A Linguagem dos Golfinhos

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Carmen
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A Linguagem dos Golfinhos

Mensagem por Carmen »

Saiu na última Veja (ed. 1956)

Ciência
Conversas em golfinês

Os golfinhos se chamam por "nomes"
próprios e usam um sistema de comunicação
semelhante ao dos seres humanos


Rosana Zakabi

John Bramley/Universal

Flipper: agora se sabe que ele fala de verdade


Todo mundo acha os golfinhos adoráveis. Espertos e brincalhões, tornaram-se também heróis no imaginário popular depois do sucesso de Flipper no cinema e na televisão. Um estudo divulgado na semana passada revela que eles possuem outra qualidade muito especial. São capazes de chamar uns aos outros por "nomes" próprios, de maneira análoga à dos seres humanos. A pesquisa, publicada na revista The Proceedings, da Academia Nacional de Ciências americana, refere-se aos golfinhos nariz-de-garrafa, justamente a espécie do astro Flipper. Já se sabia que esses animais se comunicam entre si emitindo sons, ou seja, quando um golfinho solta um grunhido, outro atende. A novidade é que os grunhidos não são aleatórios, mas "palavras" na linguagem dos golfinhos. Quando um deles reage ao chamado de outro, é porque acaba de ouvir seu nome.

Para chegar a essa descoberta, cientistas da Universidade St. Andrews, na Escócia, gravaram os chamados dos golfinhos e alteraram seu timbre por computador. A seguir, os pesquisadores colocaram um aparelho na água emitindo os chamados modificados. Dos catorze animais usados na pesquisa, nove responderam ao som do equipamento. Conclusão: eles reconheceram seus nomes, mesmo pronunciados por uma "voz" diferente. "Os golfinhos têm um sistema de comunicação semelhante ao dos humanos, que decodifica sinais sonoros e os agrupa em blocos", disse a VEJA o biólogo marinho Vincent Janik, coordenador do estudo.

Há décadas os cientistas estudam a fundo os golfinhos por considerar que esses animais têm uma inteligência privilegiada. Em 2001, uma pesquisa feita pela Universidade Columbia, nos Estados Unidos, concluiu que os golfinhos são capazes de reconhecer a própria imagem refletida no espelho. Antes disso, apenas os macacos pongídeos – os mais próximos do homem, como gorilas e chimpanzés – haviam demonstrado essa habilidade. Os golfinhos se incluem nas famílias de animais que têm um repertório de sons maior que o de outras espécies para se comunicar entre si. No reino marinho, esse também é o caso das focas. Elas produzem músicas complexas para interagir com o grupo e os machos lançam mão do mesmo estratagema para atrair as fêmeas. Uma pesquisa publicada recentemente no jornal da Acoustical Society of America, entidade científica americana que estuda os sons, sugere que o timbre de voz das focas varia de acordo com a região geográfica em que elas se encontram. As focas, porém, reconhecem apenas o timbre de voz. Já os golfinhos são capazes de entender o conteúdo das mensagens.

Como é a linguagem dos golfinhos

Num bando de golfinhos, cada um deles é chamado pelos companheiros por um "nome", expresso por um grunhido que dura menos de um segundo e é semelhante ao assovio agudo. Não se sabe quem batiza cada golfinho, mas desconfia-se que seja sua mãe.

Trancado