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A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 24 Mar 2006, 16:38
por RCAdeBH
Em uma pescaria em São Gonçalo do Abaeté aqui em MG, papeando com um amigo morador "ribeirinho" do Rio São Francisco, ele me contou que várias vezes vê "assombraçoes" durante suas caminhadas noturnas, indo pescar ou voltando do trabalho na roça. Na ultima vez que nos encontramos, perguntei se ele conhecia o tal "tranca-ruas" tão afamado (até na Net).
Ele respondeu que sim, e que até conversou com o dito cujo em uma ocasião. Vamos a narraçao do "causo": (de acordo com minhas palavras, pelo menos do que eu entendi...)
"Estava eu andando de volta para casa voltando de uma festa em uma fazenda vizinha onde a filha do dr.Barboza casara-se, e um estranho estalar de paus no mato e passos pela relva me chamaram a atençao que algo me seguia furtivamente pelo caminho. Poderia ser um animal como uma paca ou siriema, pois alem de ter habitos noturnos, estes animais gostam da beira do rio, e era exatamente onde eu seguia por uma trilha. Não dei muita atençao ao fato, pois era bastante natural aquela compania. Porem junto com os barulhos de alguma atividade perto de mim, em determinado momento ouvi uma voz grossa dizento "oi caboclo!" repetidas vezes.
Nesta hora entrei em pânico, e corri o bastante (cerca de 1,5 KM)para quase perto de casa cair embaralhado em minhas próprias pernas e com o coraçao acelerado a ponto de um ataque cardíaco notar que a criatura me acompanhou até lá e estava a espreita sentada em cima de uma arvore alta, balançando as pernas. Tinha o corpo negro onde se podia ver um quase humano bem pequeno, cabeça alongada para frente como a de um cavalo, cascos nos pés como o dos porcos e garras nas mãos como uma águia. O mais impressionante é que em seu desfigurado rosto poderia se notar algum traço humano devido a expressão de risos que tinha me olhando caido e entregue daquele jeito. Seus olhos eram como o de uma onça, onde com a mínima claridade brilhavam em um tom azulado.
Ele disse:
"Nunca mais corre do tranca-ruas, caboclo!"
Nem esperando o que tinha por vir, levantei-me e corri novamente para casa, pedindo a "muié" pra começar a rezar o terço e mandar o bicho embora."
Dizem que este capial não costuma mentir a respeito disso. Outras pessoas do vilarejo tambem dizem que já o viram.
Re.: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 24 Mar 2006, 16:42
por spink
Ah!! Se Guimarães Rosa estivesse entre nós...
Re.: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 24 Mar 2006, 16:49
por Hugo
Isso é lenda urbana...ou melhor...rural

Re.: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 24 Mar 2006, 16:55
por rapha...
Re.: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 24 Mar 2006, 16:57
por Tranca
Re: Re.: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 24 Mar 2006, 17:00
por spink
rapha... escreveu:
Você tem opinião própria?
Re.: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 24 Mar 2006, 19:18
por DarkWings
Essa é a própria evidência anedota!
Enviado: 24 Mar 2006, 21:14
por Fabricio Fleck
"Estava eu andando de volta para casa voltando de uma festa em uma fazenda vizinha
onde a filha do dr.Barboza casara-se,
e um estranho estalar de paus no mato e passos pela relva me chamaram a atençao
que algo me seguia furtivamente pelo caminho.
Poderia ser um animal como uma paca ou siriema
Não dei muita atençao ao fato
Porem junto com os barulhos de alguma atividade perto de mim,
em determinado momento ouvi uma voz grossa dizento "oi caboclo!"
Nesta hora entrei em pânico, e corri o bastante
para quase perto de casa cair embaralhado em minhas próprias pernas
e com o coraçao acelerado a ponto de um ataque cardíaco
notar que a criatura me acompanhou até lá e estava a espreita sentada em cima de uma arvore alta, balançando as pernas.
se podia ver um quase humano bem pequeno, cabeça alongada para frente como a de um cavalo, cascos nos pés como o dos porcos e garras nas mãos como uma águia.
e ele disse:
"Nunca mais corre do tranca-ruas, caboclo!"

Re: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 24 Mar 2006, 21:19
por Fabricio Fleck
RCAdeBH escreveu:Dizem que este capial não costuma mentir a respeito disso. Outras pessoas do vilarejo tambem dizem que já o viram.
Rica...confessa de uma vez que você tá se borrando de medo dessa história e desde então não anda mais sozinho a noite

Enviado: 24 Mar 2006, 21:34
por spink
Fabricio Fleck escreveu:"Estava eu andando de volta para casa voltando de uma festa em uma fazenda vizinha

onde a filha do dr.Barboza casara-se,

e um estranho estalar de paus no mato e passos pela relva me chamaram a atençao

que algo me seguia furtivamente pelo caminho.

Poderia ser um animal como uma paca ou siriema

Não dei muita atençao ao fato

Porem junto com os barulhos de alguma atividade perto de mim,

em determinado momento ouvi uma voz grossa dizento "oi caboclo!"

Nesta hora entrei em pânico, e corri o bastante

para quase perto de casa cair embaralhado em minhas próprias pernas

e com o coraçao acelerado a ponto de um ataque cardíaco

notar que a criatura me acompanhou até lá e estava a espreita sentada em cima de uma arvore alta, balançando as pernas.

se podia ver um quase humano bem pequeno, cabeça alongada para frente como a de um cavalo, cascos nos pés como o dos porcos e garras nas mãos como uma águia.

e ele disse:
"Nunca mais corre do tranca-ruas, caboclo!"

O caboclo picando
fumo é uma das minhas preferidas.
Re.: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 24 Mar 2006, 21:50
por Viper
Mentira, essa não é a verdadeira história do Tranca-Ruas! A verdadeira história foi narrada pelo próprio há algum tempo atrás, ainda no RV antigo...é bem mais interessante, com um encontro com o demônio à la "Constantine"...

Re: Re.: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 24 Mar 2006, 22:13
por spink
Coveiro escreveu:Mentira, essa não é a verdadeira história do Tranca-Ruas! A verdadeira história foi narrada pelo próprio há algum tempo atrás, ainda no RV antigo...é bem mais interessante, com um encontro com o demônio à la "Constantine"...

Melhor o próprio explicar-se.
Re: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 24 Mar 2006, 22:17
por carcará selvagem
RCAdeBH escreveu:Em uma pescaria em São Gonçalo do Abaeté aqui em MG, papeando com um amigo morador "ribeirinho" do Rio São Francisco, ele me contou que várias vezes vê "assombraçoes" durante suas caminhadas noturnas, indo pescar ou voltando do trabalho na roça. Na ultima vez que nos encontramos, perguntei se ele conhecia o tal "tranca-ruas" tão afamado (até na Net).
Ele respondeu que sim, e que até conversou com o dito cujo em uma ocasião. Vamos a narraçao do "causo": (de acordo com minhas palavras, pelo menos do que eu entendi...)
"Estava eu andando de volta para casa voltando de uma festa em uma fazenda vizinha onde a filha do dr.Barboza casara-se, e um estranho estalar de paus no mato e passos pela relva me chamaram a atençao que algo me seguia furtivamente pelo caminho. Poderia ser um animal como uma paca ou siriema, pois alem de ter habitos noturnos, estes animais gostam da beira do rio, e era exatamente onde eu seguia por uma trilha. Não dei muita atençao ao fato, pois era bastante natural aquela compania. Porem junto com os barulhos de alguma atividade perto de mim, em determinado momento ouvi uma voz grossa dizento "oi caboclo!" repetidas vezes.
Nesta hora entrei em pânico, e corri o bastante (cerca de 1,5 KM)para quase perto de casa cair embaralhado em minhas próprias pernas e com o coraçao acelerado a ponto de um ataque cardíaco notar que a criatura me acompanhou até lá e estava a espreita sentada em cima de uma arvore alta, balançando as pernas. Tinha o corpo negro onde se podia ver um quase humano bem pequeno, cabeça alongada para frente como a de um cavalo, cascos nos pés como o dos porcos e garras nas mãos como uma águia. O mais impressionante é que em seu desfigurado rosto poderia se notar algum traço humano devido a expressão de risos que tinha me olhando caido e entregue daquele jeito. Seus olhos eram como o de uma onça, onde com a mínima claridade brilhavam em um tom azulado.
Ele disse:
"Nunca mais corre do tranca-ruas, caboclo!"
Nem esperando o que tinha por vir, levantei-me e corri novamente para casa, pedindo a "muié" pra começar a rezar o terço e mandar o bicho embora."
Dizem que este capial não costuma mentir a respeito disso. Outras pessoas do vilarejo tambem dizem que já o viram.
Aqui na região metropolitana também tem uma história parecida. É comum as pessoas se reunirem para celebrar a existência de um cara que viveu a 2000 anos atrás. Afirmam que esse cara é era capaz de curas milagrosas e que pelo simples fato de crer nele nós também podemos curar. Dizem também que o sujeito é o subremo bem; que ele morreu e ressucitou. Por fim, dizem que ele retornará dos céus, num dia próximo, para julgar a vida de cada pessoa que existiu. Que memória!

Re: Re.: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 25 Mar 2006, 01:08
por spink
penna escreveu:Coveiro escreveu:Mentira, essa não é a verdadeira história do Tranca-Ruas! A verdadeira história foi narrada pelo próprio há algum tempo atrás, ainda no RV antigo...é bem mais interessante, com um encontro com o demônio à la "Constantine"...

Melhor o próprio explicar-se.
Continuo curioso...
Re.: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 27 Mar 2006, 10:15
por Tranca
Tenho que achar o texto...
Re: Re.: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 27 Mar 2006, 10:55
por Johnny
Tranca-Ruas escreveu:Tenho que achar o texto...
Aquele dos "postes"?
Re.: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 27 Mar 2006, 11:01
por Johnny
SUPLICA A TRANCA RUAS:
Eu creio em Ti, Tranca Ruas, porque te sentindo sempre em torno deminha humilde pessoa, eu sinto que estás presente nas mais estranhas regiões demeu ser. Eu te sentindo nas profundezas de minha alma, vives presente em minha vida cotidiana, no meu olhar, no meu ouvir, nos meus gestos, nas minhas palavras.
EU CREIO EM TI TRANCA RUAS.
Eu creio em Ti, Tranca Ruas, porque me dando a dor, dá-me, também,forças para suportá-la e, proporcionando-me o sofrimento, concedes-me por Tua bondade e justiça, oportunidade de redimir minhas faltas de vidas pretéritas. Eredimindo-me, posso seguir-Te e, um dia, sentir-Te, compreender-Te e viver tuagrandeza espiritual.
EU CREIO EM TI TRANCA RUAS.
Eu creio em Ti, Tranca Ruas e te conduzo comigo, nos meus êxitos e nos meus fracassos, nas minhas dores e nas minhas alegrias, no meu sorriso e nasminhas lágrimas.Somente Tu, Tranca Ruas, faz-me compreender a grandeza emesquinhez das criaturas humanas, compreendendo-as e as perdoando por amor aTi, Tranca Ruas.
EU CREIO EM TI TRANCA RUAS.
Porque atendeste minhas súplicas, meu Mestre, meu Amigo.Quantas vezes me sufocaste o pranto. Quantas vezes Tranca Ruas,deixando-me em troca a esperança, e fé.EU CREIO EM TI TRANCA RUAS.Eu creio em Ti porque és como o ar que eu respiro e com ele a vida queem mim palpita.
EU CREIO EM TI TRANCA RUAS.
Porque sendo invisível, eu Te sinto, estando em silêncio Te ouço, porque és como a brisa que embala a minha alma, que um dia conduzirás ao supremosenhor dos mundos. Assim espero, mesmo com meus erros e acertos; conduzido por Ti sei que chegarei um dia ao sublime altar da eternidade e lá saberei receber, comdignidade o prêmio que me estiver reservado. Seja qual for o valor, porque será oque eu merecer.EU CREIO EM TI TRANCA RUAS.
Eu creio em Ti, porque Te sinto em toda a natureza: na terra, no ar, noinfinito e até na sutil flor sinto a Tua presença, espargiando o aroma de seu próprioser.
EU CREIO EM TI TRANCA RUAS.
Eu creio em Ti, Tranca Ruas, porque sinto teu poder na fala simples do humilde, do injustiçado que crê, em Ti, do preso, do enfermo, do desesperado que confia em teu poder e em tua justiça, poder que iluminará com raios de sol o leito do paralítico, o cubículo do presidiário.
EU CREIO EM TI TRANCA RUAS.Eu creio em Ti, porque me socorreste no momento de aflição edesespero, porque me ergueste quando sob o peso da intriga e da calúnia todos me desprezavam, mas Tu, Tranca Ruas, Mestre e Amigo, me esgueste e apontaste ocaminho a seguir-Te. Eis-me aqui.
EU CREIO EM TI TRANCA RUAS.
Por Ti reencontrei, e reencontrando-Te, encontrei a mim mesmo.
EU CREIO EM TI TRANCA RUAS.
Eu creio em Ti, pois jamais me abandonaste e por isso esforço-me paraseguir-Te, ser mais um humilde discípulo para tuas lições.
EU CREIO EM TI TRANCA RUAS.
Pois longa e espinhosa tem sido a estrada que me indicaste, mas enorme é a fé que em Ti deposito e bem maior a compensação de seguir-Te, ter-Te como um Mestre, um Amigo. Mas, meu Tranca Ruas, se um dia a aspereza da estrada que segues para me ajudar, impuser um fim em meu frágil e insignificante ser, impedindo-me de chegar, ainda que exausto, aos Teus pés, eu Te suplico: permita que, ao menos, por compaixão, que meus últimos passos sejam dados em Tua direção, que eu caia, enfim, humildemente, à Tua sombra, TRANCA RUAS.
Re.: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 27 Mar 2006, 12:14
por Tranca
Como o Forumnow fez o favor de decepar os textos que ultrapassavam uma quantia máxima de carcteres, ao invés de passar o endereço do link, posto a seguir, com certas alterações que não modificam o conteúdo do texto, a história que narra a ocasião em que este exu teve um encontro com um personagem bem estranho, que poderia ser pelos crentes considerado o tão temido "inimigo", que rendeu algumas especulações bem engraçadas no RV antigo.
Foi este o dia que um exu se encontrou com o capeta:
O acontecimento que passo a dividir a seguir com os leitores e o pessoal do fórum aconteceu comigo e mais um amigo meu, que aqui vou chamar Zé, em meados de 1999, em minha cidade natal, no Estado do Paraná.
Eu era recém egresso da faculdade e ainda não estava trabalhando, então sempre saía de noite à pé, com meus amigos, para tomarmos umas cervejas e conversar. Costumava sempre voltar para casa após a meia-noite. Numa noite de agosto ou setembro, não lembro ao certo, eu saí e não encontrei meus amigos na lanchonete que íamos costumeiramente; então, após uma garoa forte, resolvi voltar para casa.
Estava retornando para minha casa por uma das avenidas principais da cidade, sendo esta uma via bem arborizada, com várias construções um pouco antigas, da primeira metade do século XX, época da fundação do município, na qual se localizam, à distância de uma quadra um do outro, em lados opostos da via, uma faculdade e uma escola, esta um prédio grande, que tinha na época um grande gramado à sua frente, com grandes árvores e um muro baixo cercando toda a parte da frente.
Quando passava pela frente desta escola, encontrei quase na esquina este meu amigo "Zé", o qual retornava da casa de sua então namorada. Como estávamos sem sono, resolvemos ficar por ali conversando e nos sentamos no muro da escola, em frente a um poste de energia elétrica, de frente para a avenida.
Era perto de meia-noite e a cidade já estava bem vazia, os ônibus que transportavam estudantes de outras cidades, que vinham para as faculdades da cidade já haviam ido embora e quase não haviam carros ou pessoas transitando pela avenida ou vias adjacentes.
É aí que começa a parte fantástica e horripilante da história.
Subitamente, entretidos na nossa conversa, percebemos que as luzes dos postes estavam se apagando avenida acima, dos dois lados da via, como se um “blackout” viesse “caminhando” em nossa direção. Olhamos para a outra direção e vimos que o mesmo acontecia, como se o “apagão” viesse dos dois lados, como se a escuridão quisesse colidir com a escuridão (pelo menos essa foi a "percepção comum" quando conversamos sobre os fatos depois de tudo).
Terminou por ficarem acesas somente a lâmpada do poste situado à nossa frente e a do poste logo acima, além de uma lâmpada que ficou piscando intermitentemente em um poste do outro lado da avenida.
O resto era uma escuridão macabra que cobria toda a redondeza. Percebemos que toda aquela parte da cidade estava às escuras. Como voltar para casa no escuro não estava nos nossos planos, resolvemos ficar ali até que a energia elétrica retornasse.
Não havia mais ninguém na rua e nós ficamos por mais algum tempo conversando, indagando o que poderia ter dado causa àquela apagão repentino, se fora um acidente, a chuva, etc.
Foi quando percebemos que havia alguém vindo em nossa direção, saindo das trevas que se instalavam nas quadras logo abaixo de onde nós estávamos. No início víamos apenas o vulto de uma pessoa caminhando devagar na escuridão, do mesmo lado da via. Começamos a delinear, sem muita atenção e sem comunicarmo-nos sobre a pessoa que vinha se aproximando.
Quando o sujeito foi chegando perto da esquina do quarteirão anterior, a mais ou menos uns trinta metros de nós, estando quase que para atravessar a rua que cruza a avenida, pudemos perceber que era um homem de estatura mediana, todo de preto; calças, sapatos e uma camiseta tipo regata; um pouco calvo, tesa grande e que olhava fixamente em nossa direção, um olhar parado, meio que em transe.
Meu amigo "Zé", em tom de ironia, disse-me em tom baixo: “Só falta ser um "viado" ou um viciado vindo encher o nosso saco.” Eu lhe disse que então nem olhasse, deixasse o tipo passar batido.
O mais estranho é que o sujeito andava devagar, parecendo que andava, andava e não chegava, e pelo que me lembro, continuava com aquele olhar estático, que a gente percebia olhando assim de “esgueiro” para não dar “trela” para o tal, até que o mesmo chegou perto da gente.
Foi quando aconteceu uma das coisas mais estranhas e inexplicáveis que vi até hoje, tamanha foi a sincronicidade da coisa.
Estava o sujeito vindo pela calçada e ao passar entre nós e o poste que estava à nossa frente, a lâmpada apagou ao mesmo tempo em que este soltou um grito estridente: “Aaahhhh, trevas, eu quero trevas nesta cidade hoje...” e continuou andando em frente, com o olhar fixo adiante, e continuou resmungando umas coisas desconexas, enquanto andava sem olhar para trás.
Não nego que levei um p... susto, e num primeiro momento, eu e o "Zé" ficamos confusos, olhando um para o outro com cara de surpresos. Era uma sensação estranha. O homem deu aquele grito mas nem olhou para a gente, continuou andando, ignorando a nossa presença (penso que qualquer um, mesmo sendo uma pessoa meio abusada não iria dar um susto em estranhos durante um “apagão” tarde da noite, sem ter receio de acabar arrumando uma grande confusão para si).
Isso sem contar o fato mais estranho, a luz do poste ter apagado no mesmo momento em que o cara gritou...
Uma coisa que me lembro é que eu usava um crucifixo pequeno no pescoço (ainda era católico na época) por debaixo da camiseta, e que na hora do grito que o sujeito deu, instintivamente eu levei a mão direita sobre ele, como uma reação de defesa a um mal inesperado.
Enquanto o sujeito, naquele transe, ia andando e dizendo coisas do tipo “trevas nesta cidade, eu quero trevas, ...”, o "Zé" me disse, em tom baixo: “Qual é a deste louco, b... dos infernos, eu vou dar umas porradas nele, filho da p...”.
Eu também tinha ficado p... de susto/raiva/se-lá-mais-o-quê com o que acontecera; porém, aquilo era por demais estranho e para ter feito aquilo, ou o cara era muito corajoso para pregar uma peça em estranhos, aproveitando uma coincidência, ou este representava algo de muito estranho.
E o homem caminhava em direção do outro poste que mantinha a luz acesa. Eu disse ao meu amigo: “Olha só cara... na boa, pode ser o que for esta criatura aí, um doido, um macumbeiro chapado, o gramulhão, o que seja, se ele passar por baixo do outro poste e apagar a luz, é melhor a gente ficar esperto que vai ficar uma escuridão do cão. Se o cara vier em nossa direção a gente corre, vai que está armado?!...”
Nisso, o estranho chegou debaixo do outro poste de energia elétrica, mas ele não apagou. Ele virou-se em nossa direção e continuou a falar suas esquisitices, ficou dizendo uns troços que não entendi por cerca de dois minutos, virou-se novamente e foi andando.
Acompanhamos como olhar o seu trajeto sempre em frente enquanto dissertávamos sobre quem seria tal criatura; um louco ou uma destas criaturas sobrenaturais como outras tantas, das quais eu já ouvira falar na cidade.
Quando o ser sumiu de nossa vista, ao longe, na escuridão, foi quase que instantâneo o retorno da energia elétrica em todos os arredores.
Prestei atenção em umas coisas que aconteceram durante este evento e depois dele que contribuíram para dar um toque mais estranho ao mesmo. Primeiro, logo que o tal sujeito foi sumindo ao longe, as luzes voltaram tal qual tinham se apagado; segundo, voltaram a passar pela via carros e pessoas a pé, inclusive um primo meu, sendo que durante todo o tempo em que aquele estranho homem esteve sob as nossas vistas não aconteceu, pois somente nós o vimos.
Voltei para casa e encontrei meu pai sentado na cozinha, fumando e olhando aquele tempo de chuva, pela janela da cozinha, ele perguntou porque eu demorara e eu disse que tinha ocorrido um “blackout” e ele disse que não o percebera nas circunvizinhanças de onde morávamos. Eu lhe disse brincando que achava que tinha visto o “gramulhão naquele dia” e lhe contei a tal história, ele não deu muita atenção e eu fui dormir intrigado.
Depois deste acontecimento, nunca mais vi alguém parecido com este sujeito naquela cidade, morei lá mais dois anos e sempre que retorno e passo em frente à referida escola, lembro-me desta história, e de outras que ocorreram comigo e meus amigos, que ficam para uma próxima vez...
Post scriptum: O Coveiro me alertou, tempos depois que postei este texto que havia uma cena parecida com o ocorrido no filme "Constantine". Eu somente assisti este filme há uns 15 dias e constatei que a cena é realmente parecida com o que me lembro ter acontecido. Como o fato ocorreu em meados de 1999, preciso descobrir quem é o roteirista deste filme para cobrar os devidos direitos autorais.

Re: Re.: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 27 Mar 2006, 12:16
por Tranca
Johnny escreveu:Tranca-Ruas escreveu:Tenho que achar o texto...
Aquele dos "postes"?
Vejo que a vodka não afetou sua memória, "companhêro"! 
Re: Re.: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 27 Mar 2006, 12:21
por Johnny
Tranca-Ruas escreveu:Johnny escreveu:Tranca-Ruas escreveu:Tenho que achar o texto...
Aquele dos "postes"?
Vejo que a vodka não afetou sua memória, "companhêro"! 
sSsSsSsSsSsSsSsSsSsSsS...
até tú companheiro?
Re.: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 27 Mar 2006, 12:23
por Johnny
ME lembro de quase tudo o que leio, principalmente quando presto atenção. Ainda ninguém refutou o sufuciente naquela ocasião e foram apenas hipóteses grotescas. O apagar das luzes e tal até poderia arriscar algo de Psi, mas os relatos restantes atestam que você foi vítima do Encosto

Re: Re.: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 27 Mar 2006, 12:50
por Tranca
Johnny escreveu:ME lembro de quase tudo o que leio, principalmente quando presto atenção. Ainda ninguém refutou o sufuciente naquela ocasião e foram apenas hipóteses grotescas. O apagar das luzes e tal até poderia arriscar algo de Psi, mas os relatos restantes atestam que você foi vítima do Encosto

Acho que ele não viria lá do RS para me pregar uma peça.
Deve ter sido mesmo um outro sujeito que resolveu sacanear dois caras que estavam de papo pro ar esperando o apagão passar.
Se era de fato o gramulhão, digo que ele não foi suficientemente convincente para nos fazer crer que realmente as trevas se instalariam naquela cidade aquela noite.
Outra coisa, apagão qualquer David Coperfield produz. Névoa e cheiro de enxofre qualquer Industrial Light and Magic também faria.
Já se o cara proporcionasse um show de efeitos especiais em tempo real, com direito a chuva de fogo e tremores de terra ao seu comando ou então desse um séctuplo mortal carpado na nossa frente eu até ficaria impressionado.
Abraço
Re.: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 27 Mar 2006, 12:53
por Johnny
Outro...
Re: Re.: A verdadeira historia do Tranca-Ruas
Enviado: 27 Mar 2006, 19:12
por Ayyavazhi
Tranca-Ruas escreveu:Outra coisa, apagão qualquer David Coperfield produz. Névoa e cheiro de enxofre qualquer Industrial Light and Magic também faria.
A grande diferença, Tranca, é que esses caras fazem esses megas-espetáculos para milhões de pessoas (e ganham milhões de dólares de retorno). O que alguém ganharia empregando sabe-se lá quais recursos para assustar dois sujeitos quaisquer, sentados, por mero acaso e coincidência, no local exato em que o truque se daria? Bom, não vamos retornar a esse assunto. Eu já apontei muitas inconsistências, na ocasião, para demonstrar que a teoria do truque era mais incrível que qualquer outra e de nada adiantou.
Sobre o “causo” que o RCA descreveu, você fez um comentário que me chamou a atenção:
Tranca-Ruas escreveu:O imaginário popular brasileiro é muito rico, mas certos padrões narrativos se repetem por todo o país. Conheço história semelhante passada nas bandas de cá.
Não é curioso que pessoas diferentes, separadas pelo tempo e pelo espaço, narrem as mesmas experiências? Sim, porque, se estamos falando do “imaginário popular”, mais fácil supor que eu vou imaginar uma coisa e você outra, certo?
Claro que seria simples para um cético alegar que as pessoas se influenciam pela televisão, rádio, revistas, etc. Mas essa explicação não serviria muito para várias localidades da Amazônia, perdidas no meio do nada, sem energia elétrica, sem televisão, sem rádio, sem escolas, sem bibliotecas. Eu também ouvi muitos causos, e os contadores de causos não se conheciam entre si. Mas o padrão era incrivelmente semelhante. Como você mesmo já observou.
Bobagem, Tranca, deixa pra lá. Estou só divagando.
Quanto ao que você fez, assustando o cara, isso foi uma coisa muito feia.
Enviado: 27 Mar 2006, 19:27
por Hugo
[center]
"Não é curioso que pessoas diferentes, separadas pelo tempo e pelo espaço, narrem as mesmas experiências? Sim, porque, se estamos falando do 'imaginário popular', mais fácil supor que eu vou imaginar uma coisa e você outra, certo, Scully?"[/center]
Não estou desmerecendo sua opinião, Avatar, mas é que soou muito igual!
