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AS AVENTURAS DE JONAS, O INGÊNUO

Enviado: 18 Mai 2006, 12:59
por O ENCOSTO
PELA VIA DA EDUCAÇÃO - Os brasileiros, de forma geral, desde sempre mostram resistências muito fortes, explicadas muito por questões culturais, para conhecer e, quem sabe, aderir às idéias e pensamentos liberais. Não havendo outra forma, que não pela via da educação e do ensino, para que sejam conhecidas e comparadas as vantagens derivadas do capitalismo, do liberalismo, sempre bombardeados embora jamais experimentados, me proponho a fazer isto sempre de maneira incansável.

EDUCAR NÃO É ALFABETIZAR - A propósito: quando o assunto é educação não se pode admitir que educar é alfabetizar. Este é o pré-requisito para que a sociedade possa ser bem educada. O importante é o que vem depois, ou seja, o processo que propõe o desenvolvimento do raciocínio lógico, do discernimento dos indivíduos. Há, pois, que separar a alfabetização do conhecimento.

LIVRO - Dentro desta lógica educacional sugiro, por exemplo, a leitura do livro de Ken Schoolland – As Aventuras de Jonas, o Ingênuo – Uma odisséia rumo ao conhecimento -. Gente, anotem aí: este é um livro que deveria ser lido por todos. Adultos, adolescentes e crianças. A obra recebeu duas vezes a medalha de honra George Washington, por comunicação pública e educação econômica, da Freedom Foundation, de Valley Forge.



NOVELA DE RÁDIO - Gostoso de ler, o livro - As Aventuras de Jonas, o Ingênuo - confirma tudo isto pelo fato de que as histórias, contadas em forma de aventuras, começaram como um seriado na rádio KHVH, do Havaí. Mas tarde foram produzidas como drama e irradiadas pela KABN e KCWA, no Alasca. E foi traduzido, em várias línguas, inclusive russo, holandês, norueguês, lituano, romeno e sérvio. Chega?



BOA OPORTUNIDADE - Como o Brasil é o país das novelas e das mini-séries, a maioria delas sem qualquer enredo sério, mas com garantia de grandes audiências, aí está uma boa oportunidade para que se faça uma série televisiva que possa melhorar o nível de educação do nosso povo. Leis de incentivo à cultura não faltam, o que garante recursos abundantes para financiar uma novela como – As Aventuras de Jonas, o Ingênuo -, por exemplo.



CAPÍTULO - Como sugestão às redes de televisão, que funcionam por concessão governamental, e para tentar seduzir e promover mais entendimento sobre o grande perigo que está afligindo o nosso Brasil, via Eixo Latino-Americano liderado por Hugo Chávez, publico a partir de amanhã, um capítulo do livro, escolhido aleatoriamente, para que entendam a mensagem do autor.












CAPÍTULO 29 – O GRANDE INQUISIDOR

Vejam, então, o que diz o capítulo 29, do livro de Ken Schoolland, que se intitula – O Grande Inquisidor:



A tarde já estava quase terminando, quando Jonas e Maria Joana chegaram a um parque gramado. Pessoas entravam e iam se aglomerando sobre um morrinho no meio do parque. “Bom”, - disse Maria Joana, “chegamos cedo”. Daqui a pouco esta área vai ficar cheia de gente que quer ouvir a palavra do Grande Inquisidor. E você encontrará respostas para todas as perguntas.


A APARIÇÃO

Todo vestido de preto, um homem muito magro veio a passos largos e postou-se no centro da aglomeração. Seus olhos percorreram lentamente aqueles rostos todos, que olhavam para ele fixamente. O murmúrio do público cessou e tudo o que Jonas podia ouvir era o zunido de alguns grilos na grama.


LIBERDADE É ESCRAVIDÃO?

“A paz é guerra! A sabedoria é ignorância! A liberdade é escravidão!” A voz firme do homem parecia vir lá do fundo e penetrava o corpo inteiro de Jonas. Ninguém parecia nem um pouquinho surpreso com as palavras do Grande Inquisidor.
Num ímpeto, Jonas perguntou: “Por que o senhor diz que a “liberdade é escravidão?”


UMA DESGRAÇA

O Grande Inquisidor fixou um olhar penetrante no jovem observador. Que pessoa era aquela, que se atrevera a interromper a sua palestra? Jamais alguém da assembléia tivera a ousadia de questioná-lo. Ninguém se mexia. O único som que se ouvia era o leve farfalhar das folhas ao vento. O Grande Inquisidor, então, proferiu, em tom ameaçador, um pouco para Jonas e um pouco para a assembléia: “A liberdade é a maior carga que poderia pesar sobre a humanidade”.


A LIBERDADE É UMA CARGA?

Falando o mais alto que sua voz permitia, o homem ergueu os braços e cruzou os punhos sobre a cabeça: “A liberdade é o mais pesado dos grilhões!”

Jonas insistiu. “Por que a liberdade é uma carga? O que há de errado com ela?” Ele simplesmente não conseguira se conter; queria saber do que aquele homem estava falando.


PESO MONUMENTAL

Com duas grandes passadas, o homem precipitou-se para o garoto, e continuou: “A liberdade é um peso monumental sobre os ombros dos homens e mulheres, porque requer, não, porque exige, o uso da mente e da vontade.” Com um bramido de dor e horror, o Grande Inquisidor advertiu: “O livre arbítrio os tornaria plenamente responsáveis pelos seus próprios atos!”

RESPONSÁVEIS?

Ao ouvir tais palavras, aquela gente toda retraiu-se, e alguns até taparam os ouvidos, com medo.

“O que o senhor quer dizer com – responsáveis ?-, perguntou Jonas, meio hesitante.

Irritado com uma impertinência daquelas, o Inquisidor repentinamente decidiu adotar uma outra forma de abordagem. Ele pareceu recuar, e seu rosto adquiriu uma expressão afável. Abaixou-se e arrancou uma plantinha que crescia aos seus pés.

VOZ PATERNAL

Alguns de vocês, meus amados irmãos e irmãs, talvez não façam idéia dos perigos de que lhes falo. Fechem os olhos, e mentalizem esta minúscula planta na minha mão”. Sua voz era solene e paternal.


ATOS PREDESTINADOS

Todos, exceto Jonas, fecharam bem os olhos e se concentraram. Hipnoticamente, o Grande Inquisidor começou a descrever uma cena para a assembléia. “Esta pequena planta não passa de um frágil broto de arbusto, enraizado no solo e fixo sobre a terra. Ela não é responsável pelos seus atos. Todos os seus atos são predestinados. Ah, felizes dos arbustos!”


PESO DO ARBÍTRIO

“Agora, meus amados, imaginem um animal. Um pequeno e gracioso camundongo, correndo no meio destas plantas fixas, ocupado em encontrar alimento. Essa criatura peluda não é responsável pelos seus atos. Tudo o que um camundongo faz é predestinado pela natureza. Ah, a natureza! Feliz do animal! Nem as plantas, nem os animais, sofrem com o peso dos arbítrio, porque nenhum se defronte com escolhas e valores. Eles nunca podem estar errados!”

ABRAM OS OLHOS

Algumas pessoas na multidão murmuraram, extasiados: “Sim, Grande Inquisidor, sim, sim, é isto mesmo.”
O carismático líder, de repente, empertigou-se, ficando mais alto, e continuou: “Abram os olhos e olhem ao seu redor! Um ser humano, qualquer um que sucumbi às escolhas e valores errados podem ferir vocês e os outros. A simples consciência do mal potencial os fará sofrer. E esse sofrimento é .... responsabilidade.



CONFIEM EM MIM

As pessoas estremeceram, e achegaram-se mais umas às outras. Um garoto sentado perto de Jonas de repente gritou: “Oh, por favor, mestre” Como podemos evitar esse destino? Diga-nos como nos livrarmos desse peso terrível.”




TERRÍVEL AMEAÇA

“É uma tarefa muito difícil, mas juntos podemos superar essa terrível ameaça.” Então ele começou a falar tão baixo, que Jonas teve que se inclinar para a frente, para conseguir ouvir suas palavras. “Confiem em mim. Eu tomarei as decisões por vocês. Assim, vocês ficarão livres de toda a culpa e sofrimento que a liberdade traz. Eu tomarei a meu encargo todo o sofrimento.”

CONSIGAM OS VOTOS

Então o Inquisidor ergueu os braços e gritou: “Agora, vão, todos vocês! Vasculhem todas as ruas e becos, batam em todas as portas. Consigam votos, como eu os instruí! Está em suas mãos a minha vitória – a vitória deste, o escolhido de vocês para tomar as decisões por vocês no Conselho dos Lordes!”

ONDE ESTÁ A VIRTUDE?

A multidão gritou, apoiando-o, e começou a dispersar-se em todas as direções. Saíram empurrando uns aos outros, cada um querendo ser o primeiro a chegar às ruas.
Apenas o Grande Inquisidor e Jonas ficaram ali. Por fim, Jonas fez ainda uma última pergunta: “Qual é a virtude de deixarem todas as decisões nas mãos do senhor?”


SERENIDADE À VIRTUDE


“Nenhuma“, - respondeu o Inquisidor, com um sorriso de escárnio. “Pois a virtude só pode existir quando há liberdade de escolha. E os meus seguidores, o meu rebanho de ovelhas, eles preferem a serenidade à virtude. E quanto a você meu pequeno, com todas as suas perguntas, o que é que você prefere? Ajude-me a vencer as eleições, e posso lhe conseguir tudo o que desejar. Deixe que eu também faça as suas escolhas. Então, as suas perguntas não terão mais importância”.


GARGALHADA

Sem uma palavra sequer, Jonas deu meia volta e saiu correndo do parque. E pode ouvir, atrás de si, a sonora gargalhada do Inquisidor. FIM




http://www.pontocritico.com

Re.: AS AVENTURAS DE JONAS, O INGÊNUO

Enviado: 18 Mai 2006, 14:35
por RCAdeBH
Que tal "O ENCOSTO, o ingênuo" ?

Enviado: 19 Set 2006, 09:42
por O ENCOSTO
AS AVENTURAS DE JONAS, O INGÊNUO!

Conforme prometido, para melhor aproveitar este período de campanhas eleitorais, transcrevo mais um capítulo do livro - As Aventuras de Jonas, O Ingênuo -, de Ken Schoolland. Da vez anterior, mais precisamente em maio deste ano, foi a vez do Capitulo 29, com o título: O Grande Inquisidor.

CAPÍTULO 22

Agora, pretendendo associar o assunto escolhido às apresentações de certos candidatos, nos programas de rádio e televisão, nada melhor do que acompanhar o que diz o Capítulo 22, cujo título é: O Aplausômetro. Creio que vão gostar, pois mostra muita coisa parecida com a nossa realidade. Vamos lá:

O APLAUSÔMETRO

Jonas, que está percorrendo a grande ilha de Corrompo, percebe que um refletor lançou um círculo de luz sobre a plataforma, e o público começou murmurar. Algumas pessoas começaram a bater palmas de maneira ritmada e logo a audiência toda as acompanhou. O lugar inteiro reverberava com a animação e o som das palmas.

ANIMAÇÃO

Finalmente, um loiro grisalho saltou para a plataforma. Usava um casaco de tecido brilhoso mais estúpido que Jonas jamais vira. O homem se inclinava para frente e para trás, animadamente, cumprimentando o público, que aplaudia.

O CANDIDATO!

Bem-vindos, bem-vindos, bem-vindos! Eu sou o apresentador Lipe, e estou realmente emocionado com a presença de vocês todos, pessoas maravilhosas, aqui neste nosso show. E temos um grande espetáculo para vocês, também. Daqui a pouco vamos conversar com... adivinhem...o Candidato!

Sumariamente vestidas, algumas mulheres, de pé em ambos os lados do palco começaram a acenar freneticamente, e a audiência toda rompeu num aplauso.


COMISSÃO ELEITORAL DE CORROMPO

Obrigado, obrigado,...muito obrigado! Primeiro, tenho uma atração muito, muito, muito especial para vocês. Temos aqui conosco ninguém mais, ninguém menos do que a Presidente da Comissão Eleitoral de Corrompo, para explicar os novos procedimentos eleitorais revolucionários de que todos nós temos ouvido falar.
Virando-se e estendendo o braço em direção ao fundo do palco, falou alto: - Vamos todos receber com um aplauso a Doutora Júlia Pavlov!

BATENDO PALMAS -

A claque do palco e o público aplaudiram vigorosamente batendo palmas e assoviando, entusiasmados. O apresentador Lipe apertou a mão da Dra. Pavlov e fez sinal ao público para que ficassem quietos.

ENTUSIASMO DE 5,3 PONTOS

Bem, bem, Dra. Pavlov, parece que a senhora conquistou um número imenso de admiradores nesses anos.
- Obrigada, Lipe, disse ela. Eu diria que é um entusiasmo de 5,3 pontos.


APLAUSÔMETRO OFICIAL -

Hei. Hei, agora a senhora me pegou! - disse o anfitrião. Os assistentes de palco fizeram piscar uma luz para a assistência, e o público riu, sem grande entusiasmo. O que a senhora quer dizer com: entusiasmo de 5,3 ? - perguntou Lipe. Bem, - disse a Dra. Pavlov - eu tenho um aplausômetro oficial, que sempre carrego comigo. Ele indica o quanto de entusiasmo é demonstrado pelo público.

PRÓXIMAS ELEIÇÕES -

Isto é incrível, não é mesmo, pessoal? Com a deixa a platéia aplaudiu novamente. E, tão logo o barulho cessou a Dra. Pavlov continuou: - Este ficou em torno de 2,6 pontos.
Surpreendente! - disse o apresentador. O que a senhora vai fazer com o aplausômetro? Vai usá-lo nas próximas eleições?


PADRÕES -

Exatamente, Lipe. Nós, da Comissão Eleitoral de Corrompo, decidimos que contar os votos não é o bastante. Não somente os números são importantes quando se decide quem vai determinar os padrões de moralidade, poder, riqueza e direitos. Achamos que o entusiasmo também deve contar.

Isso é incrível! – gritou o apresentador Lipe. Todos romperam num aplauso.
Desta vez foi 4,3 pontos, disse a Dra. Pavlov, indiferente.
E como é que a Comissão de Corrompo vai fazer isso, Doutora?


HORA DO VOTO

Ela ergueu as grossas sobrancelhas por trás dos óculos, e pela primeira vez um lampejo de sorriso passou pelo seu rosto austero. Este será o primeiro ano em que usaremos aplausômetros nas eleições da ilha. Em vez de depositar seus votos nas urnas, os eleitores terão apenas de postar-se nas cabines e aplaudir quando uma luz se acender ao lado do nome do candidato de sua escolha.

PROMESSAS

O que os candidatos acham deste novo procedimento de votação? –perguntou Lipe?


Ah, eles estão adorando, Lipe. Parece que eles já estão preparando o seu eleitorado para a mudança. Eles gastam longas sessões prometendo gastar o dinheiro dos outros com os seus eleitores – e essas são promessas que nunca deixam de levantar o público.


DESPEDIDA

Bem, muito obrigado por estar conosco hoje, e nos dar uma previsão de um amanhã melhor. Esperamos que a senhora possa voltar numa outra oportunidade. Senhoras e senhores, o nosso aplauso para a Doutora Pavlov!

CANDIDATO JOE

Quando o aplauso finalmente cessou, o anfitrião estendeu novamente o braço para a entrada do palco: - Agora, vamos ao momento que todos vocês estão esperando. Sim, diretamente da sua agitada jornada de campanha, aí está: o Candidato Joe! Vamos aplaudi-lo!

MARKETING PESSOAL

O Candidato Joe entrou atleticamente no palco, de braços abertos, todo sorrisos para o público. Aquele homem tinha os dentes mais brancos que ele jamais vira, pensou Jonas.
Obrigado, Lipe. É realmente um grande momento para mim estar aqui com todos vocês, pessoas maravilhosas.



QUAL É O FURO?

Agora, Joe, você vai ter que nos contar o que há por trás desta grande história. Você surpreendeu a todos e bateu até as manchetes com as notícias mais quentes da ilha em mais de uma década. Então, qual é o furo?

PARTIDO GENÉRICO

Direto ao ponto, hein, Lipe? Gosto disso em você e no seu show. Veja bem, eu fiquei alarmado com o custo tremendamente alto das campanhas políticas nos últimos anos. Então resolvi fazer algo a respeito. Acredito firmemente que os eleitores desta grande ilha merecem ter por um preço de barganha uma maior quantidade da mesma coisa. Foi então que fundei o Partido Genérico.


ELIÚ RAMOS

O Partido Genérico! Que idéia brilhante! E você chegou a mudar até o seu próprio nome, não é?
Isto mesmo Lipe. Com o meu nome real, Eliú Ramos, eu jamais poderia ser o verdadeiro candidato do povo. Temos que esconder as nossas raízes...


APELO

Todos caíram na risada junto com Lipe e Joe. - Mas, falando sério, Lipe, continuou ele – você tem que ter um apelo direto, se quiser ter credibilidade.
- O que você está fazendo para chegar até o eleitor, Joe?


ORÇAMENTO

O Partido genérico, em breve distribuirá os seus santinhos, buttons, e cartazes, em preto e branco básicos, por toda a ilha. Esperamos cortar pela metade o orçamento da campanha, pondo em prática as nossas idéias.

O apresentador Lipe interrompeu-o: - Mas você tem uma posição com relação às questões que afligem o eleitorado?


CARTA BRANCA

Certamente que sim, exatamente como todos os outros partidos – disse Joe. Ele tirou de dentro do casaco um maço de papéis. - Eis a nossa Carta Branca Contra o Crime – e aqui está a nossa Carta Branca Contra a Pobreza.

PREENCHENDO OS PAPÉIS

Mas, Joe, não há nada escrito nestes papéis – disse Lipe, com um olhar incrédulo. As Cartas Brancas não passavam de folhas de papel em banco.
-Essa é a beleza da coisa, Lipe. Você não vê? Por que perder tempo prometendo tudo para todos?
Por que não deixar que os próprios eleitores preencham os papéis? As promessas e o desempenho serão exatamente como antes, só que dessa forma economizamos o custo da impressão.


ESPERTEZA

Que engenhosos! Enquanto os outros candidatos falam em cortar custos de campanha, você, na prática, já está fazendo algo a respeito. Bem, o nosso tempo está correndo. Você pode resumir para nós o que é o seu partido?


SLOGAN

Claro, Lipe. O nosso slogan do Partido Genérico já está pegando em toda a ilha: - Acreditamos no Que Você Acredita!
Muito obrigado, Joe. Senhoras e senhores: vamos dar um grande aplauso, uns 5,5 pontos para esse gênio da campanha eleitoral, o Candidato Joe!


FIM.

CONCLUSÃO

Ainda não chegamos ao absurdo dos acontecimentos experimentados pelos moradores da ilha de Corrompo, mas não estamos muito longe. Diante de tanta besteira e esperteza promovida pelos nossos políticos, somada à estupidez da grande maioria da nossa sociedade, em breve estaremos no mesmo barco. A advertência é para tanto.

Enviado: 23 Set 2006, 15:39
por O ENCOSTO
Um outro exemplo típico e muito apropriado para esta fase das campanhas eleitorais consta no Capítulo 25 do livro As Aventuras de Jonas, o Ingênuo, intitulado: TRATO OU TRAPAÇA ? O assunto precisa ser transcrito para ajudar na compreensão da grave crise que passa a nossa Previdência Social e as propostas dos governos. Quem sabe, a partir da leitura, todos passem a exigir uma rápida reforma. Acompanhem:

ILHA DE CORROMPO

O Bazar de Governos da ilha de Corrompo tinha mais salas e halls do que um labirinto. Jonas seguiu por um outro corredor, até que sentiu um aroma delicioso de café e pão fresquinho. Guiado pelo seu olfato, chegou a uma grande sala de reuniões, onde vários homens e mulheres, já idosos, discutiam e erguiam os punhos cerrados, zangados. Alguns seguravam as mãos uns aos outros, chorando.

BRAVOS

“Qual é o problema?” – perguntou Jonas, vendo no meio de recinto um enorme balaio que ia quase até o teto. “Por que os senhores estão tão bravos?”

DE NOVO!

A maioria dos velhos ignorou-o e continuou a lastimar-se e queixar-se uns aos outros. Mas um deles, muito sério, levantou-se lentamente e aproximou-se de Jonas. “Aquele arrogante daquele lorde” – grunhiu ele – “fez aquilo outra vez! Nos fez de bobos!”

ESQUEMA

“O que ele fez?” – perguntou Jonas.
“Há anos atrás” – disse o homem. Sacudindo tristemente a cabeça – “Carlo Ponzi falou-nos de um grande esquema para prevenir que ninguém fosse passar fome quando velho. Isto soa bem, não é?”

PÃES!

Jonas assentiu com a cabeça, rápido.
“É, foi o que todos nós também pensamos. Puhh!” – bufou ele, exasperado. “Sob pena de morte, todo mundo, exceto Lorde Ponzi e seus funcionários, recebeu ordens de contribuir com pães, que deveriam se colocados neste gigantesco balaio do governo todas as semanas. Aqueles que atingissem 65 anos de idade e se aposentassem poderiam começar a tirar o pão do cesto.”

BALAIO

“Todo mundo contribuiu, menos o Lorde Ponzi e os seus funcionários?” – repetiu Jonas.
“Ah, esses tiveram tratamento especial” – respondeu o velho homem. Nós tivemos que colocar mais do nosso próprio pão num balaio separado, reservado exclusivamente para eles. Agora eu sei por que eles queriam o deles separado.”

FUTURO

“Deve ser bom ter pão garantido para a velhice” – disse o garoto.


“E como! Foi o que pensamos. Parecia ser uma grande idéia, porque sempre haveria pão para alimentar os velhos. E já que todos nós poderíamos contar com o grande balaio do governo, a maioria parou de reservar um pouco do nosso próprio pão para o futuro.”


OLHAR

O velho homem tinha os ombros encurvados com o peso de uma vida inteira. Ele percorreu com o olhar o grupo de pessoas rugadas e velhas, e apontou para um outro senhor idoso que estava sentado em um banco perto deles.


BOTA E TIRA

“Um dia, o meu amigo Alan viu que tinha gente que colocava o pão no balaio e tirava de novo. Fazendo as contas, ele concluiu que logo o balaio ficaria vazio. Alan era guarda-livros, sabe? Sua previsão era muito simples; seria tirada do balaio uma quantidade de pão maior do que aquela que as pessoas estavam colocando lá – até acabar todo o pão. Bem, ele logo nos alertou.” Alan começou a balançar a cabeça, trêmulo.

GRITA GERAL

“Fomos diretamente até o balaio e o escalamos por um dos lados. Deu um pouco de trabalho, mas não éramos tão fracos e cegos quanto alguns desses jovens Lordes pudessem pensar. De qualquer forma, olhamos para dentro do balaio, e descobrimos que estava quase vazio. Quando os outros souberam disso, a grita foi grande. Imediatamente, tratamos de dizer a Lorde Ponzi que era melhor ele dar um jeito logo de se ter pão no balaio, ou nós o afastaríamos do governo nas próximas eleições!”

MAIS PÃO

“Uau! Aposto que ele ficou assustado” – disse Jonas.
“Assustado? Nunca vi ninguém ficar tão preocupado. Ele sabe que nós temos uma força danada quando nos embravecem. Primeiro, ele propôs dar aos velhos mais pão, coisa que começaria logo após as eleições.


APÓS AS ELEIÇÕES

Então ele tiraria mais pão dos trabalhadores mais jovens – o que também começaria logo após as eleições. Mas aqueles trabalhadores perceberam qual era o esquema dele, e também ficaram furiosos.


SAFADEZA

Os mais jovens e espertos disseram que queriam ter algum pão para comer agora. Que não queriam esperar para comer todo o pão no futuro. E que, além do mais, o futuro poderia nem chegar como planejado. A maioria deles não confiava que os políticos não fossem mudar as regras do jogo até que eles se aposentassem.” “E o que foi que ele fez, então? “ – perguntou Jonas.


INDIGNADOS


“Esse Ponzi sempre encontra uma saída. Então ele sugeriu que todos deveriam esperar até completarem 70 anos de idade antes de poderem começar a tirar o pão do balaio. Bem, isso deixou indignados os que estavam perto de se aposentar, e que esperavam receber o pão ao completarem 65 anos, conforme fora prometido no começo.


PROMESSAS

Por fim, Ponzi veio com uma outra idéia brilhante.” “Bem na hora!” – exclamou Jonas. “Bem na hora para o dia das eleições. Ponzi prometeu tudo para todo mundo! Ele daria mais aos velhos e tiraria menos dos jovens. Perfeito! Prometa mais por menos e todos ficam felizes!”


SENÃO


O velho homem fez uma pausa, para ver se Jonas estava acompanhando bem o seu raciocínio. “O único ‘senão’ é que os pães serão um pouco menores a cada ano.


TRAPACEIROS


Ora essa! Os pães vão acabar ficando tão pequenos, que seremos capazes de comer cem pães por refeição – e ainda ficar com fome.” “Trapaceiros malditos!” – exclamou Alan, explodindo de raiva. “E quando esses pães acabarem, supondo que eles irão imprimir figuras de pães para nos alimentar.”

FIM.

Re: AS AVENTURAS DE JONAS, O INGÊNUO

Enviado: 07 Out 2009, 15:22
por O ENCOSTO
A ILHA DE CORROMPO


SITUAÇÃO PARECIDA


Os povos de vários países da América Latina, incluindo o Brasil, estão vivendo um momento muito, mas muito parecido com os habitantes da Ilha de Corrompo, como consta no magnífico livro de autoria de Ken Schoolland: As Aventuras de Jonas, o Ingênuo - Uma Odisséia Rumo ao Conhecimento.


ILHA DE CORROMPO


Como mostra o livro, Jonas estava navegando quando sua embarcação, ao ser destruída por ventos muito fortes, acabou encalhada numa Ilha de nome Corrompo. Em cada breve capítulo, Jonas se depara com uma situação em que o povo de Corrompo é sempre penalizado por falta de liberdade, mesmo sem esta noção. E esta falta de percepção se dá pela falta de conhecimento somada à esperteza ideológica muito bem aplicada pelos governantes da Ilha, que ocupam a Casa dos Lordes.


LIBERDADE


Por falta de discernimento, muita gente crê que, só pelo fato de não estar acorrentado é o suficiente para entender que é livre. Como os governantes adoram decidir o destino das pessoas, tratam de convencer o povo dizendo que liberdade representa muitos riscos. Assim, se oferecem para - proteger - os cidadãos contra os perigos da livre escolha.


GOVERNOS LATINOS


Esta estratégia tem dado bons resultados aos governantes latinos, principalmente. Tudo porque a escolaridade do povo é muito baixa na região. Assim, as pessoas pensam que são livres enquanto o governo diz o que elas devem fazer. Como o verdadeiro teste da liberdade só acontece quando alguém decide ser diferente, o governo trata de impedir ao máximo tal percepção.


SABER POR SI


Nas condições atuais é quase impossível fazer com que o povo entenda, de forma definitiva, que cada um precisa saber por si, e não pelos outros, aquilo que deve fazer. Seria importante se todos percebessem que os governantes sempre têm uma visão própria e por isso tentam forçar os outros em direção a ela.


OS MEIOS E OS FINS


Numa terra livre, as pessoas depositam confiança na virtude e no processo das descobertas. Milhares de pessoas buscando seus próprios objetivos, cada uma se esforçando para atingi-los, serão capazes de criar um mundo melhor do que aquele que você possivelmente imagina para elas. Cuidando primeiro dos meios, os fins virão, indiscutivelmente.


SOLUÇÕES INESPERADAS


Em última análise significa o seguinte: se as pessoas forem livres, elas encontrarão soluções inesperadas. E se não forem livres encontrarão problemas inesperados. Só isso. Se você aí não usa o seu direito de fazer alguma coisa, também ficará sem o direito de pedir aos políticos para fazê-la por você.

Se um número muito grande de pessoas chegarem ao ponto de reconhecer e praticar esses ideais de liberdade que aqui exponho, aí estaremos diante de um momento ímpar, onde a coragem vai prevalecer para que muita coisa possa mudar. Tomara.

Re: AS AVENTURAS DE JONAS, O INGÊNUO

Enviado: 07 Out 2009, 15:26
por Apo
EXCELENTE TÓPICO!

Assim, as pessoas pensam que são livres enquanto o governo diz o que elas devem fazer. Como o verdadeiro teste da liberdade só acontece quando alguém decide ser diferente, o governo trata de impedir ao máximo tal percepção.


Tão simples e tão perfeito.