



Tumulto se estendeu por 3 km, de Ipanema ao Leblon; discussão entre banhista e bombeiro causou confusão, diz a polícia
Boato de arrastão causa corre-corre no Rio
RAQUEL ABRANTES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Em feriado de praias lotadas no Rio de Janeiro, os cariocas se assustaram no início da tarde de ontem com tumulto e correria nas areias do Arpoador, em Ipanema (zona sul). Com medo de um suposto arrastão, houve correria de banhistas e o tumulto se estendeu até o posto 11, no Leblon, a três quilômetros de distância.
Uma banhista relatou ter visto o furto de uma bolsa, mas a maioria dos presentes ouvidos pela Folha disseram ter corrido sem saber o que estava acontecendo, por temer um arrastão.
Segundo a polícia, houve uma discussão entre um bombeiro e um banhista, que usava indevidamente um boné da corporação. "Eles se desentenderam e o bombeiro estava fardado. Por isso, os freqüentadores da praia acharam que poderia acontecer coisa pior", afirmou o tenente Carlos Henrique Barrim, do 23º Batalhão de Polícia Militar (Ipanema). O bombeiro e o banhista não foram detidos ou identificados.
Pessoas que viram o tumulto afirmaram que não havia policiamento no Arpoador durante a correria. Cerca de dez minutos após a confusão, chegaram quatro carros da PM, e um helicóptero passou a sobrevoar as praias.
"Saíram uns quatro ou cinco garotos de dentro d'água correndo e gritando "arrastão, arrastão!". As pessoas se assustaram e saíram correndo", disse Luiz Alves Bezerra, 49, que trabalha no quiosque na entrada do Arpoador.
A estudante Juliana Vasconcelos, 16, disse ter visto um menino pegando a bolsa de uma mulher que estava a areia. "Ela saiu correndo e aí todo mundo saiu junto. Foi tudo muito rápido; deve ter durado uns cinco minutos."
O tenente Cláudio Cares, também do 23º BPM, disse que houve apenas um princípio de tumulto. "Não foi constatado nenhum furto ou agressão. A praia estava muito cheia, o que é uma situação difícil de ser administrada", declarou o tenente, ressaltando que havia policiamento no local antes da chegada dos freqüentadores.
A professora Luane Fragoso, 29, estava no Leblon quando o tumulto chegou lá. "Quando vi as pessoas correndo, resolvi vir para o Arpoador. Nem sabia que isso tinha acontecido aqui", contou.
Cristiane Faria, estudante de 22 anos, estava deitada na areia quando começou a movimentação das pessoas. "Disseram que foi uma briga, mas parecia um arrastão. Por isso, saí correndo também", afirmou.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidi ... 200520.htm



