Lindos e Maravilhosos movimentos sociais
Enviado: 10 Mar 2006, 06:54
Depois da depredação, risada e deboche
Em contraste ao choro da pesquisadora Isabel Gonçalves, que se desesperou ao ver seu trabalho científico destruído durante a invasão da Aracruz Celulose na madrugada de quarta-feira, uma reportagem da RBS TV veiculada ontem no RBS Notícias e no Jornal Nacional exibiu o riso de integrantes da Via Campesina que participaram da ação.
Com uma câmera escondida, o repórter Giovani Grizotti registrou as reações de agricultores acampados no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho ao ataque e colheu depoimentos sobre como ele foi organizado. Em uma das cenas, um homem de chapéu conta rindo a um grupo de pessoas que uma das invasoras tomou café e depois quebrou a garrafa térmica dentro da empresa.
- Tava bem bom o café, mas quebrou tudo - disse, provocando risadas gerais.
Outra agricultora afirma que a ação vinha sendo planejada há cerca de três meses, e dois ou três dias antes já havia olheiros da Via Campesina colocados nas proximidades da empresa para monitorar a situação. Sem saber que estava sendo gravada, outra mulher que participou da destruição de pelo menos 3 milhões de mudas de árvores, estufas e laboratórios da Aracruz conta que houve um leve temor ao descer do ônibus, mas que a visão da depredação estimulou o grupo.
- Deu aquele medinho na mulherada só no sair do ônibus, sabe. Mas depois que viram as primeiras indo destruir... Mas foi muito lindo de ver.
Uma invasora conta ainda que mulheres de Santa Catarina viajaram ao Estado apenas para participar da atividade, retornando em seguida para casa. Confira, a seguir, trechos das conversas gravadas pela reportagem da RBS TV no acampamento:
A conversa
Agricultor
- Diz que uma tomou cafezinho e depois quebrou a térmica (risos). Tava bem bom o cafezinho, mas quebrou tudo (risos).
Agricultora 1
- Foi um estrago total, né.
Repórter - É?
- Daí eu virei as caixas. Não tinha força, mas consegui. De tarde nós fomos pra lá. Era pra ter ido de manhã, mas fomos tarde, lá em Tapes. Ficamo lá, passamo a noite...2h30min a gente foi pra lá. Mas tinha gente há dois, três dias... tudo num lugar certo, né.
Repórter - Lá perto da empresa?
- Lá pertinho...Quando chegamo lá não tinha ninguém, o guarda não tava mais lá... e entramo tudo, os ônibus deram a volta.
Agricultora 2
- Que eu sei, há uns três meses atrás já vinha sendo articulado (o ataque).
- Todas as mulheres assim, ó...(cobrindo o rosto com um lenço lilás)
Repórter - Pra não aparecer?
- Pra não aparecer...e eles filmando tudo.
- Deu aquele medinho na mulherada só no sair do ônibus, sabe. Mas depois que viram as primeiras indo destruir...Mas foi muito lindo de ver.
Agricultora 3
- Já foram os de Santa Catarina. Nem vieram, nem vieram (ao acampamento).
Repórter - Esses de Santa Catarina foram só na Aracruz, lá?
- Só. Não, e fomos depois na universidade entregar o documento (manifesto do movimento das mulheres).
Em contraste ao choro da pesquisadora Isabel Gonçalves, que se desesperou ao ver seu trabalho científico destruído durante a invasão da Aracruz Celulose na madrugada de quarta-feira, uma reportagem da RBS TV veiculada ontem no RBS Notícias e no Jornal Nacional exibiu o riso de integrantes da Via Campesina que participaram da ação.
Com uma câmera escondida, o repórter Giovani Grizotti registrou as reações de agricultores acampados no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho ao ataque e colheu depoimentos sobre como ele foi organizado. Em uma das cenas, um homem de chapéu conta rindo a um grupo de pessoas que uma das invasoras tomou café e depois quebrou a garrafa térmica dentro da empresa.
- Tava bem bom o café, mas quebrou tudo - disse, provocando risadas gerais.
Outra agricultora afirma que a ação vinha sendo planejada há cerca de três meses, e dois ou três dias antes já havia olheiros da Via Campesina colocados nas proximidades da empresa para monitorar a situação. Sem saber que estava sendo gravada, outra mulher que participou da destruição de pelo menos 3 milhões de mudas de árvores, estufas e laboratórios da Aracruz conta que houve um leve temor ao descer do ônibus, mas que a visão da depredação estimulou o grupo.
- Deu aquele medinho na mulherada só no sair do ônibus, sabe. Mas depois que viram as primeiras indo destruir... Mas foi muito lindo de ver.
Uma invasora conta ainda que mulheres de Santa Catarina viajaram ao Estado apenas para participar da atividade, retornando em seguida para casa. Confira, a seguir, trechos das conversas gravadas pela reportagem da RBS TV no acampamento:
A conversa
Agricultor
- Diz que uma tomou cafezinho e depois quebrou a térmica (risos). Tava bem bom o cafezinho, mas quebrou tudo (risos).
Agricultora 1
- Foi um estrago total, né.
Repórter - É?
- Daí eu virei as caixas. Não tinha força, mas consegui. De tarde nós fomos pra lá. Era pra ter ido de manhã, mas fomos tarde, lá em Tapes. Ficamo lá, passamo a noite...2h30min a gente foi pra lá. Mas tinha gente há dois, três dias... tudo num lugar certo, né.
Repórter - Lá perto da empresa?
- Lá pertinho...Quando chegamo lá não tinha ninguém, o guarda não tava mais lá... e entramo tudo, os ônibus deram a volta.
Agricultora 2
- Que eu sei, há uns três meses atrás já vinha sendo articulado (o ataque).
- Todas as mulheres assim, ó...(cobrindo o rosto com um lenço lilás)
Repórter - Pra não aparecer?
- Pra não aparecer...e eles filmando tudo.
- Deu aquele medinho na mulherada só no sair do ônibus, sabe. Mas depois que viram as primeiras indo destruir...Mas foi muito lindo de ver.
Agricultora 3
- Já foram os de Santa Catarina. Nem vieram, nem vieram (ao acampamento).
Repórter - Esses de Santa Catarina foram só na Aracruz, lá?
- Só. Não, e fomos depois na universidade entregar o documento (manifesto do movimento das mulheres).