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O ID, o Designer... e os pingos nos iis.

Enviado: 21 Mai 2006, 10:32
por zencem

O ID E O DESIGNER

Por zencem

Porra! Eu sou um cara de parcos recursos intelectuais.
Minha cultura não passou do primeiro grau, de modo que fico frustrado quando, por isso, não posso debater temas importantes e atuais, como o Design Inteligente, Mecânica Quântica, etc...
Mas sobre esta história do DI, do Observador, Criador, Deus, etc..., acho que eu posso expressar algumas reflexões, dentro do que o meu pouco conhecimento permite.
Peço aos meus colegas, que planam nas alturas onde o meu teco-teco não pode alcançar, como o Fayman, Acauan, Cabeção, Res, Partiti, e todos os etecéteras compostos dessa homarada e mulherada inteligente que visitam o fórum, que façam uma análise sincera e dêem opiniões, sugestões, críticas, de modo a ver se é possível encontrar uma resposta que sirva a quem, como eu, não está aquinhoado para enfrentar coisas complicadas, mas, que, também, busca uma fresta que dê passagem à alguma claridade que explique o fenômeno da criação.

Como disse, eu preciso andar por caminhos singelos, que possibilitem a qualquer humano semi-alfabetizado o entendimento, e, por isso, sempre que necessário, toda a minha reflexão estará originada na base mais simples, contida no enunciado 1+1=2..., por motivos óbvios.

Quem defende a idéia do Designer, obviamente, já está admitindo que a criação obedece ao design, idéia que, por sinal, eu compartilho, embora discorde da existência do Designer, por um motivo muito simples: O Designer teria que ter o atributo da inteligência, pois se não o tivesse não teria condições de criar o Design, logo, em princípio, a fundamental Causa Primeira poderia estar no atributo e não na entidade que o possui, já que, sem inteligência, não é possível o design.

Vale esclarecer que cheguei a conclusão que, mesmo chegando a resolver o dilema do ovo e da galinha, não conseguiria entender como o Designer criaria a inteligência que o capacitaria a criar o Design.

Por sua vez, a inteligência é a qualidade que mune uma entidade no aspecto da coerência e da realidade, as quais, por isso mesmo, são as bases que se assemelham e estão presentes em toda a variedade de eventos “que possam” existir.

Digamos então que a inteligência seja a coerência contida de realidade, como está expresso no enunciado 1+1=2.
...que é coerente com as realidades 2+2=4, 2+1+3, 2+3=5, 3x4=12etc... etc...
...que não é coerente com a irrealidade 1+1=3.

Não seria o 1+1=2 a representação mais simples de um Design Inteligente?

Teria sido, esta representação, criada por um Deus, Designer, etc...?, Ou seria ela auto-existente, independente que alguém quisesse, ou não, que ela existisse?

Quem criou o 1+1=2 e quando? Ou seria ele uma realidade eterna que está na cara, não criada por ninguém?

Todos nós sabemos que Deus, como causa primeira, faz parte do abstrato, do eterno, mas isso está presente num ambiente mais propício para um atributo, que pode até compor uma entidade, do que no de uma entidade, que seja completa em si mesma.

A mim me parece que uma entidade se enquadra perfeitamente às condições verificadas na esfera do tempo e que, por isso, está submetida às mutações e movimentos que lhe é inerente e que, portanto, não pode ser eterna.

Tem-se que escolher: ou é temporal e mutável, ou atemporal e imutável, senão não é possível continuar a reflexão, já que no atemporal não pode caber uma entidade.

Eu creio que isso pode nos dar a idéia do que seja eternidade e que ela é auto-existente, imutável e abstrata. Assim poderíamos dizer que 1+1=2 é um enunciado que representa o abstrato, imutável e eterno; uma fórmula, lei ou design que não dependeu de uma entidade inteligente para existir.
Ela existe em si mesma e isso nós podemos constatar com a nossa limitada inteligência.

Podemos até apontar para a possibilidade de que o abstrato, o imutável, é o eterno atemporal, que contém todas as fórmulas para o existir na esfera do tempo, esse sim, com as características de movimento e transformação, que faz parte da criação.

Fica aqui uma pergunta, cuja resposta pode confirmar tudo isso:

É possivel a um Designer “criar” alguma coisa?