Fábrica de Chips no Brasil?
Enviado: 30 Mar 2006, 08:45
Mundo digital
29 de março de 2006 - 12:13
Intel quer discutir fábrica de chips com o governo
Braço de investimentos anuncia fundo de US$ 50 milhões destinado a empresas brasileiras. Companhia também discute fábrica de processadores com representantes do governo
Renato Cruz Hélvio Romero/AE
SÃO PAULO - Já é uma tradição nas visitas dos dirigentes da americana Intel, maior fabricante de semicondutores do mundo, ao Brasil: questionados sobre a instalação de uma fábrica no País, afastam polidamente qualquer possibilidade de isto acontecer no curto prazo.
Mas, desta vez, foi diferente. "Temos acompanhado as discussões do governo e estamos interessados em estudar o assunto", afirmou ontem o presidente mundial da companhia, Paul Otellini, durante evento em São Paulo. "Mas não fomos convidados a participar até agora."
A atração de uma fábrica de chips é uma das prioridades da política industrial do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Ano passado, o Brasil importou US$ 2,904 bilhões em semicondutores.
A Intel está interessada em conversar sobre o projeto da Companhia Brasileira de Semicondutores (CBS), liderado por Wolfgang Sauer, ex-presidente da Volkswagen do Brasil, que costura um consórcio para instalar uma fábrica de US$ 300 milhões em Minas Gerais.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estuda o assunto. "Não temos nada contra participar de um consórcio", explicou Oscar Clarke, diretor-geral da Intel no Brasil. "Estamos dispostos a conversar."
No entanto, uma fábrica própria, que exigiria investimentos de até US$ 5 bilhões, ainda está distante. "A fabricação de chips não é uma atividade trivial", destacou Otellini.
Em 1996, o Brasil perdeu uma fábrica de US$ 420 milhões da Intel para a Costa Rica. Em fevereiro, a companhia anunciou uma unidade de US$ 300 milhões no Vietnã. A próxima decisão de fábrica deve ser tomada somente em um ano ou um ano e meio.
Investimentos e promoção
Otellini anunciou a criação do fundo de Tecnologia Intel Capital Brasil, para investir US$ 50 milhões em empresas locais. Desde 1999, a Intel Capital investiu US$ 35 milhões em 13 empresas brasileiras.
"Buscaremos oportunidades em hardware, software e soluções", afirmou o presidente mundial da Intel. David Thomas, diretor da Intel Capital para a América Latina, destacou o bom momento do mercado brasileiro, com várias empresas abrindo o capital e com incentivos ao investimento internacional.
Os interesses do fundo incluem hardware, software e serviços, incluindo banda larga sem fio com a tecnologia WiMax, uma das grandes apostas da empresa.
Uma das prioridades da empresa são as comunicações móveis. A Intel começou ontem a Semana da Mobilidade, com uma série de promoções com parceiros.
Quinze fabricantes brasileiros anunciaram o lançamento de computadores com Centrino Duo, da Intel, com dois processadores em um chip. Em 2005, foram vendidos 300 mil notebooks no Brasil. Este ano, o número deve pelo menos dobrar.
Na segunda-feira, o grande varejo fará uma promoção de notebooks, com descontos e financiamento em pelo menos 10 vezes sem juros. Participam da promoção, que dura mais uma semana, as Casas Bahia, Pernambucanas, Extra, Fast Shop, Fnac, Magazine Luiza, Ponto Frio e Submarino.
29 de março de 2006 - 12:13
Intel quer discutir fábrica de chips com o governo
Braço de investimentos anuncia fundo de US$ 50 milhões destinado a empresas brasileiras. Companhia também discute fábrica de processadores com representantes do governo
Renato Cruz Hélvio Romero/AE
SÃO PAULO - Já é uma tradição nas visitas dos dirigentes da americana Intel, maior fabricante de semicondutores do mundo, ao Brasil: questionados sobre a instalação de uma fábrica no País, afastam polidamente qualquer possibilidade de isto acontecer no curto prazo.
Mas, desta vez, foi diferente. "Temos acompanhado as discussões do governo e estamos interessados em estudar o assunto", afirmou ontem o presidente mundial da companhia, Paul Otellini, durante evento em São Paulo. "Mas não fomos convidados a participar até agora."
A atração de uma fábrica de chips é uma das prioridades da política industrial do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Ano passado, o Brasil importou US$ 2,904 bilhões em semicondutores.
A Intel está interessada em conversar sobre o projeto da Companhia Brasileira de Semicondutores (CBS), liderado por Wolfgang Sauer, ex-presidente da Volkswagen do Brasil, que costura um consórcio para instalar uma fábrica de US$ 300 milhões em Minas Gerais.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estuda o assunto. "Não temos nada contra participar de um consórcio", explicou Oscar Clarke, diretor-geral da Intel no Brasil. "Estamos dispostos a conversar."
No entanto, uma fábrica própria, que exigiria investimentos de até US$ 5 bilhões, ainda está distante. "A fabricação de chips não é uma atividade trivial", destacou Otellini.
Em 1996, o Brasil perdeu uma fábrica de US$ 420 milhões da Intel para a Costa Rica. Em fevereiro, a companhia anunciou uma unidade de US$ 300 milhões no Vietnã. A próxima decisão de fábrica deve ser tomada somente em um ano ou um ano e meio.
Investimentos e promoção
Otellini anunciou a criação do fundo de Tecnologia Intel Capital Brasil, para investir US$ 50 milhões em empresas locais. Desde 1999, a Intel Capital investiu US$ 35 milhões em 13 empresas brasileiras.
"Buscaremos oportunidades em hardware, software e soluções", afirmou o presidente mundial da Intel. David Thomas, diretor da Intel Capital para a América Latina, destacou o bom momento do mercado brasileiro, com várias empresas abrindo o capital e com incentivos ao investimento internacional.
Os interesses do fundo incluem hardware, software e serviços, incluindo banda larga sem fio com a tecnologia WiMax, uma das grandes apostas da empresa.
Uma das prioridades da empresa são as comunicações móveis. A Intel começou ontem a Semana da Mobilidade, com uma série de promoções com parceiros.
Quinze fabricantes brasileiros anunciaram o lançamento de computadores com Centrino Duo, da Intel, com dois processadores em um chip. Em 2005, foram vendidos 300 mil notebooks no Brasil. Este ano, o número deve pelo menos dobrar.
Na segunda-feira, o grande varejo fará uma promoção de notebooks, com descontos e financiamento em pelo menos 10 vezes sem juros. Participam da promoção, que dura mais uma semana, as Casas Bahia, Pernambucanas, Extra, Fast Shop, Fnac, Magazine Luiza, Ponto Frio e Submarino.