O filme “A Ilha” e o Calvinismo
- Aranha
- Mensagens: 6595
- Registrado em: 18 Out 2005, 22:11
- Gênero: Masculino
- Localização: Nova York
- Contato:
O filme “A Ilha” e o Calvinismo
AVISO DE SPOILER : FILME "A ILHA"
- Para quem não assistiu, o filme “A Ilha” conta uma história passada alguns anos no futuro, um grupo de pessoas vivem numa ilha recebendo cuidados especiais como se fossem peixes de aquário, ocasionalmente um ou outro ganha na loteria e o prêmio é uma passagem só de ida para o mundo exterior, depois revela-se a terrível verdade, eles são clones e estão ali como contingência no caso de seus doadores (que financiam a ilha) necessitem de transplantes, ou seja, são “bancos de órgãos”, ao ganhar na loteria eles não vão para o mundo exterior, vão na verdade para a mesa de cirurgia para serem mortos e terem seus órgãos retirados.
- Lendo o parágrafo acima, sentimos o ímpeto quase automático de condenar os algozes dos pobres clones, isto se deve aos conceitos de moral e ética implantados em nós que se manifestam de forma quase instintiva, valores que nos são caros como respeito à vida e clemência, mesmo em relação aos animais.
- O Deus dos Calvinistas é um criador de criaturas pré-dispostas ao gozo ou à desgraça, quando questionados sobre a imoralidade de criar seres pré-destinados ao sofrimento eterno, respondem que Deus, enquanto criador pode dispor de suas criaturas da forma como bem entender.
- Ora, se nos colocarmos na posição de imitadores de Deus, o que seria uma atitude das mais lógicas, uma vez que Deus é a representação da perfeita moral, agiríamos exatamente como os administradores da ilha do filme agiam, ou seja, seria corretíssimo dispormos dos clones como bem entender, nos seria lícito encarcerá-los, torturá-los e até matá-los, pois, enquanto criaturas, estariam à disposição de qualquer vontade ou capricho de seus criadores.
- Assumindo que Deus é perfeitamente justo e perfeitamente moral, é moral que no futuro a humanidade mantenha seres clonados para servirem de “bancos de órgãos” de seus criadores, ou criemos seres humanos com capacidades mentais limitadas para nos servirem de escravos, o Calvinismo seria a base moral de uma sociedade dividida entre criadores e criaturas, onde os criadores disporiam ao seu bel-prazer das criaturas.
- Para quem não assistiu, o filme “A Ilha” conta uma história passada alguns anos no futuro, um grupo de pessoas vivem numa ilha recebendo cuidados especiais como se fossem peixes de aquário, ocasionalmente um ou outro ganha na loteria e o prêmio é uma passagem só de ida para o mundo exterior, depois revela-se a terrível verdade, eles são clones e estão ali como contingência no caso de seus doadores (que financiam a ilha) necessitem de transplantes, ou seja, são “bancos de órgãos”, ao ganhar na loteria eles não vão para o mundo exterior, vão na verdade para a mesa de cirurgia para serem mortos e terem seus órgãos retirados.
- Lendo o parágrafo acima, sentimos o ímpeto quase automático de condenar os algozes dos pobres clones, isto se deve aos conceitos de moral e ética implantados em nós que se manifestam de forma quase instintiva, valores que nos são caros como respeito à vida e clemência, mesmo em relação aos animais.
- O Deus dos Calvinistas é um criador de criaturas pré-dispostas ao gozo ou à desgraça, quando questionados sobre a imoralidade de criar seres pré-destinados ao sofrimento eterno, respondem que Deus, enquanto criador pode dispor de suas criaturas da forma como bem entender.
- Ora, se nos colocarmos na posição de imitadores de Deus, o que seria uma atitude das mais lógicas, uma vez que Deus é a representação da perfeita moral, agiríamos exatamente como os administradores da ilha do filme agiam, ou seja, seria corretíssimo dispormos dos clones como bem entender, nos seria lícito encarcerá-los, torturá-los e até matá-los, pois, enquanto criaturas, estariam à disposição de qualquer vontade ou capricho de seus criadores.
- Assumindo que Deus é perfeitamente justo e perfeitamente moral, é moral que no futuro a humanidade mantenha seres clonados para servirem de “bancos de órgãos” de seus criadores, ou criemos seres humanos com capacidades mentais limitadas para nos servirem de escravos, o Calvinismo seria a base moral de uma sociedade dividida entre criadores e criaturas, onde os criadores disporiam ao seu bel-prazer das criaturas.
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker
Ben Parker
Re: O filme “A Ilha” e o Calvinismo
Abmael escreveu:
- Para quem não assistiu, o filme “A Ilha” conta uma história passada alguns anos no futuro, um grupo de pessoas vivem numa ilha recebendo cuidados especiais como se fossem peixes de aquário, ocasionalmente um ou outro ganha na loteria e o prêmio é uma passagem só de ida para o mundo exterior, depois revela-se a terrível verdade, eles são clones e estão ali como contingência no caso de seus doadores (que financiam a ilha) necessitem de transplantes, ou seja, são “bancos de órgãos”, ao ganhar na loteria eles não vão para o mundo exterior, vão na verdade para a mesa de cirurgia para serem mortos e terem seus órgãos retirados.
- Lendo o parágrafo acima, sentimos o ímpeto quase automático de condenar os algozes dos pobres clones, isto se deve aos conceitos de moral e ética implantados em nós que se manifestam de forma quase instintiva, valores que nos são caros como respeito à vida e clemência, mesmo em relação aos animais.
- O Deus dos Calvinistas é um criador de criaturas pré-dispostas ao gozo ou à desgraça, quando questionados sobre a imoralidade de criar seres pré-destinados ao sofrimento eterno, respondem que Deus, enquanto criador pode dispor de suas criaturas da forma como bem entender.
- Ora, se nos colocarmos na posição de imitadores de Deus, o que seria uma atitude das mais lógicas, uma vez que Deus é a representação da perfeita moral, agiríamos exatamente como os administradores da ilha do filme agiam, ou seja, seria corretíssimo dispormos dos clones como bem entender, nos seria lícito encarcerá-los, torturá-los e até matá-los, pois, enquanto criaturas, estariam à disposição de qualquer vontade ou capricho de seus criadores.
- Assumindo que Deus é perfeitamente justo e perfeitamente moral, é moral que no futuro a humanidade mantenha seres clonados para servirem de “bancos de órgãos” de seus criadores, ou criemos seres humanos com capacidades mentais limitadas para nos servirem de escravos, o Calvinismo seria a base moral de uma sociedade dividida entre criadores e criaturas, onde os criadores disporiam ao seu bel-prazer das criaturas.
Completamente sem lógia argumentativa!
E o Senhor virá numa hora em que vocês não estiverem esperando.
-
- Mensagens: 5581
- Registrado em: 25 Out 2005, 23:05
Eu nâo sou calvinista,sou arminiano.Nâo vejo a menor base bíblica para o calvinismo e concorco com as implicaçôes sócio-culturais do texto,caso o calvinismo fosse interpretado ou incorporado politicamente.
Ora,se tudo já está determinado de antemâo pela simples vontade do Supremo entâo as decisôes estâo pautadas no poder e nâo no direito de fato;quem pode mais ordena.Para mim tem de haver uma dualidade indissolúvel no caráter de Deus:OSoberania e Bondade intrinseca.E para mim o calvinismo sacrifica a bondade inerente de Deus e sua perfeiçâo moral no altar da soberania quando as duas características nâo sâo mutuamente excludentes...
Ora,se tudo já está determinado de antemâo pela simples vontade do Supremo entâo as decisôes estâo pautadas no poder e nâo no direito de fato;quem pode mais ordena.Para mim tem de haver uma dualidade indissolúvel no caráter de Deus:OSoberania e Bondade intrinseca.E para mim o calvinismo sacrifica a bondade inerente de Deus e sua perfeiçâo moral no altar da soberania quando as duas características nâo sâo mutuamente excludentes...
- Jack Torrance
- Mensagens: 4488
- Registrado em: 30 Out 2005, 16:56
- Gênero: Masculino
- Localização: São José do Rio Preto/SP
- Contato:
Re: Re.: O filme “A Ilha” e o Calvinismo
Azathoth escreveu:Concordo com o pensador.
Juro que não sei se trata de uma ironia.

“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”
“Homem de preto qual é sua missão? Entrar pelas favelas e deixar corpo no chão! Homem de preto o que é que você faz? Eu faço coisas que assustam o Satanás!”
Soldados do BOPE sobre BOPE
“Homem de preto qual é sua missão? Entrar pelas favelas e deixar corpo no chão! Homem de preto o que é que você faz? Eu faço coisas que assustam o Satanás!”
Soldados do BOPE sobre BOPE
- Aranha
- Mensagens: 6595
- Registrado em: 18 Out 2005, 22:11
- Gênero: Masculino
- Localização: Nova York
- Contato:
Re: O filme “A Ilha” e o Calvinismo
| CVM | escreveu:
Completamente sem lógia argumentativa!
- Brilhante !!!!!
- Estou sem palavras....

"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker
Ben Parker
Re: O filme “A Ilha” e o Calvinismo
Abmael escreveu:
- Para quem não assistiu, o filme “A Ilha” conta uma história passada alguns anos no futuro, um grupo de pessoas vivem numa ilha recebendo cuidados especiais como se fossem peixes de aquário, ocasionalmente um ou outro ganha na loteria e o prêmio é uma passagem só de ida para o mundo exterior, depois revela-se a terrível verdade, eles são clones e estão ali como contingência no caso de seus doadores (que financiam a ilha) necessitem de transplantes, ou seja, são “bancos de órgãos”, ao ganhar na loteria eles não vão para o mundo exterior, vão na verdade para a mesa de cirurgia para serem mortos e terem seus órgãos retirados.
- Lendo o parágrafo acima, sentimos o ímpeto quase automático de condenar os algozes dos pobres clones, isto se deve aos conceitos de moral e ética implantados em nós que se manifestam de forma quase instintiva, valores que nos são caros como respeito à vida e clemência, mesmo em relação aos animais.
- O Deus dos Calvinistas é um criador de criaturas pré-dispostas ao gozo ou à desgraça, quando questionados sobre a imoralidade de criar seres pré-destinados ao sofrimento eterno, respondem que Deus, enquanto criador pode dispor de suas criaturas da forma como bem entender.
- Ora, se nos colocarmos na posição de imitadores de Deus, o que seria uma atitude das mais lógicas, uma vez que Deus é a representação da perfeita moral, agiríamos exatamente como os administradores da ilha do filme agiam, ou seja, seria corretíssimo dispormos dos clones como bem entender, nos seria lícito encarcerá-los, torturá-los e até matá-los, pois, enquanto criaturas, estariam à disposição de qualquer vontade ou capricho de seus criadores.
- Assumindo que Deus é perfeitamente justo e perfeitamente moral, é moral que no futuro a humanidade mantenha seres clonados para servirem de “bancos de órgãos” de seus criadores, ou criemos seres humanos com capacidades mentais limitadas para nos servirem de escravos, o Calvinismo seria a base moral de uma sociedade dividida entre criadores e criaturas, onde os criadores disporiam ao seu bel-prazer das criaturas.
Eu vi o filme que por sinal é muito bom.A doutrina da predestinação Calvinista não é aceita nas maiorias das igrejas.
Presbiterianos e uns poucos seguimentos Baptistas e só.
Bjos.
- Aranha
- Mensagens: 6595
- Registrado em: 18 Out 2005, 22:11
- Gênero: Masculino
- Localização: Nova York
- Contato:
o pensador escreveu:Eu nâo sou calvinista,sou arminiano.Nâo vejo a menor base bíblica para o calvinismo e concorco com as implicaçôes sócio-culturais do texto,caso o calvinismo fosse interpretado ou incorporado politicamente.
- Duvido muito que um Calvinista aceite este texto, eles tem argumentos que, apesar de toscos, são invencíveis, acho que essa atitude deles de aceitar um Deus com tamanha crueldade leva fatalmente a uma falha moral, uma atitude de desprezo para a justiça e para a bondade ou clemência, torna as pessoas duras e pragmáticas.
o pensador escreveu:Ora,se tudo já está determinado de antemâo pela simples vontade do Supremo entâo as decisôes estâo pautadas no poder e nâo no direito de fato;quem pode mais ordena.Para mim tem de haver uma dualidade indissolúvel no caráter de Deus:OSoberania e Bondade intrinseca.E para mim o calvinismo sacrifica a bondade inerente de Deus e sua perfeiçâo moral no altar da soberania quando as duas características nâo sâo mutuamente excludentes...
- É, no calvinismo não existe deus bom.
Abraços,
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker
Ben Parker
O Calvinismo se fundamenta numa retórica que só encontra quem acredita nela quando o ouvinte renuncia ao reconhecimento do óbvio.
Ora, um ser que se compraz na tortura de suas próprias criaturas a ponto de criá-las exclusivamente com este fim é um ser mau.
A retórica Calvinista tenta negar o óbvio redefinindo os conceitos de bom, mau, justo e injusto de modo a adequá-los ao objetivo de justificar a retórica Calvinista.
Ao incauto parecerá que este sistema é lógico, o que, por definição pode até ser, mas é a típica lógica de absurdo, aquela que se mostra coerente porque conclusões e premissas concordam, apesar de as premissas serem malucas.
Toda lógica Calvinista é um raciocínio circular, que parte da premissa que tudo que Deus faz é bom e justo para provar através de uma série de raciocínios que tudo que Deus faz é bom e justo.
Assim como parte da premissa que Deus é o supremo BEM para provar através de outra cadeia de raciocínios que Deus é bom.
Ora, não faz sentido demonstrar conclusões que já estão contidas nas premissas.
Mas os Arminianistas não estão em posição muito melhor.
Se negam a predestinação irresistível dos Calvinistas, tem que admitir um Deus que fracassa em seu objetivo de salvar todos os homens.
Entre um Deus sádico e um Deus fracassado, escolha.
Ora, um ser que se compraz na tortura de suas próprias criaturas a ponto de criá-las exclusivamente com este fim é um ser mau.
A retórica Calvinista tenta negar o óbvio redefinindo os conceitos de bom, mau, justo e injusto de modo a adequá-los ao objetivo de justificar a retórica Calvinista.
Ao incauto parecerá que este sistema é lógico, o que, por definição pode até ser, mas é a típica lógica de absurdo, aquela que se mostra coerente porque conclusões e premissas concordam, apesar de as premissas serem malucas.
Toda lógica Calvinista é um raciocínio circular, que parte da premissa que tudo que Deus faz é bom e justo para provar através de uma série de raciocínios que tudo que Deus faz é bom e justo.
Assim como parte da premissa que Deus é o supremo BEM para provar através de outra cadeia de raciocínios que Deus é bom.
Ora, não faz sentido demonstrar conclusões que já estão contidas nas premissas.
Mas os Arminianistas não estão em posição muito melhor.
Se negam a predestinação irresistível dos Calvinistas, tem que admitir um Deus que fracassa em seu objetivo de salvar todos os homens.
Entre um Deus sádico e um Deus fracassado, escolha.
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Re: O filme “A Ilha” e o Calvinismo
niate escreveu:Eu vi o filme que por sinal é muito bom.A doutrina da predestinação Calvinista não é aceita nas maiorias das igrejas.
Presbiterianos e uns poucos seguimentos Baptistas e só.
Bjos.
Mesmo não sendo a vertente dominante na maioria das denominações, há calvinistas em praticamente todas as igrejas evangélicas, independente do posicionamento teológico oficial de cada uma delas.
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Re: O filme “A Ilha” e o Calvinismo
Abmael escreveu:
- Para quem não assistiu, o filme “A Ilha” conta uma história passada alguns anos no futuro, um grupo de pessoas vivem numa ilha recebendo cuidados especiais como se fossem peixes de aquário, ocasionalmente um ou outro ganha na loteria e o prêmio é uma passagem só de ida para o mundo exterior, depois revela-se a terrível verdade, eles são clones e estão ali como contingência no caso de seus doadores (que financiam a ilha) necessitem de transplantes, ou seja, são “bancos de órgãos”, ao ganhar na loteria eles não vão para o mundo exterior, vão na verdade para a mesa de cirurgia para serem mortos e terem seus órgãos retirados.
- Lendo o parágrafo acima, sentimos o ímpeto quase automático de condenar os algozes dos pobres clones, isto se deve aos conceitos de moral e ética implantados em nós que se manifestam de forma quase instintiva, valores que nos são caros como respeito à vida e clemência, mesmo em relação aos animais.
- O Deus dos Calvinistas é um criador de criaturas pré-dispostas ao gozo ou à desgraça, quando questionados sobre a imoralidade de criar seres pré-destinados ao sofrimento eterno, respondem que Deus, enquanto criador pode dispor de suas criaturas da forma como bem entender.
- Ora, se nos colocarmos na posição de imitadores de Deus, o que seria uma atitude das mais lógicas, uma vez que Deus é a representação da perfeita moral, agiríamos exatamente como os administradores da ilha do filme agiam, ou seja, seria corretíssimo dispormos dos clones como bem entender, nos seria lícito encarcerá-los, torturá-los e até matá-los, pois, enquanto criaturas, estariam à disposição de qualquer vontade ou capricho de seus criadores.
- Assumindo que Deus é perfeitamente justo e perfeitamente moral, é moral que no futuro a humanidade mantenha seres clonados para servirem de “bancos de órgãos” de seus criadores, ou criemos seres humanos com capacidades mentais limitadas para nos servirem de escravos, o Calvinismo seria a base moral de uma sociedade dividida entre criadores e criaturas, onde os criadores disporiam ao seu bel-prazer das criaturas.
Se eu fosse um calvinista eu diria que o homem não teria criado os clones. O cientista seria apenas uma ínfema parte do grande processo causal responsável pela gênese daquela vida.
Não precisa apostar num estado tão grande de ficção científica para montar este argumento que vc montou. Basta que substituamos os cientistas pelos pais de qualquer ser humano. Segundo este argumento todos eles poderiam fazer o que quizerem com seus filhos.
Mas eu acho que nenhum calvinista pensa assim. E por isso o argumento não procede.
"Nada tem valor algum senão dentro do coração, e não como coisa" (Hegel)
Re: O filme “A Ilha” e o Calvinismo
| CVM | escreveu:Abmael escreveu:
- Para quem não assistiu, o filme “A Ilha” conta uma história passada alguns anos no futuro, um grupo de pessoas vivem numa ilha recebendo cuidados especiais como se fossem peixes de aquário, ocasionalmente um ou outro ganha na loteria e o prêmio é uma passagem só de ida para o mundo exterior, depois revela-se a terrível verdade, eles são clones e estão ali como contingência no caso de seus doadores (que financiam a ilha) necessitem de transplantes, ou seja, são “bancos de órgãos”, ao ganhar na loteria eles não vão para o mundo exterior, vão na verdade para a mesa de cirurgia para serem mortos e terem seus órgãos retirados.
- Lendo o parágrafo acima, sentimos o ímpeto quase automático de condenar os algozes dos pobres clones, isto se deve aos conceitos de moral e ética implantados em nós que se manifestam de forma quase instintiva, valores que nos são caros como respeito à vida e clemência, mesmo em relação aos animais.
- O Deus dos Calvinistas é um criador de criaturas pré-dispostas ao gozo ou à desgraça, quando questionados sobre a imoralidade de criar seres pré-destinados ao sofrimento eterno, respondem que Deus, enquanto criador pode dispor de suas criaturas da forma como bem entender.
- Ora, se nos colocarmos na posição de imitadores de Deus, o que seria uma atitude das mais lógicas, uma vez que Deus é a representação da perfeita moral, agiríamos exatamente como os administradores da ilha do filme agiam, ou seja, seria corretíssimo dispormos dos clones como bem entender, nos seria lícito encarcerá-los, torturá-los e até matá-los, pois, enquanto criaturas, estariam à disposição de qualquer vontade ou capricho de seus criadores.
- Assumindo que Deus é perfeitamente justo e perfeitamente moral, é moral que no futuro a humanidade mantenha seres clonados para servirem de “bancos de órgãos” de seus criadores, ou criemos seres humanos com capacidades mentais limitadas para nos servirem de escravos, o Calvinismo seria a base moral de uma sociedade dividida entre criadores e criaturas, onde os criadores disporiam ao seu bel-prazer das criaturas.
Completamente sem lógia argumentativa!
Calma lá! Caricatural demais, sim. Sem lógica não.
"Nada tem valor algum senão dentro do coração, e não como coisa" (Hegel)
- Flavio Costa
- Mensagens: 4307
- Registrado em: 25 Out 2005, 07:32
- Localização: Brasilia, DF
- Contato:
Re: O filme “A Ilha” e o Calvinismo
Fernando escreveu: Se eu fosse um calvinista eu diria que o homem não teria criado os clones. O cientista seria apenas uma ínfema parte do grande processo causal responsável pela gênese daquela vida.
De fato, o "projeto" do ser humano é da natureza (ou, para os que preferem, de Deus), o cientista apenas imita a especificação existente para produzir um análogo.
ps. Não esqueci aquele seu tópico, estou meio enrolado, mas ainda apareço por lá!
The world's mine oyster, which I with sword will open.
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006
Re: O filme “A Ilha” e o Calvinismo
Flavio Costa escreveu:Fernando escreveu: Se eu fosse um calvinista eu diria que o homem não teria criado os clones. O cientista seria apenas uma ínfema parte do grande processo causal responsável pela gênese daquela vida.
De fato, o "projeto" do ser humano é da natureza (ou, para os que preferem, de Deus), o cientista apenas imita a especificação existente para produzir um análogo.
ps. Não esqueci aquele seu tópico, estou meio enrolado, mas ainda apareço por lá!
Perfect!
Fica tranquilo! Escreve lá qndo puder.
"Nada tem valor algum senão dentro do coração, e não como coisa" (Hegel)
- Aranha
- Mensagens: 6595
- Registrado em: 18 Out 2005, 22:11
- Gênero: Masculino
- Localização: Nova York
- Contato:
Re: O filme “A Ilha” e o Calvinismo
Fernando escreveu:
Se eu fosse um calvinista eu diria que o homem não teria criado os clones. O cientista seria apenas uma ínfema parte do grande processo causal responsável pela gênese daquela vida.
Caro Fernando,
- Seu argumento apenas inocenta, não justifica, não importa se o homem seja o criador, importa que ele se considere o criador, a moral não se aplica apenas ao que é verdade e sim às convicções.
Fernando escreveu:
Não precisa apostar num estado tão grande de ficção científica para montar este argumento que vc montou. Basta que substituamos os cientistas pelos pais de qualquer ser humano. Segundo este argumento todos eles poderiam fazer o que quizerem com seus filhos.
- Filhos são gerados de forma natural conforme desígnios divinos, os clones do filme sofrem uma sucessão de processos criados pelo homem que viabilizam a existência deles, fecundação artificial, útero artificial, crescimento acelerado artificialmente, aprendizado acelerado artificialmente e manipulação genética para evitar doenças hereditárias.
Fernando escreveu:
Mas eu acho que nenhum calvinista pensa assim. E por isso o argumento não procede.
- Sei que não pensam, o argumento visa demonstrar o quão imoral é o direito do criador dispor à vontade de suas criaturas.
Abraços,
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker
Ben Parker
- Aranha
- Mensagens: 6595
- Registrado em: 18 Out 2005, 22:11
- Gênero: Masculino
- Localização: Nova York
- Contato:
Re: O filme “A Ilha” e o Calvinismo
Flavio Costa escreveu:De fato, o "projeto" do ser humano é da natureza (ou, para os que preferem, de Deus), o cientista apenas imita a especificação existente para produzir um análogo.
- Ou seja, a única forma de defender a lógica Calvinista é buscar argumentos que impeçam qualquer criatura de ter o mesmo status de criador que Deus tem, se eu conseguisse provar que criadores são criadores mesmo roubando projetos, o uso dos clones seria justificado.
- Isto só demonstra o que o Acauan já postou, Calvinistas tem necessidade de remodelar conceitos de forma a caber em sua doutrina para que ela seja aceitável.
Abraços,
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker
Ben Parker
- Flavio Costa
- Mensagens: 4307
- Registrado em: 25 Out 2005, 07:32
- Localização: Brasilia, DF
- Contato:
Re: O filme “A Ilha” e o Calvinismo
Abmael escreveu:- Ou seja, a única forma de defender a lógica Calvinista é buscar argumentos que impeçam qualquer criatura de ter o mesmo status de criador que Deus tem, se eu conseguisse provar que criadores são criadores mesmo roubando projetos, o uso dos clones seria justificado.
O meu comentário foi apenas com relação à mensagem do Fernando, já que não estou acompanhando este tópico em detalhes. O fato é que independente de doutrina, o ser humano não tem o mérito da "produção intelectual" do ser humano, apenas a capacidade de reproduzir os que já existem. Para ter esse mérito, teria que criar uma espécie completamente nova.
Mesmo assim, eu considero extremamente falho o argumento de que Deus, na condição de criador, pode fazer o que quiser com as criaturas. Porém, isso é um tanto próximo dos argumentos que se usa para justificar o uso alimentício de animais, muito embora nós possamos alegar algum tipo de "necessidade", alegação que a princípio Deus, como ser auto-suficiente, não pode fazer.
The world's mine oyster, which I with sword will open.
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006
Re: O filme “A Ilha” e o Calvinismo
Abmael,
O processo causal que faz com que uma vida humana seja possível é enorme. Estas condições que vc falow são nescessárias, é verdade. Mas ainda assim o homem continua sendo uma parte muito ínfema neste processo.
Eu não tenho a intenção de defender o calvinismo. Mesmo pq não entendo quase nada deste posicionamento. Não tenho a pretenção de tentar negar a suposta culpa que vc está apregoando a Deus. Isso simplesmente não está em questão enquanto eu escrevo. O ponto é o seu argumento. E o seu argumento consiste numa analogia pra mostrar injustiça da parte de Deus. Mas eu já mostrei que a analogia não procede pois não se pode dizer que o homem é é o criador de um clone assim como se diz que Deus é o criador do homem.
Vc está simplesmente equiparando o infinito com o finito como se não possuissem nenhuma diferença. Está confundindo a verdadeira causa da existência de um ser humano específico com uma pequena fração do processo causal. E é este o erro do argumento.
O processo causal que faz com que uma vida humana seja possível é enorme. Estas condições que vc falow são nescessárias, é verdade. Mas ainda assim o homem continua sendo uma parte muito ínfema neste processo.
Eu não tenho a intenção de defender o calvinismo. Mesmo pq não entendo quase nada deste posicionamento. Não tenho a pretenção de tentar negar a suposta culpa que vc está apregoando a Deus. Isso simplesmente não está em questão enquanto eu escrevo. O ponto é o seu argumento. E o seu argumento consiste numa analogia pra mostrar injustiça da parte de Deus. Mas eu já mostrei que a analogia não procede pois não se pode dizer que o homem é é o criador de um clone assim como se diz que Deus é o criador do homem.
Vc está simplesmente equiparando o infinito com o finito como se não possuissem nenhuma diferença. Está confundindo a verdadeira causa da existência de um ser humano específico com uma pequena fração do processo causal. E é este o erro do argumento.
"Nada tem valor algum senão dentro do coração, e não como coisa" (Hegel)
- Flavio Costa
- Mensagens: 4307
- Registrado em: 25 Out 2005, 07:32
- Localização: Brasilia, DF
- Contato:
Re: O filme “A Ilha” e o Calvinismo
Fernando escreveu:Vc está simplesmente equiparando o infinito com o finito como se não possuissem nenhuma diferença. Está confundindo a verdadeira causa da existência de um ser humano específico com uma pequena fração do processo causal. E é este o erro do argumento.
Que seja, mas o ponto é: em que ser criador do ser humano dá o direito a Deus de submetê-lo às condições que quiser? Não é um tanto tirânico isso?
The world's mine oyster, which I with sword will open.
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006
Re: O filme “A Ilha” e o Calvinismo
Flavio Costa escreveu:Abmael escreveu:- Ou seja, a única forma de defender a lógica Calvinista é buscar argumentos que impeçam qualquer criatura de ter o mesmo status de criador que Deus tem, se eu conseguisse provar que criadores são criadores mesmo roubando projetos, o uso dos clones seria justificado.
O meu comentário foi apenas com relação à mensagem do Fernando, já que não estou acompanhando este tópico em detalhes. O fato é que independente de doutrina, o ser humano não tem o mérito da "produção intelectual" do ser humano, apenas a capacidade de reproduzir os que já existem. Para ter esse mérito, teria que criar uma espécie completamente nova.
Mesmo assim, eu considero extremamente falho o argumento de que Deus, na condição de criador, pode fazer o que quiser com as criaturas. Porém, isso é um tanto próximo dos argumentos que se usa para justificar o uso alimentício de animais, muito embora nós possamos alegar algum tipo de "necessidade", alegação que a princípio Deus, como ser auto-suficiente, não pode fazer.
Flávio,
Permita-me usar uma citação de Tolkien. Nela, Ilúvatar, o Um, havia criado todas as coisas e então começou a propor belos e poderosos temas musicais. Uma de suas criações, Melkor, resolveu se rebelar contra ele tentando fazer sua própria música ao mesmo tempo. Depois de várias pausas causadas pela confusão Ilúvatar disse:
"E tu, Melkor, verás que nenhum tema pode ser tocado sem ter em mim sua fonte mais remota, e ninguém pode alterar a música contra a minha vontade. E aquele que tentar provará não ser senão meu instrumento na invenção de coisas ainda mais fantásticas, que ele próprio nunca imaginou"
Esta citação é muito especial pra mim por revelar o que eu penso sobre a música, uma fruição imediata do Absoluto. Permeia toda minha concepção do que signifique ser um músico como apenas um canal da expressão do Absoluto. Nenhum músico compõe coisas da sua própria cabeça. É sempre preciso seguir uma intuição, que na minha compreenção é sempre divina.
Embora tenha esta peculiaridade especial pra mim, poderia ilustrar com um maior rigor estético o que estamos pensando.

"Nada tem valor algum senão dentro do coração, e não como coisa" (Hegel)
Re: O filme “A Ilha” e o Calvinismo
Flavio Costa escreveu:Que seja, mas o ponto é: em que ser criador do ser humano dá o direito a Deus de submetê-lo às condições que quiser? Não é um tanto tirânico isso?
Eu não estou falando que não é. Eu estou falando que o argumento, tal como foi montado não procede. Minha pretenção na contra argumentação é muito menor do que pode parecer. Capiche?
"Nada tem valor algum senão dentro do coração, e não como coisa" (Hegel)
- Flavio Costa
- Mensagens: 4307
- Registrado em: 25 Out 2005, 07:32
- Localização: Brasilia, DF
- Contato:
Re: O filme “A Ilha” e o Calvinismo
Fernando escreveu:"E tu, Melkor, verás que nenhum tema pode ser tocado sem ter em mim sua fonte mais remota, e ninguém pode alterar a música contra a minha vontade. E aquele que tentar provará não ser senão meu instrumento na invenção de coisas ainda mais fantásticas, que ele próprio nunca imaginou"
Sua colocação, de certo modo, vai inclusive contra a crença daqueles que atribuem a Deus todas as coisas boas e o isentam de todas as ruins (colocando a culpa apenas no homem), como se Ele não fosse o responsável pela criação como um todo. A partir da concepção de um Deus Criador, todas as coisas encontram nEle sua fonte mais remota.
Quanto à outra mensagem, si, capisco.
The world's mine oyster, which I with sword will open.
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006
Re: O filme “A Ilha” e o Calvinismo
Flavio Costa escreveu:Sua colocação, de certo modo, vai inclusive contra a crença daqueles que atribuem a Deus todas as coisas boas e o isentam de todas as ruins (colocando a culpa apenas no homem), como se Ele não fosse o responsável pela criação como um todo. A partir da concepção de um Deus Criador, todas as coisas encontram nEle sua fonte mais remota.
Quanto à outra mensagem, si, capisco.
Calma, Flávio. Não dá pra abraçar o mundo todo de uma vez. Vc está querendo por outro ponto em questão. Para chegar aonde vc está propondo, deveríamos investigar a passagem de significado do que se quer dizer quando se alega que Deus é infinitamente perfeito no sentido metafísico para o sentido ético (no sentido de que Deus é infinitamente bom). Espinosa é um exemplo de teísta que não faz esta passagem. O problema que ele gera com esta diferenciação não é pq existe o mal, e sim pq existe a escravidão. Pois bem. Este único exemplo já mostra que não é nescessário pensar que todos os teístas fazem a passagem da perfeição para a bondade.
Quando vc coloca o problema, está pressupondo esta passagem como certa. E este é um problema que eu definitivamente não estou mostrando alguma intenção de mensionar quando digo que Deus é a causa verdadeira da existência do homem e que um cientista não passa de uma parte do processo causal. Quando vc põe o problema, o faz por conta própria sem encontrar fundamento na minha mensagem para que eu esteja o pressupondo. Não pode exigir de mim uma resposta.

"Nada tem valor algum senão dentro do coração, e não como coisa" (Hegel)
- Aranha
- Mensagens: 6595
- Registrado em: 18 Out 2005, 22:11
- Gênero: Masculino
- Localização: Nova York
- Contato:
Re: O filme “A Ilha” e o Calvinismo
Fernando escreveu: Abmael,
O processo causal que faz com que uma vida humana seja possível é enorme. Estas condições que vc falow são nescessárias, é verdade. Mas ainda assim o homem continua sendo uma parte muito ínfema neste processo.
Eu não tenho a intenção de defender o calvinismo. Mesmo pq não entendo quase nada deste posicionamento. Não tenho a pretenção de tentar negar a suposta culpa que vc está apregoando a Deus. Isso simplesmente não está em questão enquanto eu escrevo. O ponto é o seu argumento. E o seu argumento consiste numa analogia pra mostrar injustiça da parte de Deus. Mas eu já mostrei que a analogia não procede pois não se pode dizer que o homem é é o criador de um clone assim como se diz que Deus é o criador do homem.
Vc está simplesmente equiparando o infinito com o finito como se não possuissem nenhuma diferença. Está confundindo a verdadeira causa da existência de um ser humano específico com uma pequena fração do processo causal. E é este o erro do argumento.
- Como já afirmei antes, vc está apenas tentando inocentar Deus sem justificá-lo, a questão não é o tamanho da participação do homem no projeto e na criação do clone e sim os direitos que tem sobre ele, o homem não precisa nem ser o criador, bastaria que ele se sentisse como tal, veja os nazistas por exemplo, eles não eram superiores aos judeus, eles apenas se sentiam assim, mas o fato de ser superior (caso eles fossem) lhes daria razão de fazer o que fizeram?
Abraços,
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker
Ben Parker
- Flavio Costa
- Mensagens: 4307
- Registrado em: 25 Out 2005, 07:32
- Localização: Brasilia, DF
- Contato:
Re: O filme “A Ilha” e o Calvinismo
Fernando escreveu:Calma, Flávio.
Estou calmo.

Fernando escreveu:Quando vc põe o problema, o faz por conta própria sem encontrar fundamento na minha mensagem para que eu esteja o pressupondo. Não pode exigir de mim uma resposta.
Tanto eu sei disso que em minha mensagem eu disse: "contra a crença daqueles que atribuem a Deus (...)". Usei seu exemplo para mencionar uma crença comum nos meios cristãos.
The world's mine oyster, which I with sword will open.
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006