VOA IRÃ! VOA!!!
Enviado: 23 Abr 2006, 17:54
Como Bush deve atacar o Irã
Em vez de um grande bombardeio ou invasão por terra, a ofensiva americana contra o país dos aiatolás se limitaria a ataques "cirúrgicos" contra alvos específicos, como as centrais atômicas
RODRIGO LOPES
Esqueça a chuva de bombas, o "choque e pavor" e a invasão por terra da Guerra do Iraque. Cada vez mais provável, o ataque americano ao Irã deverá se limitar a um bombardeio contra alvos específicos - no caso, as centrais nucleares iranianas. Desde março, militares das forças especiais dos EUA estariam infiltrados em território inimigo, buscando listar alvos e cooptar apoio de grupos da oposição aos aiatolás.
Detalhes do plano foram descritos pelo premiadíssimo jornalista americano Seymour Hersh na revista The New Yorker. Autor das denúncias que detonaram os escândalos de tortura em Abu Ghraib, no Iraque, Hersh é hoje um dos mais bem informados repórteres americanos, com fontes influentes no Pentágono e na Casa Branca.
A nova menina dos olhos dos generais americanos para destruir as unidades nucleares iranianas é uma bomba antibunker com ogiva atômica, a B61-11. Lançado pelos aviões invisíveis B-2, o artefato pode penetrar até seis metros na terra, destruindo laboratórios subterrâneos. Instalações na superfície seriam atingidas com mísseis Tomahawk disparados de caças baseados em porta-aviões nos golfos Pérsico e de Omã ou em países vizinhos. Fácil? Nem tanto.
- O Irã domina todo o seu território, tem radares e uma indústria bélica funcionando - adverte o analista militar Nelson Düring, editor do site Defesanet.com.br
Iranianos poderiam tentar abalar fluxo de petróleo do Oriente Médio
A estratégia baseia-se na premissa de que a eliminação de suas centrais nucleares humilharia o governo. Na seqüência, a oposição se levantaria, em uma rebelião interna que levaria o regime dos aiatolás ao colapso.
Cérebro da política externa pós-11 de Setembro - a chamada Doutrina Bush, que rendeu a Guerra do Afeganistão e a do Iraque -, o ex-subsecretário de Defesa e atual presidente do Banco Mundial Paul Wolfowitz cedeu lugar a Patrick Clawson, diretor do Instituto para a Estratégia do Oriente Médio. É dele a idéia de "mudança de regime" no Irã.
Com os EUA sem condições de abrir um novo front por terra - já que 150 mil homens estão no Iraque -, os ataques cirúrgicos seriam a guerra dos sonhos dos estrategistas. Mas, na realidade, bombardear o Irã pode criar um conflito maior e afetar radicalmente as exportações de petróleo do Oriente Médio. Petroleiros que seguem rota pelo estreito de Ormuz (veja abaixo) são um prato perfeito para os aviões F-14 e Mirage iranianos.
Ou seja, basta uma ordem da Casa Branca, e o programa nuclear iraniano voa pelos ares. O problema, como no Iraque, vem depois.
http://zh.clicrbs.com.br
Em vez de um grande bombardeio ou invasão por terra, a ofensiva americana contra o país dos aiatolás se limitaria a ataques "cirúrgicos" contra alvos específicos, como as centrais atômicas
RODRIGO LOPES
Esqueça a chuva de bombas, o "choque e pavor" e a invasão por terra da Guerra do Iraque. Cada vez mais provável, o ataque americano ao Irã deverá se limitar a um bombardeio contra alvos específicos - no caso, as centrais nucleares iranianas. Desde março, militares das forças especiais dos EUA estariam infiltrados em território inimigo, buscando listar alvos e cooptar apoio de grupos da oposição aos aiatolás.
Detalhes do plano foram descritos pelo premiadíssimo jornalista americano Seymour Hersh na revista The New Yorker. Autor das denúncias que detonaram os escândalos de tortura em Abu Ghraib, no Iraque, Hersh é hoje um dos mais bem informados repórteres americanos, com fontes influentes no Pentágono e na Casa Branca.
A nova menina dos olhos dos generais americanos para destruir as unidades nucleares iranianas é uma bomba antibunker com ogiva atômica, a B61-11. Lançado pelos aviões invisíveis B-2, o artefato pode penetrar até seis metros na terra, destruindo laboratórios subterrâneos. Instalações na superfície seriam atingidas com mísseis Tomahawk disparados de caças baseados em porta-aviões nos golfos Pérsico e de Omã ou em países vizinhos. Fácil? Nem tanto.
- O Irã domina todo o seu território, tem radares e uma indústria bélica funcionando - adverte o analista militar Nelson Düring, editor do site Defesanet.com.br
Iranianos poderiam tentar abalar fluxo de petróleo do Oriente Médio
A estratégia baseia-se na premissa de que a eliminação de suas centrais nucleares humilharia o governo. Na seqüência, a oposição se levantaria, em uma rebelião interna que levaria o regime dos aiatolás ao colapso.
Cérebro da política externa pós-11 de Setembro - a chamada Doutrina Bush, que rendeu a Guerra do Afeganistão e a do Iraque -, o ex-subsecretário de Defesa e atual presidente do Banco Mundial Paul Wolfowitz cedeu lugar a Patrick Clawson, diretor do Instituto para a Estratégia do Oriente Médio. É dele a idéia de "mudança de regime" no Irã.
Com os EUA sem condições de abrir um novo front por terra - já que 150 mil homens estão no Iraque -, os ataques cirúrgicos seriam a guerra dos sonhos dos estrategistas. Mas, na realidade, bombardear o Irã pode criar um conflito maior e afetar radicalmente as exportações de petróleo do Oriente Médio. Petroleiros que seguem rota pelo estreito de Ormuz (veja abaixo) são um prato perfeito para os aviões F-14 e Mirage iranianos.
Ou seja, basta uma ordem da Casa Branca, e o programa nuclear iraniano voa pelos ares. O problema, como no Iraque, vem depois.
http://zh.clicrbs.com.br