Religião é Veneno

Eu tive uma epifania agora, lendo artigos de espiritismo na wikipedia, em especial esse comentário da Gênese:

Good and Evil

Good and evil are seen as inherent to human nature because they are both manifestations of our pursuit of perfection. "Good" things come from the use of intellect while "bad" things come from the prevalence of instinct; which leads to the conclusion, not present textually in Kardec, that nature, being unintelligent is inherently "evil" (or at the very least, unmoral).

http://en.wikipedia.org/wiki/The_Genesi ... _Spiritism

Eu noto com frequência as seguintes posturas por parte de espíritas:

1) Espíritas costumam endemonizar processos naturais ateleológicos ("o acaso!"), sempre precisa existir uma ordem além do cosmos para imbuir esses processos de sentido

2) Espíritas renegam as capacidades do tecido cerebral (consideram um mero vasilhame, como toda "carne fraca")

3) Espíritas não consideram que a mente faz parte da Natureza

4) Espíritas gostam muito de frisar as diferenças entre o intelecto humano e o dos outros animais (muitos sentem repulsa quando se refere ao homem como um animal), adorando dicotomias "racionalismo x irracionalismo", "espírito x instinto"

5) Espíritas também proclamam a existência de reinos sobrenaturais onde a justiça impera e humanos tem conhecimento do que realmente são (gostam muito de ameaçar não-espíritas com comentários do tipo "você vai tomar um susto quando desencarnar")

Ora, todos esses conceitos são intimamente parecidos com os pilares das religiões gnósticas que imperaram entre o século 0 e 5 do nosso tempo, em especial a concepção de que a materia é ruim e que humanos são seres divinos aprisionados na matéria, não podendo ter conhecimento do que realmente são e precisando buscar esse conhecimento fora deste Universo.

Agora tudo faz mais sentido.

século 0

Hrrr escreveu:

século 0

Perdão, Século 1.

salgueiro escreveu:Bem Azathoth, acho que a doutrina tem mais temperos do que só gnose . Imaginar que ela sairia do nada, totalmente "nova", seria esquecer toda uma trajetória humana e se calcar naquele papo que a minha verdade é mais verdadeira, purinha que só ela. O espírito existindo teria que dar mostras de si ao longo do tempo

No final do Século XVIII e início do Século XIX houve na Europa um aumento do interesse sobre as culturas orientais, incluindo suas religiões. Foi quando se concebeu a hipótese antropológica da origem indo-européia de povos e línguas, por exemplo. As influências indianas no espiritismo são bem evidentes.

salgueiro escreveu:Outro cuidado que se deve ter, é diferenciar os espíritas da doutrina em si. Todo mundo sempre vai fazê-la mais parecida consigo. Vou dar um exemplo, uma das coisas que tem ocorrido dentro dos centros é a conscientização aos espíritas sobre a alimentação carnívora e a responsabilidade humana na proteção de nossos irmãozinhos. A reação contrária de muitos espíritas é a mesma de qualquer outro carnívoro

Eu pensei nisso como contraponto ao que disse quando julgo que os espíritas distanciam-se muito dos outros animais; só que a solução não muda muito o que disse, é imbuir os animais com espíritos, os fazendo também um pouco divinos por dentro.

Azathoth escreveu:No final do Século XVIII e início do Século XIX houve na Europa um aumento do interesse sobre as culturas orientais, incluindo suas religiões. Foi quando se concebeu a hipótese antropológica da origem indo-européia de povos e línguas, por exemplo. As influências indianas no espiritismo são bem evidentes.

Meu conhecimento sobre religiões é prá lá de limitado mas pelo que percebo, tem de tudo um pouco dentro da DE

Azathoth escreveu:Eu pensei nisso como contraponto ao que disse quando julgo que os espíritas distanciam-se muito dos outros animais; só que a solução não muda muito o que disse, é imbuir os animais com espíritos, os fazendo também um pouco divinos por dentro.

Bem o máximo que consigo é ver potencialidades no ser humano o que poderia com um pouco de boa vontade (mais do que possuo) trazer a divindade a ele

O distanciamento que encontramos presente no relacionamento homem/animal está diretamente ligado a sua responsabilidade sobre o mesmo, a partir do momento em que a proximidade aumenta.

Bjs

Porra, Manuel, só sacou agora?

Embora, vale lembrar o que sempre diz o Fedelão: quem lê Kardec, e vê suas idéias gnósticas, sente-se como quem lê a redação de um aluno primário que não entendeu a lição.
Os grandes mestres gnósticos sentiriam vergonha do Espiritismo...

Azathoth escreveu:Eu tive uma epifania agora, lendo artigos de espiritismo na wikipedia, em especial esse comentário da Gênese

Acho bom este seu entusiasmo pelo estudo do Kardecismo! Sinal que nalguma coisa alí faz algum sentido, não é meu caro?

Azathoth escreveu:1) Espíritas costumam endemonizar processos naturais ateleológicos ("o acaso!"), sempre precisa existir uma ordem além do cosmos para imbuir esses processos de sentido

Não endemonizamos, Aza, racionalizamos.

Azathoth escreveu:2) Espíritas renegam as capacidades do tecido cerebral (consideram um mero vasilhame, como toda "carne fraca")

Saiba que a ciência ainda não sabe porque temos o cérebro deste tamanho e várias atividades dele ainda não são explicáveis. É só carne mesmo. Quem dá a forma é o espirito.

Azathoth escreveu:3) Espíritas não consideram que a mente faz parte da Natureza

A natureza é Deus, portanto isso que disse acima está equivocado.

Azathoth escreveu:4) Espíritas gostam muito de frisar as diferenças entre o intelecto humano e o dos outros animais (muitos sentem repulsa quando se refere ao homem como um animal), adorando dicotomias "racionalismo x irracionalismo", "espírito x instinto"

"Animais", na sua forma somos todos nós. Porem somos animais racionais ou seres humanos. O resto são "animais" em evoluçao.

Azathoth escreveu:5) (gostam muito de ameaçar não-espíritas com comentários do tipo "você vai tomar um susto quando desencarnar")

Bem... o que poderiamos falar? "voce vai se f**** quando morrer!" ... acho que a palavra susto é mais digerível. Mas a justiça está ao lado de todos, portanto cuidemos bem de nossa vida na terra para termos paz na morte independente se cremos nisso ou naquilo.

Azathoth escreveu:Ora, todos esses conceitos são intimamente parecidos com os pilares das religiões gnósticas que imperaram entre o século 0 e 5 do nosso tempo, em especial a concepção de que a materia é ruim e que humanos são seres divinos aprisionados na matéria, não podendo ter conhecimento do que realmente são e precisando buscar esse conhecimento fora deste Universo.

Foi um dos motivos dessa religião ser perseguida pelo cristianismo logo que assumiu ás rédeas da situação.
O gnosticismo pregava que sendo jesus um ser material jamais ele podeira ser deus, um ser sobrenatural, visto que como já foi afirmado, a materia é algo ruim, maléfico e o único meio de alcançar deus ou se aproximar do mesmo é através do conhecimento.