ENTREVISTA COM RICHARD DAWKINS

Fórum de discussão de assuntos relevantes para o ateísmo, agnosticismo, humanismo e ceticismo. Defesa da razão e do Método Científico. Combate ao fanatismo e ao fundamentalismo religioso.
sexsex
Mensagens: 10
Registrado em: 13 Mar 2006, 23:02

ENTREVISTA COM RICHARD DAWKINS

Mensagem por sexsex »

24/02/05 - 12h:49m

ENTREVISTA COM RICHARD DAWKINS
por fucktheposer

ENTREVISTA COM RICHARD DAWKINS
de Krishna & Steven Carr

O Channel 4 do Reino Unido fez uma série de entrevistas de meia hora em 1994 chamada The Vision Thing. Várias pessoas com diferentes crenças foram entrevistadas por Sheena McDonald, uma respeitada jornalista de TV. O único ponto de vista Ateísta foi posto por Richard Dawkins em 15 de Agosto de 1994.
(Introdução de McDonald)
Imagine nenhuma religião! Até não-crentes reconhecem o valor chocante da letra de John Lennon. Um universo sem deus ainda é uma idéia chocante na maioria das partes do mundo. Mas um zoólogo Inglês que faz uma cruzada por sua visão de um mundo da verdade, um mundo sem religião, que ele diz ser a inimiga da verdade, um mundo que entende o verdadeiro significado da vida. Ele chama a si mesmo um fanático científico. Em Londres eu me encontrei com Richard Dawkins.
(McDonald)
Richard Dawkins, você tem uma visão do mundo - esse mundo livre de mentiras, não as pequenas mentiras com que nos protegemos, mas o que você vê como a grande mentira, que é que deus ou algum criador onipotente fez e observa o mundo. Agora, muitas pessoas estão procurando um significado no mundo, muitos deles acharam através da fé. Então o que é atrativo no seu mundo sem deus, o que é belo - porque alguém iria querer viver no seu mundo?
(Dawkins)
O mundo e o universo são lugares extremamente belos, e quanto mais nós compreendemos sobre eles mais belos eles parecem. É uma experiência imensamente excitante ter nascido no mundo, nascido no universo, olhar em volta de você e perceber que antes de morrer você têm a oportunidade de compreender uma imensa quantidade de coisas sobre este mundo, sobre este universo, sobre a vida e sobre por que estamos aqui. Nós temos a oportunidade de compreender bem, bem mais do que qualquer um de nossos predecessores jamais tiveram. Está é uma oportunidade excitante, seria uma lástima soprar isso e terminar sua vida não tendo compreendido o que há para compreender.
(McDonald)
Certo, bem, vamos maximizar essa oportunidade. Pinte o mundo, descreva a oportunidade que muitos de nós - você irá provavelmente dizer a maioria de nós - não estamos explorando para apreciar o mundo e para compreender o mundo.
(Dawkins)
Bem, suponha que você olhe para um animal tal como um humano ou um ouriço ou um morcego, e você realmente quer saber como ele funciona. O jeito científico de compreender como ele funciona seria tratar ele como um engenheiro trataria uma máquina. Então se um engenheiro fosse empunhado com essa câmera de televisão esse engenheiro iria pegar uma chave de fenda, dividir a câmera em pedaços, talvez tentar fazer um diagrama de circuitos e tentar descobrir o que essa coisa fazia, para que servia, iria explicar o funcionamento da máquina toda em termos de pedaços, em termos de partes.
Então o engenheiro iria provavelmente querer saber como ela veio parar onde estava, qual a história dela - ela foi montada em uma fábrica? Foi apenas um tipo de repentina montagem espontânea? Agora esses são os tipos de perguntas que um cientista faria sobre um morcego ou um ouriço ou um humano, e nós temos um grande caminho a percorrer, mas uma grande quantidade de progresso foi feita. Nós realmente compreendemos muito sobre como funcionamos nós, ratos e pombos.
Eu falei apenas do mecanismo de uma coisa viva. Há um outro conjunto completo de perguntas sobre a história das coisas vivas, porque cada coisa viva veio ao mundo através de nascimento ou incubação, então você tem que perguntar, de onde essa estrutura veio? Veio imensamente dos seus genes. De onde os genes vieram? Dos pais, dos avós, dos bisavós. Você volta através da história, voltando através de incontáveis gerações da história, através de ancestrais peixes, através de ancestrais parecidos com minhocas, através de ancestrais parecidos com protozoários, até ancestrais parecidos com bactérias.
(McDonald)
Mas o ponto final desse processo seria simplesmente uma compreensão do mundo físico.
(Dawkins)
O que mais há?
(McDonald)
Mas para aceitar a sua visão, tem-se que rejeitar o que muitas pessoas suportam com muito carinho e proximidade, que é a fé. Agora, por que a fé, por que a fé religiosa é incompatível com a sua visão?
(Dawkins)
Bem, fé como eu compreendo - você não se importaria em usar a palavra fé a não ser que ela estivesse em contraste com outros meios de saber algo. Então fé para mim significa saber algo apenas porque você sabe que é verdade, ao invés de porque você viu alguma evidência que isso é verdade.
(McDonald)
Mas se eu disser que eu acredito em deus, você não pode provar a não existência de deus.
(Dawkins)
Não, e a virtude de usar evidência é precisamente que nós podemos chegar a um consenso sobre isso. Mas se você escuta duas pessoas que estão argumentando sobre algo, e cada uma delas têm uma fé passional que elas estão certas, mas elas acreditam em coisas diferentes - elas pertencem à religiões diferentes, fés diferentes, não há nada que elas possam fazer para acabar com sua discordância antes de uma atirar na outra, e é realmente o que elas fazem muito freqüentemente.
(McDonald)
Se a religião é um obstáculo para a compreensão do que você está dizendo, porque ela está errando?
(Dawkins)
Um criador que criou o universo ou estabeleceu as leis da física e então a vida teria evoluído ou quem realmente supervisou a evolução da vida, ou algo parecido com isso, teria tido que ser algum tipo de superinteligência, algum tipo de megamente. Essa megamente teria que estar presente bem no começo do universo. Toda mensagem da evolução é que complexidade e inteligência e todas as coisas que viriam com ser uma força criativa vem depois, elas vem como uma conseqüência de milhões de anos de seleção natural. Não havia inteligência cedo no universo. A inteligência surgiu, ela surgiu aqui, talvez ela tenha surgido em muitos outros lugares nesse universo. Talvez em algum lugar em alguma outra galáxia haja uma superinteligência tão colossal que do nosso ponto de vista ela iria parecer ser um deus. Mas ela não pode ser o tipo de deus que nós precisamos para explicar a origem do universo, porque ela não pode ter estado ali tão cedo.
(McDonald)
Então a religião está vendendo uma mentira fundamental.
(Dawkins)
Bem, eu penso que é sim.
(McDonald)
E não há possibilidade de haver algo além do nosso conhecimento, além da sua habilidade como um cientista, zoólogo, para [...]
(Dawkins)
Não, isso é bem diferente. Eu penso que existem todas as possibilidades que haja algo além do nosso conhecimento. Tudo o que eu disse é que eu não penso que haja alguma inteligência ou alguma criatividade ou algum propósito antes dos primeiros cem milhões de anos de existência do universo. Então eu não penso que seja útil equiparar o que não compreendemos com deus em qualquer sentido que já é compreendido nas religiões existentes.
Os deuses que já são compreendidos nas religiões existentes estão todos minuciosamente documentados. Eles fazem coisas como perdoar pecados ou engravidar virgens, e eles fazem todo tipo de coisas humanas, bem ordinárias e mundanas. Isso não tem nada a ver com as profundas dificuldades que a ciência deve ainda encarar na compreensão dos profundos problemas do universo.
(McDonald)
Agora muitas pessoas encontram um grande conforto da religião. Nem todo mundo é como você é - bem favorecido, bonito, rico, com um bom trabalho, vida familiar feliz. Quero dizer, sua vida é boa - nem todo mundo têm uma vida boa, e a religião os trás conforto.
(Dawkins)
Existem vários tipos de coisas que seriam confortantes. Eu suponho que uma injeção de morfina seria confortante - ela pode ser mais confortante, pelo que sei. Mas dizer que algo é confortante não é dizer que é algo verdadeiro.
(McDonald)
Você rejeitou a religião, e você escreveu sobre ela e colocou suas próprias respostas sobre as questões fundamentais da vida, que são - bem toscamente, que nós e os ouriços e os morcegos e as árvores e os calangos somos guiados por replicadores genéticos e não-genéticos. Agora instantaneamente eu quero saber, o que isso significa?
(Dawkins)
Replicadores são coisas que têm cópias feitas de si mesmos. É uma coisa muito, muito poderosa - é difícil perceber que coisa poderosa foi quando a primeira entidade auto-replicante apareceu no mundo. Hoje em dia as mais importantes entidades auto-replicantes que conhecemos são as moléculas de DNA, as originais provavelmente não eram moléculas de DNA, mas elas fizeram algo similar. Uma vez que você têm entidades auto-replicantes - coisas que fazem cópias de si mesmas - você têm uma população delas.
(McDonald)
Nessa descrição crua do que nos faz - o que nos faz sermos nós? Nós somos nada mais que coleções de genes herdados cada um lutando para fazer seu caminho pela sobrevivência do mais adaptado.
(Dawkins)
Sim, se você me pedir para dizer como um poeta, como eu reajo à idéia de ser um veículo para o DNA? Não soa muito romântico, não é? Não soa como o tipo de visão da vida que um poeta iria ter; e eu estou bem feliz, pronto para admitir que quando eu não estou pensando sobre ciência eu estou pensando de uma forma bem diferente.
É uma idéia muito útil dizer que nós somos veículos para o nosso DNA, nós somos hospedeiros para os parasitas DNA que são nossos genes. Essas são boas idéias que nos ajudam a compreender um aspecto da vida. Mas é emotivo dizer, isso é tudo o que há, nós podemos muito bem desistir de ir ver peças de Shakespeare e desistir de ouvir música e coisas, porque isso não têm nada a ver com isso. Esse é um assunto completamente diferente.
(McDonald)
Vamos falar sobre escutar música e ver peças de Shakespeare. Agora, você cunhou uma palavra para descrever todas essas atividades variadas que não são geneticamente guiadas, e essa palavra é 'meme' e novamente isso é um processo replicante.
(Dawkins)
Sim, essas são entidades culturais que replicam meio que do mesmo jeito que o DNA faz. A disseminação do hábito de usar um boné de baseball virado para trás é algo que se espalhou pelo mundo Ocidental como uma epidemia. É como uma epidemia de varíola. Você poderia realmente fazer epidemiologia no boné para trás. Ela sobe até um pico, platôs e eu sinceramente espero que ela morra logo.
(McDonald)
E sobre votação de Trabalho?
(Dawkins)
Bem, você pode fazer - uma pessoa pode levar mais coisas a sério como isso. De certa forma, eu prefiro não entrar nisso, porque eu penso que existem melhores razões para votar Trabalho do que apenas a imitação escravizante do que outras pessoas fazem. Usar um boné de baseball para trás - até onde sei, não há nenhuma boa razão para isso.
Uma pessoa faz isso porque vê um amigo fazê-lo, e ela pensa que parece legal, e é só isso. Então isso realmente é como uma epidemia de sarampo, isso realmente se espalha de cérebro para cérebro como um vírus.
(McDonald)
Então intenções de voto você não poria nessa classe. E sobre as práticas religiosas?
(Dawkins)
Bem, esse é um exemplo melhor. Ela não se espalha, no todo, de um jeito horizontal, como uma epidemia de sarampo. Ela se espalha de um jeito vertical gerações a baixo. Mas esse tipo de coisa, eu penso, se espalha gerações a baixo porque as crianças de uma certa idade são muito vulneráveis à sugestão.
Elas tendem a acreditar no que dizem a elas, e existem razões muito boas para isso. É fácil ver em uma explicação Darwiniana porque as crianças devem estar equipadas com cérebros que acreditam no que os adultos dizem à elas. Apesar de tudo, elas têm que aprender uma linguagem, e aprender muito mais dos adultos. Porque elas não iriam acreditar se dizem à elas que elas devem rezar de um certo jeito? Mas em particular - vamos refrasear isso - se dizem à elas para não apenas fazer elas têm que se comportar de um certo jeito, mas quanto elas crescem é dever delas passar a mesma mensagem para as suas crianças.
Agora, uma vez que você têm essa pequena receita, isso realmente é uma receita para passar adiante gerações abaixo. Não importa quão boba é a instrução original, se você dissé-la com convicção suficiente para crianças jovens e crédulas o suficiente de modo que quando elas cresçam elas irão passá-la para as crianças delas, então ela irá passar e irá se espalhar e isso pode ser a explicação suficiente.
(McDonald)
Mas a religião é um meme muito bem sucedido. Quero dizer, na sua própria estrutura os genes que sobrevivem - os com os genes mais egoístas e bem sucedidos presumivelmente têm algum mérito. Agora se a religião é um meme que sobreviveu por milhares e milhares de anos, é possível que haja algum mérito intrínseco nela?
(Dawkins)
Sim, há um mérito nela. Se você fizer a pergunta, porque qualquer entidade replicante sobrevive através dos anos e das gerações, é porque ela têm mérito. Mas mérito para um replicador apenas significa que ele é bom em se replicar.
O vírus da raiva têm um considerável mérito, e o vírus da AIDS tem um mérito enorme. Essas coisas se espalham com muito sucesso, e a seleção natural pôs neles métodos extremamente efetivos de se espalhar. No caso do vírus da raiva ele causa espumação na boca de suas vítimas, e o vírus é espalhado na saliva. Ele as faz morderem e se tornarem extremamente agressivas, então elas tendem a morder outros animais, e a saliva entra nelas e ele passa adiante. Esse é um vírus muito, muito bem sucedido. Ele tem um mérito muito considerável.
De certa forma toda a mensagem do meme e do gene é que o mérito é definido como em bom ser espalhado afora, bom em auto-replicação. Isso é claro muito diferente do mérito como nós humanos podemos julgar.
(McDonald)
Você escolheu uma analogia para a religião que muitos iriam achar um tanto dolorosa - que é como um vírus da AIDS, como um vírus da raiva.
(Dawkins)
Eu penso que é uma analogia muito boa. Sinto muito se é dolorosa. Eu estou tentando explicar porque essas coisas se espalham; e eu acho que é como uma carta-corrente. É o mesmo tipo de pau e cenoura. Não é, provavelmente, deliberadamente intencional.
Eu poderia escrever num pedaço de papel "Faça duas cópias desse papel e passe-as a amigos". Eu poderia dar à você. Você iria lê-lo e fazer duas cópias e passá-las, e eles fariam 2 cópias e se tornariam 4 cópias, 8, 16 cópias. Logo logo o mundo inteiro estaria atolado em papel. Mas é claro que tem de haver algum tipo de estimulo, então eu iria ter que adicionar algo como isso "Se você não fizer 2 cópias desse pedaço de papel e passá-las, você irá ter azar, ou você irá para o inferno, ou alguma terrível desgraça irá cair sobre você".
Eu penso que se nós começarmos com uma carta corrente e então digamos, bem, o princípio da carta-corrente é muito simples em si mesmo, mas se nós tipo que construirmos sobre o princípio da carta corrente e olharmos sobre mais e mais estímulos sofisticados para passar a mensagem, nós deveremos ter uma explicação bem sucedida.
(McDonald)
Mas isso é tudo que isso pode ser, quero dizer, estímulos sofisticados ou ameaças. Eu estava apenas incomodada que um meme bem sucedido pode invocar algo que ainda não foi encontrado no seu universo pelos seus métodos.
(Dawkins)
Os estímulos sofisticados podem incluir a Massa B Menor e a Paixão de São Matias. Quero dizer, elas são coisas muito boas. Elas são muito sofisticadas e muito, muito belas - janelas com vitrais, Catedral Chartres, elas funcionam e não há surpresa que funcionem. Quero dizer elas são muito bem feitas, muito bem fabricadas.
Mas eu penso que o que você está perguntando é, o sucesso de uma religião séculos afora implica que deve haver alguma verdade em suas afirmações? Eu não penso que isso é necessário, porque eu penso que existem muitas outras boas explicações que fazem um serviço melhor.
(McDonald)
Você se irrita que pessoas achem mais prazer e inspiração em Chartres ou Beethoven ou de fato grandes mesquitas do que elas acham na anatomia de um lagarto?
(Dawkins)
Não, nem tanto. Quero dizer, eu penso que são grandes experiências artísticas - eu não quero diminuí-las de forma alguma. Eu penso que elas são experiências muito, muito grandes, e a compreensão científica está a par com elas.
(McDonald)
E mesmo assim, esses grandes realizações artísticas foram impelidas por mentiras.
(Dawkins)
Apenas pense quão maior elas seriam se tivessem sido impelidas pela verdade.
(McDonald)
Mas a anatomia de um lagarto pode provocar uma grande sinfonia de coral?
(Dawkins)
Ao chamar isso de a anatomia de um lagarto, você, como aconteceu, brinca para conseguir gargalhadas. Mas se você pôr isso de um outro jeito - digamos, o tempo geológico ou a evolução da vida na terra, poderiam ser a inspiração para uma grande sinfonia? Bem, claro, poderiam. É difícil imaginar uma inspiração mais colossal para uma grande peça musical ou poética do que 2 bilhões de anos de mudança evolucionária lenta e gradual.
(McDonald)
Mas no fundo, não há sentido além da celebração pessoal de cada vida, tão quanto você é capaz. Nós esperamos não nascer em uma fila faminta na África central. Mas isso não é suficiente para as pessoas. Elas querem [...]
(Dawkins)
Olhe, pode não ser [...]
(McDonald)
Mas obstinado, você diz [...]
(Dawkins)
Obstinado, sim. Eu não quero parecer insensível. Quero dizer, mesmo se eu não tivesse nada a oferecer, isso não importa, porque isso não quer dizer que o que qualquer outro tem a oferecer portanto tem de ser verdadeiro.
(McDonald)
De fato, mas você se importa sobre isso.
(Dawkins)
Sim, eu quero oferecer algo. Eu apenas quis dar um preâmbulo ao ponto que pode haver um vácuo que é deixado. Se a religião se vai, pode muito bem haver um vácuo em meios importantes na psicologia das pessoas, na felicidade das pessoas, e eu não afirmo ser capaz de preencher esse vácuo, e que não é o que eu quero afirmar ser capaz de fazer. Eu quero descobrir o que é verdade.
Agora, quanto ao que eu posso ter a oferecer, eu tentei exprimir a excitação, o estímulo de ter uma figura tão completa quanto possível do mundo e do universo no qual você vive. Você tem o poder de fazer um modelo muito bom do universo no qual você vive. Será temporário, você vai morrer, mas seria o melhor jeito que você poderia gastar seu tempo no universo, entender porque você está aqui e pôr um modelo tão preciso quanto possível do universo dentro da sua cabeça. Isso é o que eu gostaria de encorajar as pessoas a tentar fazer. Eu penso que isso é uma coisa imensamente satisfatória a fazer.
(McDonald)
E esse será um mundo melhor?
(Dawkins)
Isso será certamente um mundo mais verdadeiro. Quero dizer, as pessoas teriam uma visão mais verdadeira do mundo. Eu penso que provavelmente seria um mundo melhor. Eu penso que as pessoas estariam menos prontas para lutar umas com as outras porque muitas das motivações para lutar teriam sido removidas. Eu penso que seria um mundo melhor. Seria um mundo melhor no sentido que as pessoas estariam mais satisfeitas em ter uma compreensão apropriada do mundo ao invés de uma compreensão supersticiosa.
(McDonald)
Então aqui estamos nós, no seu mundo mais verdadeiro - exceto que não estamos, porque pelas razões da credulidade juvenil você sugeriu que o meme da religião irá continuar se replicando pelo mundo. Para sempre, ou nós iremos algum dia vir ao seu mundo?
(Dawkins)
Eu suspeito que por um tempo muito longo. Eu não sei se "para sempre", seja lá o que o "para sempre" for. Quero dizer, eu penso que a religião tem um tempo terrivelmente longo para ir ainda, certamente em algumas partes do mundo. Eu acho que isso é uma prospectiva um tanto quanto depressiva, mas é provavelmente verdade.
(McDonald)
Não seria porque de certo modo, você mesmo disse, o que você tem a dizer pode não preencher o vácuo que seria deixado se a religião fosse descartada?
(Dawkins)
Eu não sinto nenhum vácuo. Quero dizer, eu me sinto muito feliz, muito satisfeito. Eu amo a minha vida e eu amo todos os tipos de aspectos dela que não têm nada a ver com a minha ciência. Então eu não tenho um vácuo. Eu não me sinto frio e desolado. Eu não penso que o mundo é um lugar frio e desolado. Eu penso que o mundo é um lugar amável e amigável e eu gosto de estar nele.
(McDonald)
Você pensa sobre a morte?
(Dawkins)
Sim. Quero dizer, é algo que vai acontecer com todos nós e [...]
(McDonald)
Como você se prepara para a morte em um mundo onde não há um deus?
(Dawkins)
Você se prepara para isso ao encarar a verdade, que é que a vida é o que nós temos e então é melhor nós vivermos nossa vida ao máximo enquanto nós a temos, porque não há nada após ela. Nós somos acidentes muito sortudos ou pelo menos cada um de nós é - se nós não estivéssemos aqui, alguma outra pessoa estaria. Eu pego tudo isso para reforçar a minha visão que eu sou fantasticamente sortudo em estar aqui e você também, e nós devemos usar nosso tempo breve na luz do sol ao efeito máximo tentando entender as coisas e ter uma visão tão cheia do mundo e da vida quanto nossos cérebros nos permitem ter, que é bem cheia.
(McDonald)
E esse é o primeiro dever, direito, responsabilidade, prazer de homem e mulher. Os cristãos iriam dizer "ame deus, ame seu vizinho". Você iria dizer "tente compreender".
(Dawkins)
Bem, eu não desejaria diminuir o ame seu vizinho. Seria um tanto quanto triste se nós não fizermos isso. Mas, tendo concordado que nós devemos amar nosso vizinho e todas as outras coisas que estão adotadas por essa pequenina frase, eu penso que, sim, compreender, compreender é um mandamento muito bom.
(Fim da Entrevista)
Sheena McDonald se vira para a câmera: Richard Dawkins celebra a vida antes da morte com um entusiasmo contagiante. Ele rejeita a vida após a morte com - para muitos - um entusiasmo desconfortável. Ao fazer isso ele mostra a coragem de um verdadeiro entusiasta zeloso, ao pregar na face da resistência contínua de um universo sem deuses. Falta ser visto aonde o meme Dawkins, sua visão de verdade, irá se replicar com o sucesso que os profetas, padres, papas e gurus têm desfrutado.

http://www.flogao.com.br/fucktheposer/news/190906
[center][/center]

Avatar do usuário
Tranca
Mensagens: 11193
Registrado em: 24 Out 2005, 13:57
Gênero: Masculino
Localização: Aqui, ó.

Re.: ENTREVISTA COM RICHARD DAWKINS

Mensagem por Tranca »

(McDonald)
Como você se prepara para a morte em um mundo onde não há um deus?

(Dawkins)
Você se prepara para isso ao encarar a verdade, que é que a vida é o que nós temos e então é melhor nós vivermos nossa vida ao máximo enquanto nós a temos, porque não há nada após ela. Nós somos acidentes muito sortudos ou pelo menos cada um de nós é - se nós não estivéssemos aqui, alguma outra pessoa estaria. Eu pego tudo isso para reforçar a minha visão que eu sou fantasticamente sortudo em estar aqui e você também, e nós devemos usar nosso tempo breve na luz do sol ao efeito máximo tentando entender as coisas e ter uma visão tão cheia do mundo e da vida quanto nossos cérebros nos permitem ter, que é bem cheia.

(McDonald)
E esse é o primeiro dever, direito, responsabilidade, prazer de homem e mulher. Os cristãos iriam dizer "ame deus, ame seu vizinho". Você iria dizer "tente compreender".

(Dawkins)
Bem, eu não desejaria diminuir o ame seu vizinho. Seria um tanto quanto triste se nós não fizermos isso. Mas, tendo concordado que nós devemos amar nosso vizinho e todas as outras coisas que estão adotadas por essa pequenina frase, eu penso que, sim, compreender, compreender é um mandamento muito bom.

(Fim da Entrevista)

Sheena McDonald se vira para a câmera: Richard Dawkins celebra a vida antes da morte com um entusiasmo contagiante. Ele rejeita a vida após a morte com - para muitos - um entusiasmo desconfortável. Ao fazer isso ele mostra a coragem de um verdadeiro entusiasta zeloso, ao pregar na face da resistência contínua de um universo sem deuses. Falta ser visto aonde o meme Dawkins, sua visão de verdade, irá se replicar com o sucesso que os profetas, padres, papas e gurus têm desfrutado.


Acho que as pessoas não acostumadas com esse reducionismo de Dawkins sentem-se muito mal em vê-lo dizendo tais coisas de modo tão natural.

Quando externo coisas do tipo a outras pessoas, elas ficam visivelmente incomodadas com a "possibilidade" da morte ser simplesmente o fim.
Palavras de um visionário:

"Seria uma ressurreição satânica retirarmos Lula e Brizola - esse casamento do analfabetismo econômico com o obsoletismo ideológico - do lixo da história para o palco do poder."

Roberto Campos

Avatar do usuário
unborn
Mensagens: 54
Registrado em: 17 Mar 2006, 14:14

Re.: ENTREVISTA COM RICHARD DAWKINS

Mensagem por unborn »

É a visão pessoal dele. Eu não me sinto mal... a menos que reconheça que ele tem a verdade. Nesse caso a forma como ele põe as coisas é desagradável. Mas eu não acredito na sua verdade... nem deixo de acreditar.

Avatar do usuário
salgueiro
Mensagens: 10306
Registrado em: 17 Out 2005, 12:01
Gênero: Feminino
Localização: rio de janeiro

Mensagem por salgueiro »


Como ele mesmo se autodenomina um fanático cientìfico ......

Bjs


Avatar do usuário
unborn
Mensagens: 54
Registrado em: 17 Mar 2006, 14:14

Re.: ENTREVISTA COM RICHARD DAWKINS

Mensagem por unborn »

Nem tanto Salgueiro. O Dawkins rejeita que se aplique a ciência para conceber qualquer moral ou para construir sociedades. Ele costuma dizer que temos poderes para enfrentar os nossos genes egoístas. Não temos de imitar a vida e ser egoistas também. Ele é humanista. Tão humanista que se sente compelido a rejeitar deuses. Ele exagera aqui... mas enfim... ninguém é perfeito.

Carmen
Mensagens: 2142
Registrado em: 26 Out 2005, 10:07

Mensagem por Carmen »

Já eu considero que essa forma direta, sem firulas, dele se expressar, como uma grande qualidade. Acho que diminue as chances de má-interpretação. E mais um motivo para ser fãzona do RD. :emoticon13:

Sou chegada em objetividade.

Avatar do usuário
salgueiro
Mensagens: 10306
Registrado em: 17 Out 2005, 12:01
Gênero: Feminino
Localização: rio de janeiro

Re: Re.: ENTREVISTA COM RICHARD DAWKINS

Mensagem por salgueiro »

Pliskin escreveu:Nem tanto Salgueiro. O Dawkins rejeita que se aplique a ciência para conceber qualquer moral ou para construir sociedades. Ele costuma dizer que temos poderes para enfrentar os nossos genes egoístas. Não temos de imitar a vida e ser egoistas também. Ele é humanista. Tão humanista que se sente compelido a rejeitar deuses. Ele exagera aqui... mas enfim... ninguém é perfeito.


Assiti a parte de uma entrevista com ele na Globonews, onde demonstrou ser um .... fanático :emoticon8:

Avatar do usuário
o anátema
Mensagens: 4651
Registrado em: 18 Out 2005, 19:06

Mensagem por o anátema »

como exatamente?
Sem tempo nem paciência para isso.

Site com explicações para 99,9999% de todas as mentiras, desinformações e deturpações criacionistas:

www.talkorigins.org
Todos os tipos de criacionismos, Terra jovem, velha, de fundamentalistas cristãos, islâmicos e outros.

Série de textos sugerida: 29+ evicences for macroevolution

Índice com praticamente todas as asneiras que os criacionistas sempre repetem e breves correções

Avatar do usuário
salgueiro
Mensagens: 10306
Registrado em: 17 Out 2005, 12:01
Gênero: Feminino
Localização: rio de janeiro

Mensagem por salgueiro »

o anátema escreveu:como exatamente?


Anti-religião

Bjs


Avatar do usuário
Huxley
Mensagens: 2035
Registrado em: 30 Out 2005, 23:51

Mensagem por Huxley »

Dawkins é aquilo que se chama ateu militante.Ele tem um capítulo no livro O Capelão do Diabo chamado "Os Vírus da Mente", a qual cita a religião como um deles.
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”

Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)

"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."

John Maynard Keynes

Avatar do usuário
o anátema
Mensagens: 4651
Registrado em: 18 Out 2005, 19:06

Mensagem por o anátema »

salgueiro escreveu:
o anátema escreveu:como exatamente?


Anti-religião

Bjs



Mas qual é o grau em se ser "anti-religião" que determina fanatismo? Por exemplo, com drogas. O Dráuzio Varella é médico e vive falando publicamente dos males do cigarro (ou suponhamos que o fizesse, se não for mais tanto assim). Seria ele um "anti-tabagista fanático"? Ou médicos que publicam livros sobre dietas, e dão entrevistas sobre o assunto, seriam "fanáticos pela alimentação saudável/emagrecimento"?

Eu tenho a impressão que o fato dele ser ateu e publicamente defender o ateísmo já é o suficiente para ser considerado "anti-religioso fanático". Não porque o seja, mas por ser bem incomum e porque como disseram, incomode ver alguém contestando tão tranqüilamente, e passando-muito-bem-obrigado, sem crenças bastante comuns às quais as pessoas dão muita importância tradicionalmente.

Diferentes níveis de religiosidade passam batido, podem ser publicamente manifestados, sem serem taxados de fanáticos - o que ocorre quase apenas nos casos realmente extremos em atitude, de jogar aviões em prédios e explodir a si mesmo e outras pessoas; mas com o ateísmo/"arreligiosidade" parece que o esperado é o silêncio total, que ninguém se manifeste publicamente, que fiquem todos no armário e que se possível digam ser "católicos não praticantes" para não incomodar. Pode arriscar dizer que é "agnóstico", e quem sabe, até "ateu" mesmo, mas sem tocar publicamente no assunto, que é feio, tabu. Algo mais que isso e já corre o risco de ser julgado como algum "extremista".
Sem tempo nem paciência para isso.

Site com explicações para 99,9999% de todas as mentiras, desinformações e deturpações criacionistas:

www.talkorigins.org
Todos os tipos de criacionismos, Terra jovem, velha, de fundamentalistas cristãos, islâmicos e outros.

Série de textos sugerida: 29+ evicences for macroevolution

Índice com praticamente todas as asneiras que os criacionistas sempre repetem e breves correções

Avatar do usuário
salgueiro
Mensagens: 10306
Registrado em: 17 Out 2005, 12:01
Gênero: Feminino
Localização: rio de janeiro

Mensagem por salgueiro »

Pelo menos prá mim, o ateísmo é somente uma maneira de encarar a vida, sem deuses. Ser ateu militante está no patamar do religioso proselitista que vende o seu peixe, como a "verdade mais verdadeira de todas"

Pelas palavras do Dawkins, religião deveria ser algo a ser eliminado. Sinto muito, se ele só consegue ver um lado da moeda

Bjs


Avatar do usuário
o anátema
Mensagens: 4651
Registrado em: 18 Out 2005, 19:06

Re.: ENTREVISTA COM RICHARD DAWKINS

Mensagem por o anátema »

detalhe: acho que ele nunca disse isso nessas palavras; lembro no entanto dele ter dito algo no sentido de que o mundo seria melhor sem religiões (assim como Lennon disse). Isso não implica em dizer que as religiões são algo a ser eliminado.

Acho que deve ser a terceira vez que vejo uma distorção (considero assim até que me mostrem uma citação condizente) de idéias de Dawkins querendo dar a entender um "ateísmo fanático" ou coisa parecida.

...

Você não respondeu quanto a minha analogia. Ser não-fumante, então, deveria ser simplesmente um modo de encarar a vida, sem cigarros? Sem nunca escrever um livro ou se pronunciar pelos malefícios do cigarro?

Por esse critério de fanatismo, qualquer um que já tenha feito algum livro sobre o assunto "religião", a menos que não de que de forma complacente, enciclopédica, abordando várias religiões em carater meramente informativo, e eventualmente dado algumas entrevistas, deveria ser considerado "fanático religioso". Ou seja, parece que o contrário não é verdade, ser teísta/seguidor de alguma religião não é meramente uma maneira de encarar a vida, com deus(es), mas de bico fechado. Pode-se tranqüilamente escrever livros sobre a religião e como é boa, como é inspiradora e etc, dar entrevistas sobre o assunto, sem ser um fanático.
Sem tempo nem paciência para isso.

Site com explicações para 99,9999% de todas as mentiras, desinformações e deturpações criacionistas:

www.talkorigins.org
Todos os tipos de criacionismos, Terra jovem, velha, de fundamentalistas cristãos, islâmicos e outros.

Série de textos sugerida: 29+ evicences for macroevolution

Índice com praticamente todas as asneiras que os criacionistas sempre repetem e breves correções

Avatar do usuário
salgueiro
Mensagens: 10306
Registrado em: 17 Out 2005, 12:01
Gênero: Feminino
Localização: rio de janeiro

Mensagem por salgueiro »


Bom, assisti a parte da entrevista e em legendas, se foi distorcido, reclame com a Globo :emoticon4:

Se ele deseja ser um pregador, problema dele, vou assistí-lo tanto quanto assisto a pregadores religiosos, nunca

Religião como a maior parte das coisas, tem dois lados, se ele só consegue ver um, cegueira dele

Bjs


Avatar do usuário
user f.k.a. Cabeção
Moderador
Mensagens: 7977
Registrado em: 22 Out 2005, 10:07
Contato:

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

salgueiro escreveu:Pelo menos prá mim, o ateísmo é somente uma maneira de encarar a vida, sem deuses. Ser ateu militante está no patamar do religioso proselitista que vende o seu peixe, como a "verdade mais verdadeira de todas"

Pelas palavras do Dawkins, religião deveria ser algo a ser eliminado. Sinto muito, se ele só consegue ver um lado da moeda

Bjs



Concordo plenamente.
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem

Avatar do usuário
user f.k.a. Cabeção
Moderador
Mensagens: 7977
Registrado em: 22 Out 2005, 10:07
Contato:

Re.: ENTREVISTA COM RICHARD DAWKINS

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »


O que o usuário "o anátema" fala não procede, só pra variar.

O tal do médico da rede Globo fala do cigarro com a propriedade de quem entende alguma coisa do assunto, por ser um especialista (se bem que nesse caso, ou o fulano é especialista em tudo ou se amarra em dar pitaco).

Eu sou contra o lobby anti-tabaco, mas acho que como médico ele tem direito de ter e fundamentar sua opinião sem se comportar como um fanático, nem ser confundido com um.

Quando Richard Dawkins desatina a falar sobre religião, ele perde a sua qualidade de especialista em comportamento de insetos e solta múltiplos disparates com a empáfia de um grande sábio no assunto. Típico de fanáticos.
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem

Avatar do usuário
o anátema
Mensagens: 4651
Registrado em: 18 Out 2005, 19:06

Re.: ENTREVISTA COM RICHARD DAWKINS

Mensagem por o anátema »

Então só um teólogo poderia se dedicar publicamente a condenar religiões sem ser taxado de fanático anti-religião???? :emoticon12:
Sem tempo nem paciência para isso.

Site com explicações para 99,9999% de todas as mentiras, desinformações e deturpações criacionistas:

www.talkorigins.org
Todos os tipos de criacionismos, Terra jovem, velha, de fundamentalistas cristãos, islâmicos e outros.

Série de textos sugerida: 29+ evicences for macroevolution

Índice com praticamente todas as asneiras que os criacionistas sempre repetem e breves correções

Avatar do usuário
o anátema
Mensagens: 4651
Registrado em: 18 Out 2005, 19:06

Mensagem por o anátema »

salgueiro escreveu:
Bom, assisti a parte da entrevista e em legendas, se foi distorcido, reclame com a Globo :emoticon4:

É nessa entrevista que ele fala que religiões deveriam ser eliminadas? Não a assisti ainda. Se a assitir, verei isso ser colocado assim, nessas palavras?


salgueiro escreveu:[color=#80ffff]Se ele deseja ser um pregador, problema dele, vou assistí-lo tanto quanto assisto a pregadores religiosos, nunca

Religião como a maior parte das coisas, tem dois lados, se ele só consegue ver um, cegueira dele

O "outro lado", o bom da religião, precisa necessariamente da essência da religião para existir, ou pode existir sem que haja algo que reste para se chamar de religião?

Defensores do cigarro também defenderiam, dizendo que dá um charme, que ajuda a fazer amigos, se incluindo num grupo; que tranquiliza (o que é uma meia verdade, já que é a sua abstinência que causa a intranqüilidade); ou que é um produto como qualquer outro, e se é vendido é bom, porque dá lucro, empregos, etc. Esse é o "outro lado" do cigarro, mas não vejo necessidade de se ressaltar ele, como uma espécie de contraponto aos seus malefícios.
Sem tempo nem paciência para isso.

Site com explicações para 99,9999% de todas as mentiras, desinformações e deturpações criacionistas:

www.talkorigins.org
Todos os tipos de criacionismos, Terra jovem, velha, de fundamentalistas cristãos, islâmicos e outros.

Série de textos sugerida: 29+ evicences for macroevolution

Índice com praticamente todas as asneiras que os criacionistas sempre repetem e breves correções

Avatar do usuário
Johnny
Mensagens: 14128
Registrado em: 10 Mar 2006, 16:06
Gênero: Masculino

Re.: ENTREVISTA COM RICHARD DAWKINS

Mensagem por Johnny »

Ainda bem que o Alcool não é prejudicial à saúde né pessoal. Continuemos a beber (e fumar também afinal, o alcool dissolve a nicotina e a torna mais fluidica). Sendo assim...
...eu sou o máximo.
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

Imagem

Avatar do usuário
Azathoth
Mensagens: 3736
Registrado em: 30 Out 2005, 12:08

Mensagem por Azathoth »

ímpio escreveu:O "outro lado", o bom da religião, precisa necessariamente da essência da religião para existir, ou pode existir sem que haja algo que reste para se chamar de religião?


Tanto pode existir quanto esse é um dos pontos que Dawkins pretende mostrar em Unweaving The Rainbow; o conhecimento científico pode despertar sentimentos quasi-religiosos.

Avatar do usuário
unborn
Mensagens: 54
Registrado em: 17 Mar 2006, 14:14

Re.: ENTREVISTA COM RICHARD DAWKINS

Mensagem por unborn »

O Dawkins acha as religiões um vírus... eu acho que ele está errado... até por razões evolucionárias. Acho que é natural acreditar em Deus. Amanhâ eu abro um tópico a explicar melhor...

Avatar do usuário
unborn
Mensagens: 54
Registrado em: 17 Mar 2006, 14:14

Mensagem por unborn »

Carmen escreveu:Já eu considero que essa forma direta, sem firulas, dele se expressar, como uma grande qualidade. Acho que diminue as chances de má-interpretação. E mais um motivo para ser fãzona do RD. :emoticon13:

Sou chegada em objetividade.


Quando o assunto é religião... ele perde alguma objetividade. A verdade é que ele, como adaptacionista, em vez de tentar argumentar que a religião é um mal absoluto devia procurar saber porque razão existem religiões. Algo que a psicologia evolucionária tem feito.

Avatar do usuário
o anátema
Mensagens: 4651
Registrado em: 18 Out 2005, 19:06

Re: Re.: ENTREVISTA COM RICHARD DAWKINS

Mensagem por o anátema »

unborn escreveu:O Dawkins acha as religiões um vírus... eu acho que ele está errado... até por razões evolucionárias. Acho que é natural acreditar em Deus. Amanhâ eu abro um tópico a explicar melhor...

Vírus são naturais; não só as religiões são vírus dentro desse conceito, mas toda cultura.
Sem tempo nem paciência para isso.

Site com explicações para 99,9999% de todas as mentiras, desinformações e deturpações criacionistas:

www.talkorigins.org
Todos os tipos de criacionismos, Terra jovem, velha, de fundamentalistas cristãos, islâmicos e outros.

Série de textos sugerida: 29+ evicences for macroevolution

Índice com praticamente todas as asneiras que os criacionistas sempre repetem e breves correções

Avatar do usuário
unborn
Mensagens: 54
Registrado em: 17 Mar 2006, 14:14

Re.: ENTREVISTA COM RICHARD DAWKINS

Mensagem por unborn »

Virus são também piratas da célula... que atacam a normalidade e têm caracter destrutivo. Nesse caso o vírus seria o ateísmo. Mas acho toda essa linguagem uma simples metáfora de diversão...

Trancado