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[center]Tuca Vieira/F.Imagem[/center]
Uma pesquisa nacional feita pelo Ibope por encomenda do PSDB deixou desconsolado o alto comando da campanha de Geraldo Alckmin. Ouviram-se mais de 3.000 eleitores. O resultado é mantido em segredo. Mas o blog apurou que Lula segue, inabalável, como franco favorito, acima dos 40%. Quanto a Alckmin, não demonstrou capacidade de reação. A despeito de todo o empenho que empreende para tornar-se mais “conhecido” do eleitor, permanece pouco abaixo dos 20%.
Em reunião realizada há dois dias, com a presença de Alckmin, lideranças do PSDB ouviram a análise de um especialista em leitura de sondagens eleitorais, o sociólogo Antonio Lavareda. Ele não jogou a toalha. Ao contrário, disse que Lula não é imbatível. Mas precisa ser confrontado da maneira correta.
Trava-se nos subterrâneos do tucanato um debate acerca do timbre das manifestações públicas de Alckmin. O que se discute é se o candidato deve ou não subir o tom dos comentários que faz sobre o governo Lula. Prevalece, por ora, a ala que defende a priorização do discurso programático. Avalia-se que, em sua peregrinação pelo Nordeste, por exemplo, Alckmin ganha mais se disser o que pretende fazer para melhorar a vida de seus ouvintes do que se desandar a desqualificar o adversário.
Os tucanos que têm influência sobre os rumos da campanha tentam, de resto, administrar a própria ansiedade. Escoram-se no argumento de que o jogo só começa de fato a partir de junho, depois das convenções partidárias. Até lá, escondendo a condição de candidato atrás do cargo de presidente, Lula continuará desfrutando de uma exposição de mídia desproporcional em relação aos demais candidatos.
Não resta ao PSDB, avalia o comando da campanha, senão continuar expondo Alckmin nas áreas em que ele é desconhecido e trabalhar para compor em torno dele uma aliança partidária capaz de proporcionar-lhe um tempo de TV maior do que o de Lula. Daí o esforço para agregar ao consórcio tucano-pefelista pelo menos o PDT e o PPS.
Tenta-se também corrigir uma falha apontada por especialistas em marketing que estão a serviço do tucanato. Avalia-se que falta a Alckmin um lema de campanha. Algo capaz de despertar empolgação no eleitorado, à semelhança do Plano Real na primeira campanha de FHC em 1994 e do discurso “mudancista” de Lula em 2002.
Essa idéia motriz ainda não foi cunhada. Tem-se, por ora, a impressão de que o discurso da “lavagem ética” ensaiado por Alckmin não colou. Trabalha-se com o conceito, ainda vago, da aposta preferencial no desenvolvimento do país, no crescimento da economia.
Escrito por Josias de Souza às 08h58
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