A Umah e o Terror
Enviado: 28 Jul 2006, 12:01
A Umah e o Terror
Uma dúvida das mais relevantes que eu tenho sobre a correlação entre a Religião Muçulmana e o Terrorismo Fundamentalista Islâmico é por que a Umah (comunidade dos crentes Muçulmanos) não se une e faz uma declaração muito simples:
“Todo aquele que praticar atos de Terrorismo contra inocentes deixará de ser considerado Muçulmano e perderá o direito de falar em nome desta religião.”
Uma fatwa (sentença Islâmica) com a redação acima emitida por três Escolas de Pensamento Islâmico seria suficiente para incluir formalmente a condenação ao Terrorismo na chamada Lei Fiqh (equivalente islâmico ao conceito ocidental de jurisprudência) e portanto dar à condenação legitimidade e autoridade dentro da Umah. Isto talvez não dissuadisse os terroristas a cessarem os atentados, mas diminuiria muito o apelo e influência deles nas comunidades muçulmanas, principalmente entre os jovens crentes que geralmente são a matéria-prima dos homens-bomba.
Que eu saiba tal fatwa jamais foi emitida e eu pergunto à Umah, por que?
Aqueles pouco preocupados em analisar a questão em todos os desdobramentos possíveis podem adotar o pensamento dos radicais antiislâmicos e responder à pergunta acima com a acusação de ser a Umah cúmplice do Terrorismo.
É uma resposta pouco satisfatória. Para que fosse válida seria preciso aceitar que a crença religiosa de mais de um bilhão de pessoas no mundo produza como efeito colateral de sua prática uma criminosa deficiência moral em todos os seus fiéis.
Do ponto de vista histórico a generalização acusatória também não se sustenta: em quatorze séculos de existência do Islam, somente nos últimos quinze anos a associação entre fundamentalismo Islâmico e Terrorismo tornou-se um fenômeno de repercussão mundial.
Imputar a culpa ao Corão e aos seus conhecidos versos que pregam a confrontação violenta dos Muçulmanos com seus inimigos também é improvável. Conflitos violentos envolvendo comunidades muçulmanas manifestam-se sempre em sociedades tribais, pobres e primitivas e não são mais numerosos do que os conflitos observados em sociedades tribais, pobres e primitivas de outras religiões.
Comunidades de muçulmanos estabelecidas e educadas em países avançados não são mais violentas do que quaisquer outras colônias estrangeiras. São Paulo por exemplo tem uma comunidade árabe muçulmana expressiva e eles só são estereotipados por sua reputação de negociantes obstinados, sem ter nunca a sua imagem associada à prática de qualquer tipo de violência.
Então permanece a pergunta: Por que a Umah se cala diante do Terrorismo?
Uma dúvida das mais relevantes que eu tenho sobre a correlação entre a Religião Muçulmana e o Terrorismo Fundamentalista Islâmico é por que a Umah (comunidade dos crentes Muçulmanos) não se une e faz uma declaração muito simples:
“Todo aquele que praticar atos de Terrorismo contra inocentes deixará de ser considerado Muçulmano e perderá o direito de falar em nome desta religião.”
Uma fatwa (sentença Islâmica) com a redação acima emitida por três Escolas de Pensamento Islâmico seria suficiente para incluir formalmente a condenação ao Terrorismo na chamada Lei Fiqh (equivalente islâmico ao conceito ocidental de jurisprudência) e portanto dar à condenação legitimidade e autoridade dentro da Umah. Isto talvez não dissuadisse os terroristas a cessarem os atentados, mas diminuiria muito o apelo e influência deles nas comunidades muçulmanas, principalmente entre os jovens crentes que geralmente são a matéria-prima dos homens-bomba.
Que eu saiba tal fatwa jamais foi emitida e eu pergunto à Umah, por que?
Aqueles pouco preocupados em analisar a questão em todos os desdobramentos possíveis podem adotar o pensamento dos radicais antiislâmicos e responder à pergunta acima com a acusação de ser a Umah cúmplice do Terrorismo.
É uma resposta pouco satisfatória. Para que fosse válida seria preciso aceitar que a crença religiosa de mais de um bilhão de pessoas no mundo produza como efeito colateral de sua prática uma criminosa deficiência moral em todos os seus fiéis.
Do ponto de vista histórico a generalização acusatória também não se sustenta: em quatorze séculos de existência do Islam, somente nos últimos quinze anos a associação entre fundamentalismo Islâmico e Terrorismo tornou-se um fenômeno de repercussão mundial.
Imputar a culpa ao Corão e aos seus conhecidos versos que pregam a confrontação violenta dos Muçulmanos com seus inimigos também é improvável. Conflitos violentos envolvendo comunidades muçulmanas manifestam-se sempre em sociedades tribais, pobres e primitivas e não são mais numerosos do que os conflitos observados em sociedades tribais, pobres e primitivas de outras religiões.
Comunidades de muçulmanos estabelecidas e educadas em países avançados não são mais violentas do que quaisquer outras colônias estrangeiras. São Paulo por exemplo tem uma comunidade árabe muçulmana expressiva e eles só são estereotipados por sua reputação de negociantes obstinados, sem ter nunca a sua imagem associada à prática de qualquer tipo de violência.
Então permanece a pergunta: Por que a Umah se cala diante do Terrorismo?