A ICAR e a ciência - um show de desinformação
Enviado: 19 Nov 2005, 13:46
Miriam Stimson - A Igreja impulsiona a ciência
Por Carlos Scheid ("O Lutador" - nº 3528 - 11 a 20/10/2005)
Se o leitor é daqueles que rotulam a Igreja de retrógrada, conservantista e fundamentalista, meus pêsames. É o leitor quem merece tais adjetivos. A verdade é que a ciência deve muito aos membros da Igreja. O caso mais recente é o de Irmã Miriam Michael Stimson, uma freira dominicana falecida em 2002. A ela devemos as primeiras intuições a respeito do DNA.
Uma mulher na academia dos homens
Acaba de sair nos EUA o livro de Jun Tsuji “A alma do DNA: a verdadeira história da freira católica e de seu papel na maior descoberta científica do Séc. XX“ (Lumina Press, l64 p.). O autor nipo-americano, pesquisador em Genética na Universidade Siena Height, é nada menos que um dos discípulos de Ir.Minam Stimson. Para o autor, a grandeza de Ir. Stimson consistiu em se impor como mulher e como freira católica em uma comunidade científica - a dos anos 50- fortemente dominada por homens e por um establishment que incluía vultos do calibre de James Watson e Francis Crick.
Ir. Stimson foi um dos primeiros cientistas a testar o modelo da dupla hélice do DNA. O rnétodo por ela empregado e sua via química são, ainda hoje, 50 anos depois, inteiramente atuais. No início da década de 50, utilizando uma solução de brometo de potássio e a espectroscopia infra-vermelho, ela descobriu as bases do DNA. Tratava-se de autêntica revolução na comunidade científica - comenta Filippo Rizzi em artigo do jornal Avvenire -, mesmo em relação aos modelos de DNA propostos por James Watson, Francis Crick e Linus Pauling.
Sempre foi assim...
Os homens da Igreja sempre estiveram na linha de frente da pesquisa científica. Enquanto os críticos de plantão desenterram semanalmente os ossos de Galileu Galilei, fazem silêncio a respeito de Nicolaus Copérnico (1473-1543). Padre, médico, advogado e astrônomo polonês, estudou nas Universidades de Cracóvia (teologia), de Bolonha (direito) e Pádua (medicina).
Copérnico é conhecido por corrigir as teorias geocêntricas de Ptolomeu (Séc. II dc.) e propor o heliocentrismo, com o Sol no centro e os planetas em sua órbita, teoria que Sir Isaac Newton aperfeiçoaria posteriormente.
Tempos depois, Charles Darwin não teria cometido as falhas de sua teoria evolucionista se tivesse lido o relatório que Mendel — sacerdote católico - lhe enviou, em vez de deixá-lo empoeirado na sua estante. Gregor Mendel (1822-1884), nascido na Moravia, é o pai da genéitca moderna. Ordenado padre em 1848, após o noviciado no Mosteiro de Brno, usava as horas vagas para observar o cruzamento de duas espécies de ervilhas no fundo da horta. Descobriu nos vegetais os caracteres dominantes e recessivos, que deixavam mal aquela história de luta pela vida, sobrevivência do mais forte, etc. Mesmo assim, como o sensacional se sobrepôe ao verdadeiro, foram as teses darwinistas que ganharam todas as manchetes...
As recentes análises do genoma dos símios, substancialmente diverso do genoma humano, viriam dar razão ao padre, não ao ateu.
Entre a clausura e o Iaboratório
Uma vocação precoce marcou a vida de Ir. Minam, mas não a ponto de sufocar sua apaixonada inclinação para a investigação científica. Jovem professora do Liceu de Michigan, tornou-se logo depois docente universitária para obter recursos para suas pesquisas. Já em 1945, ela publicava na conceituada revista Nature sua pesquisa sobre raios ultra-violeta, um estudo sobre cromatografia e as origens das células cancerosas.
Ir. Minam comentava com Jun Tsuji, que a entrevistou em mais de dez ocasiões: “O surpreendente era a cortina de desconfiança e de irônica leviandade alimentada em meus confrontos com a comunidade científica internacional, só porque eu era uma mulher e, mais ainda, uma freira católica, logo, incapaz de tratar de assuntos tão complexos”.
Nos últimos anos, o mundo científico ergueu um sólido muro de preconceito diante das descobertas do Prof. Jérôme Lejeune, geneticista francês que identificou a origem genética da Síndrome de Down. Afinal, ele tinha um grave defeito científico: era um homem de fé, religioso, profundamente católico... Por isso mesmo, jamais descartaria embriões nem os trataria como meras cobaias de laboratório...
Por Carlos Scheid ("O Lutador" - nº 3528 - 11 a 20/10/2005)
Se o leitor é daqueles que rotulam a Igreja de retrógrada, conservantista e fundamentalista, meus pêsames. É o leitor quem merece tais adjetivos. A verdade é que a ciência deve muito aos membros da Igreja. O caso mais recente é o de Irmã Miriam Michael Stimson, uma freira dominicana falecida em 2002. A ela devemos as primeiras intuições a respeito do DNA.
Uma mulher na academia dos homens
Acaba de sair nos EUA o livro de Jun Tsuji “A alma do DNA: a verdadeira história da freira católica e de seu papel na maior descoberta científica do Séc. XX“ (Lumina Press, l64 p.). O autor nipo-americano, pesquisador em Genética na Universidade Siena Height, é nada menos que um dos discípulos de Ir.Minam Stimson. Para o autor, a grandeza de Ir. Stimson consistiu em se impor como mulher e como freira católica em uma comunidade científica - a dos anos 50- fortemente dominada por homens e por um establishment que incluía vultos do calibre de James Watson e Francis Crick.
Ir. Stimson foi um dos primeiros cientistas a testar o modelo da dupla hélice do DNA. O rnétodo por ela empregado e sua via química são, ainda hoje, 50 anos depois, inteiramente atuais. No início da década de 50, utilizando uma solução de brometo de potássio e a espectroscopia infra-vermelho, ela descobriu as bases do DNA. Tratava-se de autêntica revolução na comunidade científica - comenta Filippo Rizzi em artigo do jornal Avvenire -, mesmo em relação aos modelos de DNA propostos por James Watson, Francis Crick e Linus Pauling.
Sempre foi assim...
Os homens da Igreja sempre estiveram na linha de frente da pesquisa científica. Enquanto os críticos de plantão desenterram semanalmente os ossos de Galileu Galilei, fazem silêncio a respeito de Nicolaus Copérnico (1473-1543). Padre, médico, advogado e astrônomo polonês, estudou nas Universidades de Cracóvia (teologia), de Bolonha (direito) e Pádua (medicina).
Copérnico é conhecido por corrigir as teorias geocêntricas de Ptolomeu (Séc. II dc.) e propor o heliocentrismo, com o Sol no centro e os planetas em sua órbita, teoria que Sir Isaac Newton aperfeiçoaria posteriormente.
Tempos depois, Charles Darwin não teria cometido as falhas de sua teoria evolucionista se tivesse lido o relatório que Mendel — sacerdote católico - lhe enviou, em vez de deixá-lo empoeirado na sua estante. Gregor Mendel (1822-1884), nascido na Moravia, é o pai da genéitca moderna. Ordenado padre em 1848, após o noviciado no Mosteiro de Brno, usava as horas vagas para observar o cruzamento de duas espécies de ervilhas no fundo da horta. Descobriu nos vegetais os caracteres dominantes e recessivos, que deixavam mal aquela história de luta pela vida, sobrevivência do mais forte, etc. Mesmo assim, como o sensacional se sobrepôe ao verdadeiro, foram as teses darwinistas que ganharam todas as manchetes...
As recentes análises do genoma dos símios, substancialmente diverso do genoma humano, viriam dar razão ao padre, não ao ateu.
Entre a clausura e o Iaboratório
Uma vocação precoce marcou a vida de Ir. Minam, mas não a ponto de sufocar sua apaixonada inclinação para a investigação científica. Jovem professora do Liceu de Michigan, tornou-se logo depois docente universitária para obter recursos para suas pesquisas. Já em 1945, ela publicava na conceituada revista Nature sua pesquisa sobre raios ultra-violeta, um estudo sobre cromatografia e as origens das células cancerosas.
Ir. Minam comentava com Jun Tsuji, que a entrevistou em mais de dez ocasiões: “O surpreendente era a cortina de desconfiança e de irônica leviandade alimentada em meus confrontos com a comunidade científica internacional, só porque eu era uma mulher e, mais ainda, uma freira católica, logo, incapaz de tratar de assuntos tão complexos”.
Nos últimos anos, o mundo científico ergueu um sólido muro de preconceito diante das descobertas do Prof. Jérôme Lejeune, geneticista francês que identificou a origem genética da Síndrome de Down. Afinal, ele tinha um grave defeito científico: era um homem de fé, religioso, profundamente católico... Por isso mesmo, jamais descartaria embriões nem os trataria como meras cobaias de laboratório...