Dalai Lama visita o Brasil
Enviado: 26 Abr 2006, 23:35
Dalai Lama defende em SP investigação pela mídia
O líder espiritual tibetano, o 14º Dalai Lama, convocou nesta quarta-feira os profissionais de imprensa a cumprir o seu papel na sociedade, investigando e divulgando as informações com imparcialidade. Na primeira aparição pública nesta sua visita a São Paulo, o ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1989 quis compartilhar com a mídia duas de suas principais bandeiras de luta: a promoção dos valores humanos e a da harmonia religiosa.
"Eu gosto de brincar que os profissionais da mídia devem ter um nariz bem comprido, como a tromba de um elefante, para farejar as coisas, indo longe, em toda a parte", disse Tenzin Gyatso, o Dalai Lama, em entrevista realizada no auditório da sede de um grande banco estrangeiro, na zona sul da capital paulista.
"E aquilo que vocês encontrarem devem divulgar ao público, de forma clara, mas com a motivação sincera, sem viés, sem preconceito, de uma forma verdadeira e genuína", completou a recomendação.
Nesta terceira visita ao Brasil - ele participou da conferência sobre meio ambiente no Rio de Janeiro em 1992 e visitou Brasília e Curitiba em 1999 -, o líder tibetano fará palestras sobre a filosofia budista na saúde e na ciência. O principal evento ocorrerá no Ginásio do Ibirapuera, no sábado, e há poucos lugares disponíveis.
Sobre o interesse crescente dos brasileiros pelo budismo, o monge sugeriu que as pessoas mantenham suas religiões. "Em razão do meu respeito e da minha admiração por outras tradições religiosas, eu sempre aconselho as pessoas que é melhor e mais seguro que cada um conserve a sua tradição religiosa... ao invés de adotar uma nova."
Apesar de reconhecer que todas as religiões têm aspectos singulares que podem ser incorporados por seguidores de outras crenças, o Dalai Lama criticou o que chama de tendência "new age". "Por vezes, vemos uma tendência new age, de alguém que pega um pouco daqui, um pouco de lá, coloca tudo num liquidificador, mistura tudo, e às vezes coloca um rótulo de novo budismo. Acho que isso é um erro, é melhor que você siga uma tradição autêntica", disse.
Prova da reencarnação
O diálogo entre a religião e a ciência será tratado na sexta-feira, em um seminário promovido pela Universidade Federal de São Paulo, no Palácio de Convenções do Anhembi. O líder espiritual se mostrou aberto a aceitar as descobertas científicas, mesmo aquelas que possam ir contra princípios do budismo.
"Se houver uma constatação científica de que a mente não continua após a morte, se ficar provado que essa colocação é falha ou não é factível por alguma razão, os budistas teriam que reformar seus conceitos", admitiu.
Ele ressaltou, no entanto, que a impossibilidade de se provar a continuidade da mente após a morte não significa que está provada a sua descontinuidade.
Depois do Brasil, o Dalai Lama visitará a Argentina, principal rival do futebol brasileiro. Mas nem o calendário, nem a paixão dos sul-americanos pela bola parecem ter força para contagiar o líder espiritual.
Em ano de Copa do Mundo na Alemanha, o monge prefere distância do assunto e respondeu com um singelo "não" sobre se gosta de futebol ou tem preferência por alguma seleção.
http://noticias.terra.com.br/brasil/int ... 06,00.html

O líder espiritual tibetano, o 14º Dalai Lama, convocou nesta quarta-feira os profissionais de imprensa a cumprir o seu papel na sociedade, investigando e divulgando as informações com imparcialidade. Na primeira aparição pública nesta sua visita a São Paulo, o ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1989 quis compartilhar com a mídia duas de suas principais bandeiras de luta: a promoção dos valores humanos e a da harmonia religiosa.
"Eu gosto de brincar que os profissionais da mídia devem ter um nariz bem comprido, como a tromba de um elefante, para farejar as coisas, indo longe, em toda a parte", disse Tenzin Gyatso, o Dalai Lama, em entrevista realizada no auditório da sede de um grande banco estrangeiro, na zona sul da capital paulista.
"E aquilo que vocês encontrarem devem divulgar ao público, de forma clara, mas com a motivação sincera, sem viés, sem preconceito, de uma forma verdadeira e genuína", completou a recomendação.
Nesta terceira visita ao Brasil - ele participou da conferência sobre meio ambiente no Rio de Janeiro em 1992 e visitou Brasília e Curitiba em 1999 -, o líder tibetano fará palestras sobre a filosofia budista na saúde e na ciência. O principal evento ocorrerá no Ginásio do Ibirapuera, no sábado, e há poucos lugares disponíveis.
Sobre o interesse crescente dos brasileiros pelo budismo, o monge sugeriu que as pessoas mantenham suas religiões. "Em razão do meu respeito e da minha admiração por outras tradições religiosas, eu sempre aconselho as pessoas que é melhor e mais seguro que cada um conserve a sua tradição religiosa... ao invés de adotar uma nova."
Apesar de reconhecer que todas as religiões têm aspectos singulares que podem ser incorporados por seguidores de outras crenças, o Dalai Lama criticou o que chama de tendência "new age". "Por vezes, vemos uma tendência new age, de alguém que pega um pouco daqui, um pouco de lá, coloca tudo num liquidificador, mistura tudo, e às vezes coloca um rótulo de novo budismo. Acho que isso é um erro, é melhor que você siga uma tradição autêntica", disse.
Prova da reencarnação
O diálogo entre a religião e a ciência será tratado na sexta-feira, em um seminário promovido pela Universidade Federal de São Paulo, no Palácio de Convenções do Anhembi. O líder espiritual se mostrou aberto a aceitar as descobertas científicas, mesmo aquelas que possam ir contra princípios do budismo.
"Se houver uma constatação científica de que a mente não continua após a morte, se ficar provado que essa colocação é falha ou não é factível por alguma razão, os budistas teriam que reformar seus conceitos", admitiu.
Ele ressaltou, no entanto, que a impossibilidade de se provar a continuidade da mente após a morte não significa que está provada a sua descontinuidade.
Depois do Brasil, o Dalai Lama visitará a Argentina, principal rival do futebol brasileiro. Mas nem o calendário, nem a paixão dos sul-americanos pela bola parecem ter força para contagiar o líder espiritual.
Em ano de Copa do Mundo na Alemanha, o monge prefere distância do assunto e respondeu com um singelo "não" sobre se gosta de futebol ou tem preferência por alguma seleção.
http://noticias.terra.com.br/brasil/int ... 06,00.html