Filme do Zé do Caixão na PUC

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Steve
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Registrado em: 01 Dez 2005, 17:59

Filme do Zé do Caixão na PUC

Mensagem por Steve »

http://grupos.uol.com.br/cgi-bin/dnewsw ... 3806&utag=
artigo do cara...
Conhecia Zé do Caixão como personagem folclórico do
terror.
Depois acompanhei o seu reconhecimento pelo público
americano
do cinema de terror como gênio do cinema cult. Porém,
irônico seria assistir seus dois primeiros filmes -
a
meia noite levarei tua alma e outro; esta noite encarnerei
no teu cadáver - no auditório da biblioteca da PUC/SP
neste último dia 13, esta uma mostra completa em homenagem
ao cineasta com todos os seus filmes.

Muito irônico: a crise da universidade no auge, cada
parte da comunidade falando feito zumbis sobre as razões
de tal calamidade, enquanto a Fundação São Paulo, chamada
de entidade fantasmagórica pelos professores, demitia
dezenas de pessoas de pessoas dos quadros de funcionários
de proferssores porque os trinta anos de autonomia unviversotária
completa ( sem a intervenção de um a pela igreja ) levou
à dívida de 80 milhões de reais.

Agora todos os relapsos ameaçam greve e falaciosamente
falam em combater a intervenção da igreja, quando na
verdade por 30 anos ela lavou asmãos inteiramente.

Enquanto isso na sala de projeção da biblioteca,neste
dia 13 de março, passam duas sessões dos filmes acima.
Na sala de projeçao só eu de espectador, entendendo
agora
porque consideram José Mojica um gênio:

Seu Zé do Caixão - Josefel Zanatas ( satanás de trás
para frente ) bem descrito ideológicamente no artigo
abaixo: um ateu sádico,esta uma ironia sinistra para
brindar esta crise da PUC onde o racionalismo iluminista
foi levado à categoria de culto e a religião: metáfora
do super homen nietzscheniano que nega e tripudia o
além
e o saber da religião, esta nacriseda PUC personificada
pela Fundação São Paulo, a dona da Universidade, Fundação,
de quem ex professores da PUC, feito mortos vivos, chamaram
na Folha de São Paulo de " instituição fantasma " .


Depois da sessão fui conhecer a programadora de vídeos
da Cinemateca da PUC, e curadora da mostra e perguntei-lhe
se não achava irônico demais programar uma mostra destas
( vai durar dois meses ) no auge da crise da PUC. Um
ano atrás, quando começava-se a chocar a crise ela mesma
programou uma mostra de Almodovar no mesmo lugar,onde
o libelo glbtt contra a igreja, " Má Educação ", era
passado semanalmente em duas sessões diárias; a sala
sempre cheia.

Encontrando-a curadora surpreendeu-me a meninota sorridente
com cara de caloura . Disse a ela que a achava muito
menina ( rosadinha e gordinha ) para ser tão maquiavélica
..

Na verdade maquiavélico é este além de que fala Mojica
e que parece fazer e acontecer na universidade estando
a consciência cristã - prevista como norte inegociável
dos Estatutos da Fundação - engessada por 30 anos pela
tal autonomia universitária, que na prática é vampirizada
por interesses corporativos de professores, funcionários
e feudos políticos e pedagógicos que se instalaram nas
coordenadorias de cada área do saber..

Que mais veremos até que acabe a mostra e o pŕoprio
Mojica apareça para fechá-la? A greve dos insensatos
começou no mesmo dia do início da mostra, greve que
se
proclamou numa assembléia, onde se faziam presentes
mais
de 300 alunos da USP, ali como se fossem da PUC - zumbis
que queriam votar na deflagração da greve - adotados
todos eles ali na hora pela apropuc e centros academicos
de humanas.

Alunos do direito e administração exigiam que o voto
fosse feito mediante a identificação de cada votante,
para evitar o ilegítimo jogo de cartas marcadas,mas
os dissmulados alunos e professores pró greve diziam
que isso iria contra a tradição das assembléias da puc.


Zé do Caixão procurava nos dois filmes acima a mulher
perfeita que pudesse perpetuar a si, e a sua espécie
de super homens, gerando-lhe um filho perfeito. Aqui
se tornando muito irônico que a PUC homenageie Mojica
justo quando jaz o cadaver desta autonomia universitária.
A greve que tenta protestar contra sua morte parecendo
na verdade o velório daquela que antes se dizia o ser
perfeito para gerar outro ser perfeito.

O racionalismo ateu que engendou tudo isso, agora se
vê, é o dono desta mesma acadêmia funerária do saber.
Um saber que a autonomia universitária apregoava dispor
e que sinistramente bem combina com a personalidade
do
prepotente, sádico e alucinado, Zé do Caixão, ele que
acreditava que só as crianças são boas e os adultos
não
prestam, porque inferiores. Na crise da PUC, com ranço
da teologia da libertação, aqueles que prestam são apenas
os bolsistas,não importa que a concessão desenfreada
de bolsas ( que depois nuncasão cobradas ) será a pedra
no pescoço da instituição.

Ria, chore, ou se descabele, quem ache que todos os
professores
e todo saber é bom. Taí o descalabro, bom para se rimar
com o espetáculo macabro que esta mostra daPUC em homenagem
a Mojica ilustra bem.

O nome desta Mostra - " Entre o Criador e a Criatura
" - um bom eprofético título para a saga dark e desastrosa
de uma Universidade Católica






Zé do Caixão e sua Ideologia

http://orbita.starmedia.com/~necrose/Ze/Ideologia.htm


" Zé do Caixão não tem história, não tem passado. Na
mente do povo, é como uma entidade, com a única diferença
que através do seu criador, o cineasta José Mojica Marins,
aparece, em carne osso em manchetes de jornais e programas
de televisão.
E Josefel Zanatas, o que tem a ver com isso? Um próspero
agente funerário do interior, muitas vezes fornecedor
dos próprios defuntos enterrados com seus caixões, temido
por homens e mulheres, repudiado pela Igreja local,
mas
querido pelas crianças. Afinal, quem é esse homem?

Para quem não lembra do filme, algo fácil num país onde
não se lembra nem dos votos dados na última eleição,
e os mais jovens que não eram nascidos à época a estas
pessoas, temos uma surpresa: Josefel Zanatas e Zé do
Caixão são a mesma pessoa!!!

Não se trata de dupla personalidade. Zé do Caixão é
apenas
o apelido, colocado por uma cidade atemorizada, em seu
agente funerário. Josefel não crê no sobrenatural. É
materialista pra nenhum Marx botar defeito. Como Rousseau
acredita na boa natureza humana, encarnada não no selvagem,
mas, na criança. Quanto à sociedade, entretanto, é mais
descrente que Kafka e Nietzsche.

Não queremos que esse artigo seja pedante, mesmo porque
José Mojica Marins, ao criar a personagem, como ele
mesmo
garante, nem tinha conhecimento destes nomes. Não tinha
tempo para estudar ou ler, pois o que ele queria, era
fazer cinema. Entretanto, serve para ressaltar que Zé
do Caixão, ou melhor, Josefel Zanatas, não tinha em
mente
apenas a criação de novos métodos de tortura, como alguns
congêneres do cinema mundial. Ao contrário, refletia
sobre questões pensadas por alguns dos maiores filósofos
e escritores de todos os tempos. Talvez, entre mumias
e zumbis, este "homem de unhas grandes" seja o personagem
do mundo do horror, mais carregado de filosofia e coerência
próprias. Algo pouco explorado pela imprensa interessada
no espetáculo de fácil absorção.

Zé do Caixão difere da maioria dos "seres horripilantes"
em um ponto fundamental: ele não é demoníaco por prazer.
Ele tem um grande propósito e fará qualquer coisa para
atingí-lo, nem que seja preciso matar. Josefel Zanatas,
sendo um homem sem medo, ultra-materialista, cético
e
convencido de que é o ser mais perfeito da Terra, busca
uma meta: o "filho perfeito". A única coisa que amedronta
o agente funerário é a morte, não a morte da carne,
mas
sim a morte do ser. Ele procura desesperadamente uma
mulher superior para gerar seu "filho perfeito", pois
seria o único meio de se transformar imortal: através
de seus descendentes. É assim que se desenvolve a sina
de Josefel Zanatas.

Ele é um homem amargurado pela vida, revoltado com a
humanidade e enojado com a religião. Tanta diferença
com a "situação normal" o trasnforma numa aberração,
um cancer que todos querem destruir. Zé do Caixão é
vítima
das piores e ferozes pragas e maldições que se pode
imaginar.
Para o leitor menos avisado, será uma surpresa constatar
que Zé do Caixão não é o desencadeador do sobrenatural,
e sim uma vítima!!! Apesar de sua aparência bizarra,
suas unhas diabólicas e um nome, que ao contrário, quer
dizer Satanaz (Zanatas), Zé do Caixão ridiculariza o
sobrenatural e seus praticantes. Para o coveiro, a morte
é inevitável e Deus e Diabo são crendices estúpidas
de
um povo atrasado. Mas para todos, Josefel é uma entidade,
parte do folclore, e mesmo para quem conhece bem sua
personalidade, ele ainda se parece como um "Arauto do
Inferno".

Talvez o caráter insólito e agourento do personagem
nos
filmes e na televisão na década de 60 ajudaram a mistificar
a figura de Zé do Caixão como um ser "do além", mas
mesmo
assim, durante a ditadura militar e a repressão, Zé
do
Caixão foi cada vez mais esquecido e seu criador, José
Mojica Marins foi "sepultado". A Saga do Coveiro, prevista
para 9 filmes, foi arquivada.

Tudo começou com um pesadelo, onde um homem de capa
preta
e cartola arrastava Mojica para o túmulo com sua data
da morte. Ele acordou em pânico e perdeu o sono, mas
teve a idéia do personagem que iria imortalizá-lo no
mundo do cinema. Mojica não era iniciante, já havia
feito
filmes de outros gêneros, mas até então, nunca havia
pensado em terror. Aliás, ninguém no Brasil havia.

Com o roteiro na mão, apareceram dois grandes problemas:
dinheiro (que se poderia "arranjar" de um jeito ou de
outro) e quem seria o ator principal. Quem seria o louco?
Quem se exporia ao ridículo caso fosse um fracasso?
(como
todos pensavem). Quem em sua sã consciência se vestiria
de capa preta e cartola num cinema de terceiro mundo?
Mojica não teve saída, ele mesmo encarnou a personagem.
Depois de uma "via sacra", Josefel Zanatas conseguiu
estrear nos cinemas brasileiros. A crítica e público,
depois de recuperados do choque inicial, transformaram
José Mojica Marins num dos homens mais famosos do Brasil.
Ninguém era indiferente ao seu trabalho. Mojica era
amado
e odiado, não existia meio termo. Mojica deixou o cinema
nacional de pernas para o ar. "

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Fernando Silva
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Re.: Filme do Zé do Caixão na PUC

Mensagem por Fernando Silva »

José Mojica contou que os caixões se tornaram sua mania devido à morte de um homem muito querido em sua cidade natal, quando ele era criança.
Todos choravam no velório (ou faziam drama para aparecer, como a viúva que gritava "Eu queria ter ido no seu lugar!"). Enquanto isto, as crianças, que gostavam muito do cara, se juntaram num canto e rezaram para que ele ressuscitasse. De repente, o cara começou a se mexer no caixão e todos fugiram da sala, menos as crianças, que acharam que seu pedido tinha sido atendido.
Na verdade, o cara sofria de catalepsia e não tinha morrido de verdade, mas o povinho achou que o corpo tinha sido possuído pelo diabo e que não era mais o cara, até a própria família.
Todos o desprezaram a tal ponto que ele teve que se mudar para outra cidade. Depois de algum tempo, as notícias chegaram lá e ele voltou a ser desprezado.
Quando morreu de verdade, o José Mojica foi ao enterro e ficou revoltado ao ver que mais ninguém tinha ido. Isto o marcou pelo resto da vida.

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O ENCOSTO
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Re.: Filme do Zé do Caixão na PUC

Mensagem por O ENCOSTO »

Tá loco.

Não é raro enterrarem pessoas vivas.

Por isso, quero ser cremado.
O ENCOSTO


http://www.manualdochurrasco.com.br/
http://www.midiasemmascara.org/
Onde houver fé, levarei a dúvida.

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”

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videomaker
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Re: Re.: Filme do Zé do Caixão na PUC

Mensagem por videomaker »

O ENCOSTO escreveu:Tá loco.

Não é raro enterrarem pessoas vivas.

Por isso, quero ser cremado.


No seu caso é melhor fazer os dois !
Vai que tu dá uma cagada e sai do caixão ...
:emoticon1:
Há dois meios de ser enganado. Um é acreditar no que não é verdadeiro; o outro é recusar a acreditar no que é verdadeiro. Søren Kierkegaard (1813-1855)

Trancado