Página 1 de 1

A Questão da Nomenclatura em Parapsicologia

Enviado: 11 Nov 2005, 12:54
por Aurelio Moraes
A Questão da Nomenclatura em Parapsicologia Imprimir E-mail

Machado, F. R. (1997). A Questão da Nomenclaruta em Parapsicologia. Anuário Brasileiro de Parapsicologia, nº 2. Recife: IPPP.

Profa. Dra. Fátima Regina Machado

Este artigo visa levantar mais uma vez a questão da nomenclatura utilizada em Parapsicologia, principalmente entre os parapsicológos brasileiros. De forma alguma tem a pretensão de esgotar o tema, visto que este tem sido conteúdo de diversas discussões na área e apresenta-se bastante complexo. Este trabalho apenas revisa alguns termos importantes que são utilizados a nível internacional, chamando a atenção para a importância de atualização dos estudiosos em Parapsicologia sobre o que ocorre no campo a nível mundial e a necessidade de falarmos “a mesma língua”.

Nossa Torre de Babel

Curiosamente, ainda figura entre os principais problemas enfrentados pela Parapsicologia no Brasil, o desacôrdo sobre como denominar os fenômenos parapsicológicos. Estudiosos da Parapsicologia que atuam no país - infelizmente, em sua grande maioria, ainda apenas em relação a discussões teóricas e não em pesquisas de campo ou de laboratório - adotam terminologias diversas para designar um mesmo tipo de fenômeno, ou, mais rigorosamente, experiência psi. Isto provoca, em especial, dois contratempos: (a) confunde o público leigo que recebe informações diversas sobre a Parapsicologia, sem solidificar um conhecimento básico e atualizado sobre o assunto; (b) dificulta a comunicação entre os próprios parapsicólogos, que vez por outra não se entendem devido ao fato de não “falarem a mesma língua”, ainda que compartilhem do português como idioma pátrio.
* A questão da nomenclatura não é muito simples de ser resolvida. Os grandes avanços no campo parapsicológico não ocorrem efetivamente em nosso país, onde o desenvolvimento de pesquisas ainda é precário por vários fatores: problemas econômicos, falta de informação, acomodação dos parapsicólogos, impedimentos por motivos políticos ligados a vaidades pessoais etc. Assim sendo, vários novos termos que vão surgindo a nível mundial - e até mesmo os que já figuram de longa data - carecem de uma tradução adequada à nossa língua. Um recurso que tem sido utilizado freqüentemente é manter a sigla em inglês, como é utilizada internacionalmente, e traduzir apenas o referido nome por extenso. (Ex. : ESP, do inglês extra sensory perception, que conhecemos como percepção extra-sensorial.)

Vale lembrar que a Parapsicologia não é provinciana: é uma ciência que se desenvolve a nível internacional e, portanto, não podemos nos fechar em nós mesmos, em nosso país, e decidir sozinhos o que faremos com ela. Estamos imersos no mundo parapsicológico - ainda que estejamos gatinhando dentro dele - por isso é preciso abrir os olhos para o que está além de nossas fronteiras. Obviamente existem barreiras de linguagem (Alvarado, 1989) que ainda dificultam a comunicação entrre pesquisadores, mas ao invés de nos lamentarmos quanto a isto, está na hora de começarmos a nos mexer para resolver isto. Nada impede que reflitamos acerca do campo e façamos sugestões acerca de novas nomenclaturas ou proponhamos novos tipos de pesquisa. Isto, aliás, seria excelente! Porém, há que se ter em mente que isto deveria ser exposto a nível da comunidade científica internacional, que teria a possibilidade de conhecer nossas idéias, discuti-las, criticá-las e, talvez, aceitá-la. Que fique claro não devemos apenas receber informações estrangeiras e aceitá-las passivamente. Antes, defendo o diálogo, através do qual, também podemos avaliar propostas e idéias dos colegas de outros países, criticar, sugerir. [2]

Voltando especificamente à questão da nomenclatura, pode-se dizer que apesar de a grande maioria dos pesquisadores em Parapsicologia adotar a terminologia proposta por Rhine, há ainda muita controvérsia sobre a denominação dos fenômenos parapsicológicos. Essa controvérsia reside principalmente no fato de os termos e denominações de fenômenos ou experiências estarem sujeitos aos avanços das pesquisas as quais, ao lançarem luz sobre determinado meandro parapsicológico, muitas vezes levam à reconsideração da terminologia referente àquele determinado estudo.

No Brasil, a desatualização quanto à terminologia mundialmente vigente - ainda que haja discordâncias - ocorre principalmente por falta de contato da grande maioria dos estudiosos da Parapsicologia com a a literatura e a comunidade científica internacional, o que faz com que muitos ainda utilizem e divulguem termos arcaicos que já há muito caíram em desuso, como a denominação proposta por Richet no Tratado de Metapsíquica (1922).

Discussões sobre nomenclatura em Parapsicologia



Segundo Walter F.Prince (1921), os principais problemas que a diversidade de termos provoca são (a) diferentes significados para um mesmo termo, (b) diferentes termos para um mesmo fenômeno e (c) novas e confusas definições de palavras já em uso na linguagem comum ou científica. Isto foi discutido, entre outros autores, por Nancy Zingrone e Carlos Alvarado que afirmam ser difícil se chegar a um consenso na área. (Zingrone & Alvarado, 1987, p. 67) Vários congressos e conferências foram realizados em tentativas de padronização: Copenhague (1921), Varsóvia (1923), Paris (1927), Atenas (1930), Sienna (1949), Utrech (1953). Além disso, mais recentemente algumas conferências sobre o tema são apresentadas em congressos e artigos a respeito foram publicados. (Beloff, 1979; Lucadou, 1984; Neppe, 1984, Thalbourne, 1985; Zingrone e Alvarado, 1987; Zangari, 1993) Vários glossários foram propostos, porém, o que alcança maior consenso quanto a sua utilidade é o de Thalbourne (1982). (Zingrone & Alvarado, 1987, pp. 65 e 66)

Como já foi dito, entre as várias denominações existentes para designar os fenômenos parapsicológicos, há quem prefira a nomenclatura proposta por Charles Richet utilizada na Metapsíquica[3]. Essa nomenclatura dividia os fenômenos paranormais em dois grandes grupos: os objetivos e os subjetivos. Estes, por sua vez, se subdividiam em várias denominações, muito semelhantes aos termos utilizados pelo Pe. Quevedo em seus livros. (Quevedo, 1982) Abrindo um parêntese, vale dizer que Quevedo utiliza a nomenclatura de Richet pelo fato de ela facilitar o cumprimento dos objetivos de Quevedo: desmascarar os chamados fenômenos espíritas. Sendo essa nomenclatura detalhada, provê recursos para encontrar explicações supostamente científicas para essas ocorrências. (Machado, 1996) Sendo, porém, a nomenclatura de Richet já obsoleta, por ora importa apenas dizer que os fenômenos subjetivos seriam aqueles ocorridos exclusivamente em termos psíquicos, sem ação dinâmica sobre os objetos materiais; os fenômenos objetivos seriam aqueles que envolvem ação física sobre o ambiente em que se manifestam.

Em 1953, foi realizado o I Congresso Internacional de Parapsicologia, na cidade de Utrech, Holanda, com a finalidade de estabelecer uma terminologia única a ser adotada pelos pesquisadores. Optou-se pela nomenclatura proposta por Thouless e Wiesner. Ficou decidido que os fenômenos parapsicológicos em geral seriam chamados de fenômenos psi[4], que foram subdivididos em dois grandes grupos: psi-gamma, correspondente aos fenômenos subjetivos, e psi-kappa, correspondente aos fenômenos objetivos. Alguns pesquisadores que admitem a intervenção de seres incorpóreos chamam os fenômenos que supostamente seriam produzidos por esses seres de psi-theta[5]. Porém, desde há muito, já não se utiliza mais, a nível internacional, os termos psi-gamma e psi-kappa, que já se tornaram, também, obsoletos.

Há ainda a questão da utilização do termo paranormal para designar os fenômenos parapsicológicos. Levanta-se uma série de discussões a respeito disso, questionando-se o sentido dessa denominação. Zangari (1993) expõe a opinião de outros parapsicólogos (Andrade, 1976; Borges, 1992; Irwin, 1989; Quevedo, 1982; Rao e Palmer, 1987; Stanford, 1977) e as discute em um artigo sobre a utilização do termo paranormal. Depois de discutir a etmologia da palavra paranormal, Zangari diz:

“... um fenômeno paranormal seria aquele para o qual a ciência não tem explicação, ou que se encontra fora de nossa expectativa, fora de nossas experiências do dia-a-dia, fora do padrão de experiências às quais estamos acostumados. Será que utilizando ‘fenômeno paranormal’ neste sentido poderíamos definir o campo de estudo da Parapsicologia? (...) Atribuir à Parapsicologia o dever de conhecer o que as outras ciências não conhecem seria o mesmo que imobilizar o progresso das ciências. Como sabemos, as ciências estão, a cada momento, se deparando com perguntas a respeito de seus objetos de estudo. Tais perguntas, por um lado, representam as limitações do conhecimento, mas, por outro, representam o estímulo da pesquisa científica. Se à Parapsicologia coubesse conhecer tudo o que as demaisciências não conhecem, não haveria mais necessidade de outras ciências, o que seria um absurdo. A Parapsicologia não tem tal abrangência.” (Zangari, 1993, p. 14)



Apesar de não haver consenso entre a utilização ou não da expressão paranormal em Parapsicologia, tenta-se amenizar os problemas de significação desse termo através de delimitações de significados que seriam próprias no caso de ele ser aplicado nesse campo de estudo.

Nomenclatura atual



Atualmente, a forma mais comum de se referir aos fenômenos pelos pesquisadores acadêmicos é aquela proposta e/ou utilizada por Joseph Banks Rhine. O Dr. Rhine adotou para denominação dos fenômenos subjetivos o termo percepção extra-sensorial (ESP, do inglês extrasensory perception) e, para os objetivos, psicocinesia. Essa nomenclatura se refere, sobretudo, à função psi, ou seja, à faculdade atribuída à mente capaz de produzir fenômenos psi. (Cf. Rhine, 1934, 1937, 1947, 1953; Rhine et al., 1966; Rhine & Rhine, 1943)

Os termos percepção extra-sensorial (ESP) e psicocinesia (PK) não foram cunhados por J.B.Rhine. O termo percepção extra-sensorial foi usado anteriormente por Pagenstecher (1924), Fisher(1926) e Sainville (1927) com o mesmo sentido empregado pelo Dr. Rhine. O termo psicocinesia foi usado por Holt em 1914 para designar o poder necessário para a realização da comunicação mediúnica, e Boirac usou o termo psicocinesia vital em 1908 com um sentido semelhante à psicocinesia de Rhine. (Zingrone & Alvarado, 1987, p. 51)

Segundo Joseph Rush, um dos autores de Foundations of Parapsychology (1987) um dos livros mais respeitados na área:

“A Parapsicologia (...) é o campo científico que estuda as interações sensoriais e motoras que aparentemente não são mediadas por nenhum mecanismo ou agente físico conhecido.” (Edge et al., 1987, p. 4)

Dependendo do modo como essas interações com o meio-ambiente ou com outros seres humanos ocorrem, há uma denominação específica para designá-las.

A percepção extra-sensorial, conhecida pela sigla ESP se refere a uma capacidade humana ligada à aquisição de conhecimento. Através da ESP as pessoas teriam a possibilidade de adquirir ou receber informações de modo diferente dos meios convencionais, isto é, sem que ninguém lhes diga nada, sem que qualquer pista de linguagem corporal contribua para que as informações sejam conhecidas ou sem que alguma mensagem escrita ou gravada seja recebida. De alguma forma, ultrapassando os limites dos sentidos humanos conhecidos, há a possibilidade de transmissão ou captação de informações. Diz-se transmissão ou captação porque, apesar de todas as pesquisas já realizadas sobre a ESP já terem apontado muitas pistas acerca de seu funcionamento, ainda não está claro se a mensagem envolvida nesse fenômeno é transmitida ou é captada ou ambos ao mesmo tempo. Já surgiram diversas teorias para tentar explicar não apenas esse mecanismo, mas também a natureza da ESP, porém nenhuma ainda foi considerada definitiva. Os testes demonstram - apesar da objeção dos céticos - que realmente algo acontece em certas circunstâncias que parece envolver algum tipo de capacidade humana que se adequa à hipótese de utilização da ESP. Porém essa falta de uma teoria consensual entre os próprios pesquisadores do campo constitui um obstáculo para o convencimento da existência de ESP daqueles que ainda colocam em xeque essa capacidade humana.

É importante dizer que o termo percepção extra-sensorial também é questionadoo que não significa, porém, que devamos abandonar essa denominação imediatamente.

“Muitos parapsicólogos agora concordam que o termo ‘percepçào extra-sensorial’ é uma expressão infeliz, uma vez que sugere que os referidos fenômenos são de natureza perceptiva, ou quase perceptiva. Mas, a menos que nossa visão sobre a percepção comum esteja seriamente equivocada (uma possibilidade que deve ser deixada em aberto), as várias formas de ESP aparentemente envolvem processos aparentemente bem diferentes das modalidades de sentido que nos são familiares. Não estou sugerindo que abandonemos o termo ‘ESP’; no momento ele ele é muito bem entrincheirado para ser amputado. Mas devemos estar alerta para não ficarmos seduzidos a pensar que a ESP seja algo parecido com a percepção comum.” (Braude, 1979, p.3)

Um dos maiores desafios para os estudiosos da ESP é a questão da violação das leis de tempo e espaço propostas pela Física clássica. A percepção extra-sensorial divide-se, didaticamente, em telepatia e clarividência. A telepatia ocorre quando há transmissão ou captação de informação entre duas pessoas. Quando a informação é obtida do meio ambiente, sem o envolvimento de uma outra mente, diz-se que ocorreu um fenômeno de clarividência. As pesquisas evidenciam que não há limites de distância entre a pessoa que “recebe” a informação e a pessoa ou local de onde ela possivelmente teria partido. Portanto, desafia os limites impostos pelo conceito de espaço em Física.

Quanto ao tempo, tanto a telepatia quanto a clarividência podem ser: (a) precognitivas (quando a informação se refere a um fato que ocorrerá no futuro); (b) simulcognitivas (quando o fato está ocorrendo no mesmo momento em que a informação é transmitida ou captada); (c) retrocognitivas (quando diz respeito a um evento ocorrido no passado sobre o qual a pessoa que “recebe” a informação não tinha conhecimento prévio).

Como foi dito, essa divisão é meramente didática e serve mais para estabelecer parâmetros de objetivos nos experimentos feitos em laboratórios. No caso dos fenômenos psi que ocorrem no cotidiano, muitas vezes é impossível distinguir e denominar didaticamente o que ocorreu. Por isso, Rhine introduziu a denominação percepção extra-sensorial em geral para englobar tanto os fenômenos de telepatia quanto os de clarividência. A sigla utilizada para a percepção extra-sensorial em geral é GESP, do inglês general extrasensory perception. (Beloff, 1993, p. 135)

A psicocinesia, outra categoria de fenômenos estudada pela Parapsicologia, diz respeito aos fenômenos extra-motores. Assim, a psicocinesia, ou PK (do inglês psychokinesis), está relacionada à movimentação de objetos sem a intervenção dos músculos ou utilização de algum aparelho ou mecanismo conhecido. Popularmente, a PK é conhecida como a ação da mente sobre a matéria.

A PK está envolvida nos casos das chamadas casas mal-assombradas ou poltergeist onde, tendo sido descartadas as possibilidades de fraude ou de má-interpretação de fenômenos físicos ou químicos considerados naturais, ocorre a movimentação, quebra e desaparecimento de objetos, combustão espontânea, queda de pedras dentro da casa, aparecimento inexplicável de água pelo local ou de fezes nos alimentos, comprometimento das instalações elétricas e sons e vozes cuja origem é desconhecida. A esses fenômenos que são diretamente observáveis, ainda que mais raros do que os de ESP, dá-se o nome técnico de macro-PK. Atualmente, o principal pesquisador dos fenômenos de macro-PK em casos espontâneos do tipo poltergeist é William Roll.

Há ainda outro tipo de PK, a chamada micro-PK, que se refere à influência mental sobre sistemas computadorizados, micro-organismos e sistemas vivos, em geral. Nesses casos, os efeitos da influência psicocinética não podem ser diretamente observados, dependendo do levantamento estatístico das respostas dos computadores ou de aparelhos que meçam a alteração fisiológica dos sistemas vivos. Incluem-se aqui as pesquisas relacionadas às curas através da possível atuação mental sobre um indivíduo doente e à influência no crescimento de plantas, o que é tecnicamente chamado de influência mental direta sobre sistemas vivos ou DMILS, do inglês direct mental influence on living sistems.

Apesar de Joseph Banks Rhine pressupor que a psicocinesia não se trataria de algo físico, mas sim de algo não-fisico, não há consenso entre os pesquisadores que se dedicam à pesquisa de PK sobre o que realmente faz com que aconteça essa modificação. (Palmer, 1993, p. 177) Já se sabe a respeito das razões e condições psicológicas que influenciam na ocorrência de tais casos, mas ainda não está definitivamente demonstrado se a natureza de PK é física ou espiritual (no sentido filosófico do termo). (Machado e Zangari, 1995)

Até o momento, há apenas definições negativas sobre os fenômenos parapsicológicos. Sabe-se o que eles não envolvem, mas não se conseguiu ainda descobrir sua verdadeira natureza. Há quem defenda que evidências obtidas através da pesquisa experimental apontam para a possibilidade de que ESP e PK teriam a mesma natureza, apenas manifestando-se de modo diferente. Talvez os termos ESP e PK também não passem apenas de uma divisão didática. (Braude, 1979)

A Parapsicologia também se ocupa do estudo dos fantasmas e aparições, e das experiências de lembranças de vidas passadas. Isto porque esses tipos de vivências podem constituir fenômenos psi e a situação em que esses fenômenos ou experiências ocorrem são importantes para trazer luz às pesquisas realizadas. É necessário que fique claro que a Parapsicologia não cuida apenas de fenômenos genuinamente parapsicológicos. No caso da investigação de ocorrências espontâneas, por exemplo, todos os eventos ocorridos no local são denominados de experiências psi ou parapsicológicas, e não imediatamente de fenômenos. Isto porque, muitas pessoas que têm a impressão de estar vivenciando um fenômeno psi está, na verdade, interpretando de forma errônea um evento absolutamente de acordo com os padrões considerados normais. Uma porta que se bate, por exemplo, devido à ação do vento, ou lâmpadas que se apagam sozinhas devido a problemas elétricos corriqueiros podem ser interpretados como algum fenômeno misterioso. Daí a importância de se diferenciar experiência parapsicológica de fenômeno parapsicológico. (Irwin, 1989)

No caso das experiências de visão de fantasmas ou aparições, a explicação para a ocorrência seria que essa visão se constituiria em um modo de levar à consciência uma informação obtida inconscientemente por ESP. Ao invés de a pessoa ter uma intuição ou um sonho, ela passa pela experiência de ver alguém que já faleceu ou ainda está vivo, trazendo-lhe a informação. Ou, outra possibilidade, é de que não haja nenhum conteúdo informativo, mas, por um motivo particular, a pessoa em questão aja psicocineticamente no ambiente criando algo que pode até mesmo ser observado por outras pessoas.

Além dos fenômenos citados, a Parapsicologia também tem interesse nas experiências fora-do-corpo, conhecidas como viagens astrais, e nas experiênciências próximas da morte quando há algum indício de envolvimento de um componente psi na experiência, o que, geralmente, não acontece. (Zangari e Machado, 1995)

Quanto às pesquisas experimentais, três termos não podem deixar de ser citados, pois denominam os principais experimentos de ponta da atualidade: ganzfeld, visão remota ou visão à distância e influência mental direta sobre sistemas vivos (já citado e comentado anteriormente).

Ganzfeld, que significa campo completo, é uma técnica experimental que vem sendo aperfeiçoada e variada desde 1974, quando começou a ser utilizada. No experimento ganzfeld, desenvolvido especialmente por Charles Honorton, basicamente o sujeito é instalado confortavelmente em uma poltrona reclinável, com duas meias bolinhas de pingue-pongue sobre os olhos e uma luz vermelha iluminando o ambiente. Com os olhos abertos, ele só enxerga uma amplidão avermelhada que faz com ele perca a noção de profundidade. Além disso, fones de ouvidos com ruído branco propiciam um estado de homogeneização sensorial que facilita a formação de imagens mentais. Enquanto o sujeito se encontra nessa posição, um agente está em outra sala e tenta transmitir a ele um alvo escolhido aleatoriamente[6]. Durante o experimento, o sujeito fala tudo o que lhe vem à mente, e o seu relato é gravado em fita cassete e, ao final do experimento, é comparado com outras quatro figuras uma, dentre as quais, é o verdadeiro alvo. O sujeito escolhe a que mais se aproxima das imagens mentais ou das sensações que teve. Os resultados são, em geral, surpreendentemente bons e muito acima do esperado pela acaso em termos estatísticos. (Honorton, 1974, 1978, 1983, 1985; Honorton et. al., 1990)

No experimento de visão remota ou visão à distância, o sujeito não precisa estar em um estado alterado de consciência para acertar o alvo. O experimento de visão remota consiste basicamente em que uma pessoa se dirija a um determinado local selecionado aleatoriamente e observe todos os seus detalhes, demorando-se por determinado tempo nesse lugar. Enquanto isso, o sujeito tenta descrever onde está essa outra pessoa, narrando imagens que lhe vêm à mente ou desenhando o suposto local. Esses experimentos foram primordialmente desenvolvidos pelos físicos Russell Targ e Harald Puthoff na década de 1970, no Stanford Research Instituto, em Menlo Park, próximo a São Francisco. (Targ & Puthoff, 1978) Os resultados foram estatisticamente significativos. Recentemente foram anunciadas notícias sobre milhões de dólares que foram empregados pelos Estados Unidos durante vinte anos no projeto Star Gate que apoiava pesquisas de visão remota com vistas a futuras aplicações militares. Edwin May, presidente da Parapsychological Association (1996) esteve à frente dessas pesquisas. Os resultados foram bastante significativos. A técnica ainda está sendo aprimorada e variações do experimento têm sido testadas.

Conclusão

Como foi dito no início, este artigo representa apenas uma provocação para, mais uma vez, trazer à tona a discussão a respeito da nomenclatura em Parapsicologia. Fica claro que é de suma importância a atualização em relação aos avanços da área, que até o momento ocorrem principalmente no exterior. Por isso, sugiro a leitura dos artigos e livros sobre o assunto, indicados neste trabalho, pois são fontes riquíssimas de questionamentos e esclarecimentos de questões conceituais, que aqui não pude desenvolver com maior profundidade por questões de delimitações de laudas.

Para que consigamos acertar o passo, é imprescindível que tenhamos uma atitude de abertura em relação ao que “vem de fora” - que, a meu ver, “vem de dentro”, uma vez que, não importa em que país estejamos, fazemos parte de uma comunidade científica única - e a humildade de rever conceitos e idéias. Alegoricamente falando, já não se escreve mais pharmácia e, por mais clássico e elegante que julguemos essa grafia, há que se reconhecer que utilizá-la hoje seria, no mínimo, comportamento de quem parou no tempo.

Obviamente, não há um consenso entre os pesquisadores sobre a nomenclatura em Parapsicologia. E, talvez, esse consenso nunca existirá, uma vez que a ciência não é estagnada. Por isso, sempre novas idéias vão surgindo, o que modifica conceitos. No entanto, um mínimo de acôrdo deve haver para a utilização de conceitos e denominações, ainda que eles não sejam perfeitamente adequados. Afinal, de algum ponto em comum temos que partir para chegarmos a algum lugar. Aí, mais uma vez, está a importância da atualização, pois, caso contrário, perderemos o bonde da história da Parapsicologia, e continuaremos a usar e receitar ungüentos de nossa pharmácia.


Interpsi

Re: A Questão da Nomenclatura em Parapsicologia

Enviado: 11 Nov 2005, 17:38
por videomaker
Mr.Hammond escreveu:A Questão da Nomenclatura em Parapsicologia Imprimir E-mail

Machado, F. R. (1997). A Questão da Nomenclaruta em Parapsicologia. Anuário Brasileiro de Parapsicologia, nº 2. Recife: IPPP.

Profa. Dra. Fátima Regina Machado

Este artigo visa levantar mais uma vez a questão da nomenclatura utilizada em Parapsicologia, principalmente entre os parapsicológos brasileiros. De forma alguma tem a pretensão de esgotar o tema, visto que este tem sido conteúdo de diversas discussões na área e apresenta-se bastante complexo. Este trabalho apenas revisa alguns termos importantes que são utilizados a nível internacional, chamando a atenção para a importância de atualização dos estudiosos em Parapsicologia sobre o que ocorre no campo a nível mundial e a necessidade de falarmos “a mesma língua”.

Nossa Torre de Babel

Curiosamente, ainda figura entre os principais problemas enfrentados pela Parapsicologia no Brasil, o desacôrdo sobre como denominar os fenômenos parapsicológicos. Estudiosos da Parapsicologia que atuam no país - infelizmente, em sua grande maioria, ainda apenas em relação a discussões teóricas e não em pesquisas de campo ou de laboratório - adotam terminologias diversas para designar um mesmo tipo de fenômeno, ou, mais rigorosamente, experiência psi. Isto provoca, em especial, dois contratempos: (a) confunde o público leigo que recebe informações diversas sobre a Parapsicologia, sem solidificar um conhecimento básico e atualizado sobre o assunto; (b) dificulta a comunicação entre os próprios parapsicólogos, que vez por outra não se entendem devido ao fato de não “falarem a mesma língua”, ainda que compartilhem do português como idioma pátrio.
* A questão da nomenclatura não é muito simples de ser resolvida. Os grandes avanços no campo parapsicológico não ocorrem efetivamente em nosso país, onde o desenvolvimento de pesquisas ainda é precário por vários fatores: problemas econômicos, falta de informação, acomodação dos parapsicólogos, impedimentos por motivos políticos ligados a vaidades pessoais etc. Assim sendo, vários novos termos que vão surgindo a nível mundial - e até mesmo os que já figuram de longa data - carecem de uma tradução adequada à nossa língua. Um recurso que tem sido utilizado freqüentemente é manter a sigla em inglês, como é utilizada internacionalmente, e traduzir apenas o referido nome por extenso. (Ex. : ESP, do inglês extra sensory perception, que conhecemos como percepção extra-sensorial.)

Vale lembrar que a Parapsicologia não é provinciana: é uma ciência que se desenvolve a nível internacional e, portanto, não podemos nos fechar em nós mesmos, em nosso país, e decidir sozinhos o que faremos com ela. Estamos imersos no mundo parapsicológico - ainda que estejamos gatinhando dentro dele - por isso é preciso abrir os olhos para o que está além de nossas fronteiras. Obviamente existem barreiras de linguagem (Alvarado, 1989) que ainda dificultam a comunicação entrre pesquisadores, mas ao invés de nos lamentarmos quanto a isto, está na hora de começarmos a nos mexer para resolver isto. Nada impede que reflitamos acerca do campo e façamos sugestões acerca de novas nomenclaturas ou proponhamos novos tipos de pesquisa. Isto, aliás, seria excelente! Porém, há que se ter em mente que isto deveria ser exposto a nível da comunidade científica internacional, que teria a possibilidade de conhecer nossas idéias, discuti-las, criticá-las e, talvez, aceitá-la. Que fique claro não devemos apenas receber informações estrangeiras e aceitá-las passivamente. Antes, defendo o diálogo, através do qual, também podemos avaliar propostas e idéias dos colegas de outros países, criticar, sugerir. [2]

Voltando especificamente à questão da nomenclatura, pode-se dizer que apesar de a grande maioria dos pesquisadores em Parapsicologia adotar a terminologia proposta por Rhine, há ainda muita controvérsia sobre a denominação dos fenômenos parapsicológicos. Essa controvérsia reside principalmente no fato de os termos e denominações de fenômenos ou experiências estarem sujeitos aos avanços das pesquisas as quais, ao lançarem luz sobre determinado meandro parapsicológico, muitas vezes levam à reconsideração da terminologia referente àquele determinado estudo.

No Brasil, a desatualização quanto à terminologia mundialmente vigente - ainda que haja discordâncias - ocorre principalmente por falta de contato da grande maioria dos estudiosos da Parapsicologia com a a literatura e a comunidade científica internacional, o que faz com que muitos ainda utilizem e divulguem termos arcaicos que já há muito caíram em desuso, como a denominação proposta por Richet no Tratado de Metapsíquica (1922).

Discussões sobre nomenclatura em Parapsicologia



Segundo Walter F.Prince (1921), os principais problemas que a diversidade de termos provoca são (a) diferentes significados para um mesmo termo, (b) diferentes termos para um mesmo fenômeno e (c) novas e confusas definições de palavras já em uso na linguagem comum ou científica. Isto foi discutido, entre outros autores, por Nancy Zingrone e Carlos Alvarado que afirmam ser difícil se chegar a um consenso na área. (Zingrone & Alvarado, 1987, p. 67) Vários congressos e conferências foram realizados em tentativas de padronização: Copenhague (1921), Varsóvia (1923), Paris (1927), Atenas (1930), Sienna (1949), Utrech (1953). Além disso, mais recentemente algumas conferências sobre o tema são apresentadas em congressos e artigos a respeito foram publicados. (Beloff, 1979; Lucadou, 1984; Neppe, 1984, Thalbourne, 1985; Zingrone e Alvarado, 1987; Zangari, 1993) Vários glossários foram propostos, porém, o que alcança maior consenso quanto a sua utilidade é o de Thalbourne (1982). (Zingrone & Alvarado, 1987, pp. 65 e 66)

Como já foi dito, entre as várias denominações existentes para designar os fenômenos parapsicológicos, há quem prefira a nomenclatura proposta por Charles Richet utilizada na Metapsíquica[3]. Essa nomenclatura dividia os fenômenos paranormais em dois grandes grupos: os objetivos e os subjetivos. Estes, por sua vez, se subdividiam em várias denominações, muito semelhantes aos termos utilizados pelo Pe. Quevedo em seus livros. (Quevedo, 1982) Abrindo um parêntese, vale dizer que Quevedo utiliza a nomenclatura de Richet pelo fato de ela facilitar o cumprimento dos objetivos de Quevedo: desmascarar os chamados fenômenos espíritas. Sendo essa nomenclatura detalhada, provê recursos para encontrar explicações supostamente científicas para essas ocorrências. (Machado, 1996) Sendo, porém, a nomenclatura de Richet já obsoleta, por ora importa apenas dizer que os fenômenos subjetivos seriam aqueles ocorridos exclusivamente em termos psíquicos, sem ação dinâmica sobre os objetos materiais; os fenômenos objetivos seriam aqueles que envolvem ação física sobre o ambiente em que se manifestam.

Em 1953, foi realizado o I Congresso Internacional de Parapsicologia, na cidade de Utrech, Holanda, com a finalidade de estabelecer uma terminologia única a ser adotada pelos pesquisadores. Optou-se pela nomenclatura proposta por Thouless e Wiesner. Ficou decidido que os fenômenos parapsicológicos em geral seriam chamados de fenômenos psi[4], que foram subdivididos em dois grandes grupos: psi-gamma, correspondente aos fenômenos subjetivos, e psi-kappa, correspondente aos fenômenos objetivos. Alguns pesquisadores que admitem a intervenção de seres incorpóreos chamam os fenômenos que supostamente seriam produzidos por esses seres de psi-theta[5]. Porém, desde há muito, já não se utiliza mais, a nível internacional, os termos psi-gamma e psi-kappa, que já se tornaram, também, obsoletos.

Há ainda a questão da utilização do termo paranormal para designar os fenômenos parapsicológicos. Levanta-se uma série de discussões a respeito disso, questionando-se o sentido dessa denominação. Zangari (1993) expõe a opinião de outros parapsicólogos (Andrade, 1976; Borges, 1992; Irwin, 1989; Quevedo, 1982; Rao e Palmer, 1987; Stanford, 1977) e as discute em um artigo sobre a utilização do termo paranormal. Depois de discutir a etmologia da palavra paranormal, Zangari diz:

“... um fenômeno paranormal seria aquele para o qual a ciência não tem explicação, ou que se encontra fora de nossa expectativa, fora de nossas experiências do dia-a-dia, fora do padrão de experiências às quais estamos acostumados. Será que utilizando ‘fenômeno paranormal’ neste sentido poderíamos definir o campo de estudo da Parapsicologia? (...) Atribuir à Parapsicologia o dever de conhecer o que as outras ciências não conhecem seria o mesmo que imobilizar o progresso das ciências. Como sabemos, as ciências estão, a cada momento, se deparando com perguntas a respeito de seus objetos de estudo. Tais perguntas, por um lado, representam as limitações do conhecimento, mas, por outro, representam o estímulo da pesquisa científica. Se à Parapsicologia coubesse conhecer tudo o que as demaisciências não conhecem, não haveria mais necessidade de outras ciências, o que seria um absurdo. A Parapsicologia não tem tal abrangência.” (Zangari, 1993, p. 14)



Apesar de não haver consenso entre a utilização ou não da expressão paranormal em Parapsicologia, tenta-se amenizar os problemas de significação desse termo através de delimitações de significados que seriam próprias no caso de ele ser aplicado nesse campo de estudo.

Nomenclatura atual



Atualmente, a forma mais comum de se referir aos fenômenos pelos pesquisadores acadêmicos é aquela proposta e/ou utilizada por Joseph Banks Rhine. O Dr. Rhine adotou para denominação dos fenômenos subjetivos o termo percepção extra-sensorial (ESP, do inglês extrasensory perception) e, para os objetivos, psicocinesia. Essa nomenclatura se refere, sobretudo, à função psi, ou seja, à faculdade atribuída à mente capaz de produzir fenômenos psi. (Cf. Rhine, 1934, 1937, 1947, 1953; Rhine et al., 1966; Rhine & Rhine, 1943)

Os termos percepção extra-sensorial (ESP) e psicocinesia (PK) não foram cunhados por J.B.Rhine. O termo percepção extra-sensorial foi usado anteriormente por Pagenstecher (1924), Fisher(1926) e Sainville (1927) com o mesmo sentido empregado pelo Dr. Rhine. O termo psicocinesia foi usado por Holt em 1914 para designar o poder necessário para a realização da comunicação mediúnica, e Boirac usou o termo psicocinesia vital em 1908 com um sentido semelhante à psicocinesia de Rhine. (Zingrone & Alvarado, 1987, p. 51)

Segundo Joseph Rush, um dos autores de Foundations of Parapsychology (1987) um dos livros mais respeitados na área:

“A Parapsicologia (...) é o campo científico que estuda as interações sensoriais e motoras que aparentemente não são mediadas por nenhum mecanismo ou agente físico conhecido.” (Edge et al., 1987, p. 4)

Dependendo do modo como essas interações com o meio-ambiente ou com outros seres humanos ocorrem, há uma denominação específica para designá-las.

A percepção extra-sensorial, conhecida pela sigla ESP se refere a uma capacidade humana ligada à aquisição de conhecimento. Através da ESP as pessoas teriam a possibilidade de adquirir ou receber informações de modo diferente dos meios convencionais, isto é, sem que ninguém lhes diga nada, sem que qualquer pista de linguagem corporal contribua para que as informações sejam conhecidas ou sem que alguma mensagem escrita ou gravada seja recebida. De alguma forma, ultrapassando os limites dos sentidos humanos conhecidos, há a possibilidade de transmissão ou captação de informações. Diz-se transmissão ou captação porque, apesar de todas as pesquisas já realizadas sobre a ESP já terem apontado muitas pistas acerca de seu funcionamento, ainda não está claro se a mensagem envolvida nesse fenômeno é transmitida ou é captada ou ambos ao mesmo tempo. Já surgiram diversas teorias para tentar explicar não apenas esse mecanismo, mas também a natureza da ESP, porém nenhuma ainda foi considerada definitiva. Os testes demonstram - apesar da objeção dos céticos - que realmente algo acontece em certas circunstâncias que parece envolver algum tipo de capacidade humana que se adequa à hipótese de utilização da ESP. Porém essa falta de uma teoria consensual entre os próprios pesquisadores do campo constitui um obstáculo para o convencimento da existência de ESP daqueles que ainda colocam em xeque essa capacidade humana.

É importante dizer que o termo percepção extra-sensorial também é questionadoo que não significa, porém, que devamos abandonar essa denominação imediatamente.

“Muitos parapsicólogos agora concordam que o termo ‘percepçào extra-sensorial’ é uma expressão infeliz, uma vez que sugere que os referidos fenômenos são de natureza perceptiva, ou quase perceptiva. Mas, a menos que nossa visão sobre a percepção comum esteja seriamente equivocada (uma possibilidade que deve ser deixada em aberto), as várias formas de ESP aparentemente envolvem processos aparentemente bem diferentes das modalidades de sentido que nos são familiares. Não estou sugerindo que abandonemos o termo ‘ESP’; no momento ele ele é muito bem entrincheirado para ser amputado. Mas devemos estar alerta para não ficarmos seduzidos a pensar que a ESP seja algo parecido com a percepção comum.” (Braude, 1979, p.3)

Um dos maiores desafios para os estudiosos da ESP é a questão da violação das leis de tempo e espaço propostas pela Física clássica. A percepção extra-sensorial divide-se, didaticamente, em telepatia e clarividência. A telepatia ocorre quando há transmissão ou captação de informação entre duas pessoas. Quando a informação é obtida do meio ambiente, sem o envolvimento de uma outra mente, diz-se que ocorreu um fenômeno de clarividência. As pesquisas evidenciam que não há limites de distância entre a pessoa que “recebe” a informação e a pessoa ou local de onde ela possivelmente teria partido. Portanto, desafia os limites impostos pelo conceito de espaço em Física.

Quanto ao tempo, tanto a telepatia quanto a clarividência podem ser: (a) precognitivas (quando a informação se refere a um fato que ocorrerá no futuro); (b) simulcognitivas (quando o fato está ocorrendo no mesmo momento em que a informação é transmitida ou captada); (c) retrocognitivas (quando diz respeito a um evento ocorrido no passado sobre o qual a pessoa que “recebe” a informação não tinha conhecimento prévio).

Como foi dito, essa divisão é meramente didática e serve mais para estabelecer parâmetros de objetivos nos experimentos feitos em laboratórios. No caso dos fenômenos psi que ocorrem no cotidiano, muitas vezes é impossível distinguir e denominar didaticamente o que ocorreu. Por isso, Rhine introduziu a denominação percepção extra-sensorial em geral para englobar tanto os fenômenos de telepatia quanto os de clarividência. A sigla utilizada para a percepção extra-sensorial em geral é GESP, do inglês general extrasensory perception. (Beloff, 1993, p. 135)

A psicocinesia, outra categoria de fenômenos estudada pela Parapsicologia, diz respeito aos fenômenos extra-motores. Assim, a psicocinesia, ou PK (do inglês psychokinesis), está relacionada à movimentação de objetos sem a intervenção dos músculos ou utilização de algum aparelho ou mecanismo conhecido. Popularmente, a PK é conhecida como a ação da mente sobre a matéria.

A PK está envolvida nos casos das chamadas casas mal-assombradas ou poltergeist onde, tendo sido descartadas as possibilidades de fraude ou de má-interpretação de fenômenos físicos ou químicos considerados naturais, ocorre a movimentação, quebra e desaparecimento de objetos, combustão espontânea, queda de pedras dentro da casa, aparecimento inexplicável de água pelo local ou de fezes nos alimentos, comprometimento das instalações elétricas e sons e vozes cuja origem é desconhecida. A esses fenômenos que são diretamente observáveis, ainda que mais raros do que os de ESP, dá-se o nome técnico de macro-PK. Atualmente, o principal pesquisador dos fenômenos de macro-PK em casos espontâneos do tipo poltergeist é William Roll.

Há ainda outro tipo de PK, a chamada micro-PK, que se refere à influência mental sobre sistemas computadorizados, micro-organismos e sistemas vivos, em geral. Nesses casos, os efeitos da influência psicocinética não podem ser diretamente observados, dependendo do levantamento estatístico das respostas dos computadores ou de aparelhos que meçam a alteração fisiológica dos sistemas vivos. Incluem-se aqui as pesquisas relacionadas às curas através da possível atuação mental sobre um indivíduo doente e à influência no crescimento de plantas, o que é tecnicamente chamado de influência mental direta sobre sistemas vivos ou DMILS, do inglês direct mental influence on living sistems.

Apesar de Joseph Banks Rhine pressupor que a psicocinesia não se trataria de algo físico, mas sim de algo não-fisico, não há consenso entre os pesquisadores que se dedicam à pesquisa de PK sobre o que realmente faz com que aconteça essa modificação. (Palmer, 1993, p. 177) Já se sabe a respeito das razões e condições psicológicas que influenciam na ocorrência de tais casos, mas ainda não está definitivamente demonstrado se a natureza de PK é física ou espiritual (no sentido filosófico do termo). (Machado e Zangari, 1995)

Até o momento, há apenas definições negativas sobre os fenômenos parapsicológicos. Sabe-se o que eles não envolvem, mas não se conseguiu ainda descobrir sua verdadeira natureza. Há quem defenda que evidências obtidas através da pesquisa experimental apontam para a possibilidade de que ESP e PK teriam a mesma natureza, apenas manifestando-se de modo diferente. Talvez os termos ESP e PK também não passem apenas de uma divisão didática. (Braude, 1979)

A Parapsicologia também se ocupa do estudo dos fantasmas e aparições, e das experiências de lembranças de vidas passadas. Isto porque esses tipos de vivências podem constituir fenômenos psi e a situação em que esses fenômenos ou experiências ocorrem são importantes para trazer luz às pesquisas realizadas. É necessário que fique claro que a Parapsicologia não cuida apenas de fenômenos genuinamente parapsicológicos. No caso da investigação de ocorrências espontâneas, por exemplo, todos os eventos ocorridos no local são denominados de experiências psi ou parapsicológicas, e não imediatamente de fenômenos. Isto porque, muitas pessoas que têm a impressão de estar vivenciando um fenômeno psi está, na verdade, interpretando de forma errônea um evento absolutamente de acordo com os padrões considerados normais. Uma porta que se bate, por exemplo, devido à ação do vento, ou lâmpadas que se apagam sozinhas devido a problemas elétricos corriqueiros podem ser interpretados como algum fenômeno misterioso. Daí a importância de se diferenciar experiência parapsicológica de fenômeno parapsicológico. (Irwin, 1989)

No caso das experiências de visão de fantasmas ou aparições, a explicação para a ocorrência seria que essa visão se constituiria em um modo de levar à consciência uma informação obtida inconscientemente por ESP. Ao invés de a pessoa ter uma intuição ou um sonho, ela passa pela experiência de ver alguém que já faleceu ou ainda está vivo, trazendo-lhe a informação. Ou, outra possibilidade, é de que não haja nenhum conteúdo informativo, mas, por um motivo particular, a pessoa em questão aja psicocineticamente no ambiente criando algo que pode até mesmo ser observado por outras pessoas.

Além dos fenômenos citados, a Parapsicologia também tem interesse nas experiências fora-do-corpo, conhecidas como viagens astrais, e nas experiênciências próximas da morte quando há algum indício de envolvimento de um componente psi na experiência, o que, geralmente, não acontece. (Zangari e Machado, 1995)

Quanto às pesquisas experimentais, três termos não podem deixar de ser citados, pois denominam os principais experimentos de ponta da atualidade: ganzfeld, visão remota ou visão à distância e influência mental direta sobre sistemas vivos (já citado e comentado anteriormente).

Ganzfeld, que significa campo completo, é uma técnica experimental que vem sendo aperfeiçoada e variada desde 1974, quando começou a ser utilizada. No experimento ganzfeld, desenvolvido especialmente por Charles Honorton, basicamente o sujeito é instalado confortavelmente em uma poltrona reclinável, com duas meias bolinhas de pingue-pongue sobre os olhos e uma luz vermelha iluminando o ambiente. Com os olhos abertos, ele só enxerga uma amplidão avermelhada que faz com ele perca a noção de profundidade. Além disso, fones de ouvidos com ruído branco propiciam um estado de homogeneização sensorial que facilita a formação de imagens mentais. Enquanto o sujeito se encontra nessa posição, um agente está em outra sala e tenta transmitir a ele um alvo escolhido aleatoriamente[6]. Durante o experimento, o sujeito fala tudo o que lhe vem à mente, e o seu relato é gravado em fita cassete e, ao final do experimento, é comparado com outras quatro figuras uma, dentre as quais, é o verdadeiro alvo. O sujeito escolhe a que mais se aproxima das imagens mentais ou das sensações que teve. Os resultados são, em geral, surpreendentemente bons e muito acima do esperado pela acaso em termos estatísticos. (Honorton, 1974, 1978, 1983, 1985; Honorton et. al., 1990)

No experimento de visão remota ou visão à distância, o sujeito não precisa estar em um estado alterado de consciência para acertar o alvo. O experimento de visão remota consiste basicamente em que uma pessoa se dirija a um determinado local selecionado aleatoriamente e observe todos os seus detalhes, demorando-se por determinado tempo nesse lugar. Enquanto isso, o sujeito tenta descrever onde está essa outra pessoa, narrando imagens que lhe vêm à mente ou desenhando o suposto local. Esses experimentos foram primordialmente desenvolvidos pelos físicos Russell Targ e Harald Puthoff na década de 1970, no Stanford Research Instituto, em Menlo Park, próximo a São Francisco. (Targ & Puthoff, 1978) Os resultados foram estatisticamente significativos. Recentemente foram anunciadas notícias sobre milhões de dólares que foram empregados pelos Estados Unidos durante vinte anos no projeto Star Gate que apoiava pesquisas de visão remota com vistas a futuras aplicações militares. Edwin May, presidente da Parapsychological Association (1996) esteve à frente dessas pesquisas. Os resultados foram bastante significativos. A técnica ainda está sendo aprimorada e variações do experimento têm sido testadas.

Conclusão

Como foi dito no início, este artigo representa apenas uma provocação para, mais uma vez, trazer à tona a discussão a respeito da nomenclatura em Parapsicologia. Fica claro que é de suma importância a atualização em relação aos avanços da área, que até o momento ocorrem principalmente no exterior. Por isso, sugiro a leitura dos artigos e livros sobre o assunto, indicados neste trabalho, pois são fontes riquíssimas de questionamentos e esclarecimentos de questões conceituais, que aqui não pude desenvolver com maior profundidade por questões de delimitações de laudas.

Para que consigamos acertar o passo, é imprescindível que tenhamos uma atitude de abertura em relação ao que “vem de fora” - que, a meu ver, “vem de dentro”, uma vez que, não importa em que país estejamos, fazemos parte de uma comunidade científica única - e a humildade de rever conceitos e idéias. Alegoricamente falando, já não se escreve mais pharmácia e, por mais clássico e elegante que julguemos essa grafia, há que se reconhecer que utilizá-la hoje seria, no mínimo, comportamento de quem parou no tempo.

Obviamente, não há um consenso entre os pesquisadores sobre a nomenclatura em Parapsicologia. E, talvez, esse consenso nunca existirá, uma vez que a ciência não é estagnada. Por isso, sempre novas idéias vão surgindo, o que modifica conceitos. No entanto, um mínimo de acôrdo deve haver para a utilização de conceitos e denominações, ainda que eles não sejam perfeitamente adequados. Afinal, de algum ponto em comum temos que partir para chegarmos a algum lugar. Aí, mais uma vez, está a importância da atualização, pois, caso contrário, perderemos o bonde da história da Parapsicologia, e continuaremos a usar e receitar ungüentos de nossa pharmácia.


Interpsi


Vc entende que é pretensão demais , que existem dezenas de
outros parapsicologos que não concordam com essa senhora !
Porque simplismente tudo que o grupo do Zangari diz para vc
é a mais pura realidade da parapsicologia no mundo ?
Aurelio apartir de hoje a minha meta sera postar trabalhos
tão serios quanto os do seu mestre e demonstrar que não ha
concenso quanto a varios assuntos em se tratando de
fenomenos parapsicologicos , vai ser trabalhoso , mais espere.

é isso.

Re: A Questão da Nomenclatura em Parapsicologia

Enviado: 11 Nov 2005, 17:48
por Zangari
videomaker escreveu: Vc entende que é pretensão demais , que existem dezenas de
outros parapsicologos que não concordam com essa senhora !
Porque simplismente tudo que o grupo do Zangari diz para vc
é a mais pura realidade da parapsicologia no mundo ?
Aurelio apartir de hoje a minha meta sera postar trabalhos
tão serios quanto os do seu mestre e demonstrar que não ha
concenso quanto a varios assuntos em se tratando de
fenomenos parapsicologicos , vai ser trabalhoso , mais espere.
é isso.


Ah, Ah, Ah!!!

Aurélio, será igual a quando ele disse que chamaria a "comunidade de transcomunicadores" para debater comigo lá no fórum da AB? Lembra: NÃO APARECEU NINGUÉM ATÉ HOJE! Ah, ah, ah! Deve ter sido tão "trabalhoso"... que foi impossível!!! Aguardemos os textos do "paladino do sem-consenso/contra-senso" (ele deveria saber que é com "s")!!!

Vejamos a qualidade do que ele postará aqui. Será que vai postar apenas material de espíritas não-cientistas? Será que copiará o texto das diversas "escolas" (inexistentes) da Parapsicologia escrito na década de 60/70? Ou será que nos surpreenderá trazendo trabalhos de internacionalmente renomados cientistas isentos! Fiquemos de olho! Mas... sem muita esperança!

Um fraternal abraço,
Zangari

Re.: A Questão da Nomenclatura em Parapsicologia

Enviado: 11 Nov 2005, 17:57
por Aurelio Moraes
que existem dezenas de
outros parapsicologos que não concordam com essa senhora !


Demonstre especificamente quem não concorda com ela.
De qualquer forma, a crítica sempre é bem vinda no mundo científico, desde que seja embasada.

Porque simplismente tudo que o grupo do Zangari diz para vc
é a mais pura realidade da parapsicologia no mundo ?


Os trabalhos da interpsi são baseados de acordo com as pesquisas dos grandes centros de pesquisa psi, Parapsycological association etc. Há coerência e sicronia nos trabalhos.
Do contrário, mostre argumentos embasados e não poste retórica vazia de quem só repete perguntas tolas de quem não tem conhecimento ou capacidade para debater o tema (você).

vai ser trabalhoso , mais espere.

Vai postar o quê?Proselitismo espírita? Artigos do Quevedo?
Você nem tem capacidade de ler e compreender os artigos do Zangari e quer se achar o pesquisador agora? Francamente.
Você apenas quer bancar o mala, o chato, videomaker. Você é um pseudo-cético paranormófilo. Tenta questionar os artigos da interpsi sem o mínimo de argumentos, demonstrando apenas pseudo-ceticismo de alguém COM DESPREPARO INTELECTUAL PARA DEBATER O TEMA.
Deveria seguir o exemplo do Benneton e do Vitor Moura, que discordam do Zangari mas possuem argumentos. Ao contrário de você, videomaker.

Mas acho que você não tem capacidade para isso.Não tem retórica , nem conhecimento, nem capacidade intelectual para debater o tema com argumentos. Só retórica vazia.

Fico no aguardo dos seus grandes "novos argumentos" e "artigos".

Re: A Questão da Nomenclatura em Parapsicologia

Enviado: 11 Nov 2005, 18:05
por videomaker
Zangari escreveu:
videomaker escreveu: Vc entende que é pretensão demais , que existem dezenas de
outros parapsicologos que não concordam com essa senhora !
Porque simplismente tudo que o grupo do Zangari diz para vc
é a mais pura realidade da parapsicologia no mundo ?
Aurelio apartir de hoje a minha meta sera postar trabalhos
tão serios quanto os do seu mestre e demonstrar que não ha
concenso quanto a varios assuntos em se tratando de
fenomenos parapsicologicos , vai ser trabalhoso , mais espere.
é isso.


Ah, Ah, Ah!!!

Aurélio, será igual a quando ele disse que chamaria a "comunidade de transcomunicadores" para debater comigo lá no fórum da AB? Lembra: NÃO APARECEU NINGUÉM ATÉ HOJE! Ah, ah, ah! Deve ter sido tão "trabalhoso"... que foi impossível!!! Aguardemos os textos do "paladino do sem-consenso/contra-senso" (ele deveria saber que é com "s")!!!

Vejamos a qualidade do que ele postará aqui. Será que vai postar apenas material de espíritas não-cientistas? Será que copiará o texto das diversas "escolas" (inexistentes) da Parapsicologia escrito na década de 60/70? Ou será que nos surpreenderá trazendo trabalhos de internacionalmente renomados cientistas isentos! Fiquemos de olho! Mas... sem muita esperança!

Um fraternal abraço,
Zangari




Ola professor !
Obrigado pela atenção , nobre mestre.
Que tal ser mais eficiente com seu pupilo , e lhe dar a certeza
daquilo que ele acredita !
Pois o talvez NEM EXISTA , que ele postou , é absolutamente,
impresionante para quem defende tal posição.
Talvez tenha que escrever mais textos para que ele se convença dos fatos PSI.
O meu portugues é ruim , mesmo , ruizinho , porem talvez a
minha maior habilidade , não esteja ao seu alcance , na
verdade ... é não dava não !
Que tal falar dos motivos do afastamento do clap , humm ?

é isso.

Re.: A Questão da Nomenclatura em Parapsicologia

Enviado: 11 Nov 2005, 18:13
por Aurelio Moraes
Zangari nem nenhum pesquisador PSI AFIRMA QUE O FENÔMENO PSI É INQUESTIONAVELMENTE REAL.

E PESQUISA PSI NÃO É CRENÇA.NINGUÉM FALOU QUE É .


AÍ, NÃO ENTENDEU ISSO AINDA?
EU JÁ POSTEI SOBRE O AFASTAMENTO DO CLAP EM OUTRO TÓPICO.
VOCÊ NÃO LÊ NADA MESMO.

Você tem algum problema?

Enviado: 11 Nov 2005, 18:14
por Aurelio Moraes
PORQUE ZANGARI DEIXOU O CLAP

"Mas, a questão fundamental é: por que deixei o CLAP? Por que tornei-me um de seus opositores? A resposta é muito simples: porque sou autônomo, um "indivíduo pensante", e... continuei a estudar. Nesse percurso tornei-me, agora sim, "eterno aluno" de algumas das maiores autoridades da comunidade científica internacional, dentre as quais alguns pesquisadores de psi de renome internacional. Mas, como já afirmei a Quevedo, e em público, em várias oportunidades, sou grato ao Pe. Quevedo por ter me auxiliado no começo de minha trajetória. Mas, meu afastamento de sua perspectiva é absolutamente radical. Minha postura atual em praticamente nada se aproxima das opiniões quevedianas. Continuo a respeitar a pessoa Quevedo, a encontrá-lo vez ou outra nos camarins de programas que participamos conjuntamente e mesmo em atividades comuns que acabam por nor reunir. A última delas por fazermos parte da comissão de estudo da "Santa da Vidraça" de Ferraz de Vasconcelos, que demonstrou que a imagem nada tinha de sobrenatural. Apesar desses encontros acidentais, continuo sem ter recebido de Quevedo qualquer resposta a respeito da questão que tenho feito a ele publicamente. Uma das quais, a dos "melhores livros de Parapsicologia do mundo". Como fez APODman, em público solicitei a Quevedo que escolhesse um dos seus alegados milagres e me enviasse os estudos científicos realizados. Comprometi-me a ler o material e a dar um parecer a respeito. Ele aceitou o desafio, em público, na TV, mas nunca recebi sequer uma linha da parte dele.

A que conclusões cheguei a respeito de Quevedo nessa minha trajetória? Quevedo não é um cientista. Ser um cientista supõe muitas coisas, mas fundamentalmente, realizar estudos empíricos na área abraçada e fazer parte de uma comunidade. Quevedo não realiza estudos empíricos, apenas e tão somente fez a revisão da literatura publicada (até a década de 1960). Os livros recentes de Quevedo mostram profunda desatualização do campo. Quevedo não faz parte da mais importante organização da área que ele diz ser especialista, a Parapsychological Association - PA (organização membro da American Association for Advancement of Science desde 1969). Não participa das convenções anuais dessa organização. Quevedo só é conhecido por membros da PA, fundamentalmente, por causa de conferências em que Fátima Regina Machado e eu apresentamos um panorama da pesquisa psi no Brasil, inclusive durante as convenções da PA. Apesar de ser um extraordinário opositor de parte da pseudo-ciência, Quevedo jamais poderia ser considerado um cético! Ao mesmo tempo que enfrenta malucos e/ou aproveitadores que afirmam ter feito pacto com o Diabo, afirma a "existência de milagres confirmados pela ciência". Além dos milagres, Quevedo afirma que os fenômenos parapsicológicos estão demonstrados pela ciência ou, como gosta de dizer "cientificamente provados", ou ainda "provadíssimos". Eis uma falácia! O que a comunidade psi internacional têm de demonstrado? No máximo: efeitos estatísticos anômalos em testes experimentais! O que significa isso? Que encontramos um resultado não previstos e... ponto final. Quevedo rapidamente interpreta tais aparentes anomalias (aparentes sim, porque podem, de fato, não ser nada mais do que o resultado de falhas metodológicas, de erros estatísticos, de fraude... ação de variáveis não-avaliadas...) com reais fenômenos parapsicológicos. Para quê? Ao mesmo tempo, para dizer que os fenômenos alegados por seguidores de outras religiões que não a dele não teriam uma fonte sobrenatural, mas humana (parapsicológica), e para afirmar a sobrenaturalidade de certos eventos que ocorreriam exclusivamente na Igreja Católica Apostólica Romana, apresentando-a como "a" única religião correta, já que deus só se manifestaria nela e em nenhuma outra. Milagres seriam assinaturas de deus. Não tenho nenhum compromisso com qualquer religião. Assim, posso ver claramente os usos e abusos feitos por Quevedo ao fazer uso do que ele chama de "parapsicologia" como instrumento de ataque e legitimação religiosa. Nesse sentido, Quevedo foi profundamente pernicioso para o desenvolvimento da Parapsicologia como ciência uma vez que por décadas tem difundido uma pseudo-parapsicologia, uma tentativa esdrúxula de submeter a ciência à fé.

Eu até que aceitaria sem maiores problemas certas atitudes viscerais de Quevedo, como religioso que é. O que realmente não é admissível é que ele se afirme cientista e, como boa parte de seus seguidores ignorantes, simplesmente não responda às inquirições que lhe são dirigidas. Silencia ao ser questionado. O tal Turatti, por exemplo, não comenta os documentos que apresentei contra a alegação dos "melhores livros de Parapsicologia do mundo". Poderia, ao menos, afirmar que eu menti, que Alvarado mentiu, que a SPR mentiu e.... mostrar nova documentação "provando cientificamente" que estou errado. Mas, ao invés disso, continua a propalar uma informação sem a apresentação de qualquer base. Outras perguntas não respondidas?

a. Qual o órgão ou pessoa que concluíu que a biblioteca de mágica do CLAP é a maior do mundo? Qual órgão ou pessoa concluíu que a biblioteca de Parapsicologia do CLAP é a maior do mundo (acabo de ouvir Quevedo dizer isso em um dos vídeos divulgados no site do CLAP: Acordo entre CLAP e CatolicaNet para promoção da fé racional? Ora, eu mesmo estive, só nos Estados Unidos, em duas bibliotecas (da Parapsychology Foundation e da American Society for Psychical Research) MUITO maiores que a do CLAP, em quantidade e em qualidade!

b. Apenas para tomar um milagre como exemplo: Onde estão os estudos (referências de estudos empíricos, publicados em revistas científicas especializadas, como peer-review...) que demonstram que a NASA concluiu que os olhos da virgem de Guadalupe estão vivos? Ou que dentro dos olhos da imagem haveria a impressão do momento em que Juan Diego teria levado o poncho com flores ao Bispo? Onde estão os estudos (referências científicas, Turatti, não textos escritos por crédulos, publicados em revistinhas paroquianas!) que demonstram que entre a impressão da imagem e o ayate (tecido) há um espaço, como se a imagem estivesse flutuando? Quevedo afirmou isso, por exemplo, em sua última participação no programa Tribuna Independente, que tenho gravado. Quem sabe o tal do Turatti nos apresente tais referências científicas. Por fim: por que Quevedo não aceita as recentes evidências de existência da assinatura de um conhecido pintor medieval, encontrada por meio de análises feitas com infra-vermelho na imagem? (Para maiores informações: http://listas.pucsp.br/pipermail/pesqui ... 02982.html e demais mensagens da thread)

c. Porque Quevedo não se desculpa por ter colocado na boca do psicólogo norte-americano, Dr. Charles Tart, que pessoas que participam de testes psi têm seus cérebros irremediavelmente afetados? Tart desmentiu Quevedo: http://www.pucsp.br/pos/cos/cepe/interc ... a/tart.htm O texto foi antes enviado a Quevedo, solicitando a ele que enviasse algum comentário. Não respondeu!"


http://paginas.terra.com.br/arte/aureli ... angari.htm


ENTENDEU AGORA?OU VAI REPETIR A PERGUNTA FEITO TOLO?

Enviado: 11 Nov 2005, 18:16
por Aurelio Moraes
INTRODUÇÃO AO CONCEITO DE PSI

Introdução ao Conceito de Psi

Leonardo Stern
Inter Psi / CENEP / COS / PUC-SP
lstern@pesquisapsi.com
Resumo

Neste texto é feita uma pequena reflexão sobre o uso do conceito de paranormal dentro do contexto científico avaliando seu significado, sua neutralidade e suas implicações teóricas. O termo psi é introduzido e proposto como subtituto mais adequada do termo paranormal para utilização em ambiente acadêmico-científico.
Sobrenatural

Uma vez que estamos avaliando o conceito de paranormal apenas do ponto de vista científico e que existem outras formas de conhecimento alternativas ao conhecimento científico que são igualmente válidas Dentre eles :

* O conhecimento popular é baseado nas experiências do dia-a-dia, experiências pessoais e relatos de pessoas próximas. Podemos saber, por e que veneno mata sem conhecermos os mecanismos envolvidos no processo de envenenamento. Isso não quer dizer que o conhecimento científico seja superior ao popular. É comum a indústria farmacêutica criar remédios baseados em ervas popularmente utilizados para combater determinada doença. Neste caso, podemos afirmar que o conhecimento popular estava à frente do científico;
* O conhecimento religioso é revelado por inspiração divina e é incontestável. Não podendo pode ser verificado cientificamente;
* O conhecimento filosófico se baseia na lógica e razão mas não pode ser verificado experimentalmente.

A ciência, por sua vez é definida por Ander-Egg como:

A ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos de uma mesma natureza.

Isto é, não é obtido ao acaso, mas através de regras lógicas e procedimentos técnicos, é falível e verificável.

Percebemos, então, que todo campo de pesquisa científica deve definir o seu objeto de estudo de modo neutro e preciso eliminando qualquer tipo subjetividade que a definição possa conter.

É neste âmbito que analisaremos o conceito de paranormal. Antes de analisarmos o conceito propriamente dito, é necessário atentar para as incompatibilidades entre conceitos populares e conceitos científicos.

Na antiguidade, o ser humano não conhecia os mecanismos responsáveis por fenômenos naturais como a chuva, relâmpagos, vulcões, arco-íris, eclipses e uma infinidade de fenômenos eram frequentemente associados a divindades ou ao sobrenatural. Com o avanço da ciência a causa destes fenômenos passou a ser conhecida e o tratamento místico dado a eles perdeu o sentido, praticamente desaparecendo. Hoje chuvas, relâmpagos e vulcões são tratados como fenômenos corriqueiros e naturais.

Devemos então avaliar se os fenômenos paranormais são naturais e corriqueiros e se o conceito popular de paranormal apresenta as mesmas características das antigas mistificações de fenômenos naturais.

O termo sobrenatural na lingua portuguesa possui os seguintes significados (LUFT, 1995) :

1. Que está fora ou acima do natural, das leis naturais.
2. (Rel.) Que pertence ao campo da fé.

Percebemos, entào, que se os fenômenos forem sobrenaturais, não seguem as leis naturais ou necessitam de fé para serem percebidos, em ambos os casos não seriam fenômenos verificáveis cientificamente. Sendo assim, a ciencia não pode tratar de fenômenos sobrenaturais.

Se os fenômenos paranormais são sobrenaturais, a parapsicologia não é ciência !

Raridade e natureza do fenômeno

Se o fenômeno é raro ou anormal significa que esta característica está presente em poucas pessoas ou que ocorram raramente em muitas pessoas. Inicialmente pensamos que esta característica esta em acordo com a definição que queremos construir uma vez que desconsiderando a quantidade de charlatanismo que existe nesta área, o número de pessoas que supostamente movimentam objetos com o poder da mente, curam com um simples toque ou possuem o conhecimento do futuro e do passado representa uma parcela extremamente pequena ou nula da população.

Existe uma falha neste raciocínio. Estamos partindo de uma pré-definição do que sejam os fenômenos paranormais, estamos considerando que eles se resumem a eventos de grandes proporções e de fácil observação, como os citados acima. Talvez a falha seja provocada pela mídia, que costuma intensificar e colorir conceitos para torna-los mais interessantes e promover o sensacionalismo, o espetáculo ou pela nossa vontade de crer em algo mágico ou fantástico.

Torna-se complicado conceituar o fenômeno sem recorrer a nenhuma definição prévia do que sejam, para resolver este problema, assumiremos que estamos conceituando os fenômenos paranormais a partir da aceitaçao de algumas hipóteses como verdadeiras e, posteriormente, avaliaremos a auto-consistencia da definição e partirmos para alterações e refinamentos.

Esta conceituação inicial seria um esboço mental do que categorizaríamos como evento paranormal. Uma das primeiras imagens que me vem à cabeça são de que os eventos paranormais são constituídos por fenômenos mágicos ou sobrenaturais, forças desconhecidas ou ocultas, impressão que converge para a definição passada pela mídia e já criticada no texto.

Uma reflexão mais ponderada sobre o assunto nos leva a concluir que as palavras "mágico", "sobrenatural" e "oculto" são fruto da mistificação ou empolgação em relação ao assunto. O termo "desconhecido" substitui os termos criticados com muito mais propriedade e os dá uma roupagem muito mais sóbria , contida e flexivel.

Podemos então imaginar fenômenos paranormais simplesmente como fenômenos desconhecidos. Assuntos como matéria escura ou a antigravidade são tratados com grande controvérsia, sabe-se pouca coisa ou nada sobre seus supostos e sua existência é hipotética e controversa. Apesar de concordarem com a definição aqui exposta para fenômenos paranormais estes parecem não ser os fenômenos que buscamos estudar dentro da parapsicologia. A definição mostra-se incompleta.

Da mesma forma, cabe a ciência o papel de investigar os fenômenos paranormais. Se é a parapsicologia que estuda este fenômenos, ela deve utilizar das mesmas ferramentas que propiciaram o avanço da ciência até então : a observação e o método científico. Caso estas ferramentas venham a se mostrar inadequadas para a pesquisa do paranormal, elas devem ser adaptadas ao invés de descartadas pois se baseiam exclusivamente na lógica e na racionalidade e são frutos de séculos de desenvolvimento.

Devemos então nos preocupar em tratar os fenômenos paranormias dentro dos moldes da ciência convencional e para que nosso esboço inicial tenha qualquer utilidade necessitamos de algum refinamento pois sabemos que os fenômenos paranormais são fenômenos desconhecidos mas vimos também que nem todos os fenômenos desconhecidos se enquadram como fenômenos paranormais e a primeira exigência do método científico é definirmos com clareza o nosso objeto de estudo.

Avaliando os fenômenos que consideramos paranormais podemos perceber que estes sempre estão relacionados com a presença de algum ser vivo. Apesar de normalmente pensarmos em fenômenos paranormais causados por pessoas, muitos acreditam possuir animais com capacidades paranormais (BURTON, 1973). Deste modo é mais prudente definirmos os fenômenos paranormais da seguinte forma :

Interações desconhecidas envolvendo organismos e o meio. De fato, uma das definições para parapsicologia aceitas pela Parapsichological Association é "o estudo das SUPOSTAS novas formas de comunicação ou troca de influências entre os organismos e o meio".

Após uma breve reflexão sobre esta definição, vemos que esta não pressupõe características do fenômeno e está de acordo com nosso esboço. Não podemos afirmar se é uma nova forma de comunicação antes de estudar o assunto. O termo "supostas novas formas" traduz a situação de desconhecimento dos mecanismos enquanto afere a impressão inicial de que tais mecanismos são desconhecidos. Quanto à questão da definição impor a presença de seres vivos no processo, não há nenhum inconveniente nisto. Se há comunicação existe a presença de algum organismo vivo e, as influencias mencionadas não são do tipo que podem ser causadas por fenômenos abióticos.

Visto que não há nenhum problema com a definição, podemos utiliza-la sem nenhum prejuízo para o desenvolvimento da questão da anormalidade do fenômeno. A definição exposta consegue englobar todos exemplos de fenômenos "paranormais" citados anteriormente, mas engloba muitos outros eventos sutis que talvez passem desapercebidos como "paranormais" e agora são formalmente categorizados como tal.

Obviamente, é possível nos depararmos com situações onde a definição de fenômeno paranormal precise de novos refinamentos mas, é impossível prever todas estas situações apriorísticamente. Devemos, então seguir com nossa definição atual.

Justamente por incluir fenômenos sutis e por SUPORMOS ser uma nova forma de comunicação, esta área de estudos assume um papel investigativo. Sendo ou não um fenômeno paranormal legítimo, este estará dentro do campo de investigação da parapsicologia.

Voltando para a questão sobre a freqüência e normalidade destes eventos, devemos analisar todos os relatos que se enquadrem nesta definição. Percebemos que alguns fenômenos relatados não são tão raros assim. Alguns fatos comuns, relatados por grande parte da população atendem a esta definição e constituem-se *candidatos* a eventos paranormais. Entre eles: *saber* quando uma pessoa querida está ligando; querer falar com uma pessoa com quem não fala há muito tempo e perdeu o telefone e, LOGO DEPOIS, esta pessoa telefonar; oferecerem alguma coisa que você precisava muito, justamente na hora em que mais precisava e tinha vergonha de pedir. Tudo isto aparenta ser uma forma de comunicação desconhecida entre os seres mesmo que estes não tenham plena consciência de que ela esta ocorrendo. (SHELDRAKE, 2000)

Cabe ao investigador do paranormal estudar estes casos para avaliar se há fraudes, enganos ou não passam de coincidências ou casualidades. O pesquisador desta área é a pessoa mais indicada para avalia-los. Sendo genuínos ou não, estes fenômenos constituem-se como alvo de estudo da parapsicologia.

Não há qualquer parâmetro que determine que o fenômeno paranormal seja consciente ou aconteça por vontade dos entes participantes. Tais pressuposições derivam de imagens pré-concebidas do que seja "paranormal" e pré-definem características sobre os mecanismos destes fenômenos.

Poderíamos estender os exemplos citados para uma longa lista apenas parando para pensar em eventos desta natureza que ocorreram em nossa própria vida. Desta forma, se torna mais próprio que *inicialmente* consideremos os fenômenos paranormais como sendo comuns, não esquecendo que a investigação dos *supostos* fenômenos paranormais pode nos mostrar que eles são atípicos ou até mesmo inexistentes.
Neutralidade da definição.

Torna-se impróprio chamarmos esta classe de eventos de fenômenos paranormais justamente por se tratarem (a principio) de fenômenos habituais. Usaremos um termo mais neutro para designar tais fenômenos. Chamaremos tais fenômenos de fenômenos psi e, analogamente, o estudo destes fenômenos de pesquisa psi ou estudo do psi.

Antes de seguirmos adiante, é necessário desfazer um engano muito comum em relação ao uso da palavra psi quando presente no termo "pesquisa psi ". Um engano que aqui deve ser desfeito se refere ao uso da palavra psi. Psi normalmente é associado à palavra grega psique, que significa alma, tal uso foi adotado em "psicologia " (estudo da alma) e por extensão em "parapsicologia ". "Parapsicologia" não é um termo adequado para nomear o estudo dos fenômenos psi por pressupor alguma característica deste fenômeno. "Pesquisa psi" é um termo mais adequado e nele, o uso da letra &psi(psi), serve apenas para classificar um conjunto de fenômenos, tendo significado totalmente neutro tal como ocorre com a letra &pi (pi) usada na matemática para descrever a relação entre o comprimento e o diâmetro de um circulo, da letra &gamma (gama), na física, para designar um tipo de radiação ou o A, B , C ,D, ... que identifica as vitaminas.

Sendo um termo neutro, o psi está adequado a nomear a classe de eventos aqui tratados. Todas as *suposições iniciais* devem considerar o psi como fenômeno comum, natural portanto. Somente a investigação psi nos dará um posicionamento mais sólido quanto à natureza do mesmo (existem algumas discordâncias quanto à neutralidade do termo psi, entretanto uma vez exposta a nossa intenção de uso do termo como neutro torna-se desnecessária qualquer discussão mais aprofundada sobre o assunto). Percebemos então que o tratamento popular dado aos chamados fenômenos paranormais é o mesmo que chuvas, relâmpagos e trovões receberam na antiguidade. A nomeclatura e definição de fenômeno psi expostos neste artigo visam resolver este problema.
Bibliografia

ANDER-EGG, Ezequiel (1978) Introducción a las técnicas de investigación social: para trabajadoes sociales. 7. ed. Buenos Aires : Humanitas
BURTON, M. (1973). The sixth sense of animals. New York, NY: Taplinger.
LUFT, Celso Pedro (1995) Minidicionário Luft 10. ed. São Paulo : Editora Ática
SHELDRAKE, Rupert (2000).Telepathic telephone calls; Two surveys. Journal of the Society for Psychical Research, 64 (pp. 224-232)



http://www.pesquisapsi.com/arquivos/bol-1.html#mat2

Enviado: 11 Nov 2005, 18:26
por videomaker
Mr.Hammond escreveu:PORQUE ZANGARI DEIXOU O CLAP

"Mas, a questão fundamental é: por que deixei o CLAP? Por que tornei-me um de seus opositores? A resposta é muito simples: porque sou autônomo, um "indivíduo pensante", e... continuei a estudar. Nesse percurso tornei-me, agora sim, "eterno aluno" de algumas das maiores autoridades da comunidade científica internacional, dentre as quais alguns pesquisadores de psi de renome internacional. Mas, como já afirmei a Quevedo, e em público, em várias oportunidades, sou grato ao Pe. Quevedo por ter me auxiliado no começo de minha trajetória. Mas, meu afastamento de sua perspectiva é absolutamente radical. Minha postura atual em praticamente nada se aproxima das opiniões quevedianas. Continuo a respeitar a pessoa Quevedo, a encontrá-lo vez ou outra nos camarins de programas que participamos conjuntamente e mesmo em atividades comuns que acabam por nor reunir. A última delas por fazermos parte da comissão de estudo da "Santa da Vidraça" de Ferraz de Vasconcelos, que demonstrou que a imagem nada tinha de sobrenatural. Apesar desses encontros acidentais, continuo sem ter recebido de Quevedo qualquer resposta a respeito da questão que tenho feito a ele publicamente. Uma das quais, a dos "melhores livros de Parapsicologia do mundo". Como fez APODman, em público solicitei a Quevedo que escolhesse um dos seus alegados milagres e me enviasse os estudos científicos realizados. Comprometi-me a ler o material e a dar um parecer a respeito. Ele aceitou o desafio, em público, na TV, mas nunca recebi sequer uma linha da parte dele.

A que conclusões cheguei a respeito de Quevedo nessa minha trajetória? Quevedo não é um cientista. Ser um cientista supõe muitas coisas, mas fundamentalmente, realizar estudos empíricos na área abraçada e fazer parte de uma comunidade. Quevedo não realiza estudos empíricos, apenas e tão somente fez a revisão da literatura publicada (até a década de 1960). Os livros recentes de Quevedo mostram profunda desatualização do campo. Quevedo não faz parte da mais importante organização da área que ele diz ser especialista, a Parapsychological Association - PA (organização membro da American Association for Advancement of Science desde 1969). Não participa das convenções anuais dessa organização. Quevedo só é conhecido por membros da PA, fundamentalmente, por causa de conferências em que Fátima Regina Machado e eu apresentamos um panorama da pesquisa psi no Brasil, inclusive durante as convenções da PA. Apesar de ser um extraordinário opositor de parte da pseudo-ciência, Quevedo jamais poderia ser considerado um cético! Ao mesmo tempo que enfrenta malucos e/ou aproveitadores que afirmam ter feito pacto com o Diabo, afirma a "existência de milagres confirmados pela ciência". Além dos milagres, Quevedo afirma que os fenômenos parapsicológicos estão demonstrados pela ciência ou, como gosta de dizer "cientificamente provados", ou ainda "provadíssimos". Eis uma falácia! O que a comunidade psi internacional têm de demonstrado? No máximo: efeitos estatísticos anômalos em testes experimentais! O que significa isso? Que encontramos um resultado não previstos e... ponto final. Quevedo rapidamente interpreta tais aparentes anomalias (aparentes sim, porque podem, de fato, não ser nada mais do que o resultado de falhas metodológicas, de erros estatísticos, de fraude... ação de variáveis não-avaliadas...) com reais fenômenos parapsicológicos. Para quê? Ao mesmo tempo, para dizer que os fenômenos alegados por seguidores de outras religiões que não a dele não teriam uma fonte sobrenatural, mas humana (parapsicológica), e para afirmar a sobrenaturalidade de certos eventos que ocorreriam exclusivamente na Igreja Católica Apostólica Romana, apresentando-a como "a" única religião correta, já que deus só se manifestaria nela e em nenhuma outra. Milagres seriam assinaturas de deus. Não tenho nenhum compromisso com qualquer religião. Assim, posso ver claramente os usos e abusos feitos por Quevedo ao fazer uso do que ele chama de "parapsicologia" como instrumento de ataque e legitimação religiosa. Nesse sentido, Quevedo foi profundamente pernicioso para o desenvolvimento da Parapsicologia como ciência uma vez que por décadas tem difundido uma pseudo-parapsicologia, uma tentativa esdrúxula de submeter a ciência à fé.

Eu até que aceitaria sem maiores problemas certas atitudes viscerais de Quevedo, como religioso que é. O que realmente não é admissível é que ele se afirme cientista e, como boa parte de seus seguidores ignorantes, simplesmente não responda às inquirições que lhe são dirigidas. Silencia ao ser questionado. O tal Turatti, por exemplo, não comenta os documentos que apresentei contra a alegação dos "melhores livros de Parapsicologia do mundo". Poderia, ao menos, afirmar que eu menti, que Alvarado mentiu, que a SPR mentiu e.... mostrar nova documentação "provando cientificamente" que estou errado. Mas, ao invés disso, continua a propalar uma informação sem a apresentação de qualquer base. Outras perguntas não respondidas?

a. Qual o órgão ou pessoa que concluíu que a biblioteca de mágica do CLAP é a maior do mundo? Qual órgão ou pessoa concluíu que a biblioteca de Parapsicologia do CLAP é a maior do mundo (acabo de ouvir Quevedo dizer isso em um dos vídeos divulgados no site do CLAP: Acordo entre CLAP e CatolicaNet para promoção da fé racional? Ora, eu mesmo estive, só nos Estados Unidos, em duas bibliotecas (da Parapsychology Foundation e da American Society for Psychical Research) MUITO maiores que a do CLAP, em quantidade e em qualidade!

b. Apenas para tomar um milagre como exemplo: Onde estão os estudos (referências de estudos empíricos, publicados em revistas científicas especializadas, como peer-review...) que demonstram que a NASA concluiu que os olhos da virgem de Guadalupe estão vivos? Ou que dentro dos olhos da imagem haveria a impressão do momento em que Juan Diego teria levado o poncho com flores ao Bispo? Onde estão os estudos (referências científicas, Turatti, não textos escritos por crédulos, publicados em revistinhas paroquianas!) que demonstram que entre a impressão da imagem e o ayate (tecido) há um espaço, como se a imagem estivesse flutuando? Quevedo afirmou isso, por exemplo, em sua última participação no programa Tribuna Independente, que tenho gravado. Quem sabe o tal do Turatti nos apresente tais referências científicas. Por fim: por que Quevedo não aceita as recentes evidências de existência da assinatura de um conhecido pintor medieval, encontrada por meio de análises feitas com infra-vermelho na imagem? (Para maiores informações: http://listas.pucsp.br/pipermail/pesqui ... 02982.html e demais mensagens da thread)

c. Porque Quevedo não se desculpa por ter colocado na boca do psicólogo norte-americano, Dr. Charles Tart, que pessoas que participam de testes psi têm seus cérebros irremediavelmente afetados? Tart desmentiu Quevedo: http://www.pucsp.br/pos/cos/cepe/interc ... a/tart.htm O texto foi antes enviado a Quevedo, solicitando a ele que enviasse algum comentário. Não respondeu!"


http://paginas.terra.com.br/arte/aureli ... angari.htm


ENTENDEU AGORA?OU VAI REPETIR A PERGUNTA FEITO TOLO?



Pena que tal texto não diga quanto tempo por lá ficou ,
seu mestre .
Dizer que é um ser pensante é foi procurar outros horizontes,
ate um amigo disse isso quando deixou sua esposa !
É logico que não foi só isso : Agora caiu a ficha e santas
de gesso não choram ! , teria eu que ser muito ingenuo , para
essa reviravolta de posição parapsicologica vir atona .
Talvez seu mestre tenha ficado por lá , por alguma conviniencia
, quando não foi mais satisfatorio , pronto agora sou opositor !
Se não for isso talvez seja ele um iluminado , quem sabe ?

é isso.

Re.: A Questão da Nomenclatura em Parapsicologia

Enviado: 11 Nov 2005, 18:47
por Aurelio Moraes
Talvez seu mestre tenha ficado por lá , por alguma conviniencia
, quando não foi mais satisfatorio




Nem mesmo o clap ou o quevedo acreditam em "santas de gesso que choram".
E prove que alguma vez em sua vida Zangari acreditou nisso.
Se não puder provar, não afirme.Não fale tanta coisa retardada.

PROVE O QUE VOCÊ DISSE.
Como você fala besteira. Você cada vez mais prova que não quer debater seriamente. Só provocar e ser o chato sem capacidade de entender as coisas.


A partir de agora, vou somente te ignorar. É frustrante dedicar tempo, atenção e buscar informações para pessoas que por razões desconhecidas não lêem o material sugerido e não apresentam o mínimo de capacidade lógica para debater, demonstrando desdém, ironias ridículas e falta de capacidade para compreender e concatenar idéias.
Você é caso perdido, vm.Não vou gastar vela com defunto ruim.

Re: Re.: A Questão da Nomenclatura em Parapsicologia

Enviado: 11 Nov 2005, 19:29
por Zangari
Mr.Hammond escreveu:Você é caso perdido, vm. Não vou gastar vela com defunto ruim.


É isso aí Hammond! Ruim e... fedidinho!

Um frater,
Zangari

Re: Re.: A Questão da Nomenclatura em Parapsicologia

Enviado: 11 Nov 2005, 23:02
por videomaker
Zangari escreveu:
Mr.Hammond escreveu:Você é caso perdido, vm. Não vou gastar vela com defunto ruim.


É isso aí Hammond! Ruim e... fedidinho!

Um frater,
Zangari[/quot


Pronto é um iluminado !

Re: Re.: A Questão da Nomenclatura em Parapsicologia

Enviado: 11 Nov 2005, 23:05
por videomaker
Mr.Hammond escreveu:
Talvez seu mestre tenha ficado por lá , por alguma conviniencia
, quando não foi mais satisfatorio




Nem mesmo o clap ou o quevedo acreditam em "santas de gesso que choram".
E prove que alguma vez em sua vida Zangari acreditou nisso.
Se não puder provar, não afirme.Não fale tanta coisa retardada.

PROVE O QUE VOCÊ DISSE.
Como você fala besteira. Você cada vez mais prova que não quer debater seriamente. Só provocar e ser o chato sem capacidade de entender as coisas.


A partir de agora, vou somente te ignorar. É frustrante dedicar tempo, atenção e buscar informações para pessoas que por razões desconhecidas não lêem o material sugerido e não apresentam o mínimo de capacidade lógica para debater, demonstrando desdém, ironias ridículas e falta de capacidade para compreender e concatenar idéias.
Você é caso perdido, vm.Não vou gastar vela com defunto ruim.


Talvez eu nem exista , sou uma PSI de algum cerebro em
coma,pertubando os doutos da parapsicologia de verdade!
uuuuu! :emoticon12: