Meninos do Tráfico: Na Rede Globo dói?
Enviado: 03 Abr 2006, 14:48
Por Silas Correa Leite 29/03/2006 às 01:11
O Brasil ficou estarrecido com o documentário Falcão, Meninso do Tráfico por que? leia o texto.
Documentário Falcão: A Realidade na Rede Globo Dói Diferente
MV Bill e Celso Athayde são corajosos e determinados. Teimosia com conhecimento de causa rende muito. O documentário “Falcão – Meninos do Tráfico” - que, finalmente a Rede Globo popularizou fantasticamente no horário dominical nobre, estranhamente parece que chocou meio mundo. Ora, em que país pensam que estão? Planeta Xuxa? Sai de baixo. A realidade cotidiana da Rede Globo é uma. A realidade substituta elegeu Collor, FHC et caterva. Sim, meus irmãos e camaradas, a dura realidade brasileiríssima dói. Imagine então, a “dura realidade” sob o vezo popular midiático de ocasião. Já pensou? Há um Brasil em preto e branco (em preto e pranto), de pardos, mestiços, afrodescendentes, favelados, e, claro, paradoxalmente o Brasil (Cassino Real S/A) que sobrevive às custas dos que morrem a mingua, numa periferia abandonada qualquer entregue ao deus-dará de tantas causas perdidas, de abandono social e de tantos tristes contrastes sociais. Mas, como diria o profeta-zen Paulinho da Viola “A dor da gente não sai no jornal”. Pois não é que agora saiu no Fantástico, o Show da Vida e da Morte? Com que propósito? Há um propósito premeditadamente agora, em ano eleitoral sob o terrorismo de máfias e quadrilhas de uma ignóbil oposição rastaquara? Ora direis ouvir Estrelas. Aliás, que choque é esse, cara pálida? Periga ver. A historicidade inumana e amoral de uma escravatura antiga, a falta de uma reforma agrária que preste, o golpe militar incompetente e corrupto de 64, o ex-sociólogo e ex-marxista que virou canhestro neoliberal de dendê. Tudo isso numa soma fundaram muito bem o que o documentário Falcão denunciou explicitamente como duras seqüelas. A realidade não é Belíssima. Tá mais pra Big Bang sem cerotos de vernizes atípicos. Que qué isso, companheiro? Saravá, Betinho, o outro Brasil acordou do pesadelo do berço esplêndido e da caixa preta do Plano Real. Pois o Brasil que não merece o Brazil, acordou o Brasil neoliberal dando com os burros nágua. Queriam o quê? A realidade sob o spot-light do padrão global dói diferente. Santa ingenuidade. Sim, porque o contrabando informal prospera, o narcotráfico aumenta a assistência social imediatista e já colhe frutos e flores, a terceirização fomentando o neoescravismo viça em suspeitos governos tucanos capengas, o neoevangelismo messiânico do Garotinho babaquara não funciona de fato no âmago do problema como um todo, meias ações popularescas ou de ocasião eleitoreiras não resolvem muito, não resolvem nada, é um pega pra capar e a nossa infância se perde na rua da amargura, congrega desvalores em núcleos de abandono, quando o nosso jovem morre sem perspectivas na violência generalizada pra eliminar quem não tem cartão de crédito ou é mão-de-obra absoleta, e ainda não há perspectivas críveis no entorno da miséria. Na verdade os palhaços são todos aqueles (nosotros) que alegam que não sabiam o que o excelente Falcão – Meninos do Tráfico detona, revela (desnuda), feito aquela história antiga do rei que estava nu, quando a coisa ainda é pior e o bicho vai pegar. Ai de ti Cidade de Deus, Carandiru (o Brasil a céu aberto é um), Central do Brasil, todos os filhos do Brasil. Os sem-vergonha não faliram propositalmente os CIEPS? As instituições públicas não foram propositalmente sucateadas pelos desgovernos tucano-liberais com suas impunes propagandas enganosas? A contravenção com fulcros palaciais (e presunções de imunidade) não é ostensiva no Rio de Janeiro? O Celso Maia não é um blefe chulo e ralo? Pois é. O Brasil não pertence mais aos brasileiros, somos reféns em nosso próprio país. Crianças perdidas, Jovens perdidos. Velhos abandonados. Educação pública entregue aos que pensam que pensam, acham que são o que não são. Antros privados. Não nos pertence mais? O sonho acabou, isto é, o sonho virou pesadelo, um pé no sacro. O sonho só é bonito no padrão global. Belíssima é a mãe! Falcão, Meninos do Tráfico coloca o dedo na ferida. A ferida virou pop-cabeça-quase-cult no horário magno, e, o Brasil S/A finge descaradamente que não sabia dos brasileirinhos em lenço e sem documento, órfãos da Canalha de 64, órfãos do leviano Plano Real e suas insanidades, mais uma justiça burra, uma impunidade generalizada, e, ainda: uma dívida social impaga desde um 13 de maio aí, que “libertou” mas não indenizou. Quem ficou chocado com o documentário fora de série, é um e.t. em terra brasilis, é um mané ou um hipócrita mesmo. O pior ignorante é o ignorante político, disse Bertold Brecht. Por resultantes e seqüelas, por improbidades administrativas, curto e grosso, o Falcão botou a Rede Globo no olho do furacão que ela mesmo plantou. E a Rede Globo é culpada número um por todo esse estado de coisas que o documentário atira no ventilador das aparências. A vida não é uma novela chinfrim. A carência não dá ibope no Jornal Nacional. O documentário é um apanhado doloroso nu e cru dos sem pátria, sem terra, sem casa, sem emprego, sem infância, sem amor.
Salve limpo pendão da esperança.
Poeta Silas Corrêa Leite
Estância Boêmia de Itararé-SP, pós-graduado em Democracia e Direitos Humanos
Autor de Porta-Lapsos, Poemas, 2005
Texto da Série “Somos da Espécie Humana”
E-mail: poesilas@terra.com.br
Site pessoal: http://www.itarare.com.br/silas.htm
Autor do romance social ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS no site
www.hotbook.com.br/rom01scl.htm
O Brasil ficou estarrecido com o documentário Falcão, Meninso do Tráfico por que? leia o texto.
Documentário Falcão: A Realidade na Rede Globo Dói Diferente
MV Bill e Celso Athayde são corajosos e determinados. Teimosia com conhecimento de causa rende muito. O documentário “Falcão – Meninos do Tráfico” - que, finalmente a Rede Globo popularizou fantasticamente no horário dominical nobre, estranhamente parece que chocou meio mundo. Ora, em que país pensam que estão? Planeta Xuxa? Sai de baixo. A realidade cotidiana da Rede Globo é uma. A realidade substituta elegeu Collor, FHC et caterva. Sim, meus irmãos e camaradas, a dura realidade brasileiríssima dói. Imagine então, a “dura realidade” sob o vezo popular midiático de ocasião. Já pensou? Há um Brasil em preto e branco (em preto e pranto), de pardos, mestiços, afrodescendentes, favelados, e, claro, paradoxalmente o Brasil (Cassino Real S/A) que sobrevive às custas dos que morrem a mingua, numa periferia abandonada qualquer entregue ao deus-dará de tantas causas perdidas, de abandono social e de tantos tristes contrastes sociais. Mas, como diria o profeta-zen Paulinho da Viola “A dor da gente não sai no jornal”. Pois não é que agora saiu no Fantástico, o Show da Vida e da Morte? Com que propósito? Há um propósito premeditadamente agora, em ano eleitoral sob o terrorismo de máfias e quadrilhas de uma ignóbil oposição rastaquara? Ora direis ouvir Estrelas. Aliás, que choque é esse, cara pálida? Periga ver. A historicidade inumana e amoral de uma escravatura antiga, a falta de uma reforma agrária que preste, o golpe militar incompetente e corrupto de 64, o ex-sociólogo e ex-marxista que virou canhestro neoliberal de dendê. Tudo isso numa soma fundaram muito bem o que o documentário Falcão denunciou explicitamente como duras seqüelas. A realidade não é Belíssima. Tá mais pra Big Bang sem cerotos de vernizes atípicos. Que qué isso, companheiro? Saravá, Betinho, o outro Brasil acordou do pesadelo do berço esplêndido e da caixa preta do Plano Real. Pois o Brasil que não merece o Brazil, acordou o Brasil neoliberal dando com os burros nágua. Queriam o quê? A realidade sob o spot-light do padrão global dói diferente. Santa ingenuidade. Sim, porque o contrabando informal prospera, o narcotráfico aumenta a assistência social imediatista e já colhe frutos e flores, a terceirização fomentando o neoescravismo viça em suspeitos governos tucanos capengas, o neoevangelismo messiânico do Garotinho babaquara não funciona de fato no âmago do problema como um todo, meias ações popularescas ou de ocasião eleitoreiras não resolvem muito, não resolvem nada, é um pega pra capar e a nossa infância se perde na rua da amargura, congrega desvalores em núcleos de abandono, quando o nosso jovem morre sem perspectivas na violência generalizada pra eliminar quem não tem cartão de crédito ou é mão-de-obra absoleta, e ainda não há perspectivas críveis no entorno da miséria. Na verdade os palhaços são todos aqueles (nosotros) que alegam que não sabiam o que o excelente Falcão – Meninos do Tráfico detona, revela (desnuda), feito aquela história antiga do rei que estava nu, quando a coisa ainda é pior e o bicho vai pegar. Ai de ti Cidade de Deus, Carandiru (o Brasil a céu aberto é um), Central do Brasil, todos os filhos do Brasil. Os sem-vergonha não faliram propositalmente os CIEPS? As instituições públicas não foram propositalmente sucateadas pelos desgovernos tucano-liberais com suas impunes propagandas enganosas? A contravenção com fulcros palaciais (e presunções de imunidade) não é ostensiva no Rio de Janeiro? O Celso Maia não é um blefe chulo e ralo? Pois é. O Brasil não pertence mais aos brasileiros, somos reféns em nosso próprio país. Crianças perdidas, Jovens perdidos. Velhos abandonados. Educação pública entregue aos que pensam que pensam, acham que são o que não são. Antros privados. Não nos pertence mais? O sonho acabou, isto é, o sonho virou pesadelo, um pé no sacro. O sonho só é bonito no padrão global. Belíssima é a mãe! Falcão, Meninos do Tráfico coloca o dedo na ferida. A ferida virou pop-cabeça-quase-cult no horário magno, e, o Brasil S/A finge descaradamente que não sabia dos brasileirinhos em lenço e sem documento, órfãos da Canalha de 64, órfãos do leviano Plano Real e suas insanidades, mais uma justiça burra, uma impunidade generalizada, e, ainda: uma dívida social impaga desde um 13 de maio aí, que “libertou” mas não indenizou. Quem ficou chocado com o documentário fora de série, é um e.t. em terra brasilis, é um mané ou um hipócrita mesmo. O pior ignorante é o ignorante político, disse Bertold Brecht. Por resultantes e seqüelas, por improbidades administrativas, curto e grosso, o Falcão botou a Rede Globo no olho do furacão que ela mesmo plantou. E a Rede Globo é culpada número um por todo esse estado de coisas que o documentário atira no ventilador das aparências. A vida não é uma novela chinfrim. A carência não dá ibope no Jornal Nacional. O documentário é um apanhado doloroso nu e cru dos sem pátria, sem terra, sem casa, sem emprego, sem infância, sem amor.
Salve limpo pendão da esperança.
Poeta Silas Corrêa Leite
Estância Boêmia de Itararé-SP, pós-graduado em Democracia e Direitos Humanos
Autor de Porta-Lapsos, Poemas, 2005
Texto da Série “Somos da Espécie Humana”
E-mail: poesilas@terra.com.br
Site pessoal: http://www.itarare.com.br/silas.htm
Autor do romance social ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS no site
www.hotbook.com.br/rom01scl.htm