Mr.Hammond escreveu:Houdini encomendou fotos , justamente para mostrar como era fácil criar materializações.
Abraços
Olá, Hammond
mas o fenômeno de materializações não se restringe apenas a fotos. Houve controles rigorosos, como disse, mesmo com a presença de mágicos. Não é porque existe a peruca que não existe o cabelo de verdade.
Sobre Houdini, mesmo ele teve dificuldade para explicar alguns fenômenos em que presenciou, inclusive com relação a fotos:
Apesar dos fulminantes ataques que desferiu contra médiuns que praticavam fraudes, o mágico e ilusionista Harry Houdini conseguiu descobrir casos genuínos de fenômenos psíquicos.
Nascido em Budapeste, Hungria, Harry Houdini foi levado para os Estados Unidos quando ainda era criança e lá começou sua carreira, trabalhando como trapezista, em 1882. Em pouco tempo, ele se tornou mundialmente famoso, como mágico e ilusionista, estando entre seus feitos mais notáveis conseguir se soltar de algemas, cordas, correntes e baús que estavam trancados a sete chaves.
Em uma ocasião, Houdini foi amarrado com cordas e trancado em um caixote que, por sua vez, foi envolvido com uma fita de aço e jogado no porto, ao largo de Battery, Nova Iorque. Surpreendentemente, um minuto depois, Houdini apareceu na superfície da água.
Houdini atribuía todos os truques e mágicas ao mundo natural e, em muitas ocasiões, explicou como eram realizados. Numa época em que o espiritualismo estava muito difundido, Houdini sentiu-se na obrigação de expor o grande número de médiuns fraudulentos que existiam e que caíam como aves de rapina sobre um público crédulo.
Muitos médiuns, ao invés de produzir fenômenos psíquicos verdadeiros, lançavam mão da fraude e da trapaça, fazendo-o geralmente num momento apropriado, quando atenção do público estava dirigida para outro lugar, ou então quando uma das mãos ou um dos pés ficavam livres da observação dos presentes. Houdini descreveu um destes métodos utilizados por uma médium fraudulenta:
“Os sapatos da médium eram feitos especialmente para ela, e de uma tal forma que, quando fazia uma determinada pressão sobre o chão, conseguia tirar a maior parte do sapato com o pé, puxando-o de uma frente falsa. Esta parte dianteira do sapato é feita de metal e é acolchoada. Assim, quando a médium pede ao público que coloque os pés nos dela, já se assegurou de que as pessoas que participam da experiência não ultrapassem o pedaço que ela pode retirar. Sob o pleno brilho da luz, o pesquisador acha que sente o pé da médium preso, com segurança, sob o seu próprio pé, e como ele não tem condições de enxergar o que se passa debaixo da mesa, a médium acaba tendo a possibilidade de usar plenamente seu pé para produzir as manifestações que deseja.”
No entanto, apesar da enorme quantidade de fraudes inescrupulosas que eram cometidas neste ramo de atividade, Houdini conseguiu descobrir alguns fenômenos verdadeiros. Vamos examinar, por exemplo, as pesquisas que ele fez sobre o fotógrafo que tirava fotos de espíritos, Alexander Martin.
Nascido na Escócia, Martin entrou em contato, pela primeira vez, com fotografias que envolviam paranormalidade, depois de tirar fotos de bebês em Blackhawk, Colorado, em 1879. Alexander Martin ficou espantado ao encontrar, nas fotos, imagens adicionais de jovens que não tinham estado presentes às sessões fotográficas.
Considerado por Sir Arthur Conan Doyle como um dos maiores fotógrafos espíritas do mundo, Martin precisou esforçar-se muito para ficar à altura da investigação do meticuloso e cético Houdini. Um artigo no Denver Post, de 12 de setembro de 1971, afirmou:
“Em 1915, Harry Houdini, o famoso artista da mágica, fez uma viagem a Dener para determinar, de uma vez por todas, em sua própria mente, se havia alguma verdade em relação às fotos de espíritos... Elas foram tiradas e Houdini citado, afirmando que tinha testemunhado todos os passos do processo. O mágico disse que ficou surpreso quando viu diversas figuras fantasmagóricas ao examinar as chapas prontas. ‘Estou plenamente convencido de que ele (Martin) conseguiu capturar o mundo espiritual no filme’, disse Houdini. ‘Eu o observei atentamente, enquanto estava submetido às mais rigorosas condições de teste, e os resultados foram nada menos do que milagrosos. Acredito que Alexander Martin seja honesto e que seu trabalho seja autêntico.”
Em 1923, uma estranha foto foi tirada, sob a supervisão de Houdini, na Igreja Espiritualista de Los Angeles. O interesse de Houdini foi despertado quando leu que uma médium estava determinada a provar a validade do espiritualismo depois de sua morte. A mulher afirmava que apareceria, depois que morresse, atrás de seu próprio caixão – e parece que foi exatamente isto que ela fez! Dez fotos foram tiradas na Igreja Espiritualista e uma delas mostrava um traço luminoso, que não era usual e que parecia, vagamente, uma forma humana.
O próprio Houdini ficou na câmara escura enquanto o filme estava sendo revelado, e mais tarde deu um depoimento afirmando que a foto era genuína e que não havia nada de falsificado nela.
No livro Arthur Ford: The Man Who Talked With the Dead, os autores Allen Spraggett e William R. Rauscher afirmaram:
“Entre as dez fotografias tiradas, uma mostrava um traço estranho, com uma bolha no topo – se lhe acrescentássemos um pouco de imaginação, ela poderia ser interpretada como um fac-símile de uma forma humana – para a qual nenhuma explicação jamais foi encontrada. Houdini afirmava ter descartado todas as causas normais da imagem, tal como um arranhão no negativo, ofereceu uma recompensa de mil dólares a qualquer pessoa que conseguisse replicar o fenômeno, sob as mesmas condições. Aparentemente, ninguém o fez.”
Numa sessão espírita, uma médium anunciou que tinha entrado em contato com o pai de Houdini, o Dr. Weiss; em seguida, o espírito do Dr. Weiss começou a falar com os que estavam presentes à sessão, através da médium:
- Ah, este é seu querido pai. Meu filho, me agrada saber que você foi bem-sucedido. Tenho observado sua carreira com o maior interesse e orgulho.
- Alô, pai – disse Houdini – quando você aprendeu a falar inglês?
O Dr. Weiss era um imigrante austríaco que nunca dominara a língua inglesa, mas a explicação que deram a Houdini é que seu pai tinha aprendido a língua no “outro lado”. No entanto, quando Houdini disse:
- Diga-lhe que prefiro que fale comigo em hebraico,
a sessão espírita descambou em confusão.
Há também o caso de Mina Crandon, de Boston, mais conhecida como Margery, a Médium. Diferente de muitos médiuns que foram seus contemporâneos, Crandon tinha uma posição social respeitável, já que era esposa do Dr. L. R. G. Crandon, um professor de cirurgia da Universidade de Harvard, e não era encarada, de forma alguma, como uma excêntrica. Fenômenos como o de virar a mesa, a escrita automática, a música etérea e as comunicações por voz direta eram todos desprezados durante as sessões espíritas de Margery.
Em 1923, o Scientific American ofereceu uma grande quantia em dinheiro para qualquer médium que fosse capaz de produzir autênticos fenômenos psíquicos. Vários médiuns tentaram, mas fracassaram.
A comissão, no entanto, que tinha Houdini entre seus membros, ficou dividida em relação ao controle e prova de evidência de Margery, e nenhuma solução definitiva foi unanimamente alcançada. O próprio Houdini afirmou que houvera fraude, embora tenha ido a muitas sessões espíritas que tiveram lugar na casa de Crandon.
Em uma ocasião, Houdini se gabou de conseguir reproduzir todas as manifestações que testemunhara ao longo das sessões espíritas presididas por Margery. Ele foi então abordado e desafiado pelo comitê de investigação para que fizesse exatamente o que afirmara ser capaz. Houdini então assinou um contrato prometendo que faria manifestações de sinos tocando, aparecimento de ectoplasma e figuras espirituais, conforme acontecia ao longo das sessões realizadas por Margery.
Logo depois que o mágico assinou o documento, uma voz misteriosa se manifestou através de Margery, afirmando que Houdini partiria da cidade, inesperadamente, sem cumprir seu contrato.
E foi isto, de fato, o que realmente acabou acontecendo. Os membros da comissão falaram de um inexplicado recado que Houdini recebera e que teria exigido que ele partisse para Boston. Mas, de forma bastante estranha. Houdini nunca mais compareceu a nenhuma das sessões espíritas de Margery; nem tampouco produziu os fenômenos que faziam parte do contrato.
Em uma sessão espírita conduzida pelo espiritualista Arthur Ford, no dia 8 de fevereiro de 1928, dois anos após a morte de Houdini, o espírito recebido por Ford, Fletcher, anunciou o seguinte:
“Uma mulher me diz que ela é a mãe de Harry Weiss, conhecido como Houdini”.
Falando em nome da mãe de Houdini, Fletcher disse:
“Durante muitos anos, meu filho esperou por alguma palavra que eu deveria lhe enviar. Ele sempre disse que se pudesse consegui-la, ele acreditaria. Agora, no entanto, surgiram situações familiares que tornam necessário que eu passe a ele minha palavra-código, antes que ele possa dar à sua mulher o código que combinou com ela...Sua mulher sabe a palavra e mais ninguém, em todo o mundo...Pergunte-lhe se a palavra que tentei lhe enviar, ao longo de todos estes anos, não era ‘Perdão’!”
A viúva de Houdini admitiu que esta era, na realidade, a mensagem pela qual ele tinha esperado durante toda a vida.
Antes de sua morte, em 1926, Houdini combinou um código secreto de dez palavras, com sua mulher, que deveria ser enviado após os dez anos de sua morte. Este código foi cercado por muita controvérsia, e os resultados ainda permanecem questionáveis, já que a viúva do mágico admitiu, inicialmete, “ter recebido corretamente a mensagem que fora combinada entre o Sr. Houdini e eu”, mas depois negou qualquer recepção.
Em uma sessão espírita, Fletcher disse:
“Um homem que diz ser Harry Houdini, mas cujo nome verdadeiro era Ehrich Weiss, está aqui e deseja mandar à sua mulher, Beatrice Houdini, a mensagem de dez palavras que combinou enviar, se lhe fosse possível se comunicar. Ele diz que você deve lhe entregar esta mensagem, e se ela aceita-la, ele deseja seguir o plano antes de passa-la.”
A mensagem recebida, que provou ser correta, era:
ROSABELLE**ANSWER TELL**PRAY-ANSWER**LOOK**TELL**ANSWER-ANSWER**TELL
Impressionada pela informação transmitida, Beatrice Houdini combinou com Ford uma sessão espírita em sua casa. Foi durante esta sessão que Fletcher explicou o complexo código de Houdini:
PRAY – representava a letra A.
ANSWER– representava a letra B.
SAY– representava a C.
NOW– representava a D.
TELL– representava a E.
PLEASE– representava a F.
QUICKLY– representava a H.
LOOK– representava a letra I.
BE QUICK– representava a J.
ANSWER ANSWER – representava a letra V.
ROSABELLE era o nome de uma canção que tinha um significado especial para Harry houdini e sua mulher, já que ela a cantara mo primeiro espetáculo em que tinham atuado juntos, há muitos anos.
Fletcher então disse:
“A segunda palavra de nosso código é ANSWER, B é a segunda letra do alfabeto, assim ANSWER significa B. A quinta palavra do código é TELL e a quinta letra do alfabeto é E; a décima-segunda letra do alfabeto é L, e para completar doze, temos que usar a primeira e a segunda palavras do código...”
Decodificada, a palavra era BELIEVE! (Acreditar)
Um abraço,
Vitor