Senhores, encontrei um livro que aparenta ser bem interessante a venda nas Lojas Americanas por um preço pra lá de acessível. Trata-se de um livro sobre personalidades, seitas e movimentos que duvidaram do paradigma religioso de sua época.
Vc pode encontrá-lo em algumas Lojas Americanas na promoção por R$10,00. (O preço original: R$89,00)
Uma resenha:
Mídia Digital:
Pedigree da descrença
http://www.hospedevip.com.br/noticias/4188.html
O livro é grosso e caro, mas também luminoso: estou falando de Dúvida: Uma História, da historiadora e poetisa americana Jennifer Michael Hecht, lançado recentemente no Brasil pela Ediouro. Com mais de 500 páginas, o livro é exatamente aquilo que o título diz: uma história universal da dúvida, do ceticismo e do ateísmo nas diversas culturas, tradições e religiões da humanidade.
Como a própria autora reconhece, a maioria das pessoas talvez não veja, exatamente, que história poderia existir para contar aí. Afinal, na história do mundo como a conhecemos, foram as crenças que geraram santos, heróis, mártires e fanáticos, ergueram ou arrasaram civilizações.
O que a dúvida fez, em comparação? A autora afirma que existem “santos da dúvida, mártires do ateísmo, sábios da descrença”. Nós só não os vemos como tal. Dúvida: Uma História coloca essas personalidades em perspectiva, e mostra o papel da dúvida não só na construção e estabelecimento de novas crenças, mas como uma tradição em si.
A história que a autora conta começa com os gregos e prossegue saltando entre Oriente e Ocidente, do epicurismo ao budismo, do estoicismo ao cinismo e ao deísmo: correntes de pensamento que ou negaram abertamente os deuses, ou apenas reconheciam as divindades como figuras distantes e, para todos os efeitos, ausentes.
O livro traça a evolução da dúvida, de uma postura particular, ou um segredo para iniciados – em público, os ateus de Roma homenageavam os deuses do Estado – para o surgimento do ateísmo militante, ou antiteísmo: a idéia de que a crença em divindades, em particular, e as religiões, no geral, são coisas ruins e devem ser combatidas na arena pública. Com não pequeno risco pessoal, claro.
Mas Dúvida: Uma História não se restringe ao passado. A seção mais surpreendente do livro talvez seja a que trata da dúvida islâmica contemporânea. Para nós ocidentais, acostumados a ver o mundo árabe e muçulmano como um bloco monolítico de fé, é surpreendente travar contato com os filósofos, pensadores e poetas que atacaram o Profeta e sua doutrina – de dentro. Jennifer Hecht dá voz aos atuais ateus do Islã, frustrados e chocados com o tratamento “luvas de pelica” que os intelectuais do Ocidente dispensam às crenças muçulmanas: o que eles querem é que o Alcorão seja criticado como foi a Bíblia, e não respeitado em nome do multiculturalismo.
Além de apresentar uma narrativa fascinante e um contraponto essencial à história como a conhecemos, o livro de Jennifer Hecht também tem um efeito terapêutico: mostra aos que duvidam que eles não só não estão sós, como têm um pedigree respeitável. A comunidade dos incréus pode ser mais difusa e individualista que qualquer igreja, mas está aí. É só ler para ver.
A história da descrença...
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A história da descrença...
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.
*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.
*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.
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Re.: A história da descrença...
Só pra constar, também achei o livro Os 10 Mandamentos Para o Século XXI nas Lojas Americanas por R$10,00. (Só que este eu já tenho e já li)
Os Dez Mandamentos para o Século XXI
Autor: Fernando Savater
Editora: Ediouro
"Savater é um filósofo contemporâneo, que vive na Espanha e tem uma sagacidade muito grande para avaliar o mundo contemporâneo. Neste livro, usa os dez mandamentos da Igreja Católica para fazer uma análise interessante sobre a contemporaneidade. Em "Honrar pai e mãe", por exemplo, ele analisa o que significa isso nos dias atuais, diferenciando pais autoritários e pais com autoridade. Em cada um dos mandamentos, analisa o Estado, a sociedade, as relações. Vale a pena."
Uma resenha:
http://www.cella.com.br/leitura_26.asp
Os Dez Mandamentos para o Século XXI
Autor: Fernando Savater
Editora: Ediouro
"Savater é um filósofo contemporâneo, que vive na Espanha e tem uma sagacidade muito grande para avaliar o mundo contemporâneo. Neste livro, usa os dez mandamentos da Igreja Católica para fazer uma análise interessante sobre a contemporaneidade. Em "Honrar pai e mãe", por exemplo, ele analisa o que significa isso nos dias atuais, diferenciando pais autoritários e pais com autoridade. Em cada um dos mandamentos, analisa o Estado, a sociedade, as relações. Vale a pena."
Uma resenha:
http://www.cella.com.br/leitura_26.asp
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.
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*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.
Re: A história da descrença...
Res Cogitans escreveu:Senhores, encontrei um livro que aparenta ser bem interessante a venda nas Lojas Americanas por um preço pra lá de acessível. Trata-se de um livro sobre personalidades, seitas e movimentos que duvidaram do paradigma religioso de sua época.
Vc pode encontrá-lo em algumas Lojas Americanas na promoção por R$10,00. (O preço original: R$89,00)
Uma resenha:
Mídia Digital:
Pedigree da descrença
http://www.hospedevip.com.br/noticias/4188.html
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Além de apresentar uma narrativa fascinante e um contraponto essencial à história como a conhecemos, o livro de Jennifer Hecht também tem um efeito terapêutico: mostra aos que duvidam que eles não só não estão sós, como têm um pedigree respeitável. A comunidade dos incréus pode ser mais difusa e individualista que qualquer igreja, mas está aí. É só ler para ver.
Bem interessante esta constatação e que, de certa forma, ratifica o que sempre pensei, a respeito dos caminhos por onde trilha o pensar correto: o da individualidade.
O cenário é esse mesmo: Enquanto a fé sem fundamentos é massificada através da alienação, obtida com doutrinação e pura propaganda, (eles chamam evangelização), a sabedoria é o resultado do esforço de quem trilhou o caminho da individualidade, da solitude, livre de um novo cercado.
Qualquer organização neste sentido deve levar sempre isso em conta, sob pena de incorrer no mesmo erro que se quer combater nos outros.
E isso ocorreu já na organização da Ateus do Brasil.
Por isso fui contra.