O Pós-Vida
Enviado: 15 Fev 2006, 16:18
O PÓS-VIDA: Através dos olhos de
Crianças que reivindicam lembrar-se de vidas anteriores
por Kirti Swaroop Rawat e Titus Rivas
Resumo
Um dos mais antigos e bem conhecidos casos documentados de crianças que alegam lembrar de uma vida passada, é o de Shanti Devi (estudado por K. O Rawat), que também inclui declarações sobre suas experiências depois da morte e antes da sua reencarnação. Alguns casos mais recentes são discutidos, incluindo casos publicado pelo Dr. Ian Stevenson e vários casos holandeses (estudados por Titus Rivas).
A literatura disponível parece sugerir que as Experiências de Quase-Morte poderiam em mais de um aspecto serem confirmadas por memórias de um período de intervalo entre duas encarnações, e também por memórias pré-natais em geral. A evidência no campo de estudos de sobrevivência parece ser convergente. Por esta razão, os autores realçam a necessidade para mais pesquisa sobre possíveis memórias de um pós-vida entre crianças jovens.
Palavras-chave: Experiências de Quase-Morte, reencarnação, memórias de um período de intervalo, pré-natal, crianças.
Apresentação
Tem havido muitas e variadas abordagens em direção ao entendimento da vida além da morte. Estas incluem introspecções intuitivas ou religiosas, exercícios lógicos ou filosóficos e estudos empíricos ou científicos (Ducasse, 1974; LeShan, 1974; Vivekananda, 1935). Os parapsicologistas ou cientistas intelectuais tentaram avaliar as comunicações mediúnicas, Visões no Leito de Morte e Experiências de Quase Morte (NDEs) (Gauld, 1983; Barrett, 1926; Osis & Haraldsson, 1977; 1977a Moody, 1977b; Holck, 1978; Sabom & Kreutziger, 1977a, 1977b; Sabom, 1971, 1982, 1998; Greyson, B. & Stevenson, I., 1980; Noyes, 1972, 1979; Ring, 1980; Lommel et al, 2001; Rivas, 2003b). No presente artigo exploratório nós tentamos propor mas com outra abordagem, i.e. a compreensão da vida entre a morte e a reencarnação da perspectiva de casos sugestivos de reencarnação. Algumas crianças alegam ter memórias de um estado intermediário entre a morte e o renascimento que parece assemelhar-se a Experiências de Quase-Morte e é nosso objetivo primário chamar mais a atenção acadêmica a esta assertiva interessante. Nós também indicaremos a existência de memórias pré-natais sem recordação consciente de uma vida prévia na terra.
Shanti Devi
Na década de 1930 quando a idéia de vidas sucessivas não era compartilhada pela elite educada, o caso de Shanti Devi, uma menina de Délhi de 9 anos de idade atraiu muita atenção pública por toda a Índia e logo as notícias viajaram por toda a parte no mundo (Rawat, 1997). Pela primeira vez na história, um comitê de quinze pessoas ,incluindo jornalistas, foi constituído para investigar a veracidade das declarações feitas pela menina, alegando ser uma Chouban (membro da família de Choubey) de Mathura na vida passada. Mathura, um povoado a 145 quilômetros de Délhi, nunca tinha sido visitado pela menina nem por seus pais. Espiritualistas e racionalistas, cientistas e leigos visitaram Délhi e Mathura ou para investigar imparcialmente ou para apoiar suas crenças religiosas ou para expor inteiramente o que eles viam como uma fraude. Um certo crítico, Sture Lönnerstrand, veio direto da Suécia para expor a ‘fraude' do caso. Depois que completar suas investigações ele emitiu a declaração: ‘Este é o único plenamente explicado e comprovado caso de reencarnação que já existiu.” (Hunt, 1971.)
Shanti Devi estava numa família de classe média de Délhi no dia 11 de dezembro de 1926. Ela era exatamente como qualquer outra menina normal, com exceção de que até a idade de quatro anos ela não falou muito. Desde a idade de quatro anos, quando começou a falar, ela deixou de ser uma menina normal e seu comportamento mudou bastante. Começou a falar sobre o seu ‘marido' e ‘crianças’. Ela repetidamente descrevia seu lar e a loja do seu marido em Mathura. Disse que ela era uma Chouban (membro da família de Choubey) de Mathura e seu nome era Lugdi. Falava da comida e dos vestidos que ela apreciava numa vida anterior. Seus pais ignoraram-na, mas ela persistiu. Seus pais ficaram embaraçados mas ela insistiu numa visita a Mathura. Por cinco anos seus pais tentaram distrair sua mente mas sem resultado. Por fim, um tio-avô compassivo veio a sua ajuda. Pediu que desse-lhe o nome e o endereço do ‘marido' dela em Mathura. Um amigo, Lala Kishan Chand, escreveu uma carta para o endereço dado pela menina. Logo veio uma resposta, atestando que as declarações da menina estavam substancialmente corretas. Foi sugerido que um parente de Choube Kedar Nath, Pt. (Pundit) Kanji Mal de Délhi fosse permitido entrevistar a menina. Uma entrevista foi assim organizada. Shanti Devi informou corretamente ter reconhecido Pt. Kanji Mal como o primo mais jovem de seu suposto marido. Deu respostas convincentes às perguntas feitas a ela por Pt. Kanji Mal. “Depois desta conversa”, escreveu, “fiquei convencido que a menina era realmente minha própria parente, agora personificada em outro corpo.” No dia 13 de novembro de 1935, Kedar Nath Choubey, junto com sua terceira esposa (teve uma antes de Lugdi) foi à casa de Shanti Devi em Délhi. Shanti Devi reconheceu seu marido e expressou sua afeição maternal em direção ao seu filho Nitlal que era agora seu ancião. Desatou a chorar e soluçou por cerca de uma hora. Tarde da noite Kedar Nath Choubey levou Shanti Devi a um quarto separado, e fez algumas perguntas íntimas. Ficou satisfeito com suas respostas e desatou a chorar.
Shanti Devi continuou a insistir numa visita a Mathura. Adicionou muitos mais detalhes sobre sua casa e outros acontecimentos relacionados a sua vida anterior. No dia 24 de novembro de 1935, foi levada a Mathura pelo comitê de quinze eminentes pessoas designadas no conselho de Mahatma Gandhi para investigar a veracidade das alegações feitas pela menina. Ela foi: “mantida sob observação próxima e todos os seus movimentos e observações foram cuidadosamente anotados” pelo comitê. Shanti Devi é informada ter reconhecido um número de pessoas, respondeu todo o inquérito feitos a ela e reconheceu lugares significativos ligados a ela na vida passada.
Em fevereiro de 1936, Shri Bal Chand Nahata, um racionalista e firme descrente, interrogou a Shanti Devi e algumas pessoas relacionadas. Publicou seu relatório na forma de um livreto pequeno em Hindi intitulado Punarjanma Ki Parayyalochana. Conclui seu breve estudo por dizer: “Qualquer material que veio antes de nós, não nos garante concluir que Shanti Devi tem ‘recordações de vidas anteriores nem que este casos prova reencarnação ” (Nahata, sem data). O Dr. Indra Sen (1938), um eminente filósofo, logo escreveu um artigo completo em resposta a este livro. Nisto, ele escreveu, “é estranho notar que em tão pouco material assim reunido ele confiantemente tenha escrito o relatório e tirado conclusões e as tenha publicado na forma de um livro.” O Dr. Indra Sen também tinha feito um estudo detalhado do caso. Levou Shanti Devi a Mathura e para Brindaban e “testou suas memórias em novos pontos.” Em abril de 1939 conseguiu a cooperação de um hipnólogo e, “tentou receber suas recordações de sua vida anterior num estado hipnótico.” O Dr. Sen escreveu, “eu estou confiante que Shanti tem certas memórias que não são de ‘aqui e agora’.”
Em julho de 1939 Sr. Sushil Bose interrogou Shanti Devi e seu pai em Délhi e Kedarnath Choube em Mathura. Informou as entrevistas em detalhes completos, mas não expressou a própria opinião nem comentários sobre o caso. Bose também interrogou Shanti sobre suas experiências entre sua morte na sua vida anterior e sua reencarnação atual (Bose, 1952). Viremos a isso logo.
Em 1961 o Dr. Ian Stevenson (1974a, 1974b, 1977, 1978, 1983, 1987) também estudou as fontes para este caso. Escreve que “ os registros disponíveis a mim indicam que Shanti Devi fez ao menos 24 declarações de suas memórias que combinaram com os fatos verificados.”
Um de nós, o Dr. K. S. Rawat, entrevistado Shanti Devi no dia 3 de fevereiro de 1986, e em 30 de outubro de 1987. Tinha registrado sua primeira entrevista com Shanti Devi num áudio-cassette e o segunda e o terceiro encontro foram registrados num vídeo-cassette.
Shanti Devi sobre o Pós Vida
O caso de Shanti Devi é significativo de várias formas. Mas no presente contexto suas importância reside no fato que Shanti Devi narrou detalhes consideráveis sobre o intervalo entre o momento da morte do Lugdi e seu renascimento subseqüente.
Inúmeros artigos, monografias e livros relacionam estes detalhes, mas nós os apresentaremos apenas das fontes nós consideramos autênticas. Estas são:
O livreto do Sr.B.C Nahata. O relatório do teste hipnótico. Uma monografia por Sushil Bose. O áudio registrando a entrevista com Shanti Devi. O vídeo registrando a entrevista com Shanti Devi.
O Sr. Nahata interrogou Shanti Devi no dia 22 de fevereiro de 1936. Os trechos relevantes (traduzidos do Hindi) são como se segue:
Pergunta: Conta-nos: o que experimentou no período de morte?
Resposta: Fumaça. Três homens usando roupas amarelas. Fui com eles até o terceiro avião. Ao quarto fui só.
P: O que viu aí?
R: Há santos (Sadhus) em todos os três lugares.
P: O que viu no quarto local?
R: Krishanaji sentava-se num trono. (O sufixo –ji expressa veneração.)
P: O que mais havia aí?
R: Na frente, há um santo.
P: Ele tinha qualquer barba ou tranças longas no cabelo?
R: Tinha uma barba branca. Há muitos santos.
P: O que mais havia aí?
R: Krishana ji tinha um papel na sua mão e lia dele.
P: O que lia?
R: Eu não sei sobre o que era, mas sei que ele leu – Casa Numero565 (O Número da casa que Shanti Devi reside estes dias é 565)
P: O que aconteceu então?
R: Retornei a uma cabina escura.
P: Estavam essas três pessoas com você enquanto retornou?
R: Não.
P: O que há em seu caminho?
R: Escadarias de ouro e prata.
P: Ficou com fome no local escuro?
R: Não, eu não senti qualquer fome ou sede.
Uma prova hipnótica foi conduzida em 13 de abril de 1936. O hipnotista era o Sr. Jagdish Mitra. O Dr. Indra Sen estava presente durante a sessão. O Prof. Begg tomou notas. Os trechos relevantes do relatório do prof. Begg são como se segue:
Menina: Lugdi está morta. Agora Lugdi levanta-se de sua cama.
Hipnotista: Lugdi levanta-se ou sua alma? O corpo já está morto.
Menina: Sim, o corpo está na cama. Sua alma levanta-se. Haviam quatro homens usando roupas de baixo amarela. Têm tronos também. E há três santos em roupas pretas, brancas e azuis. (Devo admitir que esta posição do que Lugdi disse não era claramente audível a mim).
Menina: Agora Lugdi alcançou Deus. Tinha um talão [documento oficial de um acordo] em mãos. Mostra o talão a Deus. Pessoas más choram…
Hipnotista: O que Lugdi faz agora?
Menina: Agora Lugdi desce as escada de ouro e prata agora.
O Sr. Sushil Bose interrogou Shanti Devi em 25 e 26 de julho de 1936. Sua monografia, intitulada: Um caso de Reencarnação, foi publicada em 1952 e está em inglês. Sr. Sushil Bose não menciona a linguagem em que a entrevista originalmente foi feita (presumivelmente estava em Hindi, porque Shanti Devi,cuja língua mãe era Hindi, não podia conversar em qualquer outra linguagem) nem sabemos de que modo que o Sr. Bose tomou notas das entrevistas. Os trechos relevantes de sua monografia são como segue:
Pergunta: lembra-se de como sentiu-se no período de morte?
Resposta: Sim, logo antes de morrer eu senti uma escuridão profunda e depois da morte eu vi uma luz deslumbrante. Ali mesmo soube que eu tinha saído do meu corpo numa forma vaporosa e que movia-me para cima…. Via que quatro homens em mantos de açafrão tinham vindo a mim… Todos os quatro pareciam ser adolescentes e sua aparência e vestido eram muito brilhantes… puseram-me numa vasilha e me carregaram…. Tinha aproximadamente nove ou dez polegadas de largura e era retangular na forma…
P: Você não perguntou-lhes qualquer coisa sobre o rio?
R: Quando perguntei disseram que aqueles que aspiraram para uma vida mais alta sinceramente, mas que tinham se entregue aos prazeres mundanos nesta vida, foram imersos no rio antes de irem para algo mais elevado. Levaram-me… ao quarto local.
P: Há qualquer lugar para passar a noite?
R: Não, não há nenhuma casa ou moradias. Tudo é espaço aberto. …Chegando no quarto local eu vi que havia ainda mais santos, mais brilhante na aparência que aqueles no terceiro avião. E no meio deles, sentado em um enorme trono deslumbrante estava o senhor Krishna [um dos mais populares deuses Hindu]. Mostrava a cada pessoa um registro de suas atividades na terra, boas e más, e assim o que seria sua condição no futuro.
P: O que aconteceu então?
R: Então essas pessoas, que me tinham carregado, levaram-me a um lugar semelhante a uma escadaria que era muito brilhante. Fiquei sentada aí.
P: Há qualquer coisa como escuridão ou luz aí?
R: Não, nada como luz nem escuridão. Tudo estava pleno de luz. Estava sempre de dia e a luz, muito suave, tranqüilizante e viva luz.
P: Tinha noção de tempo? Pode dizer quanto tempo permaneceu aí?
R: Não, eu não posso dizer quanto tempo permaneci aí. Eu não tinha nenhuma noção de tempo.
P: Você sentiu que havia qualquer avião mais alto de onde estavam?
R: Sim, observei e senti que havia um lugar mais alto mas eu não posso dizer coisa alguma sobre ele. Eu … no quarto avião, perto do trono do Senhor Krishna, eu vi um com uma barba longa.
P: O que finalmente aconteceu?
R: Depois de permanecer na escadaria durante muito tempo eu fui levada a um lugar escuro, em que um aroma muito ruim saía de todos os lados. Fizeram-me deitar num lugar limpo aí.
P: Sentiu qualquer dor no período de morte? Viu qualquer coisa naquela época?
R: Eu não senti qualquer dor. Eu simplesmente passei por um estado de inconsciência, e em que a cada momento eu via uma luz muito brilhante.
Junto com o Dr. Stevenson e o Dr. Pasricha, o Dr. Rawat interrogou Shanti Devi em sua residência em Délhi no dia 3 de fevereiro de 1986. A entrevista foi em inglês. Os trechos relevantes são como se segue:
Shanti Devi: antes de minha morte, eu vi uma luz deslumbrante. …. Muito deslumbrante. Quatro pessoas, rapazes muito bonitos, com grandes peças de roupa amarelas. Vieram com um uma embarcação e um tipo de roomal [lenço] ou como você queira chamá-lo. De repente, luz saiu do corpo que eu estava e esta luz foi posta nesse navio e fui levada para cima, para cima e para cima…
Então outra vez estas quatro pessoas vieram e me puseram no navio. Eles então descenderam-me uma escadaria muito brilhante e então eu entrei numa cabina escura.
Dr. Rawat: Quem olhava os seus atos neste vida como Lugdi o Senhor Krishna ou Chitragupta? [na crença Hindu, o gravador dos vícios e das virtudes de homens. Chitragupta é o juiz que envia os homens ao céu ou para o inferno.]
Shanti Devi: Chitragupta.
Mais tarde, no dia 30 de outubro de 1987, quando o Dr.Rawat outra vez entrevistou Shanti Devi (desta vez, sozinho), ela mencionou um rio e as aparências das almas presentes no quarto avião, além dos vários detalhes que ela tinha dado previamente. Esta entrevista foi registrada num vídeo-cassete:
Shanti Devi: Levaram-me para cima. Há um rio. Estava bastante limpo e puro como leite.
Sobre a aparência das almas ela disse: “eram como chamas em lâmpadas. ”
Dos dados relatados acima, algumas características salientes emergem:
Não há dor no período de morte.
Experiência de escuridão profunda no período de morte.
Visão de uma luz deslumbrante.
Saída do corpo (físico) em forma vaporosa.
A vinda de três ou quatro pessoas jovens usando vestimentas amarelas ou açafrão.
Embarque num navio quadrado ou retangular.
O sentimento de subir mais e mais.
Ver um jardim extremamente belo no caminho para cima.
Passar por um rio.
Atravessar três aviões, finalmente tomando o quarto.
A ausência de um espaço aberto no quarto avião.
A ausência de qualquer noção de tempo no quarto avião.
A presença de santos em todos os quatro aviões.
A presença de uma entidade brilhante (religiosa) no quarto avião.
A leitura de uma revisão das ações terrestres no quarto avião.
A leitura de uma revisão das ações na vida terrestre por esta entidade religiosa.
Colocada numa escadaria de prata (e ouro), que era muito brilhante, em que desciam novamente, as mesmas pessoas que subiram por ela.
Voltando para uma cabina escura.
Nenhum sentimento de fome ou sede na cabina escura.
Embora em anos recentes uma nova onda de experiências próximas da morte foi estimulada pela publicação dos livros do Dr. Raymond A Moody Life After Life e Reflections on Life after Life em 1977, pessoas em muitas culturas relacionaram experiências semelhantes com o passar dos séculos. Frederick H. Holck (1978) achou numerosos exemplos de experiências semelhante a NDEs na religião e no folclore. Descobriu quatro semelhanças entre a nova onda de NDEs e relatórios anteriores:
A experiência de sair um corpo acompanhada pelo sentido de ter um corpo “espiritual”.
Um encontro ou a reunião com amigos mortos e antepassados.
Uma experiência com uma luz de brilho deslumbrante.
O descobrimento de uma linha divisória ou fronteiriça entre ambos os mundos da experiência.
Nos relatórios da narração de Shanti Devi nós não achamos qualquer menção de um “encontro ou reunião com amigos mortos e antepassados”, mas topamos com sua experiência da saída de seu corpo numa forma vaporosa, e de cruzamento ‘deste' mundo e ascensão ao mundo ‘além'. A experiência de uma “luz de brilho deslumbrante” foi realçada inequivocamente. Sua experiência de ‘escuridões' imediatamente depois da morte pode ser comparada com a experiência de um ‘túnel escuro' narrada por indivíduos tendo um contato muito próximo com a morte. Semelhantemente, o retorno à “cabina escura” antes do nascimento pode significar a entrada no ventre da mãe.
Infelizmente, muito pouca, se qualquer, informação adicional é encontrada nos 561 casos sugestivos de reencarnação nos arquivos do Dr. Rawat, para maior exposição e comparação. Talvez necessitemos ser mais vigilantes quando investigarmos casos sugestivos de reencarnações.
Os casos estudados pelo Dr. Ian Stevenson
O Dr. Ian Stevenson achou casos mais recentes de memórias de um estado intermediário ou período de intervalo entre vidas, que inclui memórias de um vida futura. Em seu Children who remember previous lives (1987) fala que: “A recordação de acontecimentos terrestres intermediários ocorre esporadicamente nos casos de todas as culturas,” p. 172. E “Memórias deste tipo são extremamente raras nos casos da maioria das culturas mas freqüentemente ocorre entre os casos de Birma e Tailândia,” p. 286.
Sobre o conteúdo destas memórias ele declara: “O acontecimento de que o indivíduo alega mais tarde ter conhecimento é freqüentemente o enterro ou algumas características do enterro da pessoa morta cuja vida ele se lembra,” p. 172. Algumas crianças alegam que permaneceram presas ao lugar onde morreram e mencionam árvores em que elas teriam morado. Algumas delas dizem que observaram parentes ou amigos da vida anterior durante seus negócios terrenos ou seguiram sua futura mãe a sua casa. Em alguns dos casos de Stevenson, tais como de Veer Singh (Stevenson, 1974b), há mesmo evidência de algum tipo de comunicação depois da morte com membros da família precedente ou futura por anúncios e sonhos de despedida ou assombrações, e mesmo interações psicocinéticas com o mundo físico lembrando certos casos de poltergeist.
Aqui estão alguns exemplos de casos estudados por Ian Stevenson que lembram-nos de NDEs:
Um rapaz tailandês, Chanai Choomalaiwong (Stevenson, 1997, p. 313), lembrou: “eu não sei quem atirou em mim, porque me atiraram pelas costas. Eu não estava consciente quando morri. Depois de tudo, senti minha alma saindo do corpo. Posso me ver saindo no chão. As minhas pernas ainda se contraíam. Meu sangue corria na estrada.”
Uma menina indiana, Sunita Khandelwal (Stevenson, 1997, p. 484), afirmou: “Subi. Há um baba (homem sagrado) com uma barba longa. Verificou meu registro e disse: “Envie-a de volta.” Havia algumas salas lá. Vi a casa de Deus. É muito amável. Você não sabe tudo que existe lá.” Em outra ocasião Sunita observou: “Quando caí de uma pequena altura, eu recebi uma marca, mas quando fui jogada da grande altura [querendo dizer da casa de Deus] eu não recebi nenhum marca ”
Outra menina indiana, Santosh Sukla (Stevenson, 1997, p. 556), disse que depois de moribunda foi levada por quatro pessoas a um rio e foi imersa nele. Chorou, e então foi levada a uma aldeia onde havia muitas árvores de fruta e jardins. Havia uma pessoa aí em roupas amarelas sentando-se numa cama de madeira. Sentou-se, contra um pilar e permaneceu [por algum tempo]. Havia muitas pessoas aí, e elas selecionavam frutas e as comiam; mas ela apenas observava estas pessoas. Então lhe perguntaram se comeria; aceitou e deram-lhe algumas frutas. Permaneceu aí durante um ano e renasceu.
Um rapaz turco, Celal Kapan, descreveu acontecimentos imediatamente depois de sua morte na vida anterior, tal como o transporte do seu corpo numa ambulância e um médico declarando-o morto. Ele também mencionou a lavagem do seu corpo morto e seu enterro. (Stevenson, 1997, p. 1703).
Ma Par, uma menina burmesa, alegou lembrar uma vida como um aviador britânico cujo avião bateu. Disse que foi enterrada junto com o piloto do avião que bateu. Depois de sua morte ela pensou em sua família na Inglaterra e foi a eles. No entanto, o “Rei da Morte” não a permitiu permanecer aí e retornou ao país onde foi morta, Burma. Foi uma segunda vez à Inglaterra, mas outra vez retornou a Burma e “recebeu ordem para renascer” (Stevenson, 1997, 1812).
Casos ocidentais
Stevenson achou relativamente poucos casos indianos com memórias de um período de intervalo, e, como mencionamos acima, esta também foi a experiência do Dr. Rawat. No entanto, em países Ocidentais tais como Europa e os Estados Unidos, os casos podem ser mais comuns (Rivas, 2003a, 2003c).
Peter e Mary Harrison mencionaram vários casos em seu livro Children that time forgot sobre Casos Britânicos do Tipo Reencarnação. Por exemplo, Nicola Wheater lembrou que caiu no sono e morreu. Depois disso, ela viu Deus em Céu. Descreveu-o como sendo muito belo embora ela não lembrasse as roupas que ele usava. Adicionou que era muito mais amável do que se pode ver nos quadros religiosos.
A teóloga holandesa Joanne Klink (1994, 2004) descreve casos semelhantes na Holanda.
Um exemplo relaciona-se a uma menina holandesa adotada de 5 anos de idade que alega ter vivido na França. Ela disse a sua avó: “Eu estava com os anjos no céu e eu olhei por sobre a terra. Via-a no jardim e escolhi você como minha avó. Voei à terra, entrei na casa e olhei em volta, ” pp.72-73.
Um de nós, Titus Rivas, também estudou casos holandeses com memórias de intervalo (Rivas, 2000, 2003a, 2003c, 2004). Aqui estão alguns exemplos.
Sietske, uma menina holandesa, contou chorando a sua mãe que tinha sonhado que tinha sentado-se nas costas de uma motocicleta e foi atropelada por um caminhão. Foi posta numa "sacola" no fundo de um carro, e depois foi posta num "caixa.” Finalmente foi enterrada no "jardim.”
Kees (pseudônimo), um rapaz holandês que já foi estudado pelo Dr. Klink (1994, 2004), explicou a sua mãe que quando você morre, um anjo vem levar você a Deus, que era pura “bondade”, a “Grande Luz” e “humor.” Era muito difícil de descrever o outro mundo. Não se encaixava em nenhum lugar e não podia ser desenhado com creions. Adicionou que ele próprio tinha ficado perto de uma bela cascata azul, que corria sobre e sob um canteiro, e havia frutas maravilhosas penduradas das árvores próximas, que provaram serem melhores que todas os (chocolates) Mars Bars e doces do mundo tomados juntos. Kees não queria reencarnar e resistiu aos anjos que tentavam convencê-lo que seria para o seu próprio bom. Eles praticamente empurraram-no – embora fizessem de forma tão amável – de volta à terra, e era tempo dele trabalhar outra vez. Os anjos disseram-lhe: “sabe, quando for à terra, você será acompanhado por assistentes.” Ele seria protegido depois que retornasse. A “Grande Luz” disse-lhe: “fazer uma vida boa é de sua própria responsabilidade ” (Rivas, 1998, 2000, 2003a).
Christina (pseudônimo), uma menina holandesa, lembrou de uma vida que acabou num incêndio (Rivas, 2000, 2004). Uma senhora de branco disse-lhe que tinha morrido e a levou pela casa ardente. Christina foi mostrada a várias possíveis mães e pediu para selecionar uma delas. Escolheu uma mulher com cabelo loiro que datilografava num escritório. A senhora contou-lhe que nesse caso ela teria que esperar um pouco mais de tempo. A aparência da mulher correspondia à de sua mãe anos antes dela ter ficado grávida de Christina.
Pré-existência
Recentemente, pesquisadores ocidentais como Sarah Hinze e Elisabeth Hallett e webmasters tais como Michael e Toni Maguire compreenderam que memórias de um estado intermediário também podem ocorrer sem recordações conscientes de uma vida prévia. Normalmente, tais memórias são denominadas “Experiências Pré-Natais” ou “memórias de uma pré-existência espiritual.” Embora alguém possa questionar o valor de fontes populares fora da literatura acadêmica revisada por pares, nós não deve supervisionar seu valor heurístico.
Por exemplo, Toni Maguire alega que quando criança ela lembrou de “edifícios e campos. Lembrei-me de guias e anjos. Passeava por aí e pensava sobre o que planejado para a minha vida e o que eu teria que fazer. Eu especificamente lembrei-me de ficar na frente de um livro branco enorme, no céu. O livro com páginas era muito grosso e todas as páginas tinham ouro ao redor das bordas. O livro ficava numa estante de livros branca de mármore ou talvez eu pudesse descrever isto como um púlpito de igreja. Saiu uma luz brilhante do livro e do púlpito igual a tudo mais do que me lembrei ter visto no céu. O livro estava aberto quando aproximei-me e fiquei diretamente na frente dele. Notei que as páginas estavam vazias. Fui levado a ele por um guia que ficou à minha esquerda e me deu algumas direções sobre como prosseguir. "Olhe nas páginas." meu guia instruiu. Eu então olhei nas páginas e as folhas vazias começaram a exibir partes da minha vida futura na terra. Observei como se fosse um filme sendo passado para mim. Como outra mudança de vida estava para acontecer a página virou outra vez e começou a próxima parte de minha vida em forma de filme nessa página. Vi um pequeno acidente no celeiro de meus avós onde sofri uma queda e muitas outras coisas.” (Pré-Existência Espiritual, http://www.prebirthexperience.com).
Titus Rivas (2003c) e seu colega Anny Dirven acharam vários casos holandeses de uma pré-existência espiritual. No verão de 2003, foram abordados pela Sra. Henny van Sleeuwen com alegadas memórias pré-natais como uma criança, que ela ainda retinha como adulta:
“Eu estava num grande lugar branco com uma cama branca. Ficava na cama e estava muito doente. Eu não sei o que havia de errado comigo. Eu não podia mover qualquer parte do meu corpo com exceção dos meus olhos. Ao lado da minha cama havia uma freira me vigiando. Usava uma roupa branca e um capuz de freira. Como as que as freiras costumam usar. Tudo era branco e brilhante. No outro lado da minha cama havia uma porta. A porta abriu e uma mulher jovem ou menina, aproximadamente 18 anos de idade, olhou para dentro e entrou no local por um breve momento. Tinha aproximadamente 1.60 m de altura e era magra e tinha cabelo ondulado, loiro escuro, um casaco marrom com botões grandes e um par pequeno de óculos. A freira levantou para cima a minha cabeça, de modo que pude reparar melhor na mulher, e depois de fazer isso, eu disse: “Sim, esta é a mulher que eu quero ter como minha mamãe”.
Repentinamente eu estava esperando em algum lugar e levou um bom tempo antes de eu ouvir ou ver algo. Havia algum tipo de cilindro longo na minha frente. Eu estava pronto para ir para uma nova vida, mas tinha que esperar receber permissão, provavelmente de Deus, embora eu não estivesse seguro. Havia uma voz invisível universal que podia ser sentida como algum tipo de energia. Esta voz era o “patrão”. Disse: “Você está seguro que pode lidar com isto?” “Sim, eu posso”, e eu assenti a minha cabeça confiantemente. Mais uma vez, a Voz pediu-me: “Está completamente certo?” Sim, eu disse, e assenti outra vez. Nada aconteceu ainda. Alguns momentos mais tarde, a Voz disse: “Você absolutamente seguro que pode lidar com aquilo?” Eu provavelmente pensei sobre o que eles me mostraram da vida que eu estou tendo agora, embora eu não possa lembrar-me o que exatamente foi-me mostrado. Outra vez, eu disse-lhe: “Sim, estou certo, posso agüentar”. Suponho que eu sabia o que eu tinha que encarar nesta vida, embora como uma criança eu tivesse já esquecido.
Nesta vida, quando tinha aproximadamente 7 anos eu contei tudo isto a minha mãe e ela disse: “eu realmente tive tal casaco, cor camelo com botões muito grandes e cabelo loiro, escuro, ondulado longo, e um par de óculos pequenos, quando tinha aproximadamente 18.” Então ela reconheceu tudo e eu por meios normais não poderia saber qualquer uma destas coisas.”
Henny também contou que ela foi muito forte, especialmente por causa da limitação de seu pai cuja condição tem deteriorado com os anos e também porque perdeu sua mãe numa idade precoce.
Observações finais
Um dos trunfos principais da pesquisa de sobrevivência é que seus dados claramente parecem ser convergentes (Stevenson (1987, 1997). O Dr. Joanne Klink (2004) formula isto como segue: “é muito notável, que estas mensagens de crianças correspondam com mensagens de pessoas que tiveram Experiências de Quase-Morte, e que estiveram clinicamente mortas,” p. 30.
Junto com investigações de visões de leito de morte, comunicações mediúnicas, e NDEs, o estudo de casos sugestivos de reencarnação e de memórias pré-natais em geral também podem ser frutíferos no entendimento do pós vida. Portanto, pensamos que será valoroso desenvolver mais investigações de memórias de um pós-vida ou de pré-existência em crianças jovens.
Referências
- Barret W.F. (1926). Death-Bed Visions. London: Methuem.
- Bose, S.C. (1952). A Case of Reincarnation. Ligate: Satsang.
- Ducasse, C.J. (1974). A Critical Examination Of The Belief If A Life After Death. Springfield, Illinois: Charles Thomas.
- Gauld, A. (1983). Mediumship and Survival. London: Paladin Books.
- Greyson, B.and Stevenson, I. (1980). The phenomenology of Near-Death Experiences. American Journal of Psychiatry, 137, 1193-6.
- Hallett, E. (2002). Stories of the Unborn Soul: The Mystery and Delight of Pre-Birth Communication.Writers Club Press.
- Harrison, P., & Harrison, M. (1991). The Children that Time Forgot. Emsworth: Mason Publications.
- Hinze, S. (1997). Coming from the Light. Pocket Books.
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Agradecimentos
Desejamos agradecer a Esteban Rivas, Anny Dirven e Bruce Greyson por seus comentários no manuscrito deste artigo. Nós também agradecemos a Don Morse por sua publicação.
Pós-Escrito
Nós recentemente descobrimos que um artigo relacionado foi publicado no Journal of Near-Death Studies, 23 (2), Inverno de 2004, 101-118, por Poonam Sharma e Jim B. Tucker, intitulado Cases of the Reincarnation Type with Memories from the Intermission Between Lives.
Assim como nós, eles concluem: “As semelhanças indicam que os relatos de intervalo por crianças que alegam se lembrarem de vidas anteriores podem precisar ser considerados como parte do mesmo fenômeno total – relatos da vida futura- isso inclui NDES.” (p. 116)
Crianças que reivindicam lembrar-se de vidas anteriores
por Kirti Swaroop Rawat e Titus Rivas
Resumo
Um dos mais antigos e bem conhecidos casos documentados de crianças que alegam lembrar de uma vida passada, é o de Shanti Devi (estudado por K. O Rawat), que também inclui declarações sobre suas experiências depois da morte e antes da sua reencarnação. Alguns casos mais recentes são discutidos, incluindo casos publicado pelo Dr. Ian Stevenson e vários casos holandeses (estudados por Titus Rivas).
A literatura disponível parece sugerir que as Experiências de Quase-Morte poderiam em mais de um aspecto serem confirmadas por memórias de um período de intervalo entre duas encarnações, e também por memórias pré-natais em geral. A evidência no campo de estudos de sobrevivência parece ser convergente. Por esta razão, os autores realçam a necessidade para mais pesquisa sobre possíveis memórias de um pós-vida entre crianças jovens.
Palavras-chave: Experiências de Quase-Morte, reencarnação, memórias de um período de intervalo, pré-natal, crianças.
Apresentação
Tem havido muitas e variadas abordagens em direção ao entendimento da vida além da morte. Estas incluem introspecções intuitivas ou religiosas, exercícios lógicos ou filosóficos e estudos empíricos ou científicos (Ducasse, 1974; LeShan, 1974; Vivekananda, 1935). Os parapsicologistas ou cientistas intelectuais tentaram avaliar as comunicações mediúnicas, Visões no Leito de Morte e Experiências de Quase Morte (NDEs) (Gauld, 1983; Barrett, 1926; Osis & Haraldsson, 1977; 1977a Moody, 1977b; Holck, 1978; Sabom & Kreutziger, 1977a, 1977b; Sabom, 1971, 1982, 1998; Greyson, B. & Stevenson, I., 1980; Noyes, 1972, 1979; Ring, 1980; Lommel et al, 2001; Rivas, 2003b). No presente artigo exploratório nós tentamos propor mas com outra abordagem, i.e. a compreensão da vida entre a morte e a reencarnação da perspectiva de casos sugestivos de reencarnação. Algumas crianças alegam ter memórias de um estado intermediário entre a morte e o renascimento que parece assemelhar-se a Experiências de Quase-Morte e é nosso objetivo primário chamar mais a atenção acadêmica a esta assertiva interessante. Nós também indicaremos a existência de memórias pré-natais sem recordação consciente de uma vida prévia na terra.
Shanti Devi
Na década de 1930 quando a idéia de vidas sucessivas não era compartilhada pela elite educada, o caso de Shanti Devi, uma menina de Délhi de 9 anos de idade atraiu muita atenção pública por toda a Índia e logo as notícias viajaram por toda a parte no mundo (Rawat, 1997). Pela primeira vez na história, um comitê de quinze pessoas ,incluindo jornalistas, foi constituído para investigar a veracidade das declarações feitas pela menina, alegando ser uma Chouban (membro da família de Choubey) de Mathura na vida passada. Mathura, um povoado a 145 quilômetros de Délhi, nunca tinha sido visitado pela menina nem por seus pais. Espiritualistas e racionalistas, cientistas e leigos visitaram Délhi e Mathura ou para investigar imparcialmente ou para apoiar suas crenças religiosas ou para expor inteiramente o que eles viam como uma fraude. Um certo crítico, Sture Lönnerstrand, veio direto da Suécia para expor a ‘fraude' do caso. Depois que completar suas investigações ele emitiu a declaração: ‘Este é o único plenamente explicado e comprovado caso de reencarnação que já existiu.” (Hunt, 1971.)
Shanti Devi estava numa família de classe média de Délhi no dia 11 de dezembro de 1926. Ela era exatamente como qualquer outra menina normal, com exceção de que até a idade de quatro anos ela não falou muito. Desde a idade de quatro anos, quando começou a falar, ela deixou de ser uma menina normal e seu comportamento mudou bastante. Começou a falar sobre o seu ‘marido' e ‘crianças’. Ela repetidamente descrevia seu lar e a loja do seu marido em Mathura. Disse que ela era uma Chouban (membro da família de Choubey) de Mathura e seu nome era Lugdi. Falava da comida e dos vestidos que ela apreciava numa vida anterior. Seus pais ignoraram-na, mas ela persistiu. Seus pais ficaram embaraçados mas ela insistiu numa visita a Mathura. Por cinco anos seus pais tentaram distrair sua mente mas sem resultado. Por fim, um tio-avô compassivo veio a sua ajuda. Pediu que desse-lhe o nome e o endereço do ‘marido' dela em Mathura. Um amigo, Lala Kishan Chand, escreveu uma carta para o endereço dado pela menina. Logo veio uma resposta, atestando que as declarações da menina estavam substancialmente corretas. Foi sugerido que um parente de Choube Kedar Nath, Pt. (Pundit) Kanji Mal de Délhi fosse permitido entrevistar a menina. Uma entrevista foi assim organizada. Shanti Devi informou corretamente ter reconhecido Pt. Kanji Mal como o primo mais jovem de seu suposto marido. Deu respostas convincentes às perguntas feitas a ela por Pt. Kanji Mal. “Depois desta conversa”, escreveu, “fiquei convencido que a menina era realmente minha própria parente, agora personificada em outro corpo.” No dia 13 de novembro de 1935, Kedar Nath Choubey, junto com sua terceira esposa (teve uma antes de Lugdi) foi à casa de Shanti Devi em Délhi. Shanti Devi reconheceu seu marido e expressou sua afeição maternal em direção ao seu filho Nitlal que era agora seu ancião. Desatou a chorar e soluçou por cerca de uma hora. Tarde da noite Kedar Nath Choubey levou Shanti Devi a um quarto separado, e fez algumas perguntas íntimas. Ficou satisfeito com suas respostas e desatou a chorar.
Shanti Devi continuou a insistir numa visita a Mathura. Adicionou muitos mais detalhes sobre sua casa e outros acontecimentos relacionados a sua vida anterior. No dia 24 de novembro de 1935, foi levada a Mathura pelo comitê de quinze eminentes pessoas designadas no conselho de Mahatma Gandhi para investigar a veracidade das alegações feitas pela menina. Ela foi: “mantida sob observação próxima e todos os seus movimentos e observações foram cuidadosamente anotados” pelo comitê. Shanti Devi é informada ter reconhecido um número de pessoas, respondeu todo o inquérito feitos a ela e reconheceu lugares significativos ligados a ela na vida passada.
Em fevereiro de 1936, Shri Bal Chand Nahata, um racionalista e firme descrente, interrogou a Shanti Devi e algumas pessoas relacionadas. Publicou seu relatório na forma de um livreto pequeno em Hindi intitulado Punarjanma Ki Parayyalochana. Conclui seu breve estudo por dizer: “Qualquer material que veio antes de nós, não nos garante concluir que Shanti Devi tem ‘recordações de vidas anteriores nem que este casos prova reencarnação ” (Nahata, sem data). O Dr. Indra Sen (1938), um eminente filósofo, logo escreveu um artigo completo em resposta a este livro. Nisto, ele escreveu, “é estranho notar que em tão pouco material assim reunido ele confiantemente tenha escrito o relatório e tirado conclusões e as tenha publicado na forma de um livro.” O Dr. Indra Sen também tinha feito um estudo detalhado do caso. Levou Shanti Devi a Mathura e para Brindaban e “testou suas memórias em novos pontos.” Em abril de 1939 conseguiu a cooperação de um hipnólogo e, “tentou receber suas recordações de sua vida anterior num estado hipnótico.” O Dr. Sen escreveu, “eu estou confiante que Shanti tem certas memórias que não são de ‘aqui e agora’.”
Em julho de 1939 Sr. Sushil Bose interrogou Shanti Devi e seu pai em Délhi e Kedarnath Choube em Mathura. Informou as entrevistas em detalhes completos, mas não expressou a própria opinião nem comentários sobre o caso. Bose também interrogou Shanti sobre suas experiências entre sua morte na sua vida anterior e sua reencarnação atual (Bose, 1952). Viremos a isso logo.
Em 1961 o Dr. Ian Stevenson (1974a, 1974b, 1977, 1978, 1983, 1987) também estudou as fontes para este caso. Escreve que “ os registros disponíveis a mim indicam que Shanti Devi fez ao menos 24 declarações de suas memórias que combinaram com os fatos verificados.”
Um de nós, o Dr. K. S. Rawat, entrevistado Shanti Devi no dia 3 de fevereiro de 1986, e em 30 de outubro de 1987. Tinha registrado sua primeira entrevista com Shanti Devi num áudio-cassette e o segunda e o terceiro encontro foram registrados num vídeo-cassette.
Shanti Devi sobre o Pós Vida
O caso de Shanti Devi é significativo de várias formas. Mas no presente contexto suas importância reside no fato que Shanti Devi narrou detalhes consideráveis sobre o intervalo entre o momento da morte do Lugdi e seu renascimento subseqüente.
Inúmeros artigos, monografias e livros relacionam estes detalhes, mas nós os apresentaremos apenas das fontes nós consideramos autênticas. Estas são:
O livreto do Sr.B.C Nahata. O relatório do teste hipnótico. Uma monografia por Sushil Bose. O áudio registrando a entrevista com Shanti Devi. O vídeo registrando a entrevista com Shanti Devi.
O Sr. Nahata interrogou Shanti Devi no dia 22 de fevereiro de 1936. Os trechos relevantes (traduzidos do Hindi) são como se segue:
Pergunta: Conta-nos: o que experimentou no período de morte?
Resposta: Fumaça. Três homens usando roupas amarelas. Fui com eles até o terceiro avião. Ao quarto fui só.
P: O que viu aí?
R: Há santos (Sadhus) em todos os três lugares.
P: O que viu no quarto local?
R: Krishanaji sentava-se num trono. (O sufixo –ji expressa veneração.)
P: O que mais havia aí?
R: Na frente, há um santo.
P: Ele tinha qualquer barba ou tranças longas no cabelo?
R: Tinha uma barba branca. Há muitos santos.
P: O que mais havia aí?
R: Krishana ji tinha um papel na sua mão e lia dele.
P: O que lia?
R: Eu não sei sobre o que era, mas sei que ele leu – Casa Numero565 (O Número da casa que Shanti Devi reside estes dias é 565)
P: O que aconteceu então?
R: Retornei a uma cabina escura.
P: Estavam essas três pessoas com você enquanto retornou?
R: Não.
P: O que há em seu caminho?
R: Escadarias de ouro e prata.
P: Ficou com fome no local escuro?
R: Não, eu não senti qualquer fome ou sede.
Uma prova hipnótica foi conduzida em 13 de abril de 1936. O hipnotista era o Sr. Jagdish Mitra. O Dr. Indra Sen estava presente durante a sessão. O Prof. Begg tomou notas. Os trechos relevantes do relatório do prof. Begg são como se segue:
Menina: Lugdi está morta. Agora Lugdi levanta-se de sua cama.
Hipnotista: Lugdi levanta-se ou sua alma? O corpo já está morto.
Menina: Sim, o corpo está na cama. Sua alma levanta-se. Haviam quatro homens usando roupas de baixo amarela. Têm tronos também. E há três santos em roupas pretas, brancas e azuis. (Devo admitir que esta posição do que Lugdi disse não era claramente audível a mim).
Menina: Agora Lugdi alcançou Deus. Tinha um talão [documento oficial de um acordo] em mãos. Mostra o talão a Deus. Pessoas más choram…
Hipnotista: O que Lugdi faz agora?
Menina: Agora Lugdi desce as escada de ouro e prata agora.
O Sr. Sushil Bose interrogou Shanti Devi em 25 e 26 de julho de 1936. Sua monografia, intitulada: Um caso de Reencarnação, foi publicada em 1952 e está em inglês. Sr. Sushil Bose não menciona a linguagem em que a entrevista originalmente foi feita (presumivelmente estava em Hindi, porque Shanti Devi,cuja língua mãe era Hindi, não podia conversar em qualquer outra linguagem) nem sabemos de que modo que o Sr. Bose tomou notas das entrevistas. Os trechos relevantes de sua monografia são como segue:
Pergunta: lembra-se de como sentiu-se no período de morte?
Resposta: Sim, logo antes de morrer eu senti uma escuridão profunda e depois da morte eu vi uma luz deslumbrante. Ali mesmo soube que eu tinha saído do meu corpo numa forma vaporosa e que movia-me para cima…. Via que quatro homens em mantos de açafrão tinham vindo a mim… Todos os quatro pareciam ser adolescentes e sua aparência e vestido eram muito brilhantes… puseram-me numa vasilha e me carregaram…. Tinha aproximadamente nove ou dez polegadas de largura e era retangular na forma…
P: Você não perguntou-lhes qualquer coisa sobre o rio?
R: Quando perguntei disseram que aqueles que aspiraram para uma vida mais alta sinceramente, mas que tinham se entregue aos prazeres mundanos nesta vida, foram imersos no rio antes de irem para algo mais elevado. Levaram-me… ao quarto local.
P: Há qualquer lugar para passar a noite?
R: Não, não há nenhuma casa ou moradias. Tudo é espaço aberto. …Chegando no quarto local eu vi que havia ainda mais santos, mais brilhante na aparência que aqueles no terceiro avião. E no meio deles, sentado em um enorme trono deslumbrante estava o senhor Krishna [um dos mais populares deuses Hindu]. Mostrava a cada pessoa um registro de suas atividades na terra, boas e más, e assim o que seria sua condição no futuro.
P: O que aconteceu então?
R: Então essas pessoas, que me tinham carregado, levaram-me a um lugar semelhante a uma escadaria que era muito brilhante. Fiquei sentada aí.
P: Há qualquer coisa como escuridão ou luz aí?
R: Não, nada como luz nem escuridão. Tudo estava pleno de luz. Estava sempre de dia e a luz, muito suave, tranqüilizante e viva luz.
P: Tinha noção de tempo? Pode dizer quanto tempo permaneceu aí?
R: Não, eu não posso dizer quanto tempo permaneci aí. Eu não tinha nenhuma noção de tempo.
P: Você sentiu que havia qualquer avião mais alto de onde estavam?
R: Sim, observei e senti que havia um lugar mais alto mas eu não posso dizer coisa alguma sobre ele. Eu … no quarto avião, perto do trono do Senhor Krishna, eu vi um com uma barba longa.
P: O que finalmente aconteceu?
R: Depois de permanecer na escadaria durante muito tempo eu fui levada a um lugar escuro, em que um aroma muito ruim saía de todos os lados. Fizeram-me deitar num lugar limpo aí.
P: Sentiu qualquer dor no período de morte? Viu qualquer coisa naquela época?
R: Eu não senti qualquer dor. Eu simplesmente passei por um estado de inconsciência, e em que a cada momento eu via uma luz muito brilhante.
Junto com o Dr. Stevenson e o Dr. Pasricha, o Dr. Rawat interrogou Shanti Devi em sua residência em Délhi no dia 3 de fevereiro de 1986. A entrevista foi em inglês. Os trechos relevantes são como se segue:
Shanti Devi: antes de minha morte, eu vi uma luz deslumbrante. …. Muito deslumbrante. Quatro pessoas, rapazes muito bonitos, com grandes peças de roupa amarelas. Vieram com um uma embarcação e um tipo de roomal [lenço] ou como você queira chamá-lo. De repente, luz saiu do corpo que eu estava e esta luz foi posta nesse navio e fui levada para cima, para cima e para cima…
Então outra vez estas quatro pessoas vieram e me puseram no navio. Eles então descenderam-me uma escadaria muito brilhante e então eu entrei numa cabina escura.
Dr. Rawat: Quem olhava os seus atos neste vida como Lugdi o Senhor Krishna ou Chitragupta? [na crença Hindu, o gravador dos vícios e das virtudes de homens. Chitragupta é o juiz que envia os homens ao céu ou para o inferno.]
Shanti Devi: Chitragupta.
Mais tarde, no dia 30 de outubro de 1987, quando o Dr.Rawat outra vez entrevistou Shanti Devi (desta vez, sozinho), ela mencionou um rio e as aparências das almas presentes no quarto avião, além dos vários detalhes que ela tinha dado previamente. Esta entrevista foi registrada num vídeo-cassete:
Shanti Devi: Levaram-me para cima. Há um rio. Estava bastante limpo e puro como leite.
Sobre a aparência das almas ela disse: “eram como chamas em lâmpadas. ”
Dos dados relatados acima, algumas características salientes emergem:
Não há dor no período de morte.
Experiência de escuridão profunda no período de morte.
Visão de uma luz deslumbrante.
Saída do corpo (físico) em forma vaporosa.
A vinda de três ou quatro pessoas jovens usando vestimentas amarelas ou açafrão.
Embarque num navio quadrado ou retangular.
O sentimento de subir mais e mais.
Ver um jardim extremamente belo no caminho para cima.
Passar por um rio.
Atravessar três aviões, finalmente tomando o quarto.
A ausência de um espaço aberto no quarto avião.
A ausência de qualquer noção de tempo no quarto avião.
A presença de santos em todos os quatro aviões.
A presença de uma entidade brilhante (religiosa) no quarto avião.
A leitura de uma revisão das ações terrestres no quarto avião.
A leitura de uma revisão das ações na vida terrestre por esta entidade religiosa.
Colocada numa escadaria de prata (e ouro), que era muito brilhante, em que desciam novamente, as mesmas pessoas que subiram por ela.
Voltando para uma cabina escura.
Nenhum sentimento de fome ou sede na cabina escura.
Embora em anos recentes uma nova onda de experiências próximas da morte foi estimulada pela publicação dos livros do Dr. Raymond A Moody Life After Life e Reflections on Life after Life em 1977, pessoas em muitas culturas relacionaram experiências semelhantes com o passar dos séculos. Frederick H. Holck (1978) achou numerosos exemplos de experiências semelhante a NDEs na religião e no folclore. Descobriu quatro semelhanças entre a nova onda de NDEs e relatórios anteriores:
A experiência de sair um corpo acompanhada pelo sentido de ter um corpo “espiritual”.
Um encontro ou a reunião com amigos mortos e antepassados.
Uma experiência com uma luz de brilho deslumbrante.
O descobrimento de uma linha divisória ou fronteiriça entre ambos os mundos da experiência.
Nos relatórios da narração de Shanti Devi nós não achamos qualquer menção de um “encontro ou reunião com amigos mortos e antepassados”, mas topamos com sua experiência da saída de seu corpo numa forma vaporosa, e de cruzamento ‘deste' mundo e ascensão ao mundo ‘além'. A experiência de uma “luz de brilho deslumbrante” foi realçada inequivocamente. Sua experiência de ‘escuridões' imediatamente depois da morte pode ser comparada com a experiência de um ‘túnel escuro' narrada por indivíduos tendo um contato muito próximo com a morte. Semelhantemente, o retorno à “cabina escura” antes do nascimento pode significar a entrada no ventre da mãe.
Infelizmente, muito pouca, se qualquer, informação adicional é encontrada nos 561 casos sugestivos de reencarnação nos arquivos do Dr. Rawat, para maior exposição e comparação. Talvez necessitemos ser mais vigilantes quando investigarmos casos sugestivos de reencarnações.
Os casos estudados pelo Dr. Ian Stevenson
O Dr. Ian Stevenson achou casos mais recentes de memórias de um estado intermediário ou período de intervalo entre vidas, que inclui memórias de um vida futura. Em seu Children who remember previous lives (1987) fala que: “A recordação de acontecimentos terrestres intermediários ocorre esporadicamente nos casos de todas as culturas,” p. 172. E “Memórias deste tipo são extremamente raras nos casos da maioria das culturas mas freqüentemente ocorre entre os casos de Birma e Tailândia,” p. 286.
Sobre o conteúdo destas memórias ele declara: “O acontecimento de que o indivíduo alega mais tarde ter conhecimento é freqüentemente o enterro ou algumas características do enterro da pessoa morta cuja vida ele se lembra,” p. 172. Algumas crianças alegam que permaneceram presas ao lugar onde morreram e mencionam árvores em que elas teriam morado. Algumas delas dizem que observaram parentes ou amigos da vida anterior durante seus negócios terrenos ou seguiram sua futura mãe a sua casa. Em alguns dos casos de Stevenson, tais como de Veer Singh (Stevenson, 1974b), há mesmo evidência de algum tipo de comunicação depois da morte com membros da família precedente ou futura por anúncios e sonhos de despedida ou assombrações, e mesmo interações psicocinéticas com o mundo físico lembrando certos casos de poltergeist.
Aqui estão alguns exemplos de casos estudados por Ian Stevenson que lembram-nos de NDEs:
Um rapaz tailandês, Chanai Choomalaiwong (Stevenson, 1997, p. 313), lembrou: “eu não sei quem atirou em mim, porque me atiraram pelas costas. Eu não estava consciente quando morri. Depois de tudo, senti minha alma saindo do corpo. Posso me ver saindo no chão. As minhas pernas ainda se contraíam. Meu sangue corria na estrada.”
Uma menina indiana, Sunita Khandelwal (Stevenson, 1997, p. 484), afirmou: “Subi. Há um baba (homem sagrado) com uma barba longa. Verificou meu registro e disse: “Envie-a de volta.” Havia algumas salas lá. Vi a casa de Deus. É muito amável. Você não sabe tudo que existe lá.” Em outra ocasião Sunita observou: “Quando caí de uma pequena altura, eu recebi uma marca, mas quando fui jogada da grande altura [querendo dizer da casa de Deus] eu não recebi nenhum marca ”
Outra menina indiana, Santosh Sukla (Stevenson, 1997, p. 556), disse que depois de moribunda foi levada por quatro pessoas a um rio e foi imersa nele. Chorou, e então foi levada a uma aldeia onde havia muitas árvores de fruta e jardins. Havia uma pessoa aí em roupas amarelas sentando-se numa cama de madeira. Sentou-se, contra um pilar e permaneceu [por algum tempo]. Havia muitas pessoas aí, e elas selecionavam frutas e as comiam; mas ela apenas observava estas pessoas. Então lhe perguntaram se comeria; aceitou e deram-lhe algumas frutas. Permaneceu aí durante um ano e renasceu.
Um rapaz turco, Celal Kapan, descreveu acontecimentos imediatamente depois de sua morte na vida anterior, tal como o transporte do seu corpo numa ambulância e um médico declarando-o morto. Ele também mencionou a lavagem do seu corpo morto e seu enterro. (Stevenson, 1997, p. 1703).
Ma Par, uma menina burmesa, alegou lembrar uma vida como um aviador britânico cujo avião bateu. Disse que foi enterrada junto com o piloto do avião que bateu. Depois de sua morte ela pensou em sua família na Inglaterra e foi a eles. No entanto, o “Rei da Morte” não a permitiu permanecer aí e retornou ao país onde foi morta, Burma. Foi uma segunda vez à Inglaterra, mas outra vez retornou a Burma e “recebeu ordem para renascer” (Stevenson, 1997, 1812).
Casos ocidentais
Stevenson achou relativamente poucos casos indianos com memórias de um período de intervalo, e, como mencionamos acima, esta também foi a experiência do Dr. Rawat. No entanto, em países Ocidentais tais como Europa e os Estados Unidos, os casos podem ser mais comuns (Rivas, 2003a, 2003c).
Peter e Mary Harrison mencionaram vários casos em seu livro Children that time forgot sobre Casos Britânicos do Tipo Reencarnação. Por exemplo, Nicola Wheater lembrou que caiu no sono e morreu. Depois disso, ela viu Deus em Céu. Descreveu-o como sendo muito belo embora ela não lembrasse as roupas que ele usava. Adicionou que era muito mais amável do que se pode ver nos quadros religiosos.
A teóloga holandesa Joanne Klink (1994, 2004) descreve casos semelhantes na Holanda.
Um exemplo relaciona-se a uma menina holandesa adotada de 5 anos de idade que alega ter vivido na França. Ela disse a sua avó: “Eu estava com os anjos no céu e eu olhei por sobre a terra. Via-a no jardim e escolhi você como minha avó. Voei à terra, entrei na casa e olhei em volta, ” pp.72-73.
Um de nós, Titus Rivas, também estudou casos holandeses com memórias de intervalo (Rivas, 2000, 2003a, 2003c, 2004). Aqui estão alguns exemplos.
Sietske, uma menina holandesa, contou chorando a sua mãe que tinha sonhado que tinha sentado-se nas costas de uma motocicleta e foi atropelada por um caminhão. Foi posta numa "sacola" no fundo de um carro, e depois foi posta num "caixa.” Finalmente foi enterrada no "jardim.”
Kees (pseudônimo), um rapaz holandês que já foi estudado pelo Dr. Klink (1994, 2004), explicou a sua mãe que quando você morre, um anjo vem levar você a Deus, que era pura “bondade”, a “Grande Luz” e “humor.” Era muito difícil de descrever o outro mundo. Não se encaixava em nenhum lugar e não podia ser desenhado com creions. Adicionou que ele próprio tinha ficado perto de uma bela cascata azul, que corria sobre e sob um canteiro, e havia frutas maravilhosas penduradas das árvores próximas, que provaram serem melhores que todas os (chocolates) Mars Bars e doces do mundo tomados juntos. Kees não queria reencarnar e resistiu aos anjos que tentavam convencê-lo que seria para o seu próprio bom. Eles praticamente empurraram-no – embora fizessem de forma tão amável – de volta à terra, e era tempo dele trabalhar outra vez. Os anjos disseram-lhe: “sabe, quando for à terra, você será acompanhado por assistentes.” Ele seria protegido depois que retornasse. A “Grande Luz” disse-lhe: “fazer uma vida boa é de sua própria responsabilidade ” (Rivas, 1998, 2000, 2003a).
Christina (pseudônimo), uma menina holandesa, lembrou de uma vida que acabou num incêndio (Rivas, 2000, 2004). Uma senhora de branco disse-lhe que tinha morrido e a levou pela casa ardente. Christina foi mostrada a várias possíveis mães e pediu para selecionar uma delas. Escolheu uma mulher com cabelo loiro que datilografava num escritório. A senhora contou-lhe que nesse caso ela teria que esperar um pouco mais de tempo. A aparência da mulher correspondia à de sua mãe anos antes dela ter ficado grávida de Christina.
Pré-existência
Recentemente, pesquisadores ocidentais como Sarah Hinze e Elisabeth Hallett e webmasters tais como Michael e Toni Maguire compreenderam que memórias de um estado intermediário também podem ocorrer sem recordações conscientes de uma vida prévia. Normalmente, tais memórias são denominadas “Experiências Pré-Natais” ou “memórias de uma pré-existência espiritual.” Embora alguém possa questionar o valor de fontes populares fora da literatura acadêmica revisada por pares, nós não deve supervisionar seu valor heurístico.
Por exemplo, Toni Maguire alega que quando criança ela lembrou de “edifícios e campos. Lembrei-me de guias e anjos. Passeava por aí e pensava sobre o que planejado para a minha vida e o que eu teria que fazer. Eu especificamente lembrei-me de ficar na frente de um livro branco enorme, no céu. O livro com páginas era muito grosso e todas as páginas tinham ouro ao redor das bordas. O livro ficava numa estante de livros branca de mármore ou talvez eu pudesse descrever isto como um púlpito de igreja. Saiu uma luz brilhante do livro e do púlpito igual a tudo mais do que me lembrei ter visto no céu. O livro estava aberto quando aproximei-me e fiquei diretamente na frente dele. Notei que as páginas estavam vazias. Fui levado a ele por um guia que ficou à minha esquerda e me deu algumas direções sobre como prosseguir. "Olhe nas páginas." meu guia instruiu. Eu então olhei nas páginas e as folhas vazias começaram a exibir partes da minha vida futura na terra. Observei como se fosse um filme sendo passado para mim. Como outra mudança de vida estava para acontecer a página virou outra vez e começou a próxima parte de minha vida em forma de filme nessa página. Vi um pequeno acidente no celeiro de meus avós onde sofri uma queda e muitas outras coisas.” (Pré-Existência Espiritual, http://www.prebirthexperience.com).
Titus Rivas (2003c) e seu colega Anny Dirven acharam vários casos holandeses de uma pré-existência espiritual. No verão de 2003, foram abordados pela Sra. Henny van Sleeuwen com alegadas memórias pré-natais como uma criança, que ela ainda retinha como adulta:
“Eu estava num grande lugar branco com uma cama branca. Ficava na cama e estava muito doente. Eu não sei o que havia de errado comigo. Eu não podia mover qualquer parte do meu corpo com exceção dos meus olhos. Ao lado da minha cama havia uma freira me vigiando. Usava uma roupa branca e um capuz de freira. Como as que as freiras costumam usar. Tudo era branco e brilhante. No outro lado da minha cama havia uma porta. A porta abriu e uma mulher jovem ou menina, aproximadamente 18 anos de idade, olhou para dentro e entrou no local por um breve momento. Tinha aproximadamente 1.60 m de altura e era magra e tinha cabelo ondulado, loiro escuro, um casaco marrom com botões grandes e um par pequeno de óculos. A freira levantou para cima a minha cabeça, de modo que pude reparar melhor na mulher, e depois de fazer isso, eu disse: “Sim, esta é a mulher que eu quero ter como minha mamãe”.
Repentinamente eu estava esperando em algum lugar e levou um bom tempo antes de eu ouvir ou ver algo. Havia algum tipo de cilindro longo na minha frente. Eu estava pronto para ir para uma nova vida, mas tinha que esperar receber permissão, provavelmente de Deus, embora eu não estivesse seguro. Havia uma voz invisível universal que podia ser sentida como algum tipo de energia. Esta voz era o “patrão”. Disse: “Você está seguro que pode lidar com isto?” “Sim, eu posso”, e eu assenti a minha cabeça confiantemente. Mais uma vez, a Voz pediu-me: “Está completamente certo?” Sim, eu disse, e assenti outra vez. Nada aconteceu ainda. Alguns momentos mais tarde, a Voz disse: “Você absolutamente seguro que pode lidar com aquilo?” Eu provavelmente pensei sobre o que eles me mostraram da vida que eu estou tendo agora, embora eu não possa lembrar-me o que exatamente foi-me mostrado. Outra vez, eu disse-lhe: “Sim, estou certo, posso agüentar”. Suponho que eu sabia o que eu tinha que encarar nesta vida, embora como uma criança eu tivesse já esquecido.
Nesta vida, quando tinha aproximadamente 7 anos eu contei tudo isto a minha mãe e ela disse: “eu realmente tive tal casaco, cor camelo com botões muito grandes e cabelo loiro, escuro, ondulado longo, e um par de óculos pequenos, quando tinha aproximadamente 18.” Então ela reconheceu tudo e eu por meios normais não poderia saber qualquer uma destas coisas.”
Henny também contou que ela foi muito forte, especialmente por causa da limitação de seu pai cuja condição tem deteriorado com os anos e também porque perdeu sua mãe numa idade precoce.
Observações finais
Um dos trunfos principais da pesquisa de sobrevivência é que seus dados claramente parecem ser convergentes (Stevenson (1987, 1997). O Dr. Joanne Klink (2004) formula isto como segue: “é muito notável, que estas mensagens de crianças correspondam com mensagens de pessoas que tiveram Experiências de Quase-Morte, e que estiveram clinicamente mortas,” p. 30.
Junto com investigações de visões de leito de morte, comunicações mediúnicas, e NDEs, o estudo de casos sugestivos de reencarnação e de memórias pré-natais em geral também podem ser frutíferos no entendimento do pós vida. Portanto, pensamos que será valoroso desenvolver mais investigações de memórias de um pós-vida ou de pré-existência em crianças jovens.
Referências
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Agradecimentos
Desejamos agradecer a Esteban Rivas, Anny Dirven e Bruce Greyson por seus comentários no manuscrito deste artigo. Nós também agradecemos a Don Morse por sua publicação.
Pós-Escrito
Nós recentemente descobrimos que um artigo relacionado foi publicado no Journal of Near-Death Studies, 23 (2), Inverno de 2004, 101-118, por Poonam Sharma e Jim B. Tucker, intitulado Cases of the Reincarnation Type with Memories from the Intermission Between Lives.
Assim como nós, eles concluem: “As semelhanças indicam que os relatos de intervalo por crianças que alegam se lembrarem de vidas anteriores podem precisar ser considerados como parte do mesmo fenômeno total – relatos da vida futura- isso inclui NDES.” (p. 116)