Página 1 de 2

Frase de Simone da Silva

Enviado: 20 Fev 2006, 20:24
por Jack Torrance
"Ele ainda vão descobrir quem jogou essa droga dessa menina na água. Eu não quero essa criança."

Simone Cassiano da Silva, mãe da menina de 2 meses jogada na Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, dentre de um saco de lixo, numa exibição comovente de "amor materno"

Veja, 8 de fevereiro de 2006, página 41.

Re.: Frase de Simone da Silva

Enviado: 21 Fev 2006, 02:25
por King In Crimson
Deve ser crente.

Re.: Frase de Simone da Silva

Enviado: 21 Fev 2006, 02:28
por Poindexter
Quantas saudades de Amaral Neto!!!!!!

Re.: Frase de Simone da Silva

Enviado: 21 Fev 2006, 02:29
por Samael
Assassina...

Re.: Frase de Simone da Silva

Enviado: 21 Fev 2006, 03:39
por Poindexter
Ô, Karasu... da próxima vez não chama gente como ela de "mãe" no subtítulo, não... chama de "genitora".

Re: Re.: Frase de Simone da Silva

Enviado: 21 Fev 2006, 09:16
por Claudio Loredo
Poindexter escreveu:Quantas saudades de Amaral Neto!!!!!!



Poindexter,

Ao invés de você se preocupar com em se vingar da genitora da menina que foi jogada no lago, se preocupe com o destino da menina, pois se a menina tiver uma vida de cão, como sua genitora, ela também terá atitudes iguais ou piores do que jogar um bebê num lago.

Ao invés de você olhar para o passado e dizer: "Ai que saudades do Amaral Neto, como ele era mau e vingativo", passe a olhar para o futuro e se perguntar se queremos uma sociedade de vinganças ou uma sociedade de bem estar para todos.

Você ainda é muito novo para ser tão saudosista.


Re: Re.: Frase de Simone da Silva

Enviado: 21 Fev 2006, 09:31
por Flavio Costa
Claudio Loredo escreveu:Ao invés de você se preocupar com em se vingar da genitora da menina que foi jogada no lago, se preocupe com o destino da menina, pois se a menina tiver uma vida de cão, como sua genitora, ela também terá atitudes iguais ou piores do que jogar um bebê num lago.

Justamente, às vezes as pessoas consomem muito tempo culpando e esquecem de ver o que realmente importa, que são as causas dos problemas e as possíveis soluções.

Enviado: 21 Fev 2006, 09:48
por user f.k.a. Cabeção
Claudio Loredo escreveu:Ao invés de você se preocupar com em se vingar da genitora da menina que foi jogada no lago, se preocupe com o destino da menina, pois se a menina tiver uma vida de cão, como sua genitora, ela também terá atitudes iguais ou piores do que jogar um bebê num lago.


Claudio, queira me desculpar, mas isso é que você disse é uma grande mentira.

Miséria não torna as pessoas aptas a jogar seus filhos em lagoas. Nem miséria extrema. Quando muito, a pessoa entrega a criança para adoção, com o coração dividido, porém sabendo que está fazendo o melhor para seu filho.

Jogar uma criança numa lagoa é um ato criminoso e bárbaro, e para fazê-lo a pessoa precisa ser, muito mais do que financeiramente desvalida, uma assassina.

Essa manobra de jogar a culpa no sistema para ações torpes é que corrobora com a criminalidade e com a infiltração de relativismos morais, que alimentam essas atitudes muito além da simples falta de perspectivas financeiras. Na verdade, a própria falta de moral e ética vigente é em grande parte uma responsável pela miséria global, com a disseminação da idéia de que a solução mais fácil, embora moralmente condenável, deve ser adotada.

Pobreza não determina caráter. Tanto é que vemos muitos políticos financeiramente bem-sucedidos que não tem um pingo disso, e muitas pessoas pobres, porém batalhadoras e incapazes de cometer uma barbaridade como essa. Mas a recíproca não é verdadeira, a falta de caráter gera (muita) miséria. Quando ela e o relativismo moral (que 'justifica' a falta de caráter) são uma constante, quando os valores universais são distorcidos para colocar essa bandida como vítima da sociedade, assim como fazem com os pivetes, os traficantes e os seqüestradores, quando tudo isso se torna comum, o que teremos como resultado é mais pobreza.

Enviado: 21 Fev 2006, 09:55
por Flavio Costa
user f.k.a. Cabeção escreveu:Miséria não torna as pessoas aptas a jogar seus filhos em lagoas. Nem miséria extrema. Quando muito, a pessoa entrega a criança para adoção, com o coração dividido, porém sabendo que está fazendo o melhor para seu filho.

Jogar uma criança numa lagoa é um ato criminoso e bárbaro, e para fazê-lo a pessoa precisa ser, muito mais do que financeiramente desvalida, uma assassina.

Isso é verdade, mas enquanto a miséria não cria monstros, o conflito emocional cria.

user f.k.a. Cabeção escreveu:Pobreza não determina caráter.

Justamente por isso eu desaprovo o eufemismo "humilde" para se referir a uma pessoa de baixa renda.

Enviado: 21 Fev 2006, 11:09
por Poindexter
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Claudio, queira me desculpar, mas isso é que você disse é uma grande mentira.

Miséria não torna as pessoas aptas a jogar seus filhos em lagoas. Nem miséria extrema. Quando muito, a pessoa entrega a criança para adoção, com o coração dividido, porém sabendo que está fazendo o melhor para seu filho.

Jogar uma criança numa lagoa é um ato criminoso e bárbaro, e para fazê-lo a pessoa precisa ser, muito mais do que financeiramente desvalida, uma assassina.

Essa manobra de jogar a culpa no sistema para ações torpes é que corrobora com a criminalidade e com a infiltração de relativismos morais, que alimentam essas atitudes muito além da simples falta de perspectivas financeiras. Na verdade, a própria falta de moral e ética vigente é em grande parte uma responsável pela miséria global, com a disseminação da idéia de que a solução mais fácil, embora moralmente condenável, deve ser adotada.

Pobreza não determina caráter. Tanto é que vemos muitos políticos financeiramente bem-sucedidos que não tem um pingo disso, e muitas pessoas pobres, porém batalhadoras e incapazes de cometer uma barbaridade como essa. Mas a recíproca não é verdadeira, a falta de caráter gera (muita) miséria. Quando ela e o relativismo moral (que 'justifica' a falta de caráter) são uma constante, quando os valores universais são distorcidos para colocar essa bandida como vítima da sociedade, assim como fazem com os pivetes, os traficantes e os seqüestradores, quando tudo isso se torna comum, o que teremos como resultado é mais pobreza.


Car*lho! Como você escreve bem, Cabeção!

Já pensastes em escrever profissionalmente? Já pensastes em escrever algumas coisas para o MSM?

Conciso e extenso ao mesmo tempo! Genial!

Re.: Frase de Simone da Silva

Enviado: 21 Fev 2006, 19:31
por Claudio Loredo


Cabeção, eu não estou tirando a culpa da genitora da menina. O que estou dizendo é que pessoas em situações de extrema miséria são capazes de atos crueis. Não são todos os miseráveis que fazem estas coisas, mas que a miséria ajuda a criar monstros, isto ajuda.

Por tudo isto há a necessídade da eliminação da miséria em nossa sociedade e não simplesmente vê-la como algo natural das sociedades humanas.

Quero mostrar que há a necessidade de dar a esse bebê salvo do afogamento oportunidades na vida. Quando houve o massacre da candelária no Rio, ninguém quis saber dos meninos de rua sobreviventes. Resultado, um deles virou o bandido do ônibus 175 que matou uma passageira. Se o Estado tivesse dado abrigo a essas crianças da candelária que sobreviveram ao massacre, nada disto teria acontecido.

Por incrivel que pareça, as pessoas não miseráveis porque elas querem. Muitos o são porque nunca tiveram a oportunidade de deixar de ser.


Enviado: 22 Fev 2006, 02:20
por Samael
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Claudio Loredo escreveu:Ao invés de você se preocupar com em se vingar da genitora da menina que foi jogada no lago, se preocupe com o destino da menina, pois se a menina tiver uma vida de cão, como sua genitora, ela também terá atitudes iguais ou piores do que jogar um bebê num lago.


Claudio, queira me desculpar, mas isso é que você disse é uma grande mentira.

Miséria não torna as pessoas aptas a jogar seus filhos em lagoas. Nem miséria extrema. Quando muito, a pessoa entrega a criança para adoção, com o coração dividido, porém sabendo que está fazendo o melhor para seu filho.

Jogar uma criança numa lagoa é um ato criminoso e bárbaro, e para fazê-lo a pessoa precisa ser, muito mais do que financeiramente desvalida, uma assassina.

Essa manobra de jogar a culpa no sistema para ações torpes é que corrobora com a criminalidade e com a infiltração de relativismos morais, que alimentam essas atitudes muito além da simples falta de perspectivas financeiras. Na verdade, a própria falta de moral e ética vigente é em grande parte uma responsável pela miséria global, com a disseminação da idéia de que a solução mais fácil, embora moralmente condenável, deve ser adotada.

Pobreza não determina caráter. Tanto é que vemos muitos políticos financeiramente bem-sucedidos que não tem um pingo disso, e muitas pessoas pobres, porém batalhadoras e incapazes de cometer uma barbaridade como essa. Mas a recíproca não é verdadeira, a falta de caráter gera (muita) miséria. Quando ela e o relativismo moral (que 'justifica' a falta de caráter) são uma constante, quando os valores universais são distorcidos para colocar essa bandida como vítima da sociedade, assim como fazem com os pivetes, os traficantes e os seqüestradores, quando tudo isso se torna comum, o que teremos como resultado é mais pobreza.


Exatamente. Mas é bem possível que a situação miserável pode ter, no mínimo, ajudado a causar essa situação extrema de mau-caratismo e "nilismo moral".

Longe de mim querer retirar a culpa dessa assassina, mas não acho que dizer apenas que há "uma falta de caráter instrínseca" seja resposta adequada à questão.

Enviado: 22 Fev 2006, 11:34
por user f.k.a. Cabeção
Claudio Loredo escreveu: Cabeção, eu não estou tirando a culpa da genitora da menina. O que estou dizendo é que pessoas em situações de extrema miséria são capazes de atos crueis. Não são todos os miseráveis que fazem estas coisas, mas que a miséria ajuda a criar monstros, isto ajuda.



Depende do que você considera cruel. Muitas vezes a atitude a ser tomada é cruel sob determinado ponto de vista, mas nem por isso é uma manifestação de mau-caratismo.

Agora, dizer que uma pessoa em situação de extrema pobreza é capaz de ser mau-caráter é afirmar que condição financeira determina valores morais. É ser relativista e tentar defender o vigarista por seu passado difícil.

Enquanto houver honestidade em pessoas mais pobres, qualquer defesa da desonestidade de alguém baseando-se na pobreza como fator determinante cai por terra.

A miséria pode até ser vista como um catalizador. O garoto que não tem bases morais sólidas e condições financeiras boas, pode se juntar ao tráfico com maior facilidade que o garoto de classe média com a mesma formação moral. Isso se dá tanto por facilidades geográficas quanto por necessidades financeiras, mas o determinante aí é a falta de caráter. Até porque, muitos garotos de classe média se enveredam no tráfico também, principalmente das drogas sintéticas que podem comprar no exterior, seduzidos pelo dinheiro fácil. Mesmo assim, no barraco mais miserável da favela, ou no apartamento de 3 quartos com suíte, existirá o moleque pobre, mas que freqüenta todas as aulas no ciep e ainda trabalha para ajudar, ou o garoto de classe média que estuda para obter uma formação melhor e prosperar, sem que nenhum dos dois se envolva no comércio de drogas mais do que sendo vizinhos de seus amigos de infância traficantes.

Ou seja, não é a oportunidade (ou necessidade) que faz o ladrão. Ela pode revelar o ladrão, nunca fazê-lo.


Claudio Loredo escreveu: Por tudo isto há a necessídade da eliminação da miséria em nossa sociedade e não simplesmente vê-la como algo natural das sociedades humanas.



Você está fantasiando se acha que existe discurso defendendo a existência da miséria.

A miséria não precisa existir, já a desigualdade sim. A miséria é resultado tanto de falta de perspectivas econômicas em âmbito nacional ou regional quanto falta de perspectivas e valores pessoais, em âmbito individual. Não importa que existam oportunidades sobrando, quando a pessoa não se prontifica a agarrá-las. Também não importa que exista muita gente disposta, quando não existem oportunidades.

É por isso que na maioria das vezes, imigrantes apresentam índices de ascensão social muito maiores que nativos na mesma faixa de renda. Imigrantes entram no país dispostos a fazer fortuna, saídos de situações extremas e com outro tipo de postura, que passaram para seus filhos na forma de valores, do que nativos que se acostumaram a esperar do governo local ações afirmativas no combate a miséria e latência dos próprios. É a típica mentalidade assistencial de esquerda, que culpa governos (tanto os mais quanto os menos esquerdistas) pelo fracasso pessoal.


Claudio Loredo escreveu: Quero mostrar que há a necessidade de dar a esse bebê salvo do afogamento oportunidades na vida. Quando houve o massacre da candelária no Rio, ninguém quis saber dos meninos de rua sobreviventes. Resultado, um deles virou o bandido do ônibus 175 que matou uma passageira. Se o Estado tivesse dado abrigo a essas crianças da candelária que sobreviveram ao massacre, nada disto teria acontecido.

Por incrivel que pareça, as pessoas não miseráveis porque elas querem. Muitos o são porque nunca tiveram a oportunidade de deixar de ser.


Como disse, faça um estudo comparativo entre o sucesso de imigrantes e nativos e veja oportunidade tem muito a ver com valores pessoais.

Eu não tenho os números aqui, embora saiba que eles concordarão comigo. Mas posso afirmar, por descender de imigrantes, que conheço pelo menos umas 6 famílias de imigrantes que vieram para o Brasil com uma mão na frente e outra atrás. Nenhuma hoje apresenta-se na mesma condição de pobreza que quando chegou, e algumas delas estão verdadeiramente ricas.

É claro que situação econômica ajuda, como disse. E que devem ser estendidas oportunidades a todos para que, com o próprio esforço, possam alcançar seus objetivos. Objetivos grandes exigem mais esforço que objetivos menores. Mas para quem não se esforça, nada deve ser dado de graça.

O caminho para a prosperidade no Brasil demanda uma grande mudança de postura, a começar de baixo, pois enquanto grande parte do povo se comportar como pedinte, ou como mulher de malandro, enquanto valores morais não forem transmitidos como devem ser, e isso inclui brutalizar criminosos, e não encontrar justificativas para suas atitudes torpes, enquanto não se promover uma cultura do trabalho e da cobiça saudável, os políticos continuarão a ser corruptos, as medidas tomadas continuarão a ser paliativas e pouco eficientes, os criminosos continuarão a pipocar, e a ser defendidos por sociólogos e ideólogos de esquerda, pois o povo, apesar de sempre reclamar, corrobora com isso.

Re: Re.: Frase de Simone da Silva

Enviado: 22 Fev 2006, 12:09
por Acauan
Claudio Loredo escreveu:Quando houve o massacre da candelária no Rio, ninguém quis saber dos meninos de rua sobreviventes. Resultado, um deles virou o bandido do ônibus 175 que matou uma passageira. Se o Estado tivesse dado abrigo a essas crianças da candelária que sobreviveram ao massacre, nada disto teria acontecido.


Cláudio,

Em que você baseia esta certeza de que apenas a oferta de abrigo impediria aquele determinado indivíduo de se tornar um bandido?

Como o Cabeção bem colocou, oportunidades de nada valem quando faltam valores que motivam as pessoas a trabalhar para alcançá-las.

Um exemplo e prova disto é a história de Fernando Ramos da Silva, o ator-mirim do personagem Pixote, no filme de Hector Babenco, que foi morto pela polícia após entrar para o crime.
Na época foram muitas as reportagens denunciando o sistema cruel que fez daquela pobre criança um criminoso.
Só que qualquer que lesse aquelas reportagens sem a emoção ideológica induzida pelos autores, perceberia de imediato a contradição, pois a maioria relatava a biografia de um rapaz que após tornar-se celebridade com o filme (que rendeu à família dele muito pouco dinheiro, mas abriu muitas portas) a oportunidades pulularam, inclusive um contrato como ator infantil de novelas da Globo.
Fernando Ramos da Silva fracassou em todos os trabalhos que lhe foram oferecidos, sendo fácil concluir das fontes disponíveis, mesmo as tendenciosas como o livro-reportagem "Infância dos Mortos", de José Louzeiro, que faltaram a ele valores familiares que incentivassem a disciplina e o apego ao trabalho honesto.

Após sua primeira incursão no crime e conseqüente prisão, Fernando Ramos da Silva de novo causou comoção nacional, e de novo choveram oportunidades de pessoas e instituições interessadas em corrigir aquela terrível "injustiça social".
Mais uma vez Silva desdenhou estas oportunidades, entre elas uma casa própria que lhe foi dada de graça, para ele e sua família, junto com um emprego. O rapaz abandonou o emprego, vendeu a casa e voltou para a favela, onde abriu um bar com o dinheiro da venda do imóvel.
Pouco tempo depois, voltava ao crime e ao encontro com seu destino inevitável – a morte em uma troca de tiros com a polícia.

Re.: Frase de Simone da Silva

Enviado: 22 Fev 2006, 12:37
por O ENCOSTO
Oportunidade é oque não falta para o filho do Pelé. E olha oque esse cara é hoje...

Enviado: 22 Fev 2006, 12:53
por Acauan
user f.k.a. Cabeção escreveu:É por isso que na maioria das vezes, imigrantes apresentam índices de ascensão social muito maiores que nativos na mesma faixa de renda. Imigrantes entram no país dispostos a fazer fortuna, saídos de situações extremas e com outro tipo de postura, que passaram para seus filhos na forma de valores, do que nativos que se acostumaram a esperar do governo local ações afirmativas no combate a miséria e latência dos próprios. É a típica mentalidade assistencial de esquerda, que culpa governos (tanto os mais quanto os menos esquerdistas) pelo fracasso pessoal.
...
Eu não tenho os números aqui, embora saiba que eles concordarão comigo. Mas posso afirmar, por descender de imigrantes, que conheço pelo menos umas 6 famílias de imigrantes que vieram para o Brasil com uma mão na frente e outra atrás. Nenhuma hoje apresenta-se na mesma condição de pobreza que quando chegou, e algumas delas estão verdadeiramente ricas.


Não apenas imigrantes Cabeção, mas também muitos migrantes tem suas histórias de sucesso para contar.

Fui coadjuvante de uma que me é particularmente inspiradora.

Anos atrás, precisei contratar novos funcionários para cobrir o aumento de demanda em uma atividade da qual era responsável.
Um dos candidatos, vindo de um estado do nordeste, escreveu no campo "experiência profissional" do formulário de solicitação de emprego apenas a seguinte frase "sou agricultor, sei plantar feijão e milho".

Como sua caligrafia e escolaridade informada indicavam alguém passível de treinamento, o entrevistei e decidi contratá-lo, inclusive pela honestidade de sua declaração.
Colocado nos serviços destinados aos iniciantes, no caso os mais desconfortáveis e de menor remuneração, sua primeira atitude foi oferecer-se prontamente para toda e qualquer hora-extra necessária, fosse no pós-expediente, sábados, domingos ou feriados.

Uma atitude destacada entre os demais funcionários, quase todos também migrantes de outros estados, dentre os quais vários contavam os segundos para encerrar a jornada diária e correr para o boteco e tomar a sua "branquinha".

Após alguns meses em que este funcionário realizou todas as funções que lhe foram atribuídas com dedicação e interesse, decidi promovê-lo na primeira oportunidade, para ciúme e despeito de outros tantos que, com muito mais tempo naquele trabalho, nunca fizeram um esforço além da obrigação mínima para alavancar o próprio progresso.

Algum tempo depois mudei de atividade e nunca mais o vi nos anos seguintes.
Recentemente, cruzei com ele nas proximidades de casa. Como não o reconheci após tanto tempo (e ele sim, quem esquece esta cara de Índio?), me chamou pelo nome, perguntou se lembrava dele, o que só me ocorreu após algumas dicas.

Seu progresso era visível, o rapaz que conheci recém chegado de um fim de mundo, que pleiteava um trabalho braçal que se dispunha a conduzir com o melhor de si, ostentava belas roupas de grife e uma aparência muito bem cuidada.
Contou-me que continuou trabalhando bem e sendo promovido no trabalho após minha saída, o que gerou uma oferta para um emprego melhor onde seguiu carreira até ser convidado a participar de um projeto de terceirização, no qual seria ajudado a montar sua própria pequena empresa para fornecer serviços que seus empregadores não se interessavam mais em produzir internamente.

Sua empresa prosperou e ele junto, que hoje reside no mesmo bairro que eu, um lugar bastante agradável.

É possível que alguns dos antigos colegas de trabalho que souberam desta pequena história de sucesso tenham lamentado nunca ter tido a mesma sorte que, talvez imaginem, teria sorrido graciosamente ao migrante-empresário.

Para mim, guardo com satisfação dois momentos dele, o plantador de feijão e milho que se ofereceu para trabalhar mais ainda e o empresário bem sucedido, que ao me reencontrar fez questão de lembrar que lhe dei sua primeira oportunidade nestas terras ao sul.

Re.: Frase de Simone da Silva

Enviado: 22 Fev 2006, 14:46
por Claudio Loredo


As duas coisas são importantes: o indivíduo e a sociedade em que ele vive. É importante olhar para os dois ao mesmo tempo. Muito do sucesso ou fracasso individual depende principalmente do indivíduo, mas acho que uma sociedade evoluida, onde condições mínimas de uma vida decente sejam uma oportunidade de todos, colabora para o sucesso de cada um dos seus membros.

Concordo que a disseminação da cultura do trabalho e da busca do sucesso é fundamental, pois cada um procurando se superar, faz toda sua sociedade melhorar. Mais uma razão para investimentos na educação para promover a cultura do progresso na nossa população. Caminho para que nosso país se desenvolva cada vez mais.


Re.: Frase de Simone da Silva

Enviado: 22 Fev 2006, 14:57
por O ENCOSTO
Imagem

Re.: Frase de Simone da Silva

Enviado: 22 Fev 2006, 17:41
por Lúcifer
Claudio, sinto muito mas não tem desculpa o que aquela genitora fez. Não pelo simplesmente apelo moral mas mas por ela ter dito depois que ela quis se livrar da criança pois o pai era outra pessoa e não queria que seu atual companheiro soubesse de sua pulada de cerca. Ter aquela criança em mãos, era assinar a sua confissão de adúltera.
Ela poderia, sim, ter abandonado a criança em algum orfanato ou na porta de alguma casa mas ela preferiu eliminar qualquer evidência do "crime" que ela havia cometido contra o seu companheiro.

Cadeia para essa cadela é pouco. Desculpe, eu não devia ter ussado a palavra "cadela". Esse nobre ainimal nunca abandona os seus filhotes ao contrário de certos seres humanos.

Enviado: 22 Fev 2006, 17:59
por user f.k.a. Cabeção
Acauan escreveu:Não apenas imigrantes Cabeção, mas também muitos migrantes tem suas histórias de sucesso para contar.

Fui coadjuvante de uma que me é particularmente inspiradora.

Anos atrás, precisei contratar novos funcionários para cobrir o aumento de demanda em uma atividade da qual era responsável.
Um dos candidatos, vindo de um estado do nordeste, escreveu no campo "experiência profissional" do formulário de solicitação de emprego apenas a seguinte frase "sou agricultor, sei plantar feijão e milho".

Como sua caligrafia e escolaridade informada indicavam alguém passível de treinamento, o entrevistei e decidi contratá-lo, inclusive pela honestidade de sua declaração.
Colocado nos serviços destinados aos iniciantes, no caso os mais desconfortáveis e de menor remuneração, sua primeira atitude foi oferecer-se prontamente para toda e qualquer hora-extra necessária, fosse no pós-expediente, sábados, domingos ou feriados.

Uma atitude destacada entre os demais funcionários, quase todos também migrantes de outros estados, dentre os quais vários contavam os segundos para encerrar a jornada diária e correr para o boteco e tomar a sua "branquinha".

Após alguns meses em que este funcionário realizou todas as funções que lhe foram atribuídas com dedicação e interesse, decidi promovê-lo na primeira oportunidade, para ciúme e despeito de outros tantos que, com muito mais tempo naquele trabalho, nunca fizeram um esforço além da obrigação mínima para alavancar o próprio progresso.

Algum tempo depois mudei de atividade e nunca mais o vi nos anos seguintes.
Recentemente, cruzei com ele nas proximidades de casa. Como não o reconheci após tanto tempo (e ele sim, quem esquece esta cara de Índio?), me chamou pelo nome, perguntou se lembrava dele, o que só me ocorreu após algumas dicas.

Seu progresso era visível, o rapaz que conheci recém chegado de um fim de mundo, que pleiteava um trabalho braçal que se dispunha a conduzir com o melhor de si, ostentava belas roupas de grife e uma aparência muito bem cuidada.
Contou-me que continuou trabalhando bem e sendo promovido no trabalho após minha saída, o que gerou uma oferta para um emprego melhor onde seguiu carreira até ser convidado a participar de um projeto de terceirização, no qual seria ajudado a montar sua própria pequena empresa para fornecer serviços que seus empregadores não se interessavam mais em produzir internamente.

Sua empresa prosperou e ele junto, que hoje reside no mesmo bairro que eu, um lugar bastante agradável.

É possível que alguns dos antigos colegas de trabalho que souberam desta pequena história de sucesso tenham lamentado nunca ter tido a mesma sorte que, talvez imaginem, teria sorrido graciosamente ao migrante-empresário.

Para mim, guardo com satisfação dois momentos dele, o plantador de feijão e milho que se ofereceu para trabalhar mais ainda e o empresário bem sucedido, que ao me reencontrar fez questão de lembrar que lhe dei sua primeira oportunidade nestas terras ao sul.


Exatamente, Acauan.

Por mais que choraminguem sociólogos e demagogos de esquerda em geral, o grande diferencial entre aquele que prospera e aquele que permanece estagnado é essa postura, de sempre buscar algo a mais, sem jamais se vender a saída mais fácil (que pode ser o crime, ou mesmo a pasmaceira).

O papel principal, na minha opinião, de um governo verdadeiramente justo é proteger e criar facilidade estes, e permitir que seus esforços nunca sejam em vão. Pois mesmo num governo (e sociedade também) altamente hostil à atividade empreendedora, como é o nosso desde longa data, essa ainda continua selecionando os veradeiros vencedores, como esse nordestino cuja história você apresentou.

Enviado: 22 Fev 2006, 19:05
por user f.k.a. Cabeção
Claudio Loredo escreveu:Concordo que a disseminação da cultura do trabalho e da busca do sucesso é fundamental, pois cada um procurando se superar, faz toda sua sociedade melhorar. Mais uma razão para investimentos na educação para promover a cultura do progresso na nossa população. Caminho para que nosso país se desenvolva cada vez mais.


Mais do que injetando ainda mais dinheiro em educação ideológica (desprezo qualquer tipo) e reengenharia social, um modo passivo do governo promover esse tipo de cultura é criando facilidades ao empreendedor, seja na forma da redução de tributos, seja na redução de entraves burocráticos, seja na facilitação de empréstimos, seja numa política trabalhista menos opressora.

Agindo assim, o caminho estaria aberto e o próprio sucesso dos empreendores motivaria e criaria a cultura do trabalho, que se estenderia a qualquer um que desejasse galgar alguma coisa e se considerasse apto a seguir uma trilha de trabalho, porém de recompensa pelo esforço.

E não criar um ambiente impeditivo propício a uma cultura de que se alcança prosperidade apenas pelo futebol, pelo apadrinhamento, pela mídia ou pela corrupção e outros crimes. Através do respeito ao empreendor, que é em primeiro lugar tarefa do Estado, é que se obtém a cultura empreendedora, e não aumentando as verbas para engenheiros sociais criarem programas educacionais fictícios que só servem para alimentar burocratas corruptos.


Enviado: 22 Fev 2006, 21:01
por Samael
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Claudio Loredo escreveu:Concordo que a disseminação da cultura do trabalho e da busca do sucesso é fundamental, pois cada um procurando se superar, faz toda sua sociedade melhorar. Mais uma razão para investimentos na educação para promover a cultura do progresso na nossa população. Caminho para que nosso país se desenvolva cada vez mais.


Mais do que injetando ainda mais dinheiro em educação ideológica (desprezo qualquer tipo) e reengenharia social, um modo passivo do governo promover esse tipo de cultura é criando facilidades ao empreendedor, seja na forma da redução de tributos, seja na redução de entraves burocráticos, seja na facilitação de empréstimos, seja numa política trabalhista menos opressora.

Agindo assim, o caminho estaria aberto e o próprio sucesso dos empreendores motivaria e criaria a cultura do trabalho, que se estenderia a qualquer um que desejasse galgar alguma coisa e se considerasse apto a seguir uma trilha de trabalho, porém de recompensa pelo esforço.

E não criar um ambiente impeditivo propício a uma cultura de que se alcança prosperidade apenas pelo futebol, pelo apadrinhamento, pela mídia ou pela corrupção e outros crimes. Através do respeito ao empreendor, que é em primeiro lugar tarefa do Estado, é que se obtém a cultura empreendedora, e não aumentando as verbas para engenheiros sociais criarem programas educacionais fictícios que só servem para alimentar burocratas corruptos.



Vitor, você acredita em educação não ideológica?

Enviado: 22 Fev 2006, 21:32
por user f.k.a. Cabeção
Samael escreveu:Vitor, você acredita em educação não ideológica?


Até acredito, mas mesmo que você argumente que o professor sempre passará algo de sua ideologia, o que não é necessariamente verdadeiro, o meu ponto não é exatamente esse.

O que eu estava falando com o Claudio é sobre a ausência de ideologias impostas pelo Estado através de diretrizes educacionais rígidas.

Deveria haver o direito de escolha. Pais que gostem da metodologia educacional de determinada instituição, que ponham seus filhos lá, e se nenhuma os agradar, que abram a sua, eduquem os filhos em casa ou nem mesmo os eduquem. Os pedagogos marxistas seriam livres para competir no mercado educacional com seus centros de formação de "imbecis coletivos". Assim como aqueles que promovam educação focada em competitividade e resultados, com orientação para o empreendedorismo e para a prática de esporte de elevado desempenho.

Só essa liberdade de escolha já mina completamente a chance de uma máquina de educação ideológica.

Enviado: 22 Fev 2006, 21:39
por Samael
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Samael escreveu:Vitor, você acredita em educação não ideológica?


Até acredito, mas mesmo que você argumente que o professor sempre passará algo de sua ideologia, o que não é necessariamente verdadeiro, o meu ponto não é exatamente esse.

O que eu estava falando com o Claudio é sobre a ausência de ideologias impostas pelo Estado através de diretrizes educacionais rígidas.

Deveria haver o direito de escolha. Pais que gostem da metodologia educacional de determinada instituição, que ponham seus filhos lá, e se nenhuma os agradar, que abram a sua, eduquem os filhos em casa ou nem mesmo os eduquem. Os pedagogos marxistas seriam livres para competir no mercado educacional com seus centros de formação de "imbecis coletivos". Assim como aqueles que promovam educação focada em competitividade e resultados, com orientação para o empreendedorismo e para a prática de esporte de elevado desempenho.

Só essa liberdade de escolha já mina completamente a chance de uma máquina de educação ideológica.


Ah, sim. Agora entendi perfeitamente. Concordo com o seu ponto, mas acho que deva haver uma mediação de qualidade feita pelo Estado (obviamente), mediação essa que não abarque ideologias nem metodologias muito específicas.

Enviado: 22 Fev 2006, 21:49
por user f.k.a. Cabeção

Sinceramente, eu sou favorável a um "anarquismo" educacional.

Liberdade total. Sem programas específicos, sem matérias obrigatórias, sem um modelo de séries pré-definido, sem nada disso.