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QI na infância pode indicar a expectativa de vida

Enviado: 12 Nov 2005, 07:41
por Aurelio Moraes
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QI na infância pode indicar a expectativa de vida

Reuters

NOVA YORK - Crianças mais inteligentes podem ter uma vida mais longa, sugere um novo estudo divulgado nesta sexta-feira.

A pesquisa, que analisou idosos considerando as provas de QI que fizeram na infância, revelou que quanto mais alto seus QIs eram na infância, mais tempo eles viveram - até um certo ponto, pelo menos. A vantagem na longevidade se deu a partir de um QI de 163, um nível de inteligência que poucas pessoas alcançam.

Os pesquisadores Laurie T. Martin and Laura D. Kubzansky, da Escola de Saúde Pública de Harvard, divulgaram a descoberta no "American Journal of Epidemiology".

Embora a explicação para o elo entre QI e longevidade não esteja clara, o fato não parece ser meramente um reflexo de classe social e condições financeiras - apesar de os participantes serem brancos e de famílias em boa situação econômica, o QI na infância permaneceu sendo um fator importante na expectativa de vida.

Em um estudo prévio Laura Kubzansky analisou o QI - na infância - de americanos das mais variadas classes econômicas e verificou uma relação entre o teste e problemas de saúde, independentemente de classe e situação financeira. Por isso, segundo ela,o resultado de testes de QI também indica a longevidade de pessoas de baixa-renda.

A pesquisa, explicou Martin, foi uma tentativa de checar até onde vai a relação entre QI e expectativa mais longa de vida. Os pesquisadores disseram que há um ponto de corte em que um QI alto não traz benefícios extras para a saúde. Mas eles ficaram surpresos ao ver o quão alto esse ponto é.

Um QI de 163 - ou mais - é difícil de ser encontrado. Em média, a população geral apresenta QI de 100, e crianças com QI de 130 são consideradas "brilhantes".

O estudo foi feito com os dados de 862 homens e mulheres acompanhados desde a infância - de 1922 a 1986. Todos tinham, enquanto crianças, QI de 135 ou mais, com uma média de 151. As crianças com QI de 150 tiveram um risco 44% menor de morrer do que as de QI de 135, por exemplo.

Entender exatamente por que o QI afeta longevidade, de acordo com Martin, pode ajudar a oferecer melhores cuidados de saúde para todos.
http://oglobo.globo.com/especiais/viver ... 125035.asp