Projeto que PROIBE o uso de animais em pesquisas
Enviado: 29 Mai 2006, 08:19
Lei inoportuna, artigo de Paulo M. Buss sobre o projeto que proíbe o uso de animais em pesquisas
A Fiocruz precisa continuar com a experimentação animal, procedimento essencial para garantir o abastecimento de insumos e produtos para a população brasileira e de outros países
Paulo M. Buss é presidente da Fiocruz e membro-titular da Academia Nacional de Medicina. Artigo recebido nesta sexta-feira pelo “JC e-mail”:
A interação entre homens e animais sempre esteve presente na trajetória da Humanidade, desde que os homens viviam em cavernas e encontravam na caça uma forma importante de sobrevivência.
Nos dias de hoje, entre outras formas de utilização e interação homem-animal, destaca-se a experimentação científica com a utilização de animais especialmente criados para tal.
A ciência vem se desenvolvendo nos últimos séculos em busca de descobertas que propiciaram melhoria das condições de vida humana e de seus parceiros, animais domésticos. Neste avanço a experimentação animal contribuiu sobremaneira.
Nas últimas décadas um intenso debate sobre a "experimentação animal" emergiu a partir de questionamentos sobre a legitimidade moral e científica dessa forma de utilização de animais. Ética e ciência, assim como suas relações, tornaram-se, portanto, questões centrais do nosso tempo. Toda sociedade ética e consciente deve preocupar-se com o cuidado e o uso de qualquer espécie viva.
Desta maneira, a interferência da sociedade tem resultado em diferentes mecanismos de controle, contribuindo na melhoria das condições da experimentação animal, que deve preencher a premissa de uma expectativa razoável de benefício imediato ou eventual para a sociedade ou para os animais.
Dependem de animais saudáveis o êxito dos trabalhos de pesquisa e a qualidade dos resultados experimentais, bem como do manuseio correto destes animais, preocupação constante sobre o bem-estar da espécie envolvida, além do conhecimento e treinamento adequados dos responsáveis.
Neste contexto foram criadas comissões de ética no uso de animais, com a incumbência de rever os protocolos de pesquisa, que foram inspiradas no modelo das revisões éticas das pesquisas em seres humanos, sugerida pela Declaração de Helsinque na década de 70.
Estas comissões são formadas por pesquisadores experientes da instituição interessada e de outras instituições e por membros da sociedade civil. O trabalho das comissões de ética não é fácil, pois leva em consideração não somente os desenhos experimentais, mas e principalmente, a relevância científica, a redução do número de animais e da dor e sofrimento individuais.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição centenária, nasceu com a missão de combater os grandes problemas da saúde pública brasileira, estando presente em todo o território nacional.
Oswaldo Gonçalves Cruz escolheu a cidade do RJ para implantar a "Casa da Ciência". Suas atividades atualmente incluem o desenvolvimento de pesquisas; a prestação de serviços hospitalares e ambulatoriais de referência em saúde; a fabricação de vacinas, medicamentos, reagentes e kits de diagnóstico; o ensino e a formação de recursos humanos; a informação e a comunicação em saúde, ciência e tecnologia; o controle da qualidade de produtos e serviços; e a implementação de programas sociais.
É uma instituição que tem orgulho de estar a serviço da vida. Por estar a serviço dela, a Fiocruz criou sua Comissão de Ética no Uso de Animais, com o objetivo de qualificar sob o ponto de vista ético, os protocolos experimentais envolvendo o uso de animais.
Esta instituição produz por ano cerca de 69 milhões de doses de vacinas, 31 mil kits diagnósticos (que significam cerca de três milhões de reações ao todo), 2,3 bilhões de unidades de medicamentos e é responsável pela pesquisa e desenvolvimento tecnológico de produtos que serão usados para garantir a vida das futuras gerações.
A Fiocruz precisa continuar com a experimentação animal, procedimento essencial para garantir o abastecimento de insumos e produtos para a população brasileira e de outros países.
O Projeto de Lei número 325/2005, aprovado pela Câmara Municipal do RJ, proíbe o uso de animais em pesquisa e constitui-se em uma grave ameaça à continuidade das atividades da Fiocruz. Em conseqüência, sua aprovação causará prejuízos incomensuráveis à saúde da população brasileira.
Este Projeto de Lei já foi aprovado pela Câmara, em boa hora foi vetado integralmente pelo prefeito Cesar Maia e retornou ao Legislativo, onde o veto poderá ser derrubado.
Em nome da comunidade da Fiocruz, bem como no de todos os pesquisadores do RJ que utilizam animais de laboratório em suas pesquisas, conclamamos os vereadores da nossa cidade a não permitir a aprovação dessa Lei. Caso contrário, os prejuízos à saúde da população carioca, fluminense e brasileira serão inevitáveis e inaceitáveis.
http://jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=37859
A Fiocruz precisa continuar com a experimentação animal, procedimento essencial para garantir o abastecimento de insumos e produtos para a população brasileira e de outros países
Paulo M. Buss é presidente da Fiocruz e membro-titular da Academia Nacional de Medicina. Artigo recebido nesta sexta-feira pelo “JC e-mail”:
A interação entre homens e animais sempre esteve presente na trajetória da Humanidade, desde que os homens viviam em cavernas e encontravam na caça uma forma importante de sobrevivência.
Nos dias de hoje, entre outras formas de utilização e interação homem-animal, destaca-se a experimentação científica com a utilização de animais especialmente criados para tal.
A ciência vem se desenvolvendo nos últimos séculos em busca de descobertas que propiciaram melhoria das condições de vida humana e de seus parceiros, animais domésticos. Neste avanço a experimentação animal contribuiu sobremaneira.
Nas últimas décadas um intenso debate sobre a "experimentação animal" emergiu a partir de questionamentos sobre a legitimidade moral e científica dessa forma de utilização de animais. Ética e ciência, assim como suas relações, tornaram-se, portanto, questões centrais do nosso tempo. Toda sociedade ética e consciente deve preocupar-se com o cuidado e o uso de qualquer espécie viva.
Desta maneira, a interferência da sociedade tem resultado em diferentes mecanismos de controle, contribuindo na melhoria das condições da experimentação animal, que deve preencher a premissa de uma expectativa razoável de benefício imediato ou eventual para a sociedade ou para os animais.
Dependem de animais saudáveis o êxito dos trabalhos de pesquisa e a qualidade dos resultados experimentais, bem como do manuseio correto destes animais, preocupação constante sobre o bem-estar da espécie envolvida, além do conhecimento e treinamento adequados dos responsáveis.
Neste contexto foram criadas comissões de ética no uso de animais, com a incumbência de rever os protocolos de pesquisa, que foram inspiradas no modelo das revisões éticas das pesquisas em seres humanos, sugerida pela Declaração de Helsinque na década de 70.
Estas comissões são formadas por pesquisadores experientes da instituição interessada e de outras instituições e por membros da sociedade civil. O trabalho das comissões de ética não é fácil, pois leva em consideração não somente os desenhos experimentais, mas e principalmente, a relevância científica, a redução do número de animais e da dor e sofrimento individuais.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição centenária, nasceu com a missão de combater os grandes problemas da saúde pública brasileira, estando presente em todo o território nacional.
Oswaldo Gonçalves Cruz escolheu a cidade do RJ para implantar a "Casa da Ciência". Suas atividades atualmente incluem o desenvolvimento de pesquisas; a prestação de serviços hospitalares e ambulatoriais de referência em saúde; a fabricação de vacinas, medicamentos, reagentes e kits de diagnóstico; o ensino e a formação de recursos humanos; a informação e a comunicação em saúde, ciência e tecnologia; o controle da qualidade de produtos e serviços; e a implementação de programas sociais.
É uma instituição que tem orgulho de estar a serviço da vida. Por estar a serviço dela, a Fiocruz criou sua Comissão de Ética no Uso de Animais, com o objetivo de qualificar sob o ponto de vista ético, os protocolos experimentais envolvendo o uso de animais.
Esta instituição produz por ano cerca de 69 milhões de doses de vacinas, 31 mil kits diagnósticos (que significam cerca de três milhões de reações ao todo), 2,3 bilhões de unidades de medicamentos e é responsável pela pesquisa e desenvolvimento tecnológico de produtos que serão usados para garantir a vida das futuras gerações.
A Fiocruz precisa continuar com a experimentação animal, procedimento essencial para garantir o abastecimento de insumos e produtos para a população brasileira e de outros países.
O Projeto de Lei número 325/2005, aprovado pela Câmara Municipal do RJ, proíbe o uso de animais em pesquisa e constitui-se em uma grave ameaça à continuidade das atividades da Fiocruz. Em conseqüência, sua aprovação causará prejuízos incomensuráveis à saúde da população brasileira.
Este Projeto de Lei já foi aprovado pela Câmara, em boa hora foi vetado integralmente pelo prefeito Cesar Maia e retornou ao Legislativo, onde o veto poderá ser derrubado.
Em nome da comunidade da Fiocruz, bem como no de todos os pesquisadores do RJ que utilizam animais de laboratório em suas pesquisas, conclamamos os vereadores da nossa cidade a não permitir a aprovação dessa Lei. Caso contrário, os prejuízos à saúde da população carioca, fluminense e brasileira serão inevitáveis e inaceitáveis.
http://jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=37859