contra um estado laico. Me parece que ele diz isso apenas para se afirmar ante os grupos conervadores do catolicismo e do protestantismo, maiores representates da direita no país.
Não consigo imaginar que alguém que estude Astrologia 'tradicional', ou que creia numa doutrina hermética 'primordial', possa ter algo contra o pensamento maçônico...
É isso!

Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 14:31
por Aurelio Moraes
Lembrando que O.C é contra o ateísmo, é criacionista e acredita em "fenômenos espíritas".

Re: Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 14:33
por Acauan
Alter-ego escreveu:
Acauan escreveu:
Mr.Hammond escreveu:Lembrando que O.C. é contra o estado laico...


Você postou enquanto eu revisava a mensagem anterior, acrescentando que o Iluminismo Europeu apenas formatou tecnicamente os fundamentos pré-existentes na estrutura do Estado democrático laico.

Olavo de Carvalho, de fato, considera o Estado laico um projeto maçônico, cuja expressão máxima são os Estados Unidos da America.
Mas O.C. admira, e muito, os Estados Unidos.

Tenho minhas dúvidas se ele acredita na democracia representativa ocidental. Certos escritos dele dão a entender que a considera apenas um mal menor, muito melhor que o comunismo, claro, mas muito aquém da forma de governo que consideraria ideal, a qual não deixa bem claro qual é.

Estranho, muito estranho.

Na verdade, eu duvido muito é que O de C tenha mesmo algo contra um estado laico. Me parece que ele diz isso apenas para se afirmar ante os grupos conervadores do catolicismo e do protestantismo, maiores representates da direita no país.
Não consigo imaginar que alguém que estude Astrologia 'tradicional', ou que creia numa doutrina hermética 'primordial', possa ter algo contra o pensamento maçônico...
É isso!


Quem julga o pensamento de Olavo de Carvalho apenas por seus artigos em jornal tem uma versão truncada de suas opiniões mais profundas.

Estes artigos são, declaradamente, artifícios de militância, armas de sua cruzada pessoal contra o comunismo.

Uma compreensão mais ampla deste pensamento requer a leitura de seus livros e textos filosóficos, nos quais ele deixa claro que se opõe não apenas à política esquerdista, mas à supervalorização que o pensamento político tem na sociedade atual, em detrimento dos valores espirituais e intelectuais os quais considera que deveriam ter precedência.

E de fato ele é bastante dúbio com a Maçonaria, explicita discordância, mas evita explicitar oposição.
Quando Olavo de Carvalho evita explicitar oposição é porque aí tem...

Re: Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 14:36
por Washington
Claudio Loredo escreveu:

Ainda bem que são minoria e o seus discursos de ódios e preconceitos não conseguem atingir a maioria da população que sabe que não tem nada a ganhar com o atraso e a volta ao passado.



Minoria?

Volta? ao passado?

Quero crer que você não conhece o país e muito menos o povo brasileiro.

O esquerdismo politicamente correto não representa o povo brasileiro. O resultado do referendo, as pesquisas de opinião sobre pena de morte e trabalhos forçados para os bandidos que o digam.

O povo não se sente representado pela "elite bem-pensante", isso é fato.

O povo brasileiro é vítima de um conluio. De um lado grande parte da elite econômica ancorada no estado, vivendo de favores, o Estado cartorial brasileira parece estar ai para isso.

De outro esquerdistas, intelectuais, normalmente vivendo de uma sinecura do Estado, falando abobrinhas sobre a situação nacional, e trabalhando para que tudo fique como está ou pior. Um exemplo disso é a "dotora" que tem uma de suas falas transcrita na minha assinatura.

Re: Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 14:37
por Acauan
Mr.Hammond escreveu:Lembrando que O.C é contra o ateísmo, é criacionista e acredita em "fenômenos espíritas".


Ele é não criacionista, no sentido que os adventistas popularizaram do termo, como teoria pseudo-científica religiosa alternativa à Teoria da Evolução.

Para Olavo de Carvalho, a polêmica criacionismo x evolucionismo é intelectualmente miserável em ambos os lados do debate.

Obviamente ele é contra o ateísmo, mas duvido que seja o católico conservador que declara ser.

Nunca vi Olavo de Carvalho fazer referência a "fenômenos espíritas", pelo menos no sentido kardecista do termo.

Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 14:43
por Aurelio Moraes
Eu já vi, no orkut. Uma vez perguntei a ele. Disse que os fenômenos espíritas são reais.
Qualquer coisa pergunte você mesmo ao Olavo.
Perfil do Olaveco no orkut.

Ah, e antes que alguém pense, o perfil é real.
Qualquer dúvida, mandem um e-mail a ele.

Re: Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 14:50
por Acauan
Mr.Hammond escreveu:Eu já vi, no orkut. Uma vez perguntei a ele. Disse que os fenômenos espíritas são reais.
Qualquer coisa pergunte você mesmo ao Olavo.
Perfil do Olaveco no orkut.

Ah, e antes que alguém pense, o perfil é real.
Qualquer dúvida, mandem um e-mail a ele.


O Orkut não é a melhor referência neste caso (e em caso nenhum).
Olavo de Carvalho sequer considera o kardecismo uma religião digna de nota, dado que suas poucas citações a ela são pejorativas, com um óbvio tom de desprezo.
Isto vindo de alguém que é defensor incondicional da religião, não apenas a cristã, mas também do Islã e do Tao.

Re: Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 15:00
por Acauan
Acauan escreveu: Olavo de Carvalho sequer considera o kardecismo uma religião digna de nota, dado que suas poucas citações a ela são pejorativas, com um óbvio tom de desprezo.


Um exemplo:

Olavo de Carvalho escreveu:A Nova Era e a Revolução Cultural.

A Origem das Espécies é de 1859. Herbert Spencer, nos seus Primeiros Princípios, publicados em l862, amplia o alcance das idéias evolucionistas, fazendo delas um princípio sociológico. Paralelamente, ocultistas como Allan Kardec e Madame Blavatski pegam no ar o termo "evolução" e lhe dão um sentido místico, ou misticóide: já não são somente os anfíbios que evoluem em répteis, e estes em mamíferos; são as almas desencarnadas que, no outro mundo, evoluem em "seres de luz", subindo na escala cósmica enquanto os macacos descem das árvores.

Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 15:03
por Aurelio Moraes
Acauan, se você duvida que ele respondeu isso e/ou que ele realmente esteja no orkut, entre em contato com o O.C através do e-mail dele e pergunte se ele está no orkut.
olavo@olavodecarvalho.org

http://www.olavodecarvalho.org

Se o próprio Olavo de Carvalho considerou que alguns fenômenos espíritas são reais, o fato de ter sido no orkut é irrelevante.

Ele até pode ser contra o kardecismo em si.
Mas eu perguntei o que ele achava do espiritismo e de Chico Xavier.
Ele respondeu:
"Os fenômenos espíritas, ao menos alguns, são reais.".

Aproveite e pergunte o que ele acha dos fenômenos espíritas e/ou do espiritismo.

Ele até acompanha a comunidade que sacaneia ele, a "O.C. nos odeia". Escreveu um artigo paranóico criticando a comunidade.
Veja:
http://www.olavodecarvalho.org/semana/051226dc.htm

Re: Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 15:14
por Washington
Mr.Hammond escreveu:Acauan, se você duvida que ele respondeu isso e/ou que ele realmente esteja no orkut, entre em contato com o O.C através do e-mail dele e pergunte se ele está no orkut.
olavo@olavodecarvalho.org

http://www.olavodecarvalho.org

Se o próprio Olavo de Carvalho considerou que alguns fenômenos espíritas são reais, o fato de ter sido no orkut é irrelevante.

Ele até pode ser contra o kardecismo em si.
Mas eu perguntei o que ele achava do espiritismo e de Chico Xavier.
Ele respondeu:
"Os fenômenos espíritas, ao menos alguns, são reais.".

Aproveite e pergunte o que ele acha dos fenômenos espíritas e/ou do espiritismo.

Ele até acompanha a comunidade que sacaneia ele, a "O.C. nos odeia". Escreveu um artigo paranóico criticando a comunidade.
Veja:
http://www.olavodecarvalho.org/semana/051226dc.htm


O Ad Hominen é uma clássica saída pela esquerda.

Pouco, ou melhor, nada interessa se o OC é bicha ou torce botafogo, o fato é que o esquerdismo está nu... e é muito feio.

:emoticon12:

Re: Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 15:16
por Acauan
Mr.Hammond escreveu:Acauan, se você duvida que ele respondeu isso e/ou que ele realmente esteja no orkut, entre em contato com o O.C através do e-mail dele e pergunte se ele está no orkut.
olavo@olavodecarvalho.org

http://www.olavodecarvalho.org

Se o próprio Olavo de Carvalho considerou que alguns fenômenos espíritas são reais, o fato de ter sido no orkut é irrelevante.

Ele até pode ser contra o kardecismo em si.
Mas eu perguntei o que ele achava do espiritismo e de Chico Xavier.
Ele respondeu:
"Os fenômenos espíritas, ao menos alguns, são reais.".

Aproveite e pergunte o que ele acha dos fenômenos espíritas e/ou do espiritismo.

Ele até acompanha a comunidade que sacaneia ele, a "O.C. nos odeia". Escreveu um artigo paranóico criticando a comunidade.
Veja:
http://www.olavodecarvalho.org/semana/051226dc.htm


Aurélio,

Qualquer um pode dizer "Os fenômenos espíritas, ao menos alguns, são reais."
É uma frase que não compromete ninguém com absolutamente nada.

Re: Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 15:17
por Samael
Acauan escreveu:
Mr.Hammond escreveu:O Olaveco mais uma vez muito engraçado, ao falar de "valores judaicos-cristãos".... :emoticon12: :emoticon12:


Não confundam valores judaico-cristãos com religião e doutrina judaica ou cristã.

Os valores judaico-cristãos, junto com a cultura e filosofia grega e o civismo romano formaram as bases da civilização ocidental.
O Iluminismo Europeu apenas formatou digamos, tecnicamente, estes fundamentos na estrutura do Estado democrático laico.

Para quem não gostar, o Islã está aí.


Aproveitando o seu excelente tópico postado acima, Gavião, acho que esse ideário do Olavo mas se assemelha a uma doutrina do que a um princípio...

Re: Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 15:25
por Acauan
Samael escreveu:Aproveitando o seu excelente tópico postado acima, Gavião, acho que esse ideário do Olavo mas se assemelha a uma doutrina do que a um princípio...


Olavo de Carvalho é contraditório demais para ser doutrinário.

Re: Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 15:27
por Samael
Washington escreveu:
Mr.Hammond escreveu:Acauan, se você duvida que ele respondeu isso e/ou que ele realmente esteja no orkut, entre em contato com o O.C através do e-mail dele e pergunte se ele está no orkut.
olavo@olavodecarvalho.org

http://www.olavodecarvalho.org

Se o próprio Olavo de Carvalho considerou que alguns fenômenos espíritas são reais, o fato de ter sido no orkut é irrelevante.

Ele até pode ser contra o kardecismo em si.
Mas eu perguntei o que ele achava do espiritismo e de Chico Xavier.
Ele respondeu:
"Os fenômenos espíritas, ao menos alguns, são reais.".

Aproveite e pergunte o que ele acha dos fenômenos espíritas e/ou do espiritismo.

Ele até acompanha a comunidade que sacaneia ele, a "O.C. nos odeia". Escreveu um artigo paranóico criticando a comunidade.
Veja:
http://www.olavodecarvalho.org/semana/051226dc.htm


O Ad Hominen é uma clássica saída pela esquerda.

Pouco, ou melhor, nada interessa se o OC é bicha ou torce botafogo, o fato é que o esquerdismo está nu... e é muito feio.

:emoticon12:


Talvez. Mas eu evito entrar nesse tipo de debate porque as próprias concepções de "esquerda" e "direita" são bem arbitrárias.

Um bom exemplo disto é que o próprio Karl Marx tratava a natureza como "uma força a ser controlada em prol da humanidade" ao passo que atualmente as correntes anticapitalistas e "ecológicas politicamente corretas" andam de braços dados...

Mas eu não entendi esta do esquerdismo estar "nu". Tanto o "esquerdismo" quanto o "direitismo" são valores inexistentes à classes brasileiras, a não ser por uma minúscula elite de intelectuais, que se dividem nestes ramos. O Brasil segue é um ideário de classe média, quase instintivo, que conserva tanto valores retrógrados, como o populismo barato, quanto mitos antigos que ainda servem de baluarte para a argumentação política, como o fora FMI das esquerdas mais radicais e menos intelectualizadas.

De minha parte, odeio fórmulas prontas e regras gerais para se dizer o que é certo a se fazer em cada situação...e ainda acho mais feio o ideário direitista do que esse "nu" esquerdista.

Re: Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 15:30
por Samael
Acauan escreveu:
Samael escreveu:Aproveitando o seu excelente tópico postado acima, Gavião, acho que esse ideário do Olavo mas se assemelha a uma doutrina do que a um princípio...


Olavo de Carvalho é contraditório demais para ser doutrinário.


Ora, pois, e a maioria das doutrinas não são contraditórias? :emoticon13:

Mas no que eu concordo plenamente contigo é que nem ao menos uma doutrina liberal estabelecida à priori o mestre Olavo segue...ele é um "direitista exótico",se é que eu posso alcunhá-lo desta forma.

Re: Re.: A direita sai do armário

Enviado: 15 Fev 2006, 15:36
por Acauan
Samael escreveu:
Acauan escreveu:
Samael escreveu:Aproveitando o seu excelente tópico postado acima, Gavião, acho que esse ideário do Olavo mas se assemelha a uma doutrina do que a um princípio...


Olavo de Carvalho é contraditório demais para ser doutrinário.


Ora, pois, e a maioria das doutrinas não são contraditórias? :emoticon13:

Mas no que eu concordo plenamente contigo é que nem ao menos uma doutrina liberal estabelecida à priori o mestre Olavo segue...ele é um "direitista exótico",se é que eu posso alcunhá-lo desta forma.


As doutrinas em geral não são contraditórias porque criam sua própria lógica, que se torna a única que os doutrinados seguem.
Vide o Fundamentalismo Cristão.

Olavo de Carvalho talvez não seja nem um direitista, no sentido usual do termo.
Seu conservadorismo é quase de origem mística, ele acredita que as antigas tradições são uma ligação do homem atual com Deus mantida através dos tempos.

Nem Milton Friedman foi tão longe.