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Para Videomaker e RCA

Enviado: 16 Mar 2006, 15:24
por Res Cogitans
Em A gênese (livro espírita) há uma referência a um artigo da Revista Espírita (RE) intulado "Perfectibilidade da Raça Negra"

Entretanto, os Espíritos dos selvagens também fazem parte da Humanidade e alcançarão um dia o nível em que se acham seus irmãos mais velhos. Mas, sem dúvida, não será em corpos da mesma raça física, impróprios a um certo desenvolvimento intelectual e moral. Quando o instrumento já não estiver em correspondência com o progresso que hajam alcançado, eles emigrarão daquele meio, para encarnar noutro mais elevado e assim por diante, até que tenham conquistado todas as graduações terrestres, ponto em que deixarão a Terra, para passar a mundos mais avançados. (Revue Spirite, abril de 1862, pág.97: «Perfectibilidade da raça negra».)


Para incluir a referência Kardec deve considerá-la bastante relevante, de qualquer forma a Revista Espírita em 1862 estava sob direção de Allan Kardec.

O artigo "Perfectibilidade da raça negra" completo pode ser baixado aqui : http://www.espirito.com.br/portal/downl ... a-1862.pdf

Vejamos o que encontramos:

(...)o instinto de destruição isolado é um instinto cego e brutal; ele domina entre os povos primitivos, entre os selvagens, cuja alma não adquiriu ainda as qualidades reflexivas próprias para regularem a destruição numa justa medida. O selvagem feroz pode, numa só existência, adquirir as qualidades que lhe faltam? Que educação dar-lhe-íeis, desde o berço, para fazerdes deles um São Vicente de Paulo, um sábio, um orador, um artista? Não; é materialmente impossível. E, no entanto, esse selvagem tem uma alma; qual é a sorte dessa alma depois da morte? É punida por seus atos bárbaros que nada reprimiu? Está colocada em posição igual à do homem de bem? Um não é mais racional que o outro? Está, então, condenada a permanecer eternamente num estado misto, que não é nem a felicidade e nem a infelicidade? Isso não seria justo; porque, se não é mais perfeita, isso não dependeu dela. Não podeis sair desse dilema senão admitindo a possibilidade de um progresso; ora, como pode progredir, se não for tomando novas existências? Poderá, direis, progredir como Espírito, sem retornar sobre a Terra. Mas, então, por que nós, civilizados, esclarecidos, nascemos na Europa antes que na Oceania? em corpos brancos antes que em corpos negros? Por que um ponto de partida tão diferente, se não se progride senão como Espírito? Por que Deus nos isentou do longo caminho que o selvagem deve percorrer? Nossas almas seriam de uma outra natureza que a sua? Por que, então, procurar fazê-lo cristão? Se o fazeis cristão, é que o olhais como vosso igual diante de Deus; se é vosso igual diante de Deus, porque Deus vos concede privilégios? Agiríeis inutilmente, não chegaríeis a nenhuma solução senão admitindo, para nós um progresso anterior, para o selvagem um progresso ulterior; se a alma do selvagem deve progredir ulteriormente, é que ela nos alcançará; se progredimos anteriormente, é que fomos selvagens, porque, se o ponto de partida for diferente, não há mais justiça, e se Deus não é justo, não é Deus. Eis, pois, forçosamente, duas existências extremas: a do selvagem e a do homem mais civilizado; mas, entre esses dois extremos, não encontrais nenhum intermediário? Segui a escala dos povos, e vereis que é uma cadeia não interrompida, sem solução de continuidade. Ainda uma vez, todos esses problemas são insolúveis sem a pluralidade das existências. Dizei que os Zelandeses renascerão entre um povo um pouco menos bárbaro, e assim por diante até à civilização, e tudo se explica; que se, em lugar de seguir os degraus da escala, vencer todos de repente e sem transição entre nós, e nos dará o odioso espetáculo de um Dumollard, que é um monstro para nós, e que nada apresentou de anormal entre as populações da África central, de onde talvez saiu. Assim é que, fechando-se numa só existência, tudo é obscuridade, tudo é problema sem resultado; ao passo que, com a reencarnação, tudo é claro, tudo é solução.


O exame frenológico dos povos pouco inteligentes constata a predominância das faculdades instintivas, e a atrofia dos órgãos da inteligência. O que é excepcional nos povos avançados, é a regra em certas raças. Por que isto? É uma injusta preferência? Não, é a sabedoria. A Natureza é sempre previdente; nada faz de inútil; ora, seria uma coisa inútil dar um instrumento completo a quem não tem meios de se servir dele. Os Espíritos selvagens são Espíritos ainda crianças, podendo-se assim se exprimir; entre eles, muitas faculdades ainda estão latentes. Que faria, pois, o Espírito de um Hotentote no corpo de um Arago? Seria
como aquele que não sabe a música diante de um excelente piano. Por uma razão inversa, que faria o Espírito de Arago no corpo de um Hotentote? Seria como Liszt diante de um piano que não teria senão algumas más cordas falsas, às quais seu talento jamais chegaria
a dar sons harmoniosos. Arago entre os selvagens, com todo o seu gênio, seria tão inteligente, talvez, quanto pode sê-lo um selvagem, mas nada de mais; jamais seria, sob uma pele negra, membro do Instituto. Seu Espírito levá-lo-ia ao desenvolvimento dos órgãos? De órgãos fracos, sim; de órgãos rudimentares, não(1(1)Vede a Revista Espírita de
outubro de 1861: Os Cretinos. )


Chegamos agora à perfectibilidade das raças; esta questão, por assim dizer, está resolvida pelo que precede: não temos senão que deduzir-lhe algumas conseqüências. Elas são perfectíveis pelo Espírito que se desenvolve através de suas diferentes migrações, em cada uma das quais adquire, pouco a pouco, as qualidades que lhes faltam; mas, à medida que as suas faculdades se estendem, falta-lhe um instrumento apropriado, como a uma criança que cresce são necessárias roupas maiores; ora, sendo insuficientes os corpos constituídos para seu estado primitivo, lhes é necessário encarnar em melhores condições, e assim por
diante, à medida que progride.

As raças são também perfectíveis pelo corpo, mas isso não é senão pelo cruzamento com as raças mais aperfeiçoadas, que lhes trazem novos elementos que as enxertam, por assim dizer, os germes de novos órgãos. Esse cruzamento se faz pelas emigrações, pelas guerras,
e pelas conquistas. Sob esse aspecto, há raças, como famílias, que se abastardam se não se misturam com sangues diversos. Então, não se pode dizer que isso seja a raça primitiva pura, porque sem cruzamento essa raça será sempre a mesma, seu estado de inferioridade relacionado à sua natureza; ela degenerará em lugar de progredir, e é o que a conduz ao desaparecimento num tempo dado.

A respeito dos negros escravos, diz-se: "São seres tão brutos, tão pouco inteligentes, que seria trabalho perdido procurar instruí-los; é uma raça inferior, incorrigível e profundamente incapaz". A teoria que acabamos de dar permite encará-los sob uma outra luz; na questão do perfeiçoamento das raças, é preciso ter em conta dois elementos constitutivos do homem: o elemento espiritual e o elemento corpóreo. É preciso conhecê-los, um e o outro, e só o Espiritismo pode nos esclarecer sobre a natureza do elemento espiritual, o mais importante, uma vez que é este que pensa e que sobrevive, ao passo que o elemento corpóreo se destrói.
Os negros, pois, como organização física, serão sempre os mesmos; como Espíritos, sem dúvida, são uma raça inferior, quer dizer, primitiva; são verdadeiras crianças às quais podese ensinar muito coisa; mas, por cuidados inteligentes, pode-se sempre modificar certos hábitos, certas tendências, e já é um progresso que levarão numa outra existência, e que
lhes permitirá, mais tarde, tomar um envoltório em melhores condições. Trabalhando para o seu adiantamento, trabalha-se menos para o presente do que para o futuro, e, por pouco que se ganhe, é sempre para eles um tanto de aquisições; cada progresso é um passo adiante, que facilita novos progressos.

Sob o mesmo envoltório, quer dizer, com os mesmos instrumentos de manifestação do pensamento, as raças não são perfectíveis senão em limites estreitos, pelas razões que desenvolvemos. Eis por que a raça negra, enquanto raça negra, corporeamente falando, jamais alcançará o nível das raças caucásicas; mas, enquanto Espíritos, é outra coisa; ela
pode se tornar, e se tornará, o que somos; somente ser-lhe-á preciso tempo e melhores instrumentos. Eis porque as raças selvagens, mesmo em contato com a civilização, permanecem sempre selvagens; mas, à medida que as raças civilizadas se ampliam, as raças selvagens diminuem, até que desapareçam completamente, como desapareceram as
raças dos Caraíbas, dos Guanches, e outras. Os corpos desapareceram, mas em que se tornaram os Espíritos? Mais de um, talvez, esteja entre nós.


Vamos agora ao artigo Destruição dos Aborígenes do México da RE agosto de 1864.

Na extinção das raças, geralmente, não se leva em conta senão o ser material que é unicamente destruído, ao passo que se olvida o ser espiritual que é indestrutível e não faz senão mudar de roupa, porque o primeiro não estava mais em relação com o seu desenvolvimento moral e intelectual. Suponhamos toda raça negra destruída; mas o Espírito, que vive sempre, revestirá primeiro um corpo intermediário entre o negro e o branco, e mais tarde um corpo branco. Assim é que o ser colocado no último degrau da Humanidade alcançará, num tempo dado, a soma das perfeições compatíveis com o estado de nosso globo.

Não é preciso, pois, perder de vista que a extinção das raças não alcança senão o corpo e não afeta em nada o Espírito; aquele, longe de sofrer com isso, ganha um instrumento mais aperfeiçoado, provido de cordas cerebrais respondendo a um maior número de faculdades. O Espírito de um selvagem, encarnado no corpo de um sábio europeu, com isto não seria mais sábio, não saberia o que fazer de seu instrumento, cujas cordas inativas se atrofiariam; o Espírito de um sábio, encarnado no corpo de um selvagem, nele seria como um grande pianista diante de um piano faltando a maioria das cordas. Esta tese foi desenvolvida num artigo da Revista do mês de abril de 1862, sobre a perfectibilidade da raça negra.

A raça branca caucásica, sem contradita, é a que ocupa o primeiro lugar na Terra, mas atingiu ela o apogeu da perfeição? Todas as faculdades da alma nela estão representadas? Quem ousaria dize-lo?

Suponhamos, pois,que os Espíritos dessa raça, progredindo continuamente, acabem por nela se encontrar pobremente, a raça desapareceria para dar lugar a uma raça de uma organização mais ricamente provida; assim o quer a lei do progresso. Já na própria raça branca, não se vêem nuanças muito acentuadas como desenvolvimento moral e intelectual? Pode-se estar certo de que os mais avançados absorverão os outros.

O desaparecimento das raças se opera de duas maneiras: numa, pela extinção natural, conseqüência das condições climatéricas e do abastardamento, quando ficam isoladas; nas outras, pelas conquistas e pela dispersão que os cruzamentos conduzem. Sabe-se que da raça negra e da raça branca saiu uma raça intermediária muito superior à primeira, em que é como um degrau para os Espíritos desta. Depois, a fusão do sangue conduz à aliança dos Espíritos dos quais os mais avançados ajudam o progresso dos outros. Quem pode prever, sob esse aspecto, as conseqüências da última guerra da China? As modificações que vão produzir, nesse país por tanto tempo estacionário, os novos elementos fisiológicos e psicológicos que ali são levados? Em alguns séculos, talvez, não será mais reconhecível do que é o México de hoje comparado ao dos tempos de Colombo.

Re.: Para Videomaker e RCA

Enviado: 16 Mar 2006, 15:25
por Res Cogitans
Então... concordam?

Re.: Para Videomaker e RCA

Enviado: 16 Mar 2006, 15:32
por Tranca
Cara, mais evidente que isso, impossível.

Negar o viés racista destas colocações é como tapar o sol com uma colherinha de café.

Re.: Para Videomaker e RCA

Enviado: 16 Mar 2006, 15:41
por Najma
Desta vez eu vou me conter... eu vou me conter... eu vou me conter... :emoticon16:

Re.: Para Videomaker e RCA

Enviado: 16 Mar 2006, 15:43
por Fernando Silva
Os espíritas sempre podem alegar que os "encostos" da época tinham essa visão e a transmitiram a Kardec (embora, após usarem raças diversas como "cavalos", eles já devessem ter uma idéia melhor sobre a igualdade ou diferença entre elas, não se baseando apenas nos preconceitos dos encarnados, cujos conhecimentos se limitavam aos adquiridos naquela encarnação).

Acontece que até hoje há espíritas que repetem esse conceito, como o cara que disse que Jesus teria que ter, necessariamente, se encarnado em uma raça superior à dos judeus, principalmente se eles eram como o daquela reconstrução do possível Jesus a partir dos restos de um judeu de 2 mil anos atrás, que se parece com o Sadam Hussein com traços ainda mais grossos e cabelo duro.
É assim que eles justificam as figuras de Jesus com olhos azuis e cabelos lisos e claros que circulam por aí.

Re.: Para Videomaker e RCA

Enviado: 16 Mar 2006, 16:13
por RCAdeBH
Caro Res,
Vejo que está pesquisando bem e tenho para mim que é interessante para voce e outro amigos achar algum traço racista na doutrina, o que sinceramente não entendo o "porque".
Bem, no texto voce sublinhou uma frase de impacto: "A raça branca caucásica, sem contradita, é a que ocupa o primeiro lugar na Terra", mas esqueceu de dar destaque ao resto, que vou colocar aqui: " mas atingiu ela o apogeu da perfeição? Todas as faculdades da alma nela estão representadas? Quem ousaria dize-lo?"
Novamente vou dizer o que venho dito em inúmeros debates a esse respeito, aliás, vou criar um documento com este texto para somente copiar e colar quando precisar. Vamos lá:


O espiritismo é uma crença em que todos os espiritos evoluem. Não somente moralmente, mas fisicamente também. Todos fomos criados com as mesmas faculdades, pressupondo isso, este a quem voce chama de racista já foi negro e selvagem um dia em sua existencia, assim como nós todos. Nunca uma racista poderia se imaginar negro em qualquer período de sua existência. Kadec se referia ao termo "negro" para simbolizar uma raça menos evoluida fisica, moral e intelectualmente. Ele poderia ter usado de exemplo outras raças de SELVAGENS que não fossem negras, como os esquimós ou tribos Chinesas e etc...
O que faz cair por terra seu argumento é que Kardec denotou aos negros SELVAGENS que foram objeto de estudo uma menor aptidão para a inteligência por vários motivos ESPIRITUAIS e FISICOS, coisa que nos negros de hoje não ocorre, aliás, muito pelo contrário.
Pressupondo este texto de Kardec, que voce interpretou da maneira que quis, voce quer jogar no mesmo "saco" (isso já deu confusão...) os negros de hoje que sofrem preconceitos raciais de uma maneira completamente diferente e inédita inclusive para ele naquela época ( lembre-se, era 1860) com os negros SELVAGENS de 300 anos atrás, que realmente eram o objeto de estudo a que Kardec se referia.
O que posso dizer?
Simplesmente foi uma infeliz analogia.

Re.: Para Videomaker e RCA

Enviado: 16 Mar 2006, 16:24
por aknatom
Gostaria de lembrar ao RCA que os "negros selvagens" aos quais ele se refere, não eram os únicos e nem os mais importantes negros conhecidos pelos Europeus dessa época.
Os Mouros, que colonizaram a Sicilia e a Espanha, eram negros e não tinham nada de selvagens, sendo um importante pilar da cultura europeia.
Também gostaria de salientar que, ter passado numa existência anterior pela condição de "negro não desenvolvido" e hoje ser "branco ápice da evolução do planeta", junto coma tese da "não regressão espiritual" constitui sim, categoricamente racismo, visto que racismo é a afirmação da superioridade de uma raça pela outra de forma inquestionável, o que é feito em todo o texto postado pelo Res. Já fui negro, mas hoje não sou, e quando eu era negro era inferior, é co certeza inquestionável racismo, quem afirmar que não está sendo leviano.

Re: Re.: Para Videomaker e RCA

Enviado: 16 Mar 2006, 16:41
por RCAdeBH
aknatom escreveu:Gostaria de lembrar ao RCA que os "negros selvagens" aos quais ele se refere, não eram os únicos e nem os mais importantes negros conhecidos pelos Europeus dessa época.
Os Mouros, que colonizaram a Sicilia e a Espanha, eram negros e não tinham nada de selvagens, sendo um importante pilar da cultura europeia.
Também gostaria de salientar que, ter passado numa existência anterior pela condição de "negro não desenvolvido" e hoje ser "branco ápice da evolução do planeta", junto coma tese da "não regressão espiritual" constitui sim, categoricamente racismo, visto que racismo é a afirmação da superioridade de uma raça pela outra de forma inquestionável, o que é feito em todo o texto postado pelo Res. Já fui negro, mas hoje não sou, e quando eu era negro era inferior, é co certeza inquestionável racismo, quem afirmar que não está sendo leviano.


Cara...
Kardec não se referiu aos Mouros. Ele se referiu a raças menos evoluidas que a nossa nos campos : morais, intelectuais e espirituais e ainda citando exemplos FISICOS. Eram negros sim, e daí? Preconceito racial seria dizer isso dos negros do século 21.
Se voce acha que os canibais Africanos são uma raça mais desenvolvida do que a nossa, isso é problema seu! Infelizmente eles são negros, fato que leva voces a fazerem uma analogia completamente absurda da real situaçao do preconceito racial moderno.

Re: Re.: Para Videomaker e RCA

Enviado: 16 Mar 2006, 16:45
por Fernando Silva
RCAdeBH escreveu:O que faz cair por terra seu argumento é que Kardec denotou aos negros SELVAGENS que foram objeto de estudo uma menor aptidão para a inteligência por vários motivos ESPIRITUAIS e FISICOS, coisa que nos negros de hoje não ocorre, aliás, muito pelo contrário.

Você está afirmando que os negros da época de Kardec, há menos de 150 anos (e não os de 300 anos atrás, embora isto não faça diferença) eram física e intelectualmente inferiores aos de hoje, esquecendo-se das grandes civilizações africanas destruídas pelos colonizadores europeus. Isto é racismo. Sim, suas civilizações eram menos avançadas que a européia, mas por outros fatores, como o climático, por exemplo, não por incapacidade física e mental.
Os negros não mudaram nada de lá para cá. O máximo que você pode dizer é que a miscigenação com os brancos os tornou mais evoluídos, o que também seria racismo.
RCAdeBH escreveu:Pressupondo este texto de Kardec, que voce interpretou da maneira que quis

A única interpretação que faz sentido é a de racismo. Você também interpretou como quis.
RCAdeBH escreveu:voce quer jogar no mesmo "saco" (isso já deu confusão...) os negros de hoje que sofrem preconceitos raciais de uma maneira completamente diferente e inédita inclusive para ele naquela época ( lembre-se, era 1860) com os negros SELVAGENS de 300 anos atrás, que realmente eram o objeto de estudo a que Kardec se referia.
O que posso dizer?
Simplesmente foi uma infeliz analogia.

O preconceito é o mesmo até hoje, apenas mais atenuado e combatido por grande parte da sociedade. Antes era normal considerar os negros como inferiores, hoje pega mal.
É claro que um escravo não sofria problemas ao tentar um emprego ou ao frequentar um restaurante chique, por exemplo, mas isto porque ele nem tentava.

E por que Kardec estudaria os negros de 300 anos atrás e não os de sua época? Onde ele faz esta restrição?

Re: Re.: Para Videomaker e RCA

Enviado: 16 Mar 2006, 16:48
por aknatom
RCAdeBH escreveu:
aknatom escreveu:Gostaria de lembrar ao RCA que os "negros selvagens" aos quais ele se refere, não eram os únicos e nem os mais importantes negros conhecidos pelos Europeus dessa época.
Os Mouros, que colonizaram a Sicilia e a Espanha, eram negros e não tinham nada de selvagens, sendo um importante pilar da cultura europeia.
Também gostaria de salientar que, ter passado numa existência anterior pela condição de "negro não desenvolvido" e hoje ser "branco ápice da evolução do planeta", junto coma tese da "não regressão espiritual" constitui sim, categoricamente racismo, visto que racismo é a afirmação da superioridade de uma raça pela outra de forma inquestionável, o que é feito em todo o texto postado pelo Res. Já fui negro, mas hoje não sou, e quando eu era negro era inferior, é co certeza inquestionável racismo, quem afirmar que não está sendo leviano.


Cara...
Kardec não se referiu aos Mouros. Ele se referiu a raças menos evoluidas que a nossa nos campos : morais, intelectuais e espirituais e ainda citando exemplos FISICOS. Eram negros sim, e daí? Preconceito racial seria dizer isso dos negros do século 21.
Se voce acha que os canibais Africanos são uma raça mais desenvolvida do que a nossa, isso é problema seu! Infelizmente eles são negros, fato que leva voces a fazerem uma analogia completamente absurda da real situaçao do preconceito racial moderno.


Não se embole mais... mouros são negros. Chineses tinham uma civilização mais evoluída que a européia dessa época, senão tecnológicamente, moralmente... sendo que por muito tempo foi tecnologicamente (inventores da imprenssa, da pólvora, entre outras).
Querer contrariar que Kardec era racista e que os ispritus que ele psicografou eram preconceituosos, logo que a base da DE é racista, é como negar que o sol brilha.

Re: Re.: Para Videomaker e RCA

Enviado: 16 Mar 2006, 16:49
por Fernando Silva
RCAdeBH escreveu:Kardec não se referiu aos Mouros. Ele se referiu a raças menos evoluidas que a nossa nos campos : morais, intelectuais e espirituais e ainda citando exemplos FISICOS. Eram negros sim, e daí? Preconceito racial seria dizer isso dos negros do século 21.

A cultura deles era inferior, mas uma criança de uma tribo primitiva criada por europeus seria tão capacitada quanto os europeus.
Não se trata de incapacidade física e mental e sim de não ter recebido a instrução adequada.

Outro exemplo seriam os índios brasileiros criados na sociedade dos brancos. Você não pode julgar seu potencial pelo que vê em suas sociedades no meio da floresta. Se tiverem a chance de estudar e aprender, serão indistinguíveis dos brancos, por mais que você os veja como "selvagens" e "inferiores".

Temos um exemplo bem à mão, mas prefiro não citar nomes :emoticon16:

Re.: Para Videomaker e RCA

Enviado: 16 Mar 2006, 17:49
por o anátema
interessante que conste até coisas de análise frenológica como embasamento, a despeito do cérebro, havendo uma alma que faz tudo que a ciência supõe que o cérebro faça, é totalmente inútil.

Re.: Para Videomaker e RCA

Enviado: 16 Mar 2006, 17:59
por Samael
Novamente o espiritismo demonstra a sua condição de época de legitimador da classe dominante...

Re.: Para Videomaker e RCA

Enviado: 16 Mar 2006, 18:01
por Alter-ego
O RCA não disse essas coisas... O RCA não disse essas coisas... O RCA não disse essas coisas... :emoticon8:

Re: Re.: Para Videomaker e RCA

Enviado: 16 Mar 2006, 18:17
por Flavio Costa
Yod-aleph-hed escreveu:O RCA não disse essas coisas... O RCA não disse essas coisas... O RCA não disse essas coisas... :emoticon8:

Sim, são as raças menos evoluídas que as nossas...

Enviado: 17 Mar 2006, 07:35
por Fayman
cuja alma não adquiriu ainda as qualidades reflexivas próprias para regularem a destruição numa justa medida.


Esta aqui foi fantástica!!

Samael escreveu:Novamente o espiritismo demonstra a sua condição de época de legitimador da classe dominante...


Assim como TODAS as demais religiões, de uma maneira ou de outra, ou porque será que Eva é loira de olhos azuis, Adão é branco, e jesus, apesar de ter vivido (??) na região em que dizem, tem cabelos lisos, pela clara e olhos azuis, também?

Mas que escolha... "divina" de padrão, não?

Enviado: 17 Mar 2006, 08:14
por O ENCOSTO
kun klux klan e kardecismo são seitas racistas.

Enviado: 17 Mar 2006, 08:24
por Clauss
Racista ou não o fato é que os espiritas que conheço nunca demosntraram o serem. Muito ao contrário de outras religiões, principalmente nas que estimulam o enriquecimento em nome de deus. Mas a vida é isso. Poder é o que interessa. Apenas e exclusivamente isso. O resto é utopia.

Re.: Para Videomaker e RCA

Enviado: 17 Mar 2006, 09:00
por RCAdeBH
Vamos deixar uma coisa bem clara aqui:

1- Estereótipo do negro base de estudo de Kardec (retirado do texto):"O exame frenológico dos povos pouco inteligentes constata a predominância das faculdades instintivas, e a atrofia dos órgãos da inteligência."
2- Estereótipo do negro do século 21: Nenhuma diferença orgânica comparado-se aos brancos a não ser a pele negra.

Fatos:
1- Kardec separa muito bem o "negro" de sua época dos "negros" SELVAGENS E BRUTOS que foram objeto de estudo.
2- Alguns foristas céticos teimam em colocar todos no mesmo "saco" para explicar sua absurda teoria de que Kardec ou o espiritismo eram racistas.

Conclusão: Em suas teorias de que Kardec era racista, alguns foristas falam abertamente que não existe separaçao entre os negros SELVAGENS e os negros do século 21, colocando assim todos no mesmo "saco", o que seria uma depreciaçao covarde e absurda da raça negra. Isso sim seria racismo.

Re.: Para Videomaker e RCA

Enviado: 17 Mar 2006, 09:12
por Azathoth
Frenologia é uma pseudociência do Século XIX que foi utilizada para defender teses racialistas e supremacistas; a premissa continua falsa.

Aliás, segundo Jared Diamond, é esperado encontrar em populações ditas 'selvagens' pessoas mais inteligentes do que as ditas 'civilizadas' em várias aptidões porque em civilizações a causa de morte mais freqüente são epidemias descontroladas que impõe pressões seletivas sobre aspectos fisiológicos enquanto que em sociedades tribais, a morte provém mais de efeitos colaterais da caça e tentativa de se abrigar, favorecendo pessoas com raciocínio rápido e grande coordenação mão-olho.

Enviado: 17 Mar 2006, 09:32
por Flavio Costa
Johnny escreveu:Racista ou não o fato é que os espiritas que conheço nunca demosntraram o serem. Muito ao contrário de outras religiões, principalmente nas que estimulam o enriquecimento em nome de deus. Mas a vida é isso. Poder é o que interessa. Apenas e exclusivamente isso. O resto é utopia.

A coisa está perdendo o foco. Em geral os espíritas não são racistas, é a DE que conteve idéias racistas. A sociedade mudou e os espíritas acompanharam (fora uns imbecis mais dogmáticos), lendo os livros iniciais como provenientes da conjuntura do século XIX.

O propósito dessa discussão não é mostrar que os espíritas são racistas e sim que "espíritos superiores" não existem, são uma farsa.

Re: Re.: Para Videomaker e RCA

Enviado: 17 Mar 2006, 10:22
por aknatom
RCAdeBH escreveu:Vamos deixar uma coisa bem clara aqui:

1- Estereótipo do negro base de estudo de Kardec (retirado do texto):"O exame frenológico dos povos pouco inteligentes constata a predominância das faculdades instintivas, e a atrofia dos órgãos da inteligência."
2- Estereótipo do negro do século 21: Nenhuma diferença orgânica comparado-se aos brancos a não ser a pele negra.

Fatos:
1- Kardec separa muito bem o "negro" de sua época dos "negros" SELVAGENS E BRUTOS que foram objeto de estudo.
2- Alguns foristas céticos teimam em colocar todos no mesmo "saco" para explicar sua absurda teoria de que Kardec ou o espiritismo eram racistas.

Conclusão: Em suas teorias de que Kardec era racista, alguns foristas falam abertamente que não existe separaçao entre os negros SELVAGENS e os negros do século 21, colocando assim todos no mesmo "saco", o que seria uma depreciaçao covarde e absurda da raça negra. Isso sim seria racismo.


Como vc citou num exemplo anterior, explique então esse racismo aplicado sobre "tribos chinesas", se é que isso existia na época.
Seria interessante também colocar qualquer exemplo de um texto de kardec que coloca os "negros não selvagens" da sua época em pé de igualdade com os "brancos arianos" que pertencem ao clube.

Re: Re.: Para Videomaker e RCA

Enviado: 17 Mar 2006, 12:25
por Res Cogitans
Azathoth escreveu:Frenologia é uma pseudociência do Século XIX que foi utilizada para defender teses racialistas e supremacistas; a premissa continua falsa.

Aliás, segundo Jared Diamond, é esperado encontrar em populações ditas 'selvagens' pessoas mais inteligentes do que as ditas 'civilizadas' em várias aptidões porque em civilizações a causa de morte mais freqüente são epidemias descontroladas que impõe pressões seletivas sobre aspectos fisiológicos enquanto que em sociedades tribais, a morte provém mais de efeitos colaterais da caça e tentativa de se abrigar, favorecendo pessoas com raciocínio rápido e grande coordenação mão-olho.


Já pegou Armas, Germes e Aço para ler?

Re: Re.: Para Videomaker e RCA

Enviado: 17 Mar 2006, 12:38
por Fernando Silva
RCAdeBH escreveu:Vamos deixar uma coisa bem clara aqui:

1- Estereótipo do negro base de estudo de Kardec (retirado do texto):"O exame frenológico dos povos pouco inteligentes constata a predominância das faculdades instintivas, e a atrofia dos órgãos da inteligência."
2- Estereótipo do negro do século 21: Nenhuma diferença orgânica comparado-se aos brancos a não ser a pele negra.

Fatos:
1- Kardec separa muito bem o "negro" de sua época dos "negros" SELVAGENS E BRUTOS que foram objeto de estudo.
2- Alguns foristas céticos teimam em colocar todos no mesmo "saco" para explicar sua absurda teoria de que Kardec ou o espiritismo eram racistas.

Conclusão: Em suas teorias de que Kardec era racista, alguns foristas falam abertamente que não existe separaçao entre os negros SELVAGENS e os negros do século 21, colocando assim todos no mesmo "saco", o que seria uma depreciaçao covarde e absurda da raça negra. Isso sim seria racismo.

A raça humana não se alterou de lá para cá o suficiente para que essas teorias tivessem algum valor.
A selvageria de que falou Kardec era apenas fruto da falta de cultura.

Re: Re.: Para Videomaker e RCA

Enviado: 17 Mar 2006, 12:45
por Azathoth
Res Cogitans escreveu:Já pegou Armas, Germes e Aço para ler?


Eu tenho e já li uma boa parte. O argumento que citei é tirado do primeiro capítulo.