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Confronto ideológico.

Enviado: 11 Abr 2006, 11:59
por spink
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opinia ... 200607.htm



Renasce o confronto ideológico

Vivemos os momentos iniciais de uma virada no eixo do conflito ideológico na humanidade. Pouco entendida em qualquer lugar, essa virada é distante dos termos em que ainda se trava o debate brasileiro. Compreendê-la, porém, é apossar-se de instrumento indispensável para a definição de nosso futuro nacional.
Cito as três ideologias que dominaram os debates políticos dos últimos dois séculos. Todas as três encontram-se em apuros, desorientadas na identificação de seu norte.
O liberalismo se destinaria a engrandecer o indivíduo, capacitando-o para resistir às opressões. Em todos os países contemporâneos, entretanto, mesmo naqueles que são muito mais ricos e igualitários do que o nosso, a sociedade continua divida em classes. E a maioria, mesmo quando salva da pobreza, não tem como viver vida ambiciosa e realizadora -vida que se torne maior, não menor, com a passagem dos anos. É assim mesmo, pela própria natureza das coisas, ou devem os liberais reconstruir as instituições e transformar a cultura para serem fiéis a seu ideal libertador?
O socialismo teria por objetivo emancipar o potencial da cooperação entre as pessoas dos constrangimentos que lhe são impostos pelas desigualdades e valorizar o encaminhamento de soluções coletivas para os problemas coletivos. Mas qual o instrumento? O manejo estatal dos meios de produção mostrou-se inconfiável. E a suavização das desigualdades graças a políticas sociais compensatórias revelou-se insuficiente.
O nacionalismo abriria caminho para a invenção de expressões coletivas novas de vida e de consciência. Mas cadê as formas de organização política e social que dariam realidade a esse sonho, dotando os povos de meios para desbravar rumos antes desconhecidos, mesmo sem contarem com a provocação de guerras e colapsos econômicos? Sem tais meios, o nacionalismo ameaça virar engodo, facilitando a mobilização das frustrações para cruzadas opressoras.
A trajetória de cada um desses ideários revela o ponto secreto da divisão ideológica que surge. De um lado, estão aqueles -liberais, socialistas ou nacionalistas- que dão de barato que a vida é assim mesmo, que a grandeza será sempre bem reservado a elite de talentosos e de sortudos e que o horizonte da reconstrução institucional se fechou. De outro lado, colocam-se aqueles -liberais, socialistas ou nacionalistas- que insistem em querer engrandecimento para porção mais ampla da humanidade, por meio de transformação das instituições e das consciências, sem ter guerra ou ruína como pré-condição da mudança.
Tudo isso pode parecer irrelevante para uma nação em que a imensa maioria se esforça para conseguir o essencial, a média de escolaridade pouco passa de cinco anos e os decentes sentem nojo da política. Engano. Se há país que não deva deixar de enfrentar e de superar a exaustão das ideologias é o Brasil. Participar da vanguarda dessa renovação ideológica no mundo é, para nós, imperativo de salvamento nacional; a forma herdada do debate ideológico deu-nos algo pior do que a estagnação econômica: o sentimento de que não há o que fazer.
Lutemos para traduzir a imaginação das alternativas em palavras e em iniciativas capazes de esclarecer e de inspirar cada brasileiro.

Re: Confronto ideológico.

Enviado: 11 Abr 2006, 12:20
por Poindexter
[modo (meio) irônico on]

O liberalismo se destinaria a engrandecer o indivíduo, capacitando-o para resistir às opressões. Em todos os países contemporâneos, entretanto, mesmo naqueles que são muito mais ricos e igualitários do que o nosso, a sociedade continua divida em classes.


E daí? Qual é o problema nisso? Qualquer desigualdede de renda é "opressão", é? Isso aí é COMUNI*SMO!


E a maioria, mesmo quando salva da pobreza, não tem como viver vida ambiciosa e realizadora -vida que se torne maior, não menor, com a passagem dos anos.


Desde quando tudo é dinheiro? Isso lembra Marx! Isso aí é COMUNI*SMO!


É assim mesmo, pela própria natureza das coisas, ou devem os liberais reconstruir as instituições e transformar a cultura para serem fiéis a seu ideal libertador?


É assim, sim, pela natrureza do Ser Humano, mesmo!

"Reconstruir instituições"? LÊNIN! COMUN*SMO!

"Transformar a cultura"? GRAMSCI! COMUN*SMO!

[modo (meio) irônico off]


O socialismo teria por objetivo emancipar o potencial da cooperação entre as pessoas dos constrangimentos que lhe são impostos pelas desigualdades e valorizar o encaminhamento de soluções coletivas para os problemas coletivos. Mas qual o instrumento? O manejo estatal dos meios de produção mostrou-se inconfiável. E a suavização das desigualdades graças a políticas sociais compensatórias revelou-se insuficiente.


Exato.


O nacionalismo abriria caminho para a invenção de expressões coletivas novas de vida e de consciência. Mas cadê as formas de organização política e social que dariam realidade a esse sonho, dotando os povos de meios para desbravar rumos antes desconhecidos, mesmo sem contarem com a provocação de guerras e colapsos econômicos?


Imagem


Sem tais meios, o nacionalismo ameaça virar engodo, facilitando a mobilização das frustrações para cruzadas opressoras.


Que livraram milhões de coreanos, afegães, somalis e iraquianos das mãos de opressões excruciantes.


A trajetória de cada um desses ideários revela o ponto secreto da divisão ideológica que surge. De um lado, estão aqueles -liberais, socialistas ou nacionalistas- que dão de barato que a vida é assim mesmo, que a grandeza será sempre bem reservado a elite de talentosos e de sortudos e que o horizonte da reconstrução institucional se fechou. De outro lado, colocam-se aqueles -liberais, socialistas ou nacionalistas- que insistem em querer engrandecimento para porção mais ampla da humanidade, por meio de transformação das instituições e das consciências, sem ter guerra ou ruína como pré-condição da mudança.


As coisas não estão terminadas. O mundo não está fechado à mudanças. O que não dá é sair tentando mudar as coisas de qualquer jeito. É aí que entra o CONSERVADORISMO: :emoticon10: há de se haver cuidado e critério antes de se implementar mudanças. Quem sabia explicar isso como ninguém era o saudoso Barry Goldwater, ex-senador pelo Arizona (antecessor de John McCain) e candidato à presidência pelo G.O.P. nas eleições de 1964.


Tudo isso pode parecer irrelevante para uma nação em que a imensa maioria se esforça para conseguir o essencial, a média de escolaridade pouco passa de cinco anos e os decentes sentem nojo da política. Engano. Se há país que não deva deixar de enfrentar e de superar a exaustão das ideologias é o Brasil. Participar da vanguarda dessa renovação ideológica no mundo é, para nós, imperativo de salvamento nacional; a forma herdada do debate ideológico deu-nos algo pior do que a estagnação econômica: o sentimento de que não há o que fazer.
Lutemos para traduzir a imaginação das alternativas em palavras e em iniciativas capazes de esclarecer e de inspirar cada brasileiro.


Não é irrelevante, não. O Brasil não pode ficar apenas em medidas paliativas. Nisso concordo com o texto.

Re: Confronto ideológico.

Enviado: 11 Abr 2006, 13:10
por clara campos
Poindtexer:

O liberalismo se destinaria a engrandecer o indivíduo, capacitando-o para resistir às opressões. Em todos os países contemporâneos, entretanto, mesmo naqueles que são muito mais ricos e igualitários do que o nosso, a sociedade continua divida em classes.


E daí? Qual é o problema nisso? Qualquer desigualdede de renda é "opressão", é? Isso aí é COMUNI*SMO!

onde é que no texto se fala em desigualdade de renda???? (renda=salário?) :emoticon5:
as desigualdades não se prendem somente com dinehiro,mas também com oportunidades.

E a maioria, mesmo quando salva da pobreza, não tem como viver vida ambiciosa e realizadora -vida que se torne maior, não menor, com a passagem dos anos.


Desde quando tudo é dinheiro? Isso lembra Marx! Isso aí é COMUNI*SMO!

o texto deixa bem claro que nada se resume a dinheiro.
ps-já leste marx?

É assim mesmo, pela própria natureza das coisas, ou devem os liberais reconstruir as instituições e transformar a cultura para serem fiéis a seu ideal libertador?

É assim, sim, pela natrureza do Ser Humano, mesmo!

o que é que é da natureza humana? a impossibilidade de algumas pessoas não puderem realizar a sua vida? e a possibilidade de lutar por essa realização, não está tb na natureza humana?

"Reconstruir instituições"? LÊNIN! COMUN*SMO!
"Transformar a cultura"? GRAMSCI! COMUN*SMO!

és uma beca obsecado não? Não me digas que também te disseram que os comunas comem criancinhas ao pequeno almoço... :emoticon5:

O nacionalismo abriria caminho para a invenção de expressões coletivas novas de vida e de consciência. Mas cadê as formas de organização política e social que dariam realidade a esse sonho, dotando os povos de meios para desbravar rumos antes desconhecidos, mesmo sem contarem com a provocação de guerras e colapsos econômicos?


Imagem

???

Sem tais meios, o nacionalismo ameaça virar engodo, facilitando a mobilização das frustrações para cruzadas opressoras.


Que livraram milhões de coreanos, afegães, somalis e iraquianos das mãos de opressões excruciantes.

tão bonzinhos os americanos, tão altruístas e preocupados com o bem estar dos seus irmãos cidadãos do mundo!
Reconstruir instituiçoes e transformar a cultura é mau porque é comunismo. Invadir países, sob falsos pretextos psedo-democráticos é efectivamente louvável.
Vê-se a alegria dos iraquianos, viu-se o júbilo dos vietnamitas...
O fascismo não é melhor que o comunismo sabes?

As coisas não estão terminadas. O mundo não está fechado à mudanças. O que não dá é sair tentando mudar as coisas de qualquer jeito. É aí que entra o CONSERVADORISMO: :emoticon10: há de se haver cuidado e critério antes de se implementar mudanças.

conservadorismo... pois...
mulher em casa a lavar pratos, virgindade pré-nupcial, matar todos os comunistas (prender não porque nada de alimentá-los com os nossos impostos), enfim...
Não sei bem o que defendes mas parece-me assutador :emoticon5:

Re.: Confronto ideológico.

Enviado: 11 Abr 2006, 14:17
por Poindexter
Cara clara,

Repare que o início da minha mensagem está em modo meio irônico. Eu estava brincando de enxergar Marx, Lênin e Gramsci em qualquer mínimo detalhe. Eu estava brincando de "caça às bruxas" naquela parte inicial.

Depois, quando saí do modo meio irônico, mostrei o mapa dos E.U.A. como exemplo de sucesso do Nacionalismo. Não estou falando do Nacionalismo ao estilo nazista (muito embora as esquerdas adorem tentar associar sempre o nacionalismo ao nazismo), mas sim do Nacionalismo que equivale à colaboração dentro de um povo para os objetivos do País. Ficou melhor explicado?

Com relação às guerras da Coréia e do Vietnã, tratava-se de preservar o mundo do Comun*smo, clara!

Com relação às Guerras do Iraque, pergunto: foi bom a Inglaterra e a França não terem retirado Hitler do poder antes de 1936 (ano da anexação da Áustria, marco inicial da expansão hitlerista)?

Finalmente, com relação ao Conservadorismo, ele não é isso que você está dizendo. Isso que você estpá dizendo chama-se FIXISMO, ou seja, o congelamento dos hábitos em um determinado momento histórico. O conservadorismo, como eu já expliquei, não é isso, clara! É não sair se enveredando por mudanças sem motivos sólidos para tal. É pensar bem antes de mudar. Desta forma, o conservadorismo se encaixa, sim, com a liberdade total das mulheres!


clara campos escreveu:onde é que no texto se fala em desigualdade de renda????


... a sociedade continua divida em classes.



clara campos escreveu: (renda=salário?) :emoticon5:


Cientificamente falando, não. No contexto que eu estava usando, sim.



clara campos escreveu:o que é que é da natureza humana? a impossibilidade de algumas pessoas não puderem realizar a sua vida? e a possibilidade de lutar por essa realização, não está tb na natureza humana?


Desigualdades sociais fazem parte da natureza humana.


clara campos escreveu:és uma beca obsecado não? Não me digas que também te disseram que os comunas comem criancinhas ao pequeno almoço... :emoticon5:


Pequeno almoço = lanche?

Já ouvi muitas vezes isso em tom de brincadeira. Isso aí virou um must da Guerra Fria.


OK? :emoticon45:

Re.: Confronto ideológico.

Enviado: 11 Abr 2006, 14:28
por Poindexter
Aliás, eu tenho uma dúvida, clara. Muito pouco ouvi falar do período de Salazar... só sei que depois que ele havia morrido houve uma tal de Revolução dos Cravos. Você teria algo a dizer sobre isso? Como isso é tratado por aí?

Enviado: 11 Abr 2006, 14:29
por Samael
Eu sinceramente não estou afim de discutir política hoje, mas não resisto. Vamos lá.

O texto é muito preciosista. Nenhum sistema funciona em seus mínimos detalhes pelo simples fato de sua idealização ser sempre utópica.

Não acho que o "capitalismo" seja solução para nada, nem acho que os liberais visem acabar com o sistema classista. Mas, se ao menos se mostrou superior ao socialismo (que apesar de, em sua gênese, ser "democrático", na aplicação real se mostra totalmente passível de totalitarismos).

Quanto ao fato dos EUA terem dado certo dentro desse sistema, é necessário se avaliar todo o processo histórico que o compõe. Eles passaram por duas guerras mundiais com seu parque industrial basicamente intacto, foram uma economia hegemônica no mundo a partir da destruição do Japão e da Alemanha, tiveram as facilidades do "petróleo barato" por muito tempo. E não me venha outrém atirar essa culpa ao "liberalismo" ou ao "néo-liberalismo" pois os EUA viveram boa parte da sua grandeza econômica nos tempos do New Deal e no Keynesianismo. E nisso incluo o keynesianismo estatal de Reagan. Vários fatores que se sobrepõe à política estatal estão envolvidos no processo.

Minha discordância do Poindexter, entretanto, é de dar cunho ideológico a determinadas guerras. Não nego o papel das ideologias, mas se os EUA inicaram uma guerra em qualquer parte do mundo, interesses bem materias estavam envolvidos. Se não o fôsse, já teriam se metido em todas as ditaduras falidas do terceiro mundo.

Abraços!

Re: Re.: Confronto ideológico.

Enviado: 11 Abr 2006, 14:31
por clara campos
Poindexter:
Repare que o início da minha mensagem está em modo meio irônico. Eu estava brincando de enxergar Marx, Lênin e Gramsci em qualquer mínimo detalhe. Eu estava brincando de "caça às bruxas" naquela parte inicial.

ok

Depois, quando saí do modo meio irônico, mostrei o mapa dos E.U.A. como exemplo de sucesso do Nacionalismo. Não estou falando do Nacionalismo ao estilo nazista (muito embora as esquerdas adorem tentar associar sempre o nacionalismo ao nazismo), mas sim do Nacionalismo que equivale à colaboração dentro de um povo para os objetivos do País. Ficou melhor explicado?

Não! creio que discordaremos aqui mas eu acho o nacionilsmo americano absolutamente decadente, repugnante, como aliás todo o tipo de nacionalismo.
O nacionalismo é associado ao nazismo porque foi um dos casos mais extremos e vê bem no que deu...

Com relação às guerras da Coréia e do Vietnã, tratava-se de preservar o mundo do Comun*smo, clara!

A que preço!!!!!! (e com que direito???)

Com relação às Guerras do Iraque, pergunto: foi bom a Inglaterra e a França não terem retirado Hitler do poder antes de 1936 (ano da anexação da Áustria, marco inicial da expansão hitlerista)?

Mau exemplo poind.
Primeiro-não é possível prever com exactidão o que teria acontecido (poderia ter vindo outro...)
Segundo-nada indica que Hussein estivesse a planear uma III GM
Terceiro-está mais que provado que as intensões de bush não eram "salvar o planeta"

Finalmente, com relação ao Conservadorismo, ele não é isso que você está dizendo. Isso que você estpá dizendo chama-se FIXISMO, ou seja, o congelamento dos hábitos em um determinado momento histórico. O conservadorismo, como eu já expliquei, não é isso, clara! É não sair se enveredando por mudanças sem motivos sólidos para tal. É pensar bem antes de mudar. Desta forma, o conservadorismo se encaixa, sim, com a liberdade total das mulheres!

É dificil não concordar contigo neste ponto, mas creio que estás a ser demasiado vago. Quando tiveres paciência gostaria que me fornecesses alguns exemplos de "mudanças sem motivos sólidos"

Caro poind.tenho que admitir que te acho deveras intrigante. Por um lado pareces-me relativamente sensível aos problemas sociais e humanos em geral, pelo outro vejo-te a defender o nacionalismo, criminalização do aborto e pena de morte, ideias que considero totalmente adversas ao humanismo. Talvez ao longo do tempo eu te consiga entender melhor, de momento estou assumidamente confusa.