A tragédia do estudante sério no Brasil
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A tragédia do estudante sério no Brasil
A tragédia do estudante sério no Brasil
Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 12 de fevereiro de 2006
Toda semana, recebo dezenas de cartas de estudantes que, em busca de alguma formação intelectual, encontraram nas universidades que freqüentam apenas propaganda comunista rasteira, porca, subginasiana.
Não são, como em geral imaginam, vítimas de puras circunstâncias políticas imediatas. Gemem sob uma montanha de fatores adversos à inteligência humana, que foram se acumulando no mundo, e não só no Brasil, ao longo das últimas décadas. Se a primeira metade do século XX trouxe um florescimento intelectual incomum, a segunda foi uma devastação geral como raramente se viu na História. A queda foi tão profunda que já não se pode medi-la. Num panorama inteiramente dominado por charlatães caricatos como Noam Chomsky, Richard Dawkins, Edward Said, Jacques Derrida, Julia Kristeva, a época em que floresceram quase que simultaneamente Edmund Husserl, Karl Jaspers, Louis Lavelle, Alfred North Whitehead, Benedetto Croce, Jan Huizinga, Arnold Toynbee – e na literatura T. S. Eliot, W. B. Yeats, Ezra Pound, Thomas Mann, Franz Kafka, Jacob Wassermann, Robert Musil, Hermann Broch, Heimito von Doderer – já se tornou invisível, inalcançável à imaginação dos nossos contemporâneos. Toda comparação é entre alguma coisa e alguma outra coisa. Não se pode comparar tudo com nada.
Isso não quer dizer que as fontes do conhecimento tenham secado. Pensadores de grande envergadura – um Eric Voegelin, um Bernard Lonergan, um Xavier Zubiri – sobreviveram à debacle dos anos 60 e continuaram atuantes, o primeiro até 1985, o segundo até 1984, o terceiro até 1983. Mas seus ensinamentos são ainda a posse exclusiva de círculos seletos. Não entram na corrente geral das idéias, nem poderiam entrar sem sujar-se, sem transformar-se em matéria de discussões idiotas como vem acontecendo, graças à ascensão política de alguns de seus discípulos, com o infeliz Leo Strauss.
Pois a desgraça se deu justamente na “corrente geral”. O fim da II Guerra Mundial trouxe uma prodigiosa reorganização das bases sociais e econômicas da vida intelectual no mundo. Novas instituições, novas redes de comunicação, novos mecanismos de estocagem e distribuição das informações acadêmicas, novos públicos e, sobretudo, a ampliação inaudita do apoio estatal e privado à cultura e a formação dos grandes organismos internacionais como a ONU e a Unesco. Tudo isso veio junto com o descrédito do marxismo soviético e a profunda mutação interna da militância esquerdista internacional, a essa altura já plenamente imbuída das duas lições aprendidas da Escola de Frankfurt e de Georg Lukacs (mas também, mais discretamente, de Martin Heidegger): (1) a luta essencial não era propriamente contra o capitalismo, mas contra “a civilização ocidental”; (2) o agente principal do processo era a classe dos intelectuais.
Nessas condições, o crescimento fabuloso dos meios de atuação veio junto com o esforço multilateral de apropriação desses meios por parte de grupos militantes bem pouco interessados em “compreender o mundo” mas totalmente devotados a “transformá-lo”. A redução drástica da atividade intelectual ao ativismo político foi a conseqüência desejada e planejada dessa operação, realizada em escala mundial a partir dos anos 60.
Não que o fenômeno fosse totalmente desconhecido antes disso. Um vasto ensaio geral já vinha sendo realizado nos EUA desde a década de 30 pelo menos, através das grandes fundações “não lucrativas” que descobriram seu poder de orientar e manipular a seu belprazer a atividade intelectual, científica e educacional mediante a simples seleção ideologicamente orientada dos destinatários de suas verbas bilionárias.
Em 1954, uma comissão de investigações do Congresso americano já havia descoberto que fundações como Rockefeller, Carnegie e Ford exerciam controle indevido sobre as universidades, as instituições de pesquisa e a cultura em geral, orientando-as num sentido francamente anti-americano, anticristão e até anticapitalista. (Não me perguntem pela milésima vez com que interesse os grandes capitalistas podem agir contra o capitalismo. A explicação está resumida em http://www.olavodecarvalho.org/semana/040617jt.htm e http://www.olavodecarvalho.org/textos/debate_usp_4.htm) Inevitavelmente, a influência exercida por essas organizações não consistiu só em introduzir uma determinada cor política na produção cultural, mas em alterá-la e corrompê-la até às raízes, subordinando aos objetivos políticos e publicitários visados todas as exigências de honestidade, veracidade e rigor. Sem essa interferência, fraudes cabeludas como o Relatório Kinsey ou a pseudo-antropologia de Margaret Mead jamais teriam conseguido impor-se ao meio acadêmico e à mídia cultural como produtos respeitáveis de uma atividade científica normal.
A comissão foi alvo de ataques virulentos de toda a grande mídia, e seu trabalho acabou por ser esquecido, mas ele ainda é uma das melhores fontes de consulta sobre a instrumentalização política da cultura (v. René Wormser, Foundations, Their Power and Influence , New York, Devin-Adair, 1958 – vocês podem comprá-lo pelo site http://www.bookfinder.com ). Na verdade, sem ele não se pode compreender nada do que se passou em seguida, pois o que se passou foi que o experimento tentado em escala americana foi ampliado para o mundo todo: a apropriação dos meios de ação cultural pelas organizações militantes e o sacrifício integral da inteligência humana no altar da “vontade de poder” simplesmente se globalizaram.
Recursos incalculavelmente vastos, que poderiam ter sido utilizados para o progresso do conhecimento e a melhoria da condição de vida da espécie humana foram assim desperdiçados para sustentar a guerra geral da estupidez militante contra a “civilização ocidental” que havia gerado esses mesmos recursos.
Embora esse processo seja de alcance mundial, é claro que o seu peso se fez sentir mais densamente em países novos do Terceiro Mundo, onde as criações das épocas anteriores não tinham sido assimiladas com muita profundidade e as raízes da civilização podiam ser mais facilmente cortadas. No Brasil, da década de 60 em diante, os progressos da barbárie foram talvez mais rápidos do que em qualquer outro lugar, destruindo com espantosa facilidade as sementes de cultura que, embora frágeis, vinham dando alguns frutos promissores. A comparação impossível entre as duas épocas, que mencionei acima, é ainda mais impossível no caso brasileiro. Na década de 50, tínhamos, vivos e atuantes, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Àlvaro Lins, Augusto Meyer, Otto Maria Carpeaux, Mário Ferreira dos Santos, Vicente Ferreira da Silva, Herberto Sales, Cornélio Penna, Gustavo Corção, Nelson Rodrigues, Lúcio Cardoso, Heitor Villa-Lobos, Augusto Frederico Schmidt, a lista não acaba mais. Hoje, quem representa na mídia a imagem da “cultura brasileira”? Paulo Coelho, Luís Fernando Veríssimo, Gilberto Gil, Arnaldo Jabor, Emir Sader, Frei Betto e Leonardo Boff. Perto desses, Chomsky é Aristóteles. É o grau mais alto pelo qual se medem. Chamar isso de crise, ou mesmo de decadência, é de um otimismo delirante. A cultura brasileira tornou-se a caricatura de uma palhaçada. É uma coisa oca, besta, disforme, doente, incalculavemente irrisória.
A inteligência, ao contrário do dinheiro ou da saúde, tem esta peculiaridade: quanto mais você a perde, menos dá pela falta dela. O homem inteligente, afeito a estudos pesados, logo acha que emburreceu quando, cansado, nervoso ou mal dormido, sente dificuldade em compreender algo. Aquele que nunca entendeu grande coisa se acha perfeitamente normal quando entende menos ainda, pois esqueceu o pouco que entendia e já não tem como comparar. Uma das coisas que me deliciam, que me levam ao êxtase quando contemplo o Brasil de hoje, é o ar de seriedade com que as pessoas discutem e pretendem sanar os males econômicos, políticos e administrativos do Brasil, sem ligar a mínima para a destruição da cultura, como se a inteligencia prática subsistisse incólume ao emburrecimento geral, como se inteligência fosse um adorno a ser acrescentado ao sucesso depois de resolvidos todos os problemas ou como se a inépcia absoluta não fosse de maneira alguma um obstáculo à conquista da felicidade geral. A prova mais evidente da insensibilidade torpe é o sujeito já nem sentir saudade da consciência que teve um dia.
Mas não, a inteligência nacional não acabou no dia em que os nossos estudantes tiraram o último lugar numa avaliação entre alunos do curso secundário de 32 países: acabou logo em seguida, quando o ministro da Educação disse que o resultado poderia ter sido pior.
Num sentido mais profundo do que o ministro imaginava, poderia mesmo. Na eleição seguinte, o país colocou na presidência um carreirista enriquecido, de terno Armani e unhas polidas, que, por orgulhar-se de jamais ler livros, foi proclamado um símbolo da autenticidade popular. A imagem era falsa, grotesca e insultuosa, mas ninguém percebeu. Se existe um grau abaixo do grotesco, porém, ele foi atingido logo em seguida, quando o escritor Raymundo Faoro, quanto mais bobo mais celebrado nas esquerdas como inteligência luminosa, sugeriu o nome do então presidenciável para ocupar uma vaga na Academia Brasileira de Letras. Perto disso, tirar o último lugar num teste chegava a ser meritório.
Se o desespero dos estudantes que me escrevem viesse só da situação política, haveria esperança de saná-lo por meio da ação política. Mas a ação política é um subproduto da cultura e, no estado em que as coisas estão, nenhuma ação política inteligente, ao menos em escala federal, é previsível nas próximas duas ou três gerações. Nas próximas eleições, por exemplo, o país terá de optar novamente entre PT e PSDB, isto é, os dois filhotes monstruosos gerados no ventre da USP, a mãe da esterilidade nacional, ou como bem a sintetizou o poeta Bruno Tolentino, a “p... que não pariu”. Sim, a política brasileira virou uma imensa assembléia de estudantes da USP, com o Partido Comunista de um lado, a Ação Popular de outro, num torneio de arrogância, presunção, hipocrisia, sadismo mental, mendacidade ilimitada e estupidez sem fim. A USP levou meio século para chegar ao poder, e ainda não parou de gerar pseudo-intelectuais ambiciosos, ávidos de mandar, sedentos de ministérios. Sua obra de destruição está longe de haver-se completado.
Da política nada de bom se pode esperar num prazo humanamente suportável. Uma ação cultural de grande escala – a fundação de uma autêntica instituição de ensino superior, para contrabalançar a desgraça uspiana – também não é nada provável, dada a omissão das chamadas “elites”, sempre de rabo entre as pernas, oscilando entre lamber mais um pouco os pés da canalha petista ou apegar-se ao primeiro zesserra que apareça.
Ao estudante que consiga ainda vislumbrar o que é vida intelectual e faça dela o objetivo de sua existência, restam dois caminhos: o exílio, que pode levar ao lugar errado (a miséria brasileira nasce em Paris), e o isolamento, que pode levar os mais fracos a um desespero ainda mais profundo do que aquele em que se encontram.
A única solução viável, que enxergo, é a formação de pequenos grupos solidários, firmemente decididos a obter uma formação intelectual sólida, de início sem nenhum reconhecimento oficial ou acadêmico, mas forçando mais tarde a obtenção desse reconhecimento mediante prova de superioridade acachapante. Já não leciono no Brasil, mas a experiência mostrou que muito aluno meu, com alguns anos de aulas e bastante estudo em casa, já está pronto para dar de dez a zero, não digo em alunos, mas em professores da USP do calibrinho de Demétrio Magnoli e Emir Sader, o que, bem feitas as contas, é até luta desigual, é até covardia.
O processo é trabalhoso, mas simples: cumprir as tarefas tradicionais do estudo acadêmico, dominar o trivium , aprender a escrever lendo e imitando os clássicos de três idiomas pelo menos, estudar muito Aristóteles, muito Platão, muito Tomás de Aquino, muito Leibniz, Schelling e Husserl, absorver o quanto possível o legado da universidade alemã e austríaca da primeira metade do século XX, conhecer muito bem a história comparada de duas ou três civilizações, absorver os clássicos da teologia e da mística de pelo menos três religiões, e então, só então, ler Marx, Nietzsche, Foucault. Se depois desse regime você ainda se impressionar com esses três, é porque é burro mesmo e eu nada posso fazer por você.
Mas o ambiente universitário brasileiro de hoje é tão baixo, tão torpe, que só de a gente apresentar essa lista – o mínimo requerido para uma formação séria de filósofo ou erudito –, o pessoal já arregala os olhos de susto. Na verdade, o estudante brasileiro não lê nada, só resumo e orelha, além de Emir Sader e da dupla Betto & Boff, que não valem o resumo de uma orelha. É tudo farsa, chanchada, pose. Não há quem não saiba disso e não há quem não acabe se acomodando a essa situação como se fosse natural e inevitável. A abjeção intelectual deste país é sem fim.
fonte: http://www.olavodecarvalho.org/semana/060213dc.htm
Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 12 de fevereiro de 2006
Toda semana, recebo dezenas de cartas de estudantes que, em busca de alguma formação intelectual, encontraram nas universidades que freqüentam apenas propaganda comunista rasteira, porca, subginasiana.
Não são, como em geral imaginam, vítimas de puras circunstâncias políticas imediatas. Gemem sob uma montanha de fatores adversos à inteligência humana, que foram se acumulando no mundo, e não só no Brasil, ao longo das últimas décadas. Se a primeira metade do século XX trouxe um florescimento intelectual incomum, a segunda foi uma devastação geral como raramente se viu na História. A queda foi tão profunda que já não se pode medi-la. Num panorama inteiramente dominado por charlatães caricatos como Noam Chomsky, Richard Dawkins, Edward Said, Jacques Derrida, Julia Kristeva, a época em que floresceram quase que simultaneamente Edmund Husserl, Karl Jaspers, Louis Lavelle, Alfred North Whitehead, Benedetto Croce, Jan Huizinga, Arnold Toynbee – e na literatura T. S. Eliot, W. B. Yeats, Ezra Pound, Thomas Mann, Franz Kafka, Jacob Wassermann, Robert Musil, Hermann Broch, Heimito von Doderer – já se tornou invisível, inalcançável à imaginação dos nossos contemporâneos. Toda comparação é entre alguma coisa e alguma outra coisa. Não se pode comparar tudo com nada.
Isso não quer dizer que as fontes do conhecimento tenham secado. Pensadores de grande envergadura – um Eric Voegelin, um Bernard Lonergan, um Xavier Zubiri – sobreviveram à debacle dos anos 60 e continuaram atuantes, o primeiro até 1985, o segundo até 1984, o terceiro até 1983. Mas seus ensinamentos são ainda a posse exclusiva de círculos seletos. Não entram na corrente geral das idéias, nem poderiam entrar sem sujar-se, sem transformar-se em matéria de discussões idiotas como vem acontecendo, graças à ascensão política de alguns de seus discípulos, com o infeliz Leo Strauss.
Pois a desgraça se deu justamente na “corrente geral”. O fim da II Guerra Mundial trouxe uma prodigiosa reorganização das bases sociais e econômicas da vida intelectual no mundo. Novas instituições, novas redes de comunicação, novos mecanismos de estocagem e distribuição das informações acadêmicas, novos públicos e, sobretudo, a ampliação inaudita do apoio estatal e privado à cultura e a formação dos grandes organismos internacionais como a ONU e a Unesco. Tudo isso veio junto com o descrédito do marxismo soviético e a profunda mutação interna da militância esquerdista internacional, a essa altura já plenamente imbuída das duas lições aprendidas da Escola de Frankfurt e de Georg Lukacs (mas também, mais discretamente, de Martin Heidegger): (1) a luta essencial não era propriamente contra o capitalismo, mas contra “a civilização ocidental”; (2) o agente principal do processo era a classe dos intelectuais.
Nessas condições, o crescimento fabuloso dos meios de atuação veio junto com o esforço multilateral de apropriação desses meios por parte de grupos militantes bem pouco interessados em “compreender o mundo” mas totalmente devotados a “transformá-lo”. A redução drástica da atividade intelectual ao ativismo político foi a conseqüência desejada e planejada dessa operação, realizada em escala mundial a partir dos anos 60.
Não que o fenômeno fosse totalmente desconhecido antes disso. Um vasto ensaio geral já vinha sendo realizado nos EUA desde a década de 30 pelo menos, através das grandes fundações “não lucrativas” que descobriram seu poder de orientar e manipular a seu belprazer a atividade intelectual, científica e educacional mediante a simples seleção ideologicamente orientada dos destinatários de suas verbas bilionárias.
Em 1954, uma comissão de investigações do Congresso americano já havia descoberto que fundações como Rockefeller, Carnegie e Ford exerciam controle indevido sobre as universidades, as instituições de pesquisa e a cultura em geral, orientando-as num sentido francamente anti-americano, anticristão e até anticapitalista. (Não me perguntem pela milésima vez com que interesse os grandes capitalistas podem agir contra o capitalismo. A explicação está resumida em http://www.olavodecarvalho.org/semana/040617jt.htm e http://www.olavodecarvalho.org/textos/debate_usp_4.htm) Inevitavelmente, a influência exercida por essas organizações não consistiu só em introduzir uma determinada cor política na produção cultural, mas em alterá-la e corrompê-la até às raízes, subordinando aos objetivos políticos e publicitários visados todas as exigências de honestidade, veracidade e rigor. Sem essa interferência, fraudes cabeludas como o Relatório Kinsey ou a pseudo-antropologia de Margaret Mead jamais teriam conseguido impor-se ao meio acadêmico e à mídia cultural como produtos respeitáveis de uma atividade científica normal.
A comissão foi alvo de ataques virulentos de toda a grande mídia, e seu trabalho acabou por ser esquecido, mas ele ainda é uma das melhores fontes de consulta sobre a instrumentalização política da cultura (v. René Wormser, Foundations, Their Power and Influence , New York, Devin-Adair, 1958 – vocês podem comprá-lo pelo site http://www.bookfinder.com ). Na verdade, sem ele não se pode compreender nada do que se passou em seguida, pois o que se passou foi que o experimento tentado em escala americana foi ampliado para o mundo todo: a apropriação dos meios de ação cultural pelas organizações militantes e o sacrifício integral da inteligência humana no altar da “vontade de poder” simplesmente se globalizaram.
Recursos incalculavelmente vastos, que poderiam ter sido utilizados para o progresso do conhecimento e a melhoria da condição de vida da espécie humana foram assim desperdiçados para sustentar a guerra geral da estupidez militante contra a “civilização ocidental” que havia gerado esses mesmos recursos.
Embora esse processo seja de alcance mundial, é claro que o seu peso se fez sentir mais densamente em países novos do Terceiro Mundo, onde as criações das épocas anteriores não tinham sido assimiladas com muita profundidade e as raízes da civilização podiam ser mais facilmente cortadas. No Brasil, da década de 60 em diante, os progressos da barbárie foram talvez mais rápidos do que em qualquer outro lugar, destruindo com espantosa facilidade as sementes de cultura que, embora frágeis, vinham dando alguns frutos promissores. A comparação impossível entre as duas épocas, que mencionei acima, é ainda mais impossível no caso brasileiro. Na década de 50, tínhamos, vivos e atuantes, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Àlvaro Lins, Augusto Meyer, Otto Maria Carpeaux, Mário Ferreira dos Santos, Vicente Ferreira da Silva, Herberto Sales, Cornélio Penna, Gustavo Corção, Nelson Rodrigues, Lúcio Cardoso, Heitor Villa-Lobos, Augusto Frederico Schmidt, a lista não acaba mais. Hoje, quem representa na mídia a imagem da “cultura brasileira”? Paulo Coelho, Luís Fernando Veríssimo, Gilberto Gil, Arnaldo Jabor, Emir Sader, Frei Betto e Leonardo Boff. Perto desses, Chomsky é Aristóteles. É o grau mais alto pelo qual se medem. Chamar isso de crise, ou mesmo de decadência, é de um otimismo delirante. A cultura brasileira tornou-se a caricatura de uma palhaçada. É uma coisa oca, besta, disforme, doente, incalculavemente irrisória.
A inteligência, ao contrário do dinheiro ou da saúde, tem esta peculiaridade: quanto mais você a perde, menos dá pela falta dela. O homem inteligente, afeito a estudos pesados, logo acha que emburreceu quando, cansado, nervoso ou mal dormido, sente dificuldade em compreender algo. Aquele que nunca entendeu grande coisa se acha perfeitamente normal quando entende menos ainda, pois esqueceu o pouco que entendia e já não tem como comparar. Uma das coisas que me deliciam, que me levam ao êxtase quando contemplo o Brasil de hoje, é o ar de seriedade com que as pessoas discutem e pretendem sanar os males econômicos, políticos e administrativos do Brasil, sem ligar a mínima para a destruição da cultura, como se a inteligencia prática subsistisse incólume ao emburrecimento geral, como se inteligência fosse um adorno a ser acrescentado ao sucesso depois de resolvidos todos os problemas ou como se a inépcia absoluta não fosse de maneira alguma um obstáculo à conquista da felicidade geral. A prova mais evidente da insensibilidade torpe é o sujeito já nem sentir saudade da consciência que teve um dia.
Mas não, a inteligência nacional não acabou no dia em que os nossos estudantes tiraram o último lugar numa avaliação entre alunos do curso secundário de 32 países: acabou logo em seguida, quando o ministro da Educação disse que o resultado poderia ter sido pior.
Num sentido mais profundo do que o ministro imaginava, poderia mesmo. Na eleição seguinte, o país colocou na presidência um carreirista enriquecido, de terno Armani e unhas polidas, que, por orgulhar-se de jamais ler livros, foi proclamado um símbolo da autenticidade popular. A imagem era falsa, grotesca e insultuosa, mas ninguém percebeu. Se existe um grau abaixo do grotesco, porém, ele foi atingido logo em seguida, quando o escritor Raymundo Faoro, quanto mais bobo mais celebrado nas esquerdas como inteligência luminosa, sugeriu o nome do então presidenciável para ocupar uma vaga na Academia Brasileira de Letras. Perto disso, tirar o último lugar num teste chegava a ser meritório.
Se o desespero dos estudantes que me escrevem viesse só da situação política, haveria esperança de saná-lo por meio da ação política. Mas a ação política é um subproduto da cultura e, no estado em que as coisas estão, nenhuma ação política inteligente, ao menos em escala federal, é previsível nas próximas duas ou três gerações. Nas próximas eleições, por exemplo, o país terá de optar novamente entre PT e PSDB, isto é, os dois filhotes monstruosos gerados no ventre da USP, a mãe da esterilidade nacional, ou como bem a sintetizou o poeta Bruno Tolentino, a “p... que não pariu”. Sim, a política brasileira virou uma imensa assembléia de estudantes da USP, com o Partido Comunista de um lado, a Ação Popular de outro, num torneio de arrogância, presunção, hipocrisia, sadismo mental, mendacidade ilimitada e estupidez sem fim. A USP levou meio século para chegar ao poder, e ainda não parou de gerar pseudo-intelectuais ambiciosos, ávidos de mandar, sedentos de ministérios. Sua obra de destruição está longe de haver-se completado.
Da política nada de bom se pode esperar num prazo humanamente suportável. Uma ação cultural de grande escala – a fundação de uma autêntica instituição de ensino superior, para contrabalançar a desgraça uspiana – também não é nada provável, dada a omissão das chamadas “elites”, sempre de rabo entre as pernas, oscilando entre lamber mais um pouco os pés da canalha petista ou apegar-se ao primeiro zesserra que apareça.
Ao estudante que consiga ainda vislumbrar o que é vida intelectual e faça dela o objetivo de sua existência, restam dois caminhos: o exílio, que pode levar ao lugar errado (a miséria brasileira nasce em Paris), e o isolamento, que pode levar os mais fracos a um desespero ainda mais profundo do que aquele em que se encontram.
A única solução viável, que enxergo, é a formação de pequenos grupos solidários, firmemente decididos a obter uma formação intelectual sólida, de início sem nenhum reconhecimento oficial ou acadêmico, mas forçando mais tarde a obtenção desse reconhecimento mediante prova de superioridade acachapante. Já não leciono no Brasil, mas a experiência mostrou que muito aluno meu, com alguns anos de aulas e bastante estudo em casa, já está pronto para dar de dez a zero, não digo em alunos, mas em professores da USP do calibrinho de Demétrio Magnoli e Emir Sader, o que, bem feitas as contas, é até luta desigual, é até covardia.
O processo é trabalhoso, mas simples: cumprir as tarefas tradicionais do estudo acadêmico, dominar o trivium , aprender a escrever lendo e imitando os clássicos de três idiomas pelo menos, estudar muito Aristóteles, muito Platão, muito Tomás de Aquino, muito Leibniz, Schelling e Husserl, absorver o quanto possível o legado da universidade alemã e austríaca da primeira metade do século XX, conhecer muito bem a história comparada de duas ou três civilizações, absorver os clássicos da teologia e da mística de pelo menos três religiões, e então, só então, ler Marx, Nietzsche, Foucault. Se depois desse regime você ainda se impressionar com esses três, é porque é burro mesmo e eu nada posso fazer por você.
Mas o ambiente universitário brasileiro de hoje é tão baixo, tão torpe, que só de a gente apresentar essa lista – o mínimo requerido para uma formação séria de filósofo ou erudito –, o pessoal já arregala os olhos de susto. Na verdade, o estudante brasileiro não lê nada, só resumo e orelha, além de Emir Sader e da dupla Betto & Boff, que não valem o resumo de uma orelha. É tudo farsa, chanchada, pose. Não há quem não saiba disso e não há quem não acabe se acomodando a essa situação como se fosse natural e inevitável. A abjeção intelectual deste país é sem fim.
fonte: http://www.olavodecarvalho.org/semana/060213dc.htm
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem
Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
Eu quero saber quem é que lê Boff na faculdade, mas tudo bem...
Quanto às opiniões do Olavo, elas são puramente ideológicas. Ele gosta de Nélson Rodrigues e repudia o Veríssimo. De minha parte, justo o contrário.
E se simplesmente ser comunista e/ou marxista é sinônimo de ser ruim, acho que estamos presenciando neste artigo é uma campanha ideológica contrária.
Quanto às opiniões do Olavo, elas são puramente ideológicas. Ele gosta de Nélson Rodrigues e repudia o Veríssimo. De minha parte, justo o contrário.
E se simplesmente ser comunista e/ou marxista é sinônimo de ser ruim, acho que estamos presenciando neste artigo é uma campanha ideológica contrária.
Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
Texto ridiculo tipico de olavo... o McCarthy brasileiro
- Poindexter
- Mensagens: 5894
- Registrado em: 18 Nov 2005, 12:59
Re: A tragédia do estudante sério no Brasil
A tragédia do estudante sério no Brasil
Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 12 de fevereiro de 2006
Toda semana, recebo dezenas de cartas de estudantes que, em busca de alguma formação intelectual, encontraram nas universidades que freqüentam apenas propaganda comunista rasteira, porca, subginasiana.
Não são, como em geral imaginam, vítimas de puras circunstâncias políticas imediatas. Gemem sob uma montanha de fatores adversos à inteligência humana, que foram se acumulando no mundo, e não só no Brasil, ao longo das últimas décadas. Se a primeira metade do século XX trouxe um florescimento intelectual incomum, a segunda foi uma devastação geral como raramente se viu na História. A queda foi tão profunda que já não se pode medi-la. Num panorama inteiramente dominado por charlatães caricatos como Noam Chomsky, Richard Dawkins, Edward Said, Jacques Derrida, Julia Kristeva, a época em que floresceram quase que simultaneamente Edmund Husserl, Karl Jaspers, Louis Lavelle, Alfred North Whitehead, Benedetto Croce, Jan Huizinga, Arnold Toynbee – e na literatura T. S. Eliot, W. B. Yeats, Ezra Pound, Thomas Mann, Franz Kafka, Jacob Wassermann, Robert Musil, Hermann Broch, Heimito von Doderer – já se tornou invisível, inalcançável à imaginação dos nossos contemporâneos. Toda comparação é entre alguma coisa e alguma outra coisa. Não se pode comparar tudo com nada.
Isso não quer dizer que as fontes do conhecimento tenham secado. Pensadores de grande envergadura – um Eric Voegelin, um Bernard Lonergan, um Xavier Zubiri – sobreviveram à debacle dos anos 60 e continuaram atuantes, o primeiro até 1985, o segundo até 1984, o terceiro até 1983. Mas seus ensinamentos são ainda a posse exclusiva de círculos seletos. Não entram na corrente geral das idéias, nem poderiam entrar sem sujar-se, sem transformar-se em matéria de discussões idiotas como vem acontecendo, graças à ascensão política de alguns de seus discípulos, com o infeliz Leo Strauss.
Pois a desgraça se deu justamente na “corrente geral”. O fim da II Guerra Mundial trouxe uma prodigiosa reorganização das bases sociais e econômicas da vida intelectual no mundo. Novas instituições, novas redes de comunicação, novos mecanismos de estocagem e distribuição das informações acadêmicas, novos públicos e, sobretudo, a ampliação inaudita do apoio estatal e privado à cultura e a formação dos grandes organismos internacionais como a ONU e a Unesco. Tudo isso veio junto com o descrédito do marxismo soviético e a profunda mutação interna da militância esquerdista internacional, a essa altura já plenamente imbuída das duas lições aprendidas da Escola de Frankfurt e de Georg Lukacs (mas também, mais discretamente, de Martin Heidegger): (1) a luta essencial não era propriamente contra o capitalismo, mas contra “a civilização ocidental”; (2) o agente principal do processo era a classe dos intelectuais.
Nessas condições, o crescimento fabuloso dos meios de atuação veio junto com o esforço multilateral de apropriação desses meios por parte de grupos militantes bem pouco interessados em “compreender o mundo” mas totalmente devotados a “transformá-lo”. A redução drástica da atividade intelectual ao ativismo político foi a conseqüência desejada e planejada dessa operação, realizada em escala mundial a partir dos anos 60.
Não que o fenômeno fosse totalmente desconhecido antes disso. Um vasto ensaio geral já vinha sendo realizado nos EUA desde a década de 30 pelo menos, através das grandes fundações “não lucrativas” que descobriram seu poder de orientar e manipular a seu belprazer a atividade intelectual, científica e educacional mediante a simples seleção ideologicamente orientada dos destinatários de suas verbas bilionárias.
Em 1954, uma comissão de investigações do Congresso americano já havia descoberto que fundações como Rockefeller, Carnegie e Ford exerciam controle indevido sobre as universidades, as instituições de pesquisa e a cultura em geral, orientando-as num sentido francamente anti-americano, anticristão e até anticapitalista. (Não me perguntem pela milésima vez com que interesse os grandes capitalistas podem agir contra o capitalismo. A explicação está resumida em http://www.olavodecarvalho.org /semana/040617jt.htm e http://www.olavodecarvalho.org /textos/debate_usp_4.htm .) Inevitavelmente, a influência exercida por essas organizações não consistiu só em introduzir uma determinada cor política na produção cultural, mas em alterá-la e corrompê-la até às raízes, subordinando aos objetivos políticos e publicitários visados todas as exigências de honestidade, veracidade e rigor. Sem essa interferência, fraudes cabeludas como o Relatório Kinsey ou a pseudo-antropologia de Margaret Mead jamais teriam conseguido impor-se ao meio acadêmico e à mídia cultural como produtos respeitáveis de uma atividade científica normal.
A comissão foi alvo de ataques virulentos de toda a grande mídia, e seu trabalho acabou por ser esquecido, mas ele ainda é uma das melhores fontes de consulta sobre a instrumentalização política da cultura (v. René Wormser, Foundations, Their Power and Influence , New York, Devin-Adair, 1958 – vocês podem comprá-lo pelo site http://www.bookfinder.com ). Na verdade, sem ele não se pode compreender nada do que se passou em seguida, pois o que se passou foi que o experimento tentado em escala americana foi ampliado para o mundo todo: a apropriação dos meios de ação cultural pelas organizações militantes e o sacrifício integral da inteligência humana no altar da “vontade de poder” simplesmente se globalizaram.
Recursos incalculavelmente vastos, que poderiam ter sido utilizados para o progresso do conhecimento e a melhoria da condição de vida da espécie humana foram assim desperdiçados para sustentar a guerra geral da estupidez militante contra a “civilização ocidental” que havia gerado esses mesmos recursos.
Embora esse processo seja de alcance mundial, é claro que o seu peso se fez sentir mais densamente em países novos do Terceiro Mundo, onde as criações das épocas anteriores não tinham sido assimiladas com muita profundidade e as raízes da civilização podiam ser mais facilmente cortadas. No Brasil, da década de 60 em diante, os progressos da barbárie foram talvez mais rápidos do que em qualquer outro lugar, destruindo com espantosa facilidade as sementes de cultura que, embora frágeis, vinham dando alguns frutos promissores. A comparação impossível entre as duas épocas, que mencionei acima, é ainda mais impossível no caso brasileiro. Na década de 50, tínhamos, vivos e atuantes, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Àlvaro Lins, Augusto Meyer, Otto Maria Carpeaux, Mário Ferreira dos Santos, Vicente Ferreira da Silva, Herberto Sales, Cornélio Penna, Gustavo Corção, Nelson Rodrigues, Lúcio Cardoso, Heitor Villa-Lobos, Augusto Frederico Schmidt, a lista não acaba mais. Hoje, quem representa na mídia a imagem da “cultura brasileira”? Paulo Coelho, Luís Fernando Veríssimo, Gilberto Gil, Arnaldo Jabor, Emir Sader, Frei Betto e Leonardo Boff. Perto desses, Chomsky é Aristóteles. É o grau mais alto pelo qual se medem.
Aqui Olavo não apenas acertou, e não apenas "mandou bem"... ele ARRASOU, DETONOU!!!
Expôs, de forma magistral, a verdade pura e simples. Estas simples linhas valem mais que livros inteiros.
Chamar isso de crise, ou mesmo de decadência, é de um otimismo delirante. A cultura brasileira tornou-se a caricatura de uma palhaçada. É uma coisa oca, besta, disforme, doente, incalculavemente irrisória.
Desculpe-me por isso, Olavo de Carvalho! O pessoal aqui do fórum sabe que eu volta e meio falo que o Brasil encontra-se em clara decadência cultural, no que muitos discordam de mim, mas de fato eu estou "dando desconto" demais... estou tendo um otimismo delirante... nossa cultura já está disforme, mesmo.
A inteligência, ao contrário do dinheiro ou da saúde, tem esta peculiaridade: quanto mais você a perde, menos dá pela falta dela. O homem inteligente, afeito a estudos pesados, logo acha que emburreceu quando, cansado, nervoso ou mal dormido, sente dificuldade em compreender algo. Aquele que nunca entendeu grande coisa se acha perfeitamente normal quando entende menos ainda, pois esqueceu o pouco que entendia e já não tem como comparar. Uma das coisas que me deliciam, que me levam ao êxtase quando contemplo o Brasil de hoje, é o ar de seriedade com que as pessoas discutem e pretendem sanar os males econômicos, políticos e administrativos do Brasil, sem ligar a mínima para a destruição da cultura, como se a inteligencia prática subsistisse incólume ao emburrecimento geral, como se inteligência fosse um adorno a ser acrescentado ao sucesso depois de resolvidos todos os problemas ou como se a inépcia absoluta não fosse de maneira alguma um obstáculo à conquista da felicidade geral. A prova mais evidente da insensibilidade torpe é o sujeito já nem sentir saudade da consciência que teve um dia.
Mas não, a inteligência nacional não acabou no dia em que os nossos estudantes tiraram o último lugar numa avaliação entre alunos do curso secundário de 32 países: acabou logo em seguida, quando o ministro da Educação disse que o resultado poderia ter sido pior.
É a cultura brasileira já disforme, mesmo.
Ao estudante que consiga ainda vislumbrar o que é vida intelectual e faça dela o objetivo de sua existência, restam dois caminhos: o exílio, que pode levar ao lugar errado (a miséria brasileira nasce em Paris), e o isolamento, que pode levar os mais fracos a um desespero ainda mais profundo do que aquele em que se encontram.
A única solução viável, que enxergo, é a formação de pequenos grupos solidários, firmemente decididos a obter uma formação intelectual sólida, de início sem nenhum reconhecimento oficial ou acadêmico, mas forçando mais tarde a obtenção desse reconhecimento mediante prova de superioridade acachapante. Já não leciono no Brasil, mas a experiência mostrou que muito aluno meu, com alguns anos de aulas e bastante estudo em casa, já está pronto para dar de dez a zero, não digo em alunos, mas em professores da USP do calibrinho de Demétrio Magnoli e Emir Sader, o que, bem feitas as contas, é até luta desigual, é até covardia.
O processo é trabalhoso, mas simples: cumprir as tarefas tradicionais do estudo acadêmico, dominar o trivium , aprender a escrever lendo e imitando os clássicos de três idiomas pelo menos, estudar muito Aristóteles, muito Platão, muito Tomás de Aquino, muito Leibniz, Schelling e Husserl, absorver o quanto possível o legado da universidade alemã e austríaca da primeira metade do século XX, conhecer muito bem a história comparada de duas ou três civilizações, absorver os clássicos da teologia e da mística de pelo menos três religiões, e então, só então, ler Marx, Nietzsche, Foucault. Se depois desse regime você ainda se impressionar com esses três, é porque é burro mesmo e eu nada posso fazer por você.
Eu ando, de certa forma, no "isolamento". Desde que começei a fazer faculdade, a falta de intelectualidade da imensa maioria das pessoas tem tornado suas companhias extremamente desinteressantes para mim. Por outro lado, alguns já começam a me propor o exílio, como alguns deste fórum, ao perguntar-me: "Por quê você não vai para os E.U.A.? Por quê você não vai para a Argentina?"
Aliás, essa boçalidade geral que deformou completamente a cultura brasileira é um dos motores que me fizeram, por exemplo, promover um encontro do RV no RJ este fim de semana... identifiquei ali pessoas que têm nível intelectual adequado, coisa tão rara hoje em dia que não posso ficar me dando ao luxo de ficar passando adiante a oportunidade de conversar com elas.
Mas o ambiente universitário brasileiro de hoje é tão baixo, tão torpe, que só de a gente apresentar essa lista – o mínimo requerido para uma formação séria de filósofo ou erudito –, o pessoal já arregala os olhos de susto. Na verdade, o estudante brasileiro não lê nada, só resumo e orelha, além de Emir Sader e da dupla Betto & Boff, que não valem o resumo de uma orelha. É tudo farsa, chanchada, pose. Não há quem não saiba disso e não há quem não acabe se acomodando a essa situação como se fosse natural e inevitável. A abjeção intelectual deste país é sem fim.
A abjeção intelectual deste país é gigantesca, e Olavo de Carvalho, mais uma vez, deu uma AULA sobre o Brasil. Manda muito o Olavo de Carvalho. Show.
Editado pela última vez por Poindexter em 16 Fev 2006, 13:08, em um total de 2 vezes.
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O grito liberalista em favor da prostituição já chegou à este fórum.
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O que vem de baixo, além de não me atingir, reforça ainda mais as minhas idéias.
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Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
PD, o pôster que você tem em tamanho natural no seu quarto, do OC, é autografado?
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Re: Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
Mr.Hammond escreveu:PD, o pôster que você tem em tamanho natural no seu quarto, do OC, é autografado?
Através desta reação-exemplo à minha mensagem, podemos claramente notar como falar em "decadência cultural" no Brasil já é ser delirantemente otimista.
Não há mais debate. Não há mais confronto de idéias... você fala alguma coisa e tudo o que aparece são brincadeirras, ad hominens... isso conduz justamente àquele isolamento, do que Olavo de Carvalho falou e eu comentei.
PS: Quantos autógrafos de Carlos Lacerda há na tua casa, Hammond?
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Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
Entendi, PD. Tem autógrafo.
Os livros do Carlos Lacerda não eram meus. Eram de minha avó e minha bisavó, que eram amigas dele.
O fato é que você pareceu uma paquita histérica e eufórica com o texto, PD.
Mas é seu direito, fazer o quê...
Os livros do Carlos Lacerda não eram meus. Eram de minha avó e minha bisavó, que eram amigas dele.
O fato é que você pareceu uma paquita histérica e eufórica com o texto, PD.
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Re: Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
Mr.Hammond escreveu:Entendi, PD. Tem autógrafo.
Esta é tua conduta como jornalista????????????????
Mr.Hammond escreveu:Os livros do Carlos Lacerda não eram meus. Eram de minha avó e minha bisavó, que eram amigas dele.
Óbvio que eles não eram teus, pois ele morreu em 1977.
Mr. Hammond escreveu:O fato é que você pareceu uma paquita histérica e eufórica com o texto, PD.
Mas é seu direito, fazer o quê...
Isso é apenas desculpa tua para falar ainda mais de Olavo de Carvalho e não comentar intelectualmente o que eu escrevi.
No mais, textos extraordinários merecem reações extraordinárias.
Editado pela última vez por Poindexter em 16 Fev 2006, 13:04, em um total de 1 vez.
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Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
Podem dizer o que quiserem, mas admirei este texto mais que a média dos textos de Olavo de Carvalho,porque este tocou nas feridas do meu dia-a-dia, mesmo. Eu sinto, e sei que muitos outros sentem esse isolamento ou pressão para o exílio.
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Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
Poindexter:
Pra começar, eu ainda não sou jornalista. E mesmo que já fosse, não estaria aqui exercendo a função jornalista e sim como um cidadão que tem o direito de omitir opiniões. Seu ataque é improcedente.
Querer me desqualificar por "não estar agindo como jornalista" é uma falácia. Primeiro porque ainda não me formei, segundo porque se eu não estou aqui trabalhando como jornalista e não tenho obrigação de ser imparcial.
Por que você escreve como se OC estivesse lendo seus comentários?
Exemplo:
OC não vai ler seus comentarios, sabia? Ou você trata ele como uma entidade onipotente, que vê tudo?
Você segue a religião olaviana e ele é uma espécie de deus, o qual você se dirige no dia-a-dia fazendo comentários?
Você pode ler pensamentos? Se não puder, não afirme o que você não pode provar. Eu não tenho a obrigação de destrinchar os textos patéticos de OC. Se eu quiser apenas achar ruim sem fazer comentários , que serão seguidos da sua típica retórica chata e direitista, assim o farei.
Pra começar, eu ainda não sou jornalista. E mesmo que já fosse, não estaria aqui exercendo a função jornalista e sim como um cidadão que tem o direito de omitir opiniões. Seu ataque é improcedente.
Querer me desqualificar por "não estar agindo como jornalista" é uma falácia. Primeiro porque ainda não me formei, segundo porque se eu não estou aqui trabalhando como jornalista e não tenho obrigação de ser imparcial.
Por que você escreve como se OC estivesse lendo seus comentários?
Exemplo:
Desculpe-me por isso, Olavo de Carvalho!
OC não vai ler seus comentarios, sabia? Ou você trata ele como uma entidade onipotente, que vê tudo?
Você segue a religião olaviana e ele é uma espécie de deus, o qual você se dirige no dia-a-dia fazendo comentários?
Isso é apenas desculpa tua para falar ainda mais de Olavo de Carvalho e não comentar intelectualmente o que eu escrevi.
Você pode ler pensamentos? Se não puder, não afirme o que você não pode provar. Eu não tenho a obrigação de destrinchar os textos patéticos de OC. Se eu quiser apenas achar ruim sem fazer comentários , que serão seguidos da sua típica retórica chata e direitista, assim o farei.
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Re: Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
Mr.Hammond escreveu:Poindexter:
Pra começar, eu ainda não sou jornalista. E mesmo que já fosse, não estaria aqui exercendo a função jornalista e sim como um cidadão que tem o direito de omitir opiniões. Seu ataque é improcedente.
Querer me desqualificar por "não estar agindo como jornalista" é uma falácia. Primeiro porque ainda não me formei, segundo porque se eu não estou aqui trabalhando como jornalista e não tenho obrigação de ser imparcial.
Eu apenas perguntei se esta é a tua conduta como jornalista. Não disse em nenhum momento que você estava neste tópico como tal.
Mr.Hammond escreveu:Por que você escreve como se OC estivesse lendo seus comentários?
Exemplo:Desculpe-me por isso, Olavo de Carvalho!
OC não vai ler seus comentarios, sabia? Ou você trata ele como uma entidade onipotente, que vê tudo?
Você segue a religião olaviana e ele é uma espécie de deus, o qual você se dirige no dia-a-dia fazendo comentários?
Recursos estilísticos são coisas muito simples de serem feitas. São ensinadas no Ensino Médio de qualquer colégio decente e são facilmente acessíveis e assimiláveis por quem possui o hábito da boa leitura.
Se você não entende esse tipo de recurso, isso consiste em uma evidência a mais de que a cultura brasileira já está completamente deformada, como já foi dito por Olavo de Carvalho e, agora, por mim também.
Isso é apenas desculpa tua para falar ainda mais de Olavo de Carvalho e não comentar intelectualmente o que eu escrevi.
Mr.Hammond escreveu:Você pode ler pensamentos? Se não puder, não afirme o que você não pode provar.´
Não preciso ler pensamentos. Tua fixação em Olavo de Carvalho é evidente pelas tuas mensagens.
Mr. Hammond escreveu: Eu não tenho a obrigação de destrinchar os textos patéticos de OC. Se eu quiser apenas achar ruim sem fazer comentários , que serão seguidos da sua típica retórica chata e direitista, assim o farei.
Taí mais um exemplo do que fala Olavo de Carvalho neste texto: não se analisa mais textos... não se vai a fundo... o império da orelhada! Você não tem a obrigação, mas o fato de cada vez menos se ver análises embasadas ilustra bem a redução de nossa cultura em mera caricatura do que foi há uns 50 anos.
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Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
Eu apenas perguntei se esta é a tua conduta como jornalista
É óbvio que não. Não estou aqui como jornalista. Já falei.
Tua fixação em Olavo de Carvalho é evidente pelas tuas mensagens.
Quem tem fixação por OC é quem posta textos dele obsessivamente, como você, o LS e o cabeção.
Quem também faz questão de puxar o saco dele o tempo todo são vocês. Logo, vocês é que têm pensamento fixo por OC. Eu tiro sarro do OC assim como tiro sarro das religiões.
não se analisa mais textos... não se vai a fundo...
Generalização absurda. Não é porque não quero analisar e refutar este texto que necessariamente não vou fazer isto com outros textos.
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Re: Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
Mr.Hammond escreveu:Quem tem fixação por OC é quem posta textos dele obsessivamente, como você, o LS e o cabeção.
Mentira.
Provas de que eu posto textos dele obsessivamente? Se você encontrar cinco textos do MSM que eu tenha postado aqui no RV, aceito tua caracterização. Topas o desafio ou vais tentar sair pela tangente?
Aceito tua desistência, Mr. Hammond.
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Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
Mesmo que você não venha a postar textos do OC, sempre corre para bajular o texto.
Mas que o LS e o cabeção posta, isso é fato.
Mas que o LS e o cabeção posta, isso é fato.
Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
Ué, não é o OC que gosta daquela bandinha de merda que canta Ana Julia? De onde o cara fala que a cultura acabou?
The Pensêitor admitindo que estava enganado: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=53315#53315
Eu concordando plenamente em algo com o VM: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=239579#239575

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Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
Texto tipico para o panaca cristão comum.
Será que esse velhote por um acaso ja leu Richard Dawkins alguma vez na vida para classifica-lo como charlatão?
Dawkins, ao contrário do Onabitcho, faz um grande serviço como divulgador da ciência, além de escrever sobre coisas úteis sem necessitar apelas às teorias conspiratórias e anedotas baratas, como as que são encontradas logo no começo do texto.
Será que esse velhote por um acaso ja leu Richard Dawkins alguma vez na vida para classifica-lo como charlatão?
Dawkins, ao contrário do Onabitcho, faz um grande serviço como divulgador da ciência, além de escrever sobre coisas úteis sem necessitar apelas às teorias conspiratórias e anedotas baratas, como as que são encontradas logo no começo do texto.
"Uau! O Brasil é grande"
Reação de Bush, quando Lula mostrou um mapa do Brasil. Essa frase foi finalista em 2006 do site StupidityAwards.com, na categoria "Afirmação mais estúpida de Bush".
Reação de Bush, quando Lula mostrou um mapa do Brasil. Essa frase foi finalista em 2006 do site StupidityAwards.com, na categoria "Afirmação mais estúpida de Bush".
- Poindexter
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Re: Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
Perseus escreveu:Texto tipico para o panaca cristão comum.
Será que esse velhote por um acaso ja leu Richard Dawkins alguma vez na vida para classifica-lo como charlatão?
Dawkins, ao contrário do Onabitcho, faz um grande serviço como divulgador da ciência, além de escrever sobre coisas úteis sem necessitar apelas às teorias conspiratórias e anedotas baratas, como as que são encontradas logo no começo do texto.
Sensacional, Perseus! Leu, de todo o texto, apenas o nome de Richard Dawkins! Isso reforça a idéia do Olavo... o império da "orelhada", nossa cultura sendo apenas uma caricatura do que já foi um dia.
Interessante como cada mensagem contrária ao texto vai confirmando-o ainda mais...
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Re: Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
aknatom escreveu:Ué, não é o OC que gosta daquela bandinha de merda que canta Ana Julia? De onde o cara fala que a cultura acabou?



Ele também considera astrologia cultura...

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Re: A tragédia do estudante sério no Brasil
user f.k.a. Cabeção escreveu:Num panorama inteiramente dominado por charlatães caricatos como Noam Chomsky, Richard Dawkins, Edward Said, Jacques Derrida, Julia Kristeva, a época em que floresceram quase que simultaneamente Edmund Husserl, Karl Jaspers, Louis Lavelle, Alfred North Whitehead, Benedetto Croce, Jan Huizinga, Arnold Toynbee – e na literatura T. S. Eliot, W. B. Yeats, Ezra Pound, Thomas Mann, Franz Kafka, Jacob Wassermann, Robert Musil, Hermann Broch, Heimito von Doderer – já se tornou invisível, inalcançável à imaginação dos nossos contemporâneos
O que ele tem contra o Richard Dawkins?

Visite minha página http://filomatia.net. Tratando de lógica, filosofia, matemática etc.
Visite o Wikilivros. Aprenda mais sobre Lógica.
Assista meu canal do youtube. Veja meu currículo lattes.
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Re: Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
Poindexter escreveu:Perseus escreveu:Texto tipico para o panaca cristão comum.
Será que esse velhote por um acaso ja leu Richard Dawkins alguma vez na vida para classifica-lo como charlatão?
Dawkins, ao contrário do Onabitcho, faz um grande serviço como divulgador da ciência, além de escrever sobre coisas úteis sem necessitar apelas às teorias conspiratórias e anedotas baratas, como as que são encontradas logo no começo do texto.
Sensacional, Perseus! Leu, de todo o texto, apenas o nome de Richard Dawkins! Isso reforça a idéia do Olavo... o império da "orelhada", nossa cultura sendo apenas uma caricatura do que já foi um dia.
Interessante como cada mensagem contrária ao texto vai confirmando-o ainda mais...
Errado. Li o texto até o nome de Richard Dawkins.
Estou pouquissimo interessado em textos narcisistas que tem por objetivo denegrir/combater ideologia 'x'.
Seja ele de autor direitista, esquerdista, bicha, mormon ou ateu.
Se ter "cultura" é saber como criticar ou argumentar contra ideologia x, então eu sou completamente desaculturado.
Uma porque não defino minhas visões politicas sendo nem de esquerda, nem de direita, nem de centro, nem de céu ou de inferno.
Prefiro conhecer um pouco de tudo. Apesar de discordar de muita coisa, estou lendo agora o novo livro do grande Freedman.
Esse sim é um escritor de verdade, divulgador de cultura e boa informação.
O oposto do Onabitcho, um mero robo programado para repetir as mesmas bravastas de sempre, que em 99% dos casos, não tem utilidade alguma.
a propósito, o dia que um cara como o Olavo, que acha que Astrologia é cultura ter cacife para criticar um cara do nível do Dawkins, que é muitississimo mais escritor e divulgador de cultura ÚTIL, ai sim, podemos cavar um buraco no chão e nos enterrarmos todos.
Re: Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
Poindexter escreveu:Desculpe-me por isso, Olavo de Carvalho! O pessoal aqui do fórum sabe que eu volta e meio falo que o Brasil encontra-se em clara decadência cultural, no que muitos discordam de mim, mas de fato eu estou "dando desconto" demais... estou tendo um otimismo delirante... nossa cultura já está disforme, mesmo.
Nossa cultura?? NOSSA???
Mr.Hammond escreveu:Entendi, PD. Tem autógrafo.






"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não.
VOLTAIRE
Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.

VOLTAIRE
Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.
Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
Eu já tinha dito isto anteriormente e reintero agora:a decadência cultural não é um fator exclusivo do Brasil...ela tem raízes MUITO mais profundas, que vão desde a especialização e compartimentação do trabalho na Era Moderna até culturas ideológicas massificantes pós-imperialismo.
O Olavo peca por fazer polêmica em cima das conseqüências. E apenas isso. No texto ele não deu sequer um motivo para considerar melhores os autores descritos por ele e descartar os atacados.
E eu até gosto do Derrida...
O Olavo peca por fazer polêmica em cima das conseqüências. E apenas isso. No texto ele não deu sequer um motivo para considerar melhores os autores descritos por ele e descartar os atacados.
E eu até gosto do Derrida...
Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
Ei, Poindexter, quanto à falta de nível nas Universidades, eu também lamento muito. Meus dois melhores amigos de curso são, felizmente, pessoas de nível altíssimo. Tanto eu quanto eles e mais meia dúzia somos vistos como "os politizados" ou "nerds loucos" pela grande maioria.
Mas isso não se refere a uma tal propaganda comunista não. O pessoal não tem nível de politização e conhecimento nem para entrar em debates dessa envergadura. Acho que a maioria ainda é pressionada por um segundo grau que prima por "macetes" e por uma ideologia de "se dar bem no mercado de trabalho"; daí, não há intenção nenhuma de desenvolvimento pessoal...
Mas isso não se refere a uma tal propaganda comunista não. O pessoal não tem nível de politização e conhecimento nem para entrar em debates dessa envergadura. Acho que a maioria ainda é pressionada por um segundo grau que prima por "macetes" e por uma ideologia de "se dar bem no mercado de trabalho"; daí, não há intenção nenhuma de desenvolvimento pessoal...
- Poindexter
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- Registrado em: 18 Nov 2005, 12:59
Re: Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
Samael escreveu:Eu já tinha dito isto anteriormente e reintero agora:a decadência cultural não é um fator exclusivo do Brasil...ela tem raízes MUITO mais profundas, que vão desde a especialização e compartimentação do trabalho na Era Moderna até culturas ideológicas massificantes pós-imperialismo.
O Olavo peca por fazer polêmica em cima das conseqüências. E apenas isso. No texto ele não deu sequer um motivo para considerar melhores os autores descritos por ele e descartar os atacados.
E eu até gosto do Derrida...
Permita-me discordar, Samael... na década de 1950, o Ocidente já convivia com especialização, compartimentalização do trabalho e imperialismo há muito tempo e mesmo assim havia mantido bom nível cultural. A questão foi cultural, mesmo... e tem muito a ver com o mau uso que muitos fizeram da liberalização dos costumes. Metaforicamente falando, é como se, com o passar dos anos, muitos tenham confundido o desuso de levantar cartola para cumprimentar com liberdade para pichar muros, por exemplo.
Si Pelé es rey, Maradona es D10S.
Ciertas cosas no tienen precio.
¿Dónde está el Hexa?
Retrato não romantizado sobre o Comun*smo no século XX.
A child, not a choice.
Quem Henry por último Henry melhor.
O grito liberalista em favor da prostituição já chegou à este fórum.
Lamentável...
O que vem de baixo, além de não me atingir, reforça ainda mais as minhas idéias.
The Only Difference Between Suicide And Martyrdom Is Press Coverage
Ciertas cosas no tienen precio.
¿Dónde está el Hexa?
Retrato não romantizado sobre o Comun*smo no século XX.
A child, not a choice.
Quem Henry por último Henry melhor.
O grito liberalista em favor da prostituição já chegou à este fórum.
Lamentável...
O que vem de baixo, além de não me atingir, reforça ainda mais as minhas idéias.
The Only Difference Between Suicide And Martyrdom Is Press Coverage
Re: Re.: A tragédia do estudante sério no Brasil
Poindexter escreveu:Samael escreveu:Eu já tinha dito isto anteriormente e reintero agora:a decadência cultural não é um fator exclusivo do Brasil...ela tem raízes MUITO mais profundas, que vão desde a especialização e compartimentação do trabalho na Era Moderna até culturas ideológicas massificantes pós-imperialismo.
O Olavo peca por fazer polêmica em cima das conseqüências. E apenas isso. No texto ele não deu sequer um motivo para considerar melhores os autores descritos por ele e descartar os atacados.
E eu até gosto do Derrida...
Permita-me discordar, Samael... na década de 1950, o Ocidente já convivia com especialização, compartimentalização do trabalho e imperialismo há muito tempo e mesmo assim havia mantido bom nível cultural. A questão foi cultural, mesmo... e tem muito a ver com o mau uso que muitos fizeram da liberalização dos costumes. Metaforicamente falando, é como se, com o passar dos anos, muitos tenham confundido o desuso de levantar cartola para cumprimentar com liberdade para pichar muros, por exemplo.
Cara, a questão é que a grande maioria dos que vivem nessa decadência nem se dão conta desse ideário. E eu não me referi ao Imperialismo não. Nesse caso, acho que ele não tem nenhuma influência gritante na questão.
O problema das especialização é que desapareceram, quase que como mágica, os chamados "eruditos", como conhecimentos diversos em áreas diversas.
Se bem que no fim das contas, é um processo de causação circular, onde procurar causas não é a tarefa mais isenta nem racional do mundo...