críticas teológicas aos criacionismos
Enviado: 23 Abr 2006, 16:13
Críticas teológicas
Em "Intelligent Design as a Theological Problem" (Projeto Inteligente como um Problema Teológico), George Murphy argumenta contra a visão comum de que a vida na Terra em todas as suas formas seria uma evidência direta do ato de criação divina (Murphy cita a afirmação de Phillip Johnson sobre "um Deus que agiu livremente e deixou suas digitais em todas as evidências"). Murphy argumenta que essa visão de Deus é incompatível com a compreensão cristã de Deus como "aquele revelado na crucificação e ressurreição de Jesus." A base para essa teologia é Isaías 45:15, "Realmente tu és um Deus que esconde a ti mesmo, ó Deus de Israel, o Salvador." Esse verso inspirou Blaise Pascal a escrever, "o que chega aos nossos olhos não denota uma total ausência nem uma presença manifesta do divino, mas a presença de um Deus que oculta a si próprio". Na "Disputa de Heidelberg", Martinho Lutero se referiu ao mesmo verso bíblico para propor sua "teologia da cruz": "Uma pessoa não merece ser chamada de teólogo ao olhar para as coisas invisíveis de Deus ainda que elas sejam claramente perceptíveis nas coisas que realmente aconteceram... Ela merece ser chamado de teólogo, de qualquer forma, ao comprender as coisas visíveis e manifestas de Deus vistas através do sofrimento e da cruz."
Lutero opunha suateologia da cruz ao que ele chamava de "teologia da glória":
Um teólogo da glória não reconhece, junto com os apóstolos, o Deus oculto e crucificdo apenas [I Cor. 2.2]. elevê e fala da gloriosa manifestação de Deus em meio aos infiéis, como sua natureza invisível pode serconehcida pelas coisas que são visíveis [Cf. Rom. 1:20] e como ele está presente e poderoso em todas as coisas em todos os lugares.
Para Murphy, os criacionistas são os teólogos da glória dos dias modernos. Seguindo Lutero, Murphy argumenta que um verdadeiro cristão não pode descobrir a Deus a partir de pistas na criação, mas apenas em Jesus crucificado.
Murphy observa que a execução de um carpinteiro judeu por autoridades romanas é um evento ordinário em si mesmo e não requer ação divina. Ao contrário, para a crucificação ocorrer, Deus teve que limitar ou "esvaziar" a si mesmo. Foi por essa razão que Paulo escreveu, em Filipenses 2:3-8
Tenhais em mente entre vós, assim como teve Cristo Jesus, quem, ainda que fosse Deus, não viu nisso uma coisa para se apegar, mas esvaziou a si mesmo, tomando a forma de servo, tendo nascido na forma humana. E ao se encontrar na forma humana ele foi humilde a si mesmo e se tornou obediente até a morte, mesmo uma morte numa cruz.
Murphy conclui que,
Assim como o filho de Deus se limitou ao tomar uma forma humana e morrer numa cruz, Deus limita as ações divinas no mundo de acordo comas leis racionais que Deus escolheu. Isso permite a nós compreendermos o mundo em seus próprios termos, mas também significa que os processos naturais ocultam deus da observação científica.
Para Murphy, a teologia dea cruz requer que os cristãos aceitem um naturalismo metodológico, significando que não se pode invocar a Deus como explicação para fenômenos naturais, mas ao mesmo tempo reconhece que essa posição não requer a aceitação de um naturalismo metafísico, que propõe que a natureza é tudo que existe.
De acordo com Emil Brunner, "Deus não deseja ocupar todo seu espaço, mas deixar espaço para outras formas de existência... ao fazê-lo, Ele limita a Si mesmo." É onde Deus é limitado por si mesmo que os humanos devem usar sua própria inteligência para compreender o mundo e — comprender as leis da gravidade bem como a evolução – sem apelar para Deus como uma explicação.
Em março de 2006, o arcebismo de Canterbury, Rowan Williams, o líder mundial dos Anglicanos, declarou que se opunha ao ensino do criacionismo nas escolas. "Minha preocupação é que o criacionismo pode acabar reduzindo a doutrina da criação em vez de favorecê-la", William explicou. Também explicou que o criacionismo é "um tipo de erro categórico, como se a bíblia fosse uma teoria como outras teorias."
Santo Agostinho
Em seu trabalho "O Significado Literal do Gênesis" (De Genesi ad litteram libri duodecim) Santo Agostinho, embaraçado por cristãos que não iriam aceitar essa implicação da Doutrina da Criação, escreveu contra eles.
Geralmente, mesmo alguém que não é cristão conhece algo sobre a Terra, [...] e esse conhecimento é tido como sendo proveniente de razão e experiência. Agora, é uma perigosa desgraça para um infiel escutar um cristão, presumivelmente dando o significado da Escritura Sagrada, falar de absurdos nesses assuntos; e nós devemos usar de todos meios para prevenir uma situação tão embaraçosa, na qual pessoas mostram vasta ignorância num cristão e riem até o escárnio. A vergonha não é tanto que um indivíduo ignorante foi ridicularizado, mas pelas pessoas de fora do lar da fé pensem que nossos escritores sgrados tinham essas opiniões, e, pela grande perda desses pela qual a salvação nós nos esforçamos, os escritoes da nossa Escritura são criticados e rejeitados como homens ignorantes. Se eles encontram um cristão enganado num campo que eles mesmos conhecem bem e escutam-no mantendo suas opiniões tolas sobre nossos livros, como eles vão acreditar nesses livros no que se refere à ressurreição dos mortos, de esperança e vida eterna, e do reino do paraíso, quando eles pensam que essas páginas estão cheias de falsidades sobre fatos que eles mesmos aprenderam através de experiência e à luz da razão?
Origen
Origen, um estudioso cristão e teólogo, um dos mais distintos pais da jovem igreja cristã do século III, escreveu, em De Principiis:
Que pessoa inteligente poderia imaginar que houve um primeiro dia, então um segundo e terceiro dia, tarde e manhã, sem o sol, a lua e as estrelas? E que o primeiro dia — se é que faz sentido se chamar assim – existia mesmo sem o céu? Quem é tolo o suficiente para acreditar que, como um jardineiro humano, Deus plantou o Éden no oriente e colocou nele uma árvore da vida, física e visível, de forma que ao moder dessa fruta alguém obtivesse vida? E que ao comer de outra árvore, alguém fosse conhecer o bem e o mal? E quando é dito que Deus andou no jardim durante a tarde e que Adão se escondeu atrás de uma árvore, eu não posso imaginar que qualquer um iria duvidar que esses detalhes apontam simbólicamente para significados espirituais fazendo uso de uma narrativa histórica que não ocorreu literalmente.
Em "Intelligent Design as a Theological Problem" (Projeto Inteligente como um Problema Teológico), George Murphy argumenta contra a visão comum de que a vida na Terra em todas as suas formas seria uma evidência direta do ato de criação divina (Murphy cita a afirmação de Phillip Johnson sobre "um Deus que agiu livremente e deixou suas digitais em todas as evidências"). Murphy argumenta que essa visão de Deus é incompatível com a compreensão cristã de Deus como "aquele revelado na crucificação e ressurreição de Jesus." A base para essa teologia é Isaías 45:15, "Realmente tu és um Deus que esconde a ti mesmo, ó Deus de Israel, o Salvador." Esse verso inspirou Blaise Pascal a escrever, "o que chega aos nossos olhos não denota uma total ausência nem uma presença manifesta do divino, mas a presença de um Deus que oculta a si próprio". Na "Disputa de Heidelberg", Martinho Lutero se referiu ao mesmo verso bíblico para propor sua "teologia da cruz": "Uma pessoa não merece ser chamada de teólogo ao olhar para as coisas invisíveis de Deus ainda que elas sejam claramente perceptíveis nas coisas que realmente aconteceram... Ela merece ser chamado de teólogo, de qualquer forma, ao comprender as coisas visíveis e manifestas de Deus vistas através do sofrimento e da cruz."
Lutero opunha suateologia da cruz ao que ele chamava de "teologia da glória":
Um teólogo da glória não reconhece, junto com os apóstolos, o Deus oculto e crucificdo apenas [I Cor. 2.2]. elevê e fala da gloriosa manifestação de Deus em meio aos infiéis, como sua natureza invisível pode serconehcida pelas coisas que são visíveis [Cf. Rom. 1:20] e como ele está presente e poderoso em todas as coisas em todos os lugares.
Para Murphy, os criacionistas são os teólogos da glória dos dias modernos. Seguindo Lutero, Murphy argumenta que um verdadeiro cristão não pode descobrir a Deus a partir de pistas na criação, mas apenas em Jesus crucificado.
Murphy observa que a execução de um carpinteiro judeu por autoridades romanas é um evento ordinário em si mesmo e não requer ação divina. Ao contrário, para a crucificação ocorrer, Deus teve que limitar ou "esvaziar" a si mesmo. Foi por essa razão que Paulo escreveu, em Filipenses 2:3-8
Tenhais em mente entre vós, assim como teve Cristo Jesus, quem, ainda que fosse Deus, não viu nisso uma coisa para se apegar, mas esvaziou a si mesmo, tomando a forma de servo, tendo nascido na forma humana. E ao se encontrar na forma humana ele foi humilde a si mesmo e se tornou obediente até a morte, mesmo uma morte numa cruz.
Murphy conclui que,
Assim como o filho de Deus se limitou ao tomar uma forma humana e morrer numa cruz, Deus limita as ações divinas no mundo de acordo comas leis racionais que Deus escolheu. Isso permite a nós compreendermos o mundo em seus próprios termos, mas também significa que os processos naturais ocultam deus da observação científica.
Para Murphy, a teologia dea cruz requer que os cristãos aceitem um naturalismo metodológico, significando que não se pode invocar a Deus como explicação para fenômenos naturais, mas ao mesmo tempo reconhece que essa posição não requer a aceitação de um naturalismo metafísico, que propõe que a natureza é tudo que existe.
De acordo com Emil Brunner, "Deus não deseja ocupar todo seu espaço, mas deixar espaço para outras formas de existência... ao fazê-lo, Ele limita a Si mesmo." É onde Deus é limitado por si mesmo que os humanos devem usar sua própria inteligência para compreender o mundo e — comprender as leis da gravidade bem como a evolução – sem apelar para Deus como uma explicação.
Em março de 2006, o arcebismo de Canterbury, Rowan Williams, o líder mundial dos Anglicanos, declarou que se opunha ao ensino do criacionismo nas escolas. "Minha preocupação é que o criacionismo pode acabar reduzindo a doutrina da criação em vez de favorecê-la", William explicou. Também explicou que o criacionismo é "um tipo de erro categórico, como se a bíblia fosse uma teoria como outras teorias."
Santo Agostinho
Em seu trabalho "O Significado Literal do Gênesis" (De Genesi ad litteram libri duodecim) Santo Agostinho, embaraçado por cristãos que não iriam aceitar essa implicação da Doutrina da Criação, escreveu contra eles.
Geralmente, mesmo alguém que não é cristão conhece algo sobre a Terra, [...] e esse conhecimento é tido como sendo proveniente de razão e experiência. Agora, é uma perigosa desgraça para um infiel escutar um cristão, presumivelmente dando o significado da Escritura Sagrada, falar de absurdos nesses assuntos; e nós devemos usar de todos meios para prevenir uma situação tão embaraçosa, na qual pessoas mostram vasta ignorância num cristão e riem até o escárnio. A vergonha não é tanto que um indivíduo ignorante foi ridicularizado, mas pelas pessoas de fora do lar da fé pensem que nossos escritores sgrados tinham essas opiniões, e, pela grande perda desses pela qual a salvação nós nos esforçamos, os escritoes da nossa Escritura são criticados e rejeitados como homens ignorantes. Se eles encontram um cristão enganado num campo que eles mesmos conhecem bem e escutam-no mantendo suas opiniões tolas sobre nossos livros, como eles vão acreditar nesses livros no que se refere à ressurreição dos mortos, de esperança e vida eterna, e do reino do paraíso, quando eles pensam que essas páginas estão cheias de falsidades sobre fatos que eles mesmos aprenderam através de experiência e à luz da razão?
Origen
Origen, um estudioso cristão e teólogo, um dos mais distintos pais da jovem igreja cristã do século III, escreveu, em De Principiis:
Que pessoa inteligente poderia imaginar que houve um primeiro dia, então um segundo e terceiro dia, tarde e manhã, sem o sol, a lua e as estrelas? E que o primeiro dia — se é que faz sentido se chamar assim – existia mesmo sem o céu? Quem é tolo o suficiente para acreditar que, como um jardineiro humano, Deus plantou o Éden no oriente e colocou nele uma árvore da vida, física e visível, de forma que ao moder dessa fruta alguém obtivesse vida? E que ao comer de outra árvore, alguém fosse conhecer o bem e o mal? E quando é dito que Deus andou no jardim durante a tarde e que Adão se escondeu atrás de uma árvore, eu não posso imaginar que qualquer um iria duvidar que esses detalhes apontam simbólicamente para significados espirituais fazendo uso de uma narrativa histórica que não ocorreu literalmente.