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Sem testar sangue, China alimenta epidemia de Aids

Enviado: 21 Fev 2006, 16:27
por Flavio Costa
Sem testar sangue, China alimenta "epidemia de Aids camuflada"

Por Ben Blanchard

PEQUIM, China (Reuters) - As transfusões de sangue na China continuam a acontecer sem testes rotineiros para a presença do vírus HIV, causador da Aids, o que está alimentando uma "epidemia camuflada", disse na terça-feira o membro de um grupo de combate à doença.

Segundo a lei, o Ministério da Saúde deveria oferecer testes de HIV para todas as pessoas que receberam transfusões de sangue depois de 1987 -- época por volta da qual a Aids chegou ao país -- junto com testes para seus parentes, disse Wan Yanhai, chefe do Instituto Pequim Aizhinxing de Educação para a Saúde.

A lei também prevê que todo sangue usado em transfusões precisa passar por testes.

"Não tem havido declarações oficiais sobre as transfusões de sangue ou de produtos derivados do sangue se o assunto é a epidemia de Aids", disse Wan a repórteres depois de uma entrevista coletiva concedida em Pequim e na qual divulgou uma carta enviada ao Ministério da Saúde pedindo a adoção de medidas.

No ano passado, o governo disse que puniria com severidade os responsáveis por disseminar doenças por meio da transfusão de sangue. O anúncio foi feito após terem surgidos vários casos de contaminação pelo HIV devido ao uso de sangue vendido por pessoas doentes.

A Aids ainda é cercada por suscetibilidades políticas e um estigma social na China, e a demora do governo em reconhecer a presença da epidemia ali contribuiu para sua disseminação, especialmente na Província de Henan (região central), onde, nos anos 90, milhões de pessoas venderam sangue para clínicas insalubres.

Apesar do escândalo, que atingiu principalmente agricultores pobres que vendiam seu sangue para complementar sua pequena renda mensal, a doação de sangue continua a ser feita sem os mecanismos de controle suficientes, disse Wan.

"Em muitos lugares, o sangue não passa por teste nenhum", afirmou, acrescentando que muitas pessoas nem mesmo sabiam ter sido expostas ao perigo de contaminação e que o governo não desejava investigar a questão com medo de provocar uma onda de pânico entre a população.

"Trata-se de uma epidemia camuflada", disse.

O Ministério da Saúde não se manifestou ainda sobre as declarações do ativista.

Em 2005, cerca de 25 mil moradores da China morreram em virtude da Aids. No mês passado, o governo diminuiu para 650 mil (uma queda de 30 por cento) a sua estimativa sobre o número de pessoas que possuem o HIV no país.

As autoridades mesmo assim pediram para que as pessoas não baixassem a guarda e advertiram que a doença continuava a se disseminar e que muitos chineses não possuíam informações sobre ela.

Do total de portadores do vírus no país, cerca de 11 por cento teriam sido contaminados em transfusões de sangue.

AÇÕES DE INDENIZAÇÃO

Os processos judiciais e as reclamações de vítimas junto a hospitais e a departamentos do governo não conseguiram até agora produzir muitos resultados, disseram vários portadores do HIV e parentes de portadores presentes no encontro de Pequim.

Um deles, que se identificou apenas como o sobrenome de Xiong, disse que seu filho havia sido contaminado ao receber uma transfusão durante uma cirurgia dentária de rotina, em Pequim, em 2002. A presença do HIV foi descoberta apenas um ano depois, quando o menino ficou doente.

"Eles disseram que se tratava de um caso isolado e não se mostraram interessados", afirmou a respeito da queixa apresentada junto ao hospital.

Xiong gasta hoje mais de 124 dólares por mês com os remédios usados pelo filho e não se atreve a contar na escola sobre a situação do menino, temendo que ele seja expulso.

Li Xige, da Província de Henan, afirmou ter descoberto que estava com o vírus apenas quando a filha mais velha dela morreu, dois anos atrás.

"Nenhum advogado quis defender meu caso", contou Li a repórteres.

O tratamento para a doença varia muito de região para região da China e, segundo os pacientes, os testes que deveriam ser gratuitos muitas vezes são oferecidos com taxas embutidas.

"Xangai parece lidar com isso de uma forma melhor", afirmou uma mulher do nordeste da China. "Em outros lugares, as pessoas doentes estão sendo simplesmente enviadas para a morte."

Ativistas temem uma explosão no número de pessoas contaminadas por transfusões de sangue e desejam que o governo enfrente o problema.

"O governo não investigou a situação", disse Wan. "Eles não querem assumir nenhuma responsabilidade."

http://br.news.yahoo.com//060221/5/124du.html

Re.: Sem testar sangue, China alimenta epidemia de Aids

Enviado: 21 Fev 2006, 16:30
por Pumpkinhead
Será que é a nova estratégia deles para reduzir a população?

Re.: Sem testar sangue, China alimenta epidemia de Aids

Enviado: 21 Fev 2006, 17:01
por Aurelio Moraes
Comunistas burros.