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Abordagem de um religioso sobre a Aids.

Enviado: 05 Abr 2006, 19:17
por spink
http://jc.uol.com.br/jornal/2006/04/05/not_178732.php


EVANGÉLICOS
Aids, sociedades e mulheres
Publicado em 02.04.2006

SÉRGIO ANDRADE

A derrubada de barreiras promovida pela aids ao redor do mundo é uma realidade. É inegável que diversos setores da sociedade experimentaram, ao longo dos últimos anos, esta doença. Evidencia-se que, ao contrário do que muitos consideravam inicialmente, a aids não se delimitou aos denominados “grupos de risco”, conceituação que ocasionou a marginalização, a culpabilidade, a discriminação e o preconceito contra usuários de drogas, homossexuais, bissexuais, entre outros.

Na verdade, pobres e ricos, homens e mulheres, jovens e idosos, solteiros e casados, religiosos, profissionais liberais, acadêmicos, homossexuais e heterossexuais, entre tantos, integram as estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS). A aids é uma doença que alcança todas as pessoas. Acreditar na imunidade natural, religiosa, política, afetiva ou econômica é um grande risco por três simples e devastadoras razões: o poder de propagação da doença, a subjetividade das relações humanas e a fragilidade dos serviços públicos de saúde.

Nesse contexto, está claro que a educação preventiva, a política da redução de danos e a garantia de direitos se apresentam, na experiência brasileira, como eixos principais para a mudança de comportamento social através da implementação de práticas seguras e humanizadoras, seja no âmbito, pessoal ou coletivo, clínico ou hospitalar.

Sabe-se que toda e qualquer prática que pretende ser geradora de saúde deve favorecer, entre outros aspectos, o diálogo aberto, realista e construtivo sobre questões tantas vezes ocultas, ainda que presentes em nosso cotidiano. É evidente que existem fortes tensões na sociedade quando valores e princípios são colocados como referenciais educativos, muitos deles equivocados e opressores. Cada segmento, conforme sua natureza e convicção, procura assegurar seu ponto de vista e estabelecer elos de força e poder que favoreçam seus objetivos.

As estatísticas apontam que o número de mulheres brasileiras contaminadas pelo vírus HIV tem crescido constantemente. Ao contrário do que se imagina, em geral, elas participam de relacionamentos monogâmicos, heterossexuais e estáveis, porém caracterizados pela impossibilidade de negociação do uso do preservativo, pela ausência de um diálogo aberto sobre vulnerabilidade, pelo machismo e autoritarismo e, conseqüentemente, pela utilização da mulher como elemento subjugado.

Nesses cenários, que insistem na violência e na morte contra as mulheres, cabe às igrejas importantes posicionamentos: desconstruir leituras e práticas que estabelecem o homem como alguém que está acima da mulher.

Assim, quem sabe, Deus, que também é Mãe, acredite em nós!

Reverendo Sérgio Andrade é coordenador de Programa – Diaconia.

Re.: Abordagem de um religioso sobre a Aids.

Enviado: 05 Abr 2006, 19:18
por spink
É... não dá para generalizar.

Re.: Abordagem de um religioso sobre a Aids.

Enviado: 06 Abr 2006, 08:16
por Alenônimo
Há também um certo número de pessoas que, pasmem, alegam que a AIDS não é causada pelo vírus HIV. Sabem por quê? Para alegar que a AIDS surge do uso de drogas, de práticas homossexuais ou de relacionamentos com prostitutas.

Ou seja, tem moralistas tão apegados a idéia de que a AIDS é um castigo de Deus sobre os ímpios que criam essas aberrações verborrágicas e anti-científicas, dificultando ainda mais a conversa aberta que pode diminuir a incidência da doença.

Re.: Abordagem de um religioso sobre a Aids.

Enviado: 06 Abr 2006, 08:38
por Flavio Costa
É teoria da conspiração do Euzébio.

Enviado: 06 Abr 2006, 23:46
por Márcio
...Nesses cenários, que insistem na violência e na morte contra as mulheres, cabe às igrejas importantes posicionamentos: desconstruir leituras e práticas que estabelecem o homem como alguém que está acima da mulher.


Isso também seria válido para as leituras e práticas que a bíblia sugere à respeito da mulher?