Nietzsche revisitado – a síntese de O Anticristo

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Acauan
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Nietzsche revisitado – a síntese de O Anticristo

Mensagem por Acauan »

Nietzsche revisitado – a síntese de O Anticristo

Por Acauan


E desde então surgiu um problema absurdo: "Como Deus pode consentir nisto?" A razão perturbada da pequena comunidade achou uma resposta de um absurdo verdadeiramente terrível: Deus deu o seu filho para o perdão dos pecados, em sacrifício. Ah! Como terminou de uma assentada o Evangelho! O sacrifício expiatório na sua forma mais desprezível, mais bárbara, o sacrifício dos inocentes pelas faltas dos pecadores! Que espantoso paganismo! Não tinha Jesus suprimido até a idéia do pecado? Não havia negado o abismo entre Deus e o homem, vivido essa unidade entre Deus e o homem, que era a sua boa nova?... E isto não era para ele um privilégio! Desde então se introduz a pouco e pouco no tipo do Salvador a doutrina do "juízo" e da vinda, a doutrina da morte por sacrifico, a doutrina da ressurreição que escamoteia toda a idéia de salvação, toda a só e única realidade do Evangelho a favor de um estado depois da morte... Paulo tornou lógica essa concepção - concepção descarada! – com aquela insolência rabínica que o caracteriza em todas as coisas: "Se Cristo não ressuscitou dentre os mortos, é vã a nossa fé". E de um só golpe converte-se o Evangelho na promessa irrealizável mais digna de desprezo, a doutrina insolente da imortalidade pessoal... O próprio Paulo a ensinava ainda, como uma recompensa!...

Friedrich W. Nietzsche, O Anticristo, capítulo 41


No capítulo destacado acima de O Anticristo, Nietzsche nos apresenta o que pode ser a síntese de sua crítica ao cristianismo.

O filósofo aponta a morte do Cristo como o momento que decide o destino do Evangelho, quando, nas palavras do autor, a boa nova foi seguida de perto pela pior de todas - a de Paulo.

A tese é que a crucificação de Jesus de Nazaré colocou seus seguidores diante de um dilema: O mestre morreu. Qual o significado de sua morte?
Uma solução seria os seguidores darem conotação heróica à morte de seu Messias, já que o herói conhece o triunfo em vida e a glória na morte.

Mas, para Nietzsche, não havia como identificar a morte do Cristo com a morte do herói, pois para ele a noção do herói é essencialmente antievangélica.

Até a sua morte, Jesus de Nazaré foi um pregador rejeitado pelos judeus e um líder popular que nada conseguiu contra o poder romano. Na religião e na política não triunfou em vida.
Preso sem resistência, vendo o povo se voltar contra ele e seus seguidores mais próximos fugirem apavorados, terminou executado de modo humilhante.

Sem triunfo e glória, o cristianismo corria o risco de perecer no berço.

É aí que surgem as doutrinas do sacrifício vicário, da ressurreição, do segundo advento e do juízo.

Tais doutrinas criaram a fé de que a morte na cruz foi o triunfo de uma missão divina destinada a remir os pecados humanos visando à glória de Deus.
O triunfo e a glória que não foram testemunhados factualmente são definidos espiritualmente e só se mostrariam em sua plenitude no fim dos tempos.

É contra isto que Nietzsche se enfurece.
Ao contrário do que muitos possam pensar, em nenhum trecho de O Anticristo encontramos uma declaração de repulsa ao Evangelho em si.
O filósofo renega o que chama de "conversão do Evangelho na mais desprezível e irrealizável das promessas, a petulante doutrina da imortalidade do indivíduo", pois para ele "a boa nova não se manifesta através de milagres, recompensas, promessas ou escrituras. É, do principio ao fim, seu próprio milagre, sua própria recompensa, sua própria promessa, seu próprio reino de Deus”.
Nietzsche vê na origem do cristianismo um movimento de características budistas, que promete a tranqüilidade e felicidade na terra. Este movimento conduzido por Jesus de Nazaré em vida, teria findado com a morte na cruz, sendo substituído por outro movimento instituído em torno dos novos significados dados a esta morte – é este o cristianismo que o filósofo rejeita e critica.

Visto desta forma, O Anticristo deveria chamar-se O Ante-Paulo, já que é ao apóstolo de Tarso que Nietzsche dirige suas mais duras críticas, tendo-o como expressão do sangue de teólogo que despreza e representação do instinto de sacerdote que odeia.
Paulo é mostrado como um falsário que rejeita a proposta primitiva do Evangelho de felicidade real nesta vida, a substituindo por uma felicidade prometida para uma outra vida (e ainda assim vinculada a condições), transformando o cristianismo em uma "religião que promete tudo, mas não cumpre nada".

Para Nietzsche, as conseqüências deste falseamento conduzido por Paulo seriam posteriormente estendidas à própria História, uma vez que o cristianismo dele oriundo reivindicaria primeiro o passado judaico, e posteriormente toda a história pregressa da humanidade, como uma pré-história do cristianismo.
O filósofo neste ponto se omite de reconhecer que nossa percepção da História, como hoje a temos, surge justamente da necessidade de o pensamento cristão assentar-se em um contínuo temporal de eventos que se inicia na eternidade e se finda nela, da criação ao fim dos tempos.

É sobre este assentamento histórico que o cristianismo elevou a morte na cruz da condição de encerramento inglório de uma vida sem triunfo, para cumprimento de uma promessa feita no início dos tempos, o Messias judaico que triunfa na redenção e profetiza a vindoura glória eterna. Ou seja, passado, presente e futuro foram combinados para dar sentido a um acontecimento que dentro de sua contemporaneidade era completamente desprovido dele.

Este sentido histórico do cristianismo, segundo o filósofo, transferiu o centro de gravidade da vida, dela própria (o aqui, agora, o real, o instinto) para um além indefinido (no espaço, no tempo, na vontade) que na prática representa o mesmo que trocar a vida pelo nada.

É obviamente temeroso tratar um pensamento de ruptura com toda a tradição filosófica ocidental, como o é o pensamento de Nietzsche, em aventuras diletantes como este brevíssimo resumo. Assim como é temeroso mergulhar de cabeça em sua visão de mundo e correr o risco de se deixar seduzir pela transmutação de todos os valores que pregava, sem estar preparado para as terríveis conseqüências possíveis.

Mas não podemos deixar de louvar a coragem deste pensamento que ousou proclamar para uma civilização ocidental moldada pelas doutrinas de Paulo que no fundo só existiu um cristão, e ele morreu na cruz.


Editado pela última vez por Acauan em 22 Nov 2005, 09:08, em um total de 1 vez.
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M
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Mensagem por M »

Visto desta forma, O Anticristo deveria chamar-se O Ante-Paulo, já que é ao apóstolo de Tarso que Nietzsche dirige suas mais duras críticas, tendo-o como expressão do sangue de teólogo que despreza e representação do instinto de sacerdote que odeia.

Nalgumas passagens do Anticristo, a impressao que me ficou é que Nietzsche nao é contra Jesus. Até parece admir-lo. É Paulo, o inventor do Cristianismo, que é o alvo.

Washington
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Re: Nietzsche revisitado – a síntese de O Anticristo

Mensagem por Washington »

Acauan escreveu:
Para Nietzsche, as conseqüências deste falseamento conduzido por Paulo seriam posteriormente estendidas à própria História, uma vez que o cristianismo dele oriundo reivindicaria primeiro o passado judaico, e posteriormente toda a história pregressa da humanidade, como uma pré-história do cristianismo.
O filósofo neste ponto se omite de reconhecer que nossa percepção da História, como hoje a temos, surge justamente da necessidade de o pensamento cristão assentar-se em um contínuo temporal de eventos que se inicia na eternidade e se finda nela, da criação ao fim dos tempos.


Este ponto foi, para mim, o mais chocante quando tive a oportunidade de ler este livro. Eu já não era religioso, muito menos cristão, mas acreditava que havia algo de verdade em relação aos personagens. Fui pesquisar e conclui que o cristianismo é a maior mentira jamais contada. Pareceu tão obvio que até hoje não sei como não havia percebido antes.

PS. Muito bom texto.
"Quando LULLA fala, o mundo se abre, se ilumina e se esclarece."
Marilena Chauí, filósofa da USP.

O triste é saber que tal figura recebe do contribuinte para dizer tais asneiras.


Chamo de pervertido um animal, uma espécie, um indivíduo, quando esse ou essa perde seus instintos, quando escolhe, prefere o que lhe é prejudicial.
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carlo
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Re.: Nietzsche revisitado – a síntese de O Anticristo

Mensagem por carlo »

É terrível mas, é verdade e foi difícil ter descoberto isto!
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Aranha
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Re.: Nietzsche revisitado – a síntese de O Anticristo

Mensagem por Aranha »

Grande Acauan,

- Só vejo um problema na análise de Nietzche, as cartas de Paulo foram escritas algum tempo antes dos evangelhos, note-se que as doutrinas de Paulo não estão nos evangelhos (a menos que vc use as interpretações tortuosas dos crentes), eis aí um mistério, porque Paulo não está refletido nos evangelhos que vieram depois dele????

Abraços,
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DaviDeMogi
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Re.: Nietzsche revisitado – a síntese de O Anticristo

Mensagem por DaviDeMogi »

Acauan escreveu: ... no fundo só existiu um cristão, e ele morreu na cruz.


Mas será que existiu e morreu mesmo? Ou foi mais uma invenção ou uma desvirtuação do que aconteceu (se aconteceu)?
Creio na morte, única amante absolutamente fiel,
Creio na estupidez humana, única força com que se pode contar sempre,
E creio no humor, única forma de encarar a primeira e suportar a segunda.

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Carlos Castelo
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Mensagem por Carlos Castelo »

Sem triunfo e glória, o cristianismo corria o risco de perecer no berço.

É aí que surgem as doutrinas do sacrifício vicário, da ressurreição, do segundo advento e do juízo.


Só os crentes mesmos conseguem ver isso no jesus dos evangelhos:

Um homem que morreu para salvar a humanidade (não estava mais restrito somente ao seus poucos seguidores) não se sabe do que, após a morte voltou, falou com um ali, outro acolá num cantinho escondido.

Devia ter aparecido para alguns daqueles que o ferraram e mostrado que o homem que eles trucidaram, humilharam era o mesmo que estava ali.

Depois desapareceu, prometendo voltar e julgar cada pessoa (não importa a que credo pertença). Na realidade os crentes usam o segundo advento para esconder o fracasso que foi o suposto jesus.
Nós também sabemos o quanto a verdade é muitas vezes cruel, e nos perguntamos se a ilusão não é mais consoladora.
Henri Poincaré (1854-1912)

Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
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Claudio Loredo
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Mensagem por Claudio Loredo »


A Bíblia é um livro totalmente contraditório. Uma das grandes contradições está no fato dos evangelhos dizerem uma coisa e as epístolas de Paulo dizerem outra. Paulo é extremamente legalista, Jesus já falava do fardo leve; Paulo é machista, Jesus convivia com mulheres; Paulo falava de hierarquia eclesiástica, Jesus não falava de hierarquia. E por ai vão as contradições.

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aknatom
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Re: Re.: Nietzsche revisitado – a síntese de O Anticristo

Mensagem por aknatom »

Abmael escreveu:Grande Acauan,

- Só vejo um problema na análise de Nietzche, as cartas de Paulo foram escritas algum tempo antes dos evangelhos, note-se que as doutrinas de Paulo não estão nos evangelhos (a menos que vc use as interpretações tortuosas dos crentes), eis aí um mistério, porque Paulo não está refletido nos evangelhos que vieram depois dele????

Abraços,


Todo o pensamento cristão, a vida de cristo inclusive, era transmitida oralmente pelos seus discípulos.
Paulo não teve grande influência na formação do cristianismo porque existiam muitas variações do cristianismo.Basta comparar evangelhos válidos com evangelhos apócrifos como o de Tomé por exemplo pra ficar bem clara a diferença de concepção da vida do mestre para cada evangelista.
paulo criou importância na unificação religiosa promovida por Roma... a partir daí a igreja única se tornou a continuação da igreja de Paulo, que foi a única com instituição formal desde o princípio e cujo ensinamento encaixava perfeitamente com os objetivos romanos de tornar o cristianismo religião oficial.
The Pensêitor admitindo que estava enganado: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=53315#53315
Eu concordando plenamente em algo com o VM: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=239579#239575

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carlo
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Mensagem por carlo »

M escreveu:Visto desta forma, O Anticristo deveria chamar-se O Ante-Paulo, já que é ao apóstolo de Tarso que Nietzsche dirige suas mais duras críticas, tendo-o como expressão do sangue de teólogo que despreza e representação do instinto de sacerdote que odeia.

Nalgumas passagens do Anticristo, a impressao que me ficou é que Nietzsche nao é contra Jesus. Até parece admir-lo. É Paulo, o inventor do Cristianismo, que é o alvo.


Bidú!
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carlo
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Re.: Nietzsche revisitado – a síntese de O Anticristo

Mensagem por carlo »

E quem é este "paulo"? quem seria este senhor que não gostava de mulheres?
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NOSSA SENHORA APARECIDA!!!!

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carlo
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Re.: Nietzsche revisitado – a síntese de O Anticristo

Mensagem por carlo »

e eu ia perdendo este topico!Agora tô chegando da rua(gandaia,gole) e não estou em condições de postar mas, amanhã estarei aqui de volta,vamos falar então sobre Paulo e crestus!
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Acauan
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Re: Re.: Nietzsche revisitado – a síntese de O Anticristo

Mensagem por Acauan »

Abmael escreveu:Grande Acauan,

- Só vejo um problema na análise de Nietzche, as cartas de Paulo foram escritas algum tempo antes dos evangelhos, note-se que as doutrinas de Paulo não estão nos evangelhos (a menos que vc use as interpretações tortuosas dos crentes), eis aí um mistério, porque Paulo não está refletido nos evangelhos que vieram depois dele????


Abmael,

Sua observação parece concordante com o que Nietzsche propunha, já que ele expôs a diferença de objetivos entre Paulo e os Evangelhos.
É bastante óbvio que o objetivo de Paulo era lançar os fundamentos de uma nova religião, com pretensões de tornar-se hegemônica no Império Romano. Para isto o apóstolo se valeu de um pragmatismo (que Nietzsche interpreta quase como um maquiavelismo avant la lettre) visível na cuidadosa urdidura que teceu para a doutrina, a tornando adaptável a qualquer cultura e mesmo resistente ao tempo – como de fato ocorreu.

Mohamed se valeria de pragmatismo parecido, séculos depois.

Já os Evangelhos não são pragmáticos, são seu oposto, essencialmente românticos.
Limitam-se a cumprir o que seu nome define, anunciar uma boa nova de salvação, paz e felicidade aos homens.

Visto por este lado, é difícil não concordar com Nietzsche.

ANAUÊ Abmael!
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Xicao
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Re: Re.: Nietzsche revisitado – a síntese de O Anticristo

Mensagem por Xicao »

Abmael escreveu:Grande Acauan,

- Só vejo um problema na análise de Nietzche, as cartas de Paulo foram escritas algum tempo antes dos evangelhos, note-se que as doutrinas de Paulo não estão nos evangelhos (a menos que vc use as interpretações tortuosas dos crentes), eis aí um mistério, porque Paulo não está refletido nos evangelhos que vieram depois dele????

Abraços,


Abmael, as cartas de Paulo vieram de um dos diversos cristianismos. Os evangelhos de outro cristianismo.

Com a criação da igreja católica houve o sincretismo de diversos cristianismo e a assimilação de correntes diversas.

Ao ser imposto um cristianismo paulino, com as cartas e os evangelhos, criou-se um cristianismo absurdo, em que uma parte (evangelhos) diz uma coisa e outra parte (cartas paulinas) diz outra. Os evangelhos libertam do peso da lei, as cartas obrigam a cumprir os requisitos da lei, mas embora sejam de autores diferentes, elas também entram em contradições consigo mesmas.

Esse cristianismo (assim como os que o antecederam) por ter sido artificial, mesclou ensinos de diversos cristianismo e deu no que deu.... Contradições e + contradições.....

O Cristianismo mais antigo (de paulo e suas cartas) foi sustentado pelo mais recente (dos evangelhos) e a igreja achou por bem dizer que ambos eram um só, quando de fato não eram...

Por mais que desejamos, por mais que anseiamos que Deus exista....
Nenhuma Divindade ou Deus virá a existir para atender nossos anseios...

Citação da Bíblia Sagrada- Anotado por mim na contra-capa de Caneta Bic Preta
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Trancado