A estranha morte do Ocidente

[Alter-ego]

Diário de Notícias, Lisboa, quinta-feira, 9 de fevereiro de 2006

*** A estranha morte do Ocidente ***

Luciano Amaral, Professor universitário

Independentemente das conseqüências últimas que venha a ter o caso dos cartoons de Maomé, dele restará mais uma pequena morte do chamado Ocidente. Haverá poucas coisas que melhor o definam do que a liberdade de expressão e a separação entre a opinião pública e o Estado.

Quando quadrilhas de radicais islamitas, orquestradas por Estados autocráticos, fizeram um chinfrim disparatado a propósito dos cartoons, era de esperar que o Ocidente se unisse na afirmação daqueles princípios. Que asseverasse a sua especificidade cultural, dizendo claramente se vos ofende
a representação gráfica do profeta, a nós ofende-nos a limitação da liberdade de o fazer. Ofende-nos que um governo tenha de pedir desculpa pelas opiniões expressas por um cidadão privado num jornal.

A reacção inicial do primeiro-ministro da Dinamarca foi a correcta e bastava que o dito Ocidente a secundasse com naturalidade para pôr ponto final na conversa. Quando governos de países muçulmanos lhe pediram que o
Governo dinamarquês se retractasse pelos cartoons, Andreas Fogh Rasmussen explicou que não era responsável pela opinião de um jornalista.

Os cristãos ocidentais têm de suportar quotidianamente insultos extraordinários: Cristo como homossexual, Maria como prostituta ou ornada de [excremento] de elefante, para dar apenas alguns exemplos gratuitos. Se manifestam a sua repulsa, logo são tomados por uma franja social lunática ou
atacados com uma bateria de argumentos sobre o carácter inegociável da liberdade de expressão. Agora, muitos dos mesmos que tanto se deleitam a insultar o cristianismo à sombra da liberdade de expressão, descobriram a
“sensibilidade cultural” do islamismo. Nada disto é novo, mas desta vez assumiu proporções (literalmente) de caricatura.

Seguidores de Maomé destroem as torres gémeas de Nova Iorque e uma ala do Pentágono, matando mais de três mil pessoas, enquanto nas ruas de Ramallah se celebra dançando; destroem a Embaixada americana em Nairobi, matando 250 pessoas; destroem uma composição ferroviária em Madrid, matando 200 pessoas; destroem umas quantas carruagens de metro em Londres, matando 50 pessoas; destroem uma rua turística de Bali, matando 200 pessoas; o Presidente do Irão promete riscar Israel do mapa e afirma que o Holocausto
não passa de uma “fantasia judaica”.

Tudo isto acontece e repetem-se as vozes dizendo-nos que é preciso “compreendê-los” e às suas “razões de queixa” pela “arrogância” ocidental. Agora já nem sequer se pode publicar um cartoon em Copenhaga sem que o “mundo islâmico” se indigne e uma multidão de ocidentais se penitencie, com
diversos governos (inclusivamente de países onde os cartoons não foram publicados, como a Grã-Bretanha) desmultiplicando-se em desculpas pelo comportamento de cidadãos privados de outros países.

Claro que, quanto mais este penoso espectáculo continua, mais os radicais islâmicos se permitem reivindicar uma razão que os próprios ocidentais lhe conferem e passar à violência despropositada. A pretexto dos cartoons destruíram-se embaixadas inteiras, ou seja, países foram fisicamente atacados, mas muita gente continua a assegurar-nos que é preciso “compreendê-los”. E quando, exactamente, é que o Islão terá de nos “compreender” a nós?

A triste conclusão é que, provavelmente, o Islão não tem nada que nos “compreender” a nós porque a cada dia que passa nós vamos existindo um pouco menos. Quem vê as torres gémeas cair e os comboios de Madrid a arder e continua a pregar a “compreensão” do outro não é, obviamente, merecedor de qualquer respeito.

O ódio de tantos ocidentais à civilização a que pertencem é um dos fenômenos mais fascinantes e deprimentes do mundo de hoje. São esses os ocidentais que passam o tempo a recensear horrores no Ocidente, ao mesmo tempo que “compreendem” os horrores alheios, em nome da sua “especificidade” cultural.

São eles que nunca encontram nenhuma razão para o Ocidente se defender de insultos e ataques. São eles que consideram Bush e os EUA os equivalentes actuais do nazismo (sem exagero basta lembrar o nosso ministro dos Negócios Estrangeiros, as bandeiras americanas com as cruzes gamadas ou Bush com o respectivo bigodinho alusivo), mas parecem achar normais as regurgitações iranianas sobre o Holocausto. São eles que consideram Guantánamo a maior vergonha da humanidade (o “novo gulag”, na imortal definição da Anistia Internacional), mas encolhem os ombros aos 300 mil
mortos do regime de Saddam.

O mais interessante disto tudo é que são mesmo capazes de ter razão. Se uma civilização não gera os instintos necessários para sobreviver, é porque não merece sobreviver. Se são eles que preferem não se defender a si próprios, porque razão haverá alguém de os defender a eles?

[Pug]

Essa estranha morte, não é senão a perda de influência da Europa e EUA...
A morte do ocidente dar-se-á quando ficar em posição de não dominante.

Japão é tido como um exemplo ocidental, afinal trata-se de um país democrático e de sucesso. Todos sabem que o Japão de ocidental só nos tem a nós, ao desejarmos mostrar que a nossa sua civilização é a única, a que tem o monopólio dos bons valores universais...

China, India têm um crescimento economico elevado e a meu ver serão eles a enterrar o ocidente.
Afinal, os outros aparentam poder ser bem sucedidos, sendo diferentes culturalmente...

Num mundo globalizado, pergunta a fazer, afinal, o que significa ou é o ocidente?

[blink]

Quando a China Mandar vão haver muitos cartoons sobre Maomé. E se reclamarem... o presidente Chines dirá logo: Meus amigos, os Chineses são seculares e têm Misseis nucleares...

[blink]

Já os Hindus vão fazer dos Cartoons sobre Maomé, um passatempo nacional

[Samael]

Não que eu discorde dos nossos valores de livre expressão, visto que inclusive nasci ideologicamente ligado a eles, mas no que é que legitimamos isto?

Acho sim que os islâmicos tem todo o direito de criticar o Ocidente, desde que isso não chegue a um patamar de violência.

[blink]

Mas chegado a esse patamar perdem a razão. Além do mais, o Islão sempre caricaturou Israel. Não têm moral para criticar se sã incapazes de criticar com igual indignação os seus excessos. E estou a falar dos moderados...

[Pug]

Mas chegado a esse patamar perdem a razão. Além do mais, o Islão sempre caricaturou Israel. Não têm moral para criticar se sã incapazes de criticar com igual indignação os seus excessos. E estou a falar dos moderados...

Isso só significa que existe espirito critico

Ainda bem que dás razão aos muçulmanos, tal como criticam as caricaturas os mesmo criticam o terrorismo em nome da religião.
Só falta a imprensa dar a mesma atenção que dá a certas coisas mais "vistosas"...em suma, têm toda a moral de criticar...

caricaturar Israel...

E Moisés (saws), terás visto ?

[blink]

Sabes Pug, o fato de não terem existido manifestações histéricas de muçulmanos contra algo que é muito mais ofensivo para o Islão, a matança de inocentes, mostra que algo de muito errado se passa com o Islão. Talvez os moderados não condenem com tanto activismo os fundamentalistas da sua religião... porque têem medo. Isto mostra talvez que há alguma verdade nos cartoons de Maomé. E a verdade ás vezes ofende. Mais do que a mentira. Os Cartoons fizeram o véu do Islão cair.

[Pug]

Sabes Pug, o fato de não terem existido manifestações histéricas de muçulmanos contra algo que é muito mais ofensivo para o Islão, a matança de inocentes, mostra que algo de muito errado se passa com o Islão. Talvez os moderados não condenem com tanto activismo os fundamentalistas da sua religião... porque têem medo. Isto mostra talvez que há alguma verdade nos cartoons de Maomé. E a verdade ás vezes ofende. Mais do que a mentira. Os Cartoons fizeram o véu do Islão cair.

És engraçado!

Diz-me, consideras que os muçulmanos chamados de moderados estiveram a queimar embaixadas?

Deveriam ter sido violentos para condenar a violência?

Será que não entendes que esse argumento, muito usado por alguns é simplesmente non sense.

Os muçulmanos que não fazem uso da violência, usam os meios apropiados, simplesmente esses meios não costumam causar impacto jornalistico...

Já existiram manifestações contra atentados bombistas no Egipto e Jordania por exemplo. Terá passado na TV, não me lembro ter visto, felizmente leio jornais de outras partes do planeta terra...

A Argélia esteve mergulhada no terror, e começa a dar passos amplamente positivos, enquanto o terror ocorreu foi noticia, quando se conseguiu construir a paz e se deu a reconciliação da sociedade, o mundo não se interessa, mas, ali está um bom exemplo de como vencer o obscurantismo disfarçado de religião...


Se existem actos de terrorismo cometido por muçulmanos, não sou responsável, tratam-se de criminosos e cabe á justiça julga-los...será que é assim tão dificel de entender?

Porque devem todos os muçulmanos serem julgados pelos actos de alguns?
É isso o teu (vosso) conceito de aplicação de justiça?

Muitos afirmam repudiar assasinatos de inocentes, ataques bombistas, ataques suicidas, mas, esses não andam a queimar embaixadas quando o afirmam, deve ser por isso que não são escutados, vá se lá entender...

Também te digo, durante imenso tempo preocupei-me com a imagem...sempre a condenar tudo o que seja acto criminoso, sobretudo quando cometidos em nome da religião, o que me valeu isso foi insultos verbais ou questionamentos dizendo, porque os muçulmanos não condenam a violência*? por isso que se dane.



* é de ficar perplexo

[blink]

Bene, nao estou á espera que os moderados façam manifestaçoes histéricas. Mas nao vejo nenhum moderado a lutar como deveria contra o radicalismo. Nao vejo grande esforço no Islao na luta contra o terror. Onde estao os movimentos cívicos Islamicos?

[Ateu Tímido]

Eu continuo pensando nos mesmos termos da psicóloga americana de origem árabe cujas declarações o Acauan postou num tópico aqui. Não se trata simplesmente de "diferenças culturais", visões diferentes de mundo. É mesmo uma disputa entre civilização e barbárie. Entre uma visão do século 21 (apesar de Bush) e outra do século 7. Pensar diferente disso, daqui a pouco, significará aceitar como simples "diferença cultural" uma prática como a da extração do clitóris das adolescentes por algumas tribos maometanas da África.

[Pug]

Bene, nao estou á espera que os moderados façam manifestaçoes histéricas. Mas nao vejo nenhum moderado a lutar como deveria contra o radicalismo. Nao vejo grande esforço no Islao na luta contra o terror. Onde estao os movimentos cívicos Islamicos?

Começa a ler jornais dos países de maioria muçulmana, raro é o país que não tenha uma edição em inglês.

foi agora ver o a Aljazeera, vi isso:

http://english.aljazeera.net/NR/exeres/ ... AF9BF0.htm

As coisas são debatidas, os progressos nem sempre são satisfatórios a meus olhos...

http://english.aljazeera.net/NR/exeres/ ... E13BA7.htm

Até o respeitado Al-Qaradawi não é contra as reformas, desde que estejam de acordo com o islão
Nisso, nem eu sou contra...


O respeitado Yusuf Qaradawi é muitas vezes tido no ocidente como um fundamentalista, mas foi quem escreveu:

contra a morte de civis

Este sheikh é respeitado por muçulmanos sunitas e xiitas.
Tem coisas dele que não concordo, mas é importante que ele diga que o terrorismo não é licito.

[blink]

O que fazem nao é suficiente. É muito pouco. É um problema com o Ocidente e por isso deviam aparecer mais nos media internacionais, condenando, acusando de heresia e crime contra Allah aqueles que matam inocentes. Deviam fazer isto para compensar a má imagem deixadas pelos queimadores de bandeiras.

[Pug]

Fala isso para a imprensa internacional, preferem passar o obscurantismo e a morte, pior, apresentam isso como sendo islão, mesmo depois de esclarecidos. Ora, essa visão ocidental faz com que muçulmanos questionem se existe um real preconceito, tudo se complica excepto para os lunáticos criminosos de ambos os lados, sim, porque existem obscurantistas e ignorância em todo o lado...
Falta aos muçulmanos poder na imprensa, canais de televisão na europa, jornais, etc


Existe uma luta de civilização islamica e outras contra a barbarie e obscurantismo.


Lembrar que não existe compulsão na religião, por norma as pessoas encontram o islão e não o contrário. As pessoas não devem esperar que lhes tragam á porta pronto a ser consumido, mas sim busca-lo...
Se acharem que é demasiado trabalhoso, então não julguem o que desconhecem, porque aquilo que vêem são crimes e não religião...crimes esses condenados pelos muçulmanos e teologos muçulmanos...

[Pug]

Esses lunáticos têm no entanto tido um efeito curioso sobre algumas pessoas.

Yvonne Ridley é uma jornalista inglesa, foi para o afeganistão investigar logo a seguir ao 11/9. Capturada pelos talibans, convidada a converter-se ao islão, ela prometeu que em Inglaterra iria ler o alcorão e que depois se veria...já no Reino Unido, depois de estudar o islão, converteu-se.
Vi uma declaração dessa jornalista em que dizia ter vontade de ir ao afeganistão dizer sobre sua decisão, mas também peguntar que alcorão liam eles, porque o que encontrou foi diferente daquilo que eles aplicavam no afeganistão...

As pessoas preguiçosas e preconceituosas ficam-se pela opinião transmitida na imprensa, e ainda com os esteriotipos atribuidos aos muçulmanos...os que buscam saber, se teístas muitas vezes acabam muçulmanos, outros simplesmente aprendem a separar o obscurantismo da religião, entre estes encontram-se ateus, agnósticos...


Os que se estão borrifando para o assunto, deveriam saber abster-se e evitar perpetuar a intolerância.
Como disse anteriormente, crimes são isso mesmo crimes
( passe a redundância), e não têm lugar na religião...se os criminosos são muçulmanos, apenas terão que ser presentes a tribunal e julgados poro aquilo que são, criminosos...

Miguel, se pretenderes saber sobre islão deves ir na rua do heroismo perguntar...

[blink]

Bem, eu já vi um filme Afegão. Já não me lembro do nome do filme nem da História. Era sobre um velho Sábio que reduziu todo o Islão a um só principio... viver em paz consigo mesmo e com o mundo. Ele também ficava contente quando via mulheres bonitas... e não gostava de as ver tapadas. Gostava que esse Islão possível se tornasse verdade. É muito melhor que a versão com o véu...

[blink]

Mas a verdade Pug... é que muitos muçulmanos fazem uma exegese diferente do Alcorão. Tu podes até dizer que eles estão errados... que são demasiado literalistas. Mas eles acham que estão certos. É um problema que todas as religiãos têm. Tal como o Cristianismo, os Islão está sempre num corda sobre o precipicio. Tudo depende de que forma se interpreta o texto. E eu não tenho que estudar o Alcorão ou a Biblia para saber isto. Os fatos falam por si. Existem muitos Islãos possíveis. Algums, como o dos Taliban (estudantes de teologia, não te esqueças), representam a barbárie...

[Pug]

Mas a verdade Pug... é que muitos muçulmanos fazem uma exegese diferente do Alcorão. Tu podes até dizer que eles estão errados... que são demasiado literalistas. Mas eles acham que estão certos. É um problema que todas as religiãos têm. Tal como o Cristianismo, os Islão está sempre num corda sobre o precipicio. Tudo depende de que forma se interpreta o texto. E eu não tenho que estudar o Alcorão ou a Biblia para saber isto. Os fatos falam por si. Existem muitos Islãos possíveis. Algums, como o dos Taliban (estudantes de teologia, não te esqueças), representam a barbárie...

Taliban ou seria parecido significará estudantes do conhecimento.

Para as multiplas interpretações, existem as escolas juridicas, nenhuma dá cobertura aos actos que vemos acontecer no mundo. Existem regras de guerra no islão que não estão a ser respeitadas por ninguém (ambos os lados)...


Também posso dizer que falar em terrrorismo e legitimidade de matar desta forma ou daquela é uma aberração...

Quando vemos um povo a bombardear outro dos ares de forma cobarde, a matar indiscriminadamente a população civil...fazer explodir casas na esperança de apanhar um membro inimigo importante e com isso morrerem criança e mulheres...a bombardear cidades com armas quimicas...torturar pessoas até á morte...

fica dificel falar em combates leais, e de que os fins não justificam os meios....

cada vez que defendo os meus valores de forma incondicional e me lembro que estou no conforto do meu lar, que não faço a minima ideia do que signifique a palavra guerra...

já fugi ao tema do tópico hehe.

Não se trata de luta entre mundo libre e barbarie, trata-se negocios, dinheiro, beneficio é só isso que move essa escumalha seja de que lado for, o resto é entretenimento para as populações, como ficaram a falar em lutas do bem contra o mal, em suma, a cenoura para as massas...

quero é que o mundo se dane.

[Pug]

Bem, eu já vi um filme Afegão. Já não me lembro do nome do filme nem da História. Era sobre um velho Sábio que reduziu todo o Islão a um só principio... viver em paz consigo mesmo e com o mundo. Ele também ficava contente quando via mulheres bonitas... e não gostava de as ver tapadas. Gostava que esse Islão possível se tornasse verdade. É muito melhor que a versão com o véu...

O véu deve ser uma questão de liberdade individual, é preciso respeitar realmente as mulheres e não lhes tentar impôr aquilo que desejamos.

O hijab cobre os cabelos, esse é o máximo que se diz ser obrigatório, lembro que não é uma posição unânime.

Pessoalmente não consigo compreender algumas mulheres europeias que se converteram ao islão e escolhem cobrir-se na totalidade (rosto)...

[Washington]

Já os Hindus vão fazer dos Cartoons sobre Maomé, um passatempo nacional

Boa.



Franceses: Decretariam lei marcial, como nos últimos protestos maomentanos.

Russos: Usariam artilharia pesada, como comumente faz com so Tchechenos.

Japoneses: Fariam uma ocupação militar, com o objetivo de engendrar uma esfera de coprosperidade, usariam armas químicas e biológicas.