Padre Pinto desiste de pular o Carnaval
Enviado: 21 Fev 2006, 15:51
Padre Pinto
Padre Pinto recua e desiste de pular Carnaval
Após quase duas horas de reunião, padre cancela folia baiana
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Kleyzer Seixas,
do Tarde On Line
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O padre Pinto desistiu da badalada agenda do Carnaval baiano. Cancelou todos os planos: visitas ao camarote do ministro da Cultura, Gilberto Gil, da cantora Daniela Mercury e o desfile no bloco afro Filhos de Gandhy. “Estou fisicamente cansado, vou aproveitar esses dias da festa para me dedicar aos trabalhos artísticos”, justificou.
Questionado sobre a mudança de planos, o pároco se limitou a dizer que o encontro desta manhã de quase duas horas com o superior geral da Congregação Vocacionista, Ludovico Cabultto, não o fez declinar. O padre disse ainda que Cabultto não criticou o modo de celebrar missas, as entrevistas à imprensa e a aparição em festas. “Pelo contrário. Me convidou para ir à Itália e outros países da Europa para difundir a minha arte e meu projeto evangelizador”, conta.
Cabultto viajou da Itália à Bahia em busca de uma solução para o destino do pároco da Lapinha. Não se sabe ainda se o religioso será transferido para o Convento de São Caetano ou se continuará administrando a igreja, onde reside há mais de 33 anos. Em 9 de janeiro passado, recebeu um comunicado oficial da Congregação da Sociedade das Divinas Vocações para deixar a casa.
Cabultto se reunirá ainda com o Conselho Provincial nesta quinta e com o cardeal dom Geraldo Majella Agnelo, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo de Salvador, na sexta.
O encontro, diz padre Pinto, será realizado para obter mais informações sobre o seu comportamento nos últimos meses: a performance na festa de Terno de Reis e no Festival de Verão de Salvador.
Uma missa também será presidida pelo superior amanhã na Lapinha, ainda sem horário definido. “Ele quer saber como é minha relação com a comunidade.”
Apesar de garantir que está tranqüilo e de que só temia o Papa Bento XVI, Padre Pinto não escondeu, após a conversa a portas fechadas, a preocupação em ter de viver sob as regras rígidas de um convento, com horários para missas, refeições e permissões para eventuais saídas. Não se mostrou resistente em deixar a Paróquia, como tinha feito até então, e promete acatar as determinações do seu superior. “Não sei ainda o que irá acontecer. Ele é um homem inteligente e sensível, e espero que tome uma decisão acertada”.
Embora garanta que irá seguir a deliberação da igreja, continua sua crítica contra o clero baiano e a defesa pela modernização da instituição. “Quero ser visto como um rebelde. Ainda levanto a bandeira contra a hipocrisia da igreja.”
Padre Pinto recua e desiste de pular Carnaval
Após quase duas horas de reunião, padre cancela folia baiana
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Kleyzer Seixas,
do Tarde On Line
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O padre Pinto desistiu da badalada agenda do Carnaval baiano. Cancelou todos os planos: visitas ao camarote do ministro da Cultura, Gilberto Gil, da cantora Daniela Mercury e o desfile no bloco afro Filhos de Gandhy. “Estou fisicamente cansado, vou aproveitar esses dias da festa para me dedicar aos trabalhos artísticos”, justificou.
Questionado sobre a mudança de planos, o pároco se limitou a dizer que o encontro desta manhã de quase duas horas com o superior geral da Congregação Vocacionista, Ludovico Cabultto, não o fez declinar. O padre disse ainda que Cabultto não criticou o modo de celebrar missas, as entrevistas à imprensa e a aparição em festas. “Pelo contrário. Me convidou para ir à Itália e outros países da Europa para difundir a minha arte e meu projeto evangelizador”, conta.
Cabultto viajou da Itália à Bahia em busca de uma solução para o destino do pároco da Lapinha. Não se sabe ainda se o religioso será transferido para o Convento de São Caetano ou se continuará administrando a igreja, onde reside há mais de 33 anos. Em 9 de janeiro passado, recebeu um comunicado oficial da Congregação da Sociedade das Divinas Vocações para deixar a casa.
Cabultto se reunirá ainda com o Conselho Provincial nesta quinta e com o cardeal dom Geraldo Majella Agnelo, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo de Salvador, na sexta.
O encontro, diz padre Pinto, será realizado para obter mais informações sobre o seu comportamento nos últimos meses: a performance na festa de Terno de Reis e no Festival de Verão de Salvador.
Uma missa também será presidida pelo superior amanhã na Lapinha, ainda sem horário definido. “Ele quer saber como é minha relação com a comunidade.”
Apesar de garantir que está tranqüilo e de que só temia o Papa Bento XVI, Padre Pinto não escondeu, após a conversa a portas fechadas, a preocupação em ter de viver sob as regras rígidas de um convento, com horários para missas, refeições e permissões para eventuais saídas. Não se mostrou resistente em deixar a Paróquia, como tinha feito até então, e promete acatar as determinações do seu superior. “Não sei ainda o que irá acontecer. Ele é um homem inteligente e sensível, e espero que tome uma decisão acertada”.
Embora garanta que irá seguir a deliberação da igreja, continua sua crítica contra o clero baiano e a defesa pela modernização da instituição. “Quero ser visto como um rebelde. Ainda levanto a bandeira contra a hipocrisia da igreja.”