Vaticano pune padre mexicano

[Flavio Costa]

Vaticano pune padre mexicano acusado de abuso sexual

CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O Vaticano afirmou na sexta-feira ter punido o fundador de uma ordem católica acusado de abuso sexual, mandando-o aposentar-se para levar uma vida "de orações e penitência".

A medida, a primeira decisão de peso sobre casos de abuso sexual tomada pelo papa Bento 16 desde que foi eleito, no ano passado, envolve o mexicano Marcial Maciel, de 86 anos, fundador do grupo Legionários de Cristo.

Maciel, que mora no México, foi acusado por ex-membros da ordem de ter cometido abusos nos anos 1940 e 1950. Maciel nega as acusações.

Mas, em um comunicado, o Vaticano afirmou que a decisão relativa a Maciel havia sido tomada com a aprovação de Bento 16, "depois da análise cuidadosa dos resultados de uma investigação" realizada pelo departamento doutrinário da Santa Sé.

Segundo as palavras do Vaticano, Maciel tinha sido "convidado" a retirar-se para "uma vida reclusa de orações e penitência" e a "não mais exercer seu ministério em público".

O comunicado não esclareceu se o Vaticano havia chegado à conclusão de que as acusações procediam, mas afirmou apenas que, em virtude da idade avançada e do frágil estado de saúde de Maciel, foi decidido não dar início a um julgamento eclesiástico.

A mensagem foi divulgada depois de o National Catholic Reporter (NCR), um semanário independente publicado nos Estados Unidos, ter relatado na quinta-feira que o Vaticano estava perto de anunciar uma decisão sobre o caso. Não se sabe exatamente quando a decisão foi tomada.

O comunicado do Vaticano não ofereceu detalhes sobre as limitações impostas, mas o NCR afirmou que a determinação abrangia as atividades públicas de Maciel, incluindo a sua capacidade de celebrar missas abertas, dar palestras, fazer apresentações e conceder entrevistas.

Alegando estar idoso demais, Maciel abandonou o cargo de líder da ordem religiosa conservadora após a Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé ter afirmado, em dezembro de 2004, que investigaria as acusações.

À época, o cardeal Joseph Ratzinger, mais tarde eleito papa Bento 16, chefiava a Congregação.

Fundada em 1941, a ordem possui cerca de 600 padres e 2.500 seminaristas em todo o mundo. Ela também comanda uma universidade pontifical em Roma.

http://br.news.yahoo.com//060519/5/14w80.html

[Tranca]

Vida de orações e penitência do padre Maciel depois da aposentadoria compulsória:

[Cris]

Vida de orações e penitência do padre Maciel depois da aposentadoria compulsória:

ahhh tranca, que maldade, você tirou as "palavras da minha boca".

[clara campos]

Vaticano deixa cair queixas de abuso sexual

A Congregação dos Legionários de Cristo e o Movimento Regnum Christi, ambas fundadas pelo padre mexicano Marcial Maciel Degollado, uma «máquina» de angariação de fundos para a Igreja de Roma, reagiram muito favoravelmente ao anúncio pelo Vaticano de que vai passar uma esponja sobre as inúmeras acusações de abuso sexual de menores que pendem há décadas sobre o seu fundador.

Aliás, esta era a conclusão há muito anunciada e em completa concordância com aquela que é a prática centenária da Igreja de Roma em relação ao abuso sexual de menores e adultos vulneráveis perpetrado por membros do clero católico, o encobrimento descarado.

Hoje, foi tornado público que «a Congregação para a Doutrina da Fé, sob a orientação do novo Prefeito, Cardeal William Levada, decidiu - tendo em conta a idade avançada do Pe. Maciel, bem como a sua precária saúde - renunciar a um processo canónico e convidar o Padre a uma vida reservada de oração e penitência, renunciando a qualquer ministério público».Acrescentando que «O Santo Padre aprovou estas decisões».

Apesar de a ICAR ser uma instituição de que já espero tudo esta decisão não deixa de me indignar pela hipocrisia, falta de vergonha e descaramento! Especialmente porque enquanto padres abusadores sexuais são defendidos com unhas e dentes pela hierarquia católica leio que uma professora de uma escola católica que ficou grávida por inseminação artificial foi despedida com alardes de grande indignação pelo seu inadmissível comportamento, contrário à doutrina de Roma.

Sobre Maciel volto a recomendar a leitura de «Vows of Silence: The Abuse of Power in the Papacy of John Paul II», de Jason Berry e Gerald Renner e uma análise do livro no National Catholic Reporter.

http://www.ateismo.net/diario/