Na falta de um católico para defender a posição 'montforniana', vou representar o pensamento católico (apesar de ateu).

Quem sabe com um empurrãozinho eles aparecem.
A gnose seria de modo simplista a distinção entre o Bem e o Mal. O grandes espoentes deste pensamento seriam os Zoroastristas e, posteriormente os maniqueístas. Na religião persa haviam dois deuses principais, que representavam o Bem e o Mal absultos.
Tal posição influenciou o judaísmo, o cristianismo. Na Filosofia grega Epicuro lançou a questão do bem o do mal. Como pode num mundo governado por Deus, essencialmente benigno, haver o mal?
Filósofos cristãos debateram muito o problem do mal. No entanto, a condenação de distinguir o Bem do Mal provém do fundamentalismo cristão. Nessa posição somente a fé salva, sendo tal fé retirada da palavra escrita de Deus e sua exegese.
Assim, portanto disse Jesus: "pela fé sois salvos" e respectivamente, "a fé vem de ouvir continuamente a palavra de Deus. Então o apóstolo Paulo arremata, "tudo que não provém da fé é pecado".
Numa exegese mirabolante retornamos a Adão. O primeiro dos homens era humilde, submisso e dependente do Deus todo podereso que o criou. Conversava com ele e O via pelos Jardins do Éden. Havia somente uma proibição, que era de não comer do fruto do Bem e do Mal. Tal fruto, pelos fundamentalistas, é considerado a própria Gnose.
Adão falhou com sua fé e comeu do fruto que a mulher lhe deu. Nisso "abriram-se os olhos e perceberam que estavam nús". O homem foi expulso do Éden e separado da presença de Deus.
Cristo segundo as epístulas de Paulo, foi o homem obediente e de fé, que redimiu a humanidade perante Deus. Sendo Adão o homem natural, Cristo era à imagem e semelhança do Pai, o segundo Adão. Cristo era o homem espiritual.
Assim tendo-se estabelecido a fé em Cristo, não havia que se retornar ao conhecimento do Bem e do Mal. Tal conduta foi tomada como erética.
A heresia gnóstica, por sua vez, não admite a salvação pela fé. Sendo Deus oniciente, onipresente e Onipotente, ele poderia evitar que Adão pecasse. Deus, portanto é Mal. Da mesma o mundo que Ele criou só pode ser Mal. Para os gnósticos somente conhecimento pode salver o homem. Não só o conhecimento, como também uma revolta contra o Criador perverso. Assim pelo conhecimento, a gnose emanciparia o homem e torna-lo-ia independente de Deus.
A gnose, posteriormente, descambou para o satanismo, vide Aleyster Crowley.
A dita gnose de Marx não provinha da religião, já que a condenava. Provinha do Epicurismo.
Marx também condenava a mistificação, expediente comum em Epicuro. A dialética livraria o homem do conteúdo mítico e revelaria o conteúdo racional por trás dele.
Então com é o "Mal" que Marx enxerga? Ora, o mal social que recai sobre o Proletariado. Este, enquanto maior responsável pelo crescimento econômico, fora recompensado com o que de pior pode haver na sociedade.
Sendo a visão religiosa descarta por Marx, o mal não provinha do pecado, mas sim de um sistema opressor. Analisando a sociedade metafisicamente, demonstrando como um todo o seu funcionamente, percebia-se que as agrúras da vida recaíam sobre os operários. Tal "mal" não era místico, mas representa existência desumana a que se submetiam os operários.
Assim é imoral, "mal" e desumano: a opressão, a alienação, a miséria, a degenação, a falta de representação política, a ignorância, a mecanização do homem, o despotismo do capital etc.
Enfim, o que pensam os católicos: tendo Marx usado de um expediente "Gnóstico" (na verdade metafísico) considerando como "más" em si os acontecimentes acima, há que se condenar o seu pensamento. O tal de Voegelin tenta resgatar a fé.
Tento a Filosofia Tradicional acabado em Hegel, não havia que invertê-la ou criticá-la; devia-se (pasmem), como manso cordeiro, aceitar os postulados lógicos de Helgel e segui-los sem mais especulação.
Por fim, os católicos afirmam que Marx é satanista, pois a revolução do proletariado se assemelha muito a conduta de Lúcifer. Este, na tradição bíblica, se rebelou e tentou tomar o treino de Deus para si. Para eles a conduta do proletariado revolucionário era semelhante a conduta de satanás. O encargo revolucionário dos operários seria tomar o poder político e, a partir dele, reger a sociedade com mão de ferro; Tal governo tem como fim precípuo e extinção das classes socias.
No mais, oremos pela alma de Marx, o profeta do mal.
