BALADA DE FÉ
Enviado: 04 Mai 2006, 23:16
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidi ... 200618.htm
BALADA DE FÉ
Casa protestante, que também foi palco de peças teatrais, será aberta ao público amanhã com o nome Glória
Antiga igreja dá lugar a danceteria no Bixiga
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
As paredes antigas da fachada, em estilo colonial, marcaram por anos o palco das preces dos fiéis, de pedidos e agradecimentos nos cultos da igrejinha protestante da rua 13 de Maio, no Bixiga, centro de São Paulo. Ninguém no bairro se lembra de quando ela fechou. Recordam-se só que, até poucos anos, uma companhia de teatro ocupava o local e encenava peças consideradas experimentais.
Os atores também se foram. Agora é a vez dos DJs. Batizada de Glória, a nova casa noturna do bairro italiano foi inaugurada ontem à noite, para convidados, depois de sete meses de reforma. Em cima do antigo palco, onde era o altar, a mesa de som. A fachada tombada foi mantida, e, na entrada, a placa dourada com a inscrição "Casa de oração para todos os povos" não deixa dúvida de que o lugar é o mais eclético possível.
Era o que o produtor de moda André Hidalgo e os sócios procuravam. "A gente queria um lugar que estivesse ligado à história da cidade e que fosse capaz de abrigar gente moderna e antenada", diz. "Esse espaço era perfeito."
Os sócios usaram na decoração uma mistura de madeira e dourado, cortinas de jacard e lustres de cristal, que remetem ao interior de igrejas barrocas. Outro ponto que lembra o ambiente religioso é o painel em cima da pista, assinado pela estilista e ilustradora Fábia Bercsek. Apesar de mostrar mulheres nuas, a pintura se parece com os tetos de capelas antigas.
Hidalgo e os amigos escolheram o nome da casa em alusão à igreja. "Era um nome forte." Mas ele não quer polêmica. "A igreja estava toda descaracterizada por dentro e deixou de funcionar faz tempo. Não queremos chocar ninguém."
O comerciante Segismundo Bruno, 58, que passou a infância no bairro, gostou da novidade. "As freiras do colégio colocavam na nossa cabeça que jamais deveríamos entrar numa igreja não-católica, a chamavam templo do demônio". Um dia entrei e vi que não tinha imagem de santo nenhuma. Aquilo era novidade."
BALADA DE FÉ
Casa protestante, que também foi palco de peças teatrais, será aberta ao público amanhã com o nome Glória
Antiga igreja dá lugar a danceteria no Bixiga
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
As paredes antigas da fachada, em estilo colonial, marcaram por anos o palco das preces dos fiéis, de pedidos e agradecimentos nos cultos da igrejinha protestante da rua 13 de Maio, no Bixiga, centro de São Paulo. Ninguém no bairro se lembra de quando ela fechou. Recordam-se só que, até poucos anos, uma companhia de teatro ocupava o local e encenava peças consideradas experimentais.
Os atores também se foram. Agora é a vez dos DJs. Batizada de Glória, a nova casa noturna do bairro italiano foi inaugurada ontem à noite, para convidados, depois de sete meses de reforma. Em cima do antigo palco, onde era o altar, a mesa de som. A fachada tombada foi mantida, e, na entrada, a placa dourada com a inscrição "Casa de oração para todos os povos" não deixa dúvida de que o lugar é o mais eclético possível.
Era o que o produtor de moda André Hidalgo e os sócios procuravam. "A gente queria um lugar que estivesse ligado à história da cidade e que fosse capaz de abrigar gente moderna e antenada", diz. "Esse espaço era perfeito."
Os sócios usaram na decoração uma mistura de madeira e dourado, cortinas de jacard e lustres de cristal, que remetem ao interior de igrejas barrocas. Outro ponto que lembra o ambiente religioso é o painel em cima da pista, assinado pela estilista e ilustradora Fábia Bercsek. Apesar de mostrar mulheres nuas, a pintura se parece com os tetos de capelas antigas.
Hidalgo e os amigos escolheram o nome da casa em alusão à igreja. "Era um nome forte." Mas ele não quer polêmica. "A igreja estava toda descaracterizada por dentro e deixou de funcionar faz tempo. Não queremos chocar ninguém."
O comerciante Segismundo Bruno, 58, que passou a infância no bairro, gostou da novidade. "As freiras do colégio colocavam na nossa cabeça que jamais deveríamos entrar numa igreja não-católica, a chamavam templo do demônio". Um dia entrei e vi que não tinha imagem de santo nenhuma. Aquilo era novidade."