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Vestibular da Fuvest não terá divisão por disciplina

Enviado: 08 Jun 2006, 10:16
por Flavio Costa
O vestibular da Fuvest não deverá ser mais dividido entre as disciplinas do ensino médio, como português, matemática, biologia. A mudança faz parte também do programa anunciado no mês passado pela Universidade de São Paulo (USP) e que inclui ainda questões interdisciplinares. Ontem, a pró-reitora de Graduação da USP, Selma Garrido Pimenta, deixou claro que o conceito do exame mudou e que o que importa agora é avaliar os conhecimentos gerais do candidato.

"Vamos passar a cobrar raciocínio e uma postura crítica com relação ao conhecimento e não acúmulo de informações. A forma que o vestibular era feito até agora não dá certo", afirmou. A pró-reitora, no entanto, não informou quantas questões de cada disciplina e quantas interdisciplinares haverá na prova. "Isso não importa. O bom aluno saberá se aquela questão é de matemática ou se é interdisciplinar", respondeu aos jornalistas que pediam um detalhamento do projeto, chamado Inclusp, que prevê ainda 3% de bônus na nota de alunos que cursaram o ensino médio na rede pública.

O manual do candidato da Fuvest, que costuma conter todas as regras do vestibular, deve começar a ser impresso neste mês. Apesar da insistência dos jornalistas, Selma não esclareceu se os vestibulandos receberão a informação sobre o número de questões de cada disciplina no manual. A pró-reitora apenas confirmou que neste ano serão 90 perguntas de múltipla escolha, em vez das 100 que faziam parte da primeira fase até 2005. O programa com as matérias que podem ser exigidas no exame continuará o mesmo, assim como a duração de cinco horas para a realização da prova.

"Essa indefinição de informações prejudica a transparência do vestibular e deixa os alunos ansiosos", diz o coordenador do Etapa, Carlos Eduardo Bindi. Para ele, no entanto, apesar das incertezas, a Fuvest não deve "surpreender de maneira ruim" os candidatos com uma prova completamente diferente da que tem feito.

"Não sei o que esperar do vestibular. Queria saber, pelo menos, quantas questões interdisciplinares vai ter", reclama a estudante Talita Samanta Sene, de 18 anos, que vai se candidatar a uma vaga em Relações Internacionais. Segundo a coordenadora do Objetivo, Vera Lúcia Antunes, é preciso tranqüilizar os alunos e deixar claro que eles precisam continuar estudando da mesma maneira todas as disciplinas. Ela conta que o cursinho, porém, já aumentou o número de questões interdisciplinares cobradas em simulados.

A primeira fase da Fuvest será no dia 26 de novembro. O manual do candidato começa a ser vendido em 7 de agosto e as inscrições serão nos dias 10 e 17 de setembro.

http://br.news.yahoo.com//060608/25/15kc2.html


Eu acho bom, exceto o bônus.

Re.: Vestibular da Fuvest não terá divisão por disciplina

Enviado: 08 Jun 2006, 10:18
por Azathoth
Também, é mais inteligente.

Re: Re.: Vestibular da Fuvest não terá divisão por disciplin

Enviado: 08 Jun 2006, 10:54
por Flavio Costa
Azathoth escreveu:Também, é mais inteligente.

E se um aluno fica ansioso porque não sabe quantas questões interdisciplinares haverá na prova, tem mais é que reprovar mesmo.

Re.: Vestibular da Fuvest não terá divisão por disciplina

Enviado: 08 Jun 2006, 11:05
por Azathoth
Muitos dos grandes problemas da humanidade são interdisciplinares, os alunos precisam estar conscientes disso e ter uma visão mais holística do conhecimento.

Re.: Vestibular da Fuvest não terá divisão por disciplina

Enviado: 08 Jun 2006, 11:24
por Snake
Interdisciplinaridade é bom, mas não quando se torna necessária. Quando é o caso, muitas vezes acabam inventando situações absurdas.

Re.: Vestibular da Fuvest não terá divisão por disciplina

Enviado: 08 Jun 2006, 11:35
por Poindexter
Quando será realizado o funeral da USP?

Re: Re.: Vestibular da Fuvest não terá divisão por disciplin

Enviado: 08 Jun 2006, 11:37
por Flavio Costa
Poindexter escreveu:Isso é o fim da USP.

Argumentos?

Enviado: 08 Jun 2006, 12:34
por Viper
Flavio Costa escreveu:
Azathoth escreveu:Também, é mais inteligente.

E se um aluno fica ansioso porque não sabe quantas questões interdisciplinares haverá na prova, tem mais é que reprovar mesmo.


Discordo. Aliás, esse negócio de interdisciplinaridade é uma grande besteira. Suponha um cara muito bom em Matemática e que intencione pesquisar nesta área. Suponha ainda que este mesmo indivíduo seja uma nulidade em Química e Biologia. Provavelmente ele vai se ferrar em uma prova interdisciplinar que contenha muitas questões que requisitem simultaneamente conhecimentos sobre Matemática, Química e Biologia. Agora eu te pergunto: onde diabos o cara vai utilizar conhecimentos de Química e Biologia nos seus projetos de pesquisa em Topologia Algébrica, Geometria Diferencial, Teoria de Grupos e Representações, dentre outras áreas da Matemática Pura?! Bom, eu mesmo respondo: em lugar nenhum! Esse tipo de conhecimento é algo completamente inútil para se desenvolver qualquer coisa em Matemática Pura! O cara pode até querer saber algo a respeito por curiosidade intelectual mas não vai utilizar nada que venha daí em suas pesquisas. Aliás, esse é um problema dos exames tradicionais de admissão para as universidades...nego que vai fazer Física tem que resolver questões específicas de História e Geografia, por exemplo, e vice-versa...eu acho isso uma baita de uma incoerência e uma grande perda de tempo!

Azathoth escreveu:Muitos dos grandes problemas da humanidade são interdisciplinares, os alunos precisam estar conscientes disso e ter uma visão mais holística do conhecimento.


Cara, eu acho admirável uma pessoa portadora de vastos conhecimentos gerais. Mas não dá para impedir a entrada de um cara bom em Matemática na universidade só porque ele não decorou o que se ensina sobre Biologia no segundo grau...isso não tem nada a ver com o que ele intenciona pesquisar!

Eu acho que o vestibular deveria ser voltado especificamente para a futura área de atuação do indivíduo. Se o cara quer ser matemático, que faça uma prova (com um nível de dificuldade razoavelmente alto) específica de Matemática. Talvez uma outra de Física e mais uma prova bem leve de conhecimentos gerais (aí entra o que não interessa para ele: Biologia, Química, História, etc...), para servir apenas como critério de desempate, ou seja, sem poder de corte! E só.

Re.: Vestibular da Fuvest não terá divisão por disciplina

Enviado: 08 Jun 2006, 13:26
por Perseus
Até que enfim decidiram modernizar um pouco.

Naturalmente que quando a Usp fala em interdisciplinar, não estão falando em "Enem". Mesmo porque o Enem não é uma prova, é uma afronta a inteligencia.

Mas a Usp merece palmas (apenas pela mudança na prova, e não pela segregação). O conhecimento é um só e é assim que deveria ser tratado desde sempre.

Enviado: 08 Jun 2006, 13:36
por Flavio Costa
Viper escreveu:
Flavio Costa escreveu:
Azathoth escreveu:Também, é mais inteligente.

E se um aluno fica ansioso porque não sabe quantas questões interdisciplinares haverá na prova, tem mais é que reprovar mesmo.


Discordo.

E aí você começa a falar da interdisciplinaridade. Perceba que nessa passagem eu não estava falando da interdisciplinaridade, estava falando de qualidades emocionais do estudante. Ficar ansioso por causa de não saber a quantidade exata de questões de um determinado tipo é caso de tratamento. A vida não chega e diz "Olha, agora você vai precisar de vários tipos de conhecimento", os problemas simplesmente aparecem e temos que saber resolvê-los.

Viper escreveu:Aliás, esse negócio de interdisciplinaridade é uma grande besteira. Suponha um cara muito bom em Matemática e que intencione pesquisar nesta área. Suponha ainda que este mesmo indivíduo seja uma nulidade em Química e Biologia.

Isso não é um problema da interdisciplinaridade, tanto que esse problema já existe hoje independente dessa mudança que está sendo promovida. A mudança é positiva e, como disse o Manuel, muitos problemas são interdisciplinares. Outros nem tanto, mas saber conjugar conhecimentos diversos é muito útil.

Para resolver essa situação que você está relatando, a solução seria vestibulares diferenciados de acordo com a área de estudos. Todos teriam Matemática, Português e Inglês. Os alunos de exatas teriam, além dessas, Física e Lógica. Os de ciências sociais, História e Geografia. Os de ciências e saúde, Química e Biologia. Seriam pelo menos umas três versões diferentes do vestibular, e cada uma delas poderia ser interdisciplinar dentro daquelas especialidades.