Página 1 de 2

O silêncio dos covardes

Enviado: 31 Jul 2006, 12:28
por Tranca
O silêncio dos covardes
Por Tranca-Ruas

Resumindo o meu ponto de vista diante da questão da reação de Israel ante a provocação de milicianos do Hesbollah no sul do Líbano: sim, a reação de Israel está sendo desproporcional. Dizem por aí que aproveitam uma oportunidade esperada para Israel justificar interesses que tem em certas áreas, consolidando seus domínios territoriais e que de acordo com a sua versão da história que está para ser escrita, será apresentada como medida necessária para a sobrevivência de Israel como Estado.

Acontece que a reação de Israel sempre é desproporcional. Interessa a Israel mostrar os dentes a cada vez que terroristas grunhem de seus buracos. Desta vez não está sendo diferente.

Israel vive em estado de alerta e pronto para ter uma reação desproporcional. A cada foguete artesanal que destrói um casa e mata um colono, várias casas e prédios e muitas vidas são destruídas do lado de lá, seja em Gaza, no Líbano ou outro território ocupado por palestinos e simpatizantes.

Uma reação assim de Israel já era esperada desde o início da intifada (setembro de 2000). Concretizou-se a médio prazo.

Os terroristas "islâmicos" - autodenominados, crendo serem autênticos "mujahedeens" - esperavam por isso e essa era a sua intenção, por seu turno: provocar uma reação desproporcional do Estado judeu que aos olhos do mundo colocassem a posição de Israel em cheque, no que toca à sua posição em relação aos palestinos, territórios ocupados e relações com seus vizinhos.

Como de praxe, Israel seguiu o previsto, seguindo rumo à armadilha por sua própria vontade e após ser continuamente provocado, deixou só de rosnar e passou a morder. E isso provoca uma conseqüência incomensurável.

O problema de Israel é que tem uma face a dar a tapas. Responde na ONU - não quer dizer que acate à opinião da entidade - e tem que dar algumas explicações à imprensa internacional de seus atos. Também tem que dar satisfações aos seus próprios cidadãos. Atacam para se proteger, afirmam. E fazem desta justificativa para atacar mais consolidando interesses outros. Essa é a estratégia. E acabam por usar de táticas iguais ou semelhantes às de seus inimigos. Não têm escolha, também afirmam. E tais ações justificam, por parte dos detratores, a alcunha de "Estado terrorista".

O fato de Israel ser um Estado torna-o vulnerável nesta guerra suja e sangrenta, porquê tem que ter muitas justificativas e dar inúmeras explicações e como Estado - como um todo - está sujeito a sanções e duras retaliações. Israel possui uma "personalidade" que pode ser identificada. Como Estado, juridicamente e em cada um de seus cidadãos.

Para o bem e para o mal, Israel é identificável. Soldados, colonos, habitantes da costa. Estes todos são os alvos dos terroristas.

Já do lado de lá, não existem faces identificáveis. O inimigo está na multidão. E em muitos casos são acolhidos e tratados como heróis, mesmo sem face. E a multidão coleciona razões para isto em uma história repleta de inúmeras reações desproporcionais do Estado judeu.

O povo israelense sangra porquê tem uma face. O palestinos, libaneses e outros sangram porquê Israel não lhes distingue as suas faces das dos seus inimigos.

E os terroristas? Como dito, confundem-se com o povo o qual escolhem para ser seus "escudos". Fazem populações de reféns e até são acolhidos por estas comunidades em razão do ódio histórico dos refugiados, dos atacados, enfim, de todos os que habitam as circunvizinhanças e que se consideram oprimidos por Israel: territorial, física e psicologicamente.

Os inimigos de Israel, não identificáveis, por adotarem a mais covarde das estratégias, escondendo-se atrás dos inocentes, são os maiores responsáveis pelas perdas humanas, dos dois lados. Primeiro porquê provocam a morte de civis e militares israelenses e segundo porquê sabem de antemão que a cada ataque seu é uma justificativa perfeita para Israel apontar suas armas para seu inimigo sem face, causando perdas irreparáveis: vidas, patrimônio público e privado, o rico patrimônio histórico-arqueológico da região.

Israel "encolheu-se" com a desocupação de algumas regiões recentemente. Essa política custou a seus dirigentes séria mácula em sua reputação política para muitos dos seus (mesmo sendo mera estratégia para ludibriar a oponião pública internacional, como querem alguns - o que a meu ver seria uma estratégia muito arriscada). Porém, ao menor sinal de avanço do inimigo sem face, lançaram-se à frente, em ofensiva militar irrestrita e desproporcional aos ataques sofridos. Como de costume e como queriam os terroristas.

É a guerra.

E a região adia indefinidamente a esperada paz. Aliás, essa palavra nem mais deve ter o sentido original nas línguas faladas por lá. Deve ser sinônimo de "intervalo existente entre o fim de um cartucho de munição até que se recarregue novamente a arma para se atirar novamente". Ou algo parecido.

E o povo de Israel sofre. E os palestinos, libaneses, jordanianos e outros tantos sofrem igualmente. Todos desproporcionalmente.

E os únicos que sofrem e morrem merecidamente não têm as suas faces distintas na multidão. São os que em silêncio articulam ações as quais não se pode imaginar até quando manterão o estado de guerra existente há mais de meio século. São os covardes que se infiltram em meio a uma multidão inocente com a certeza de que se parte dela perecer sua causa de ódio angariará mais adeptos. Vêem a multidão na qual estão imersos como uma manada de reses útil aos seus interesses. Indefesos. Indistintos de si mesmos. Alvos de mesma cor.

Mesmo ceifando vidas em Israel e provocando a morte entre os seus - lado a lado, todos alvos em potencial - os terroristas islâmicos angariam muitas simpatias. Entre os seus compatriotas, entre as populações atrás das quais se escondem e mundo afora. E isso mesmo sem terem uma face. Incrivelmente, ainda que dispersos em meio aos povos em que escolheram para servirem de escudo, são identificados como a "voz dos oprimidos".

Verifico que ao longo do texto utilizei muitas vezes o nome do estado judeu: Israel. Como aglomerado de pessoas ou como território, pode-se perfeitamente identificá-lo. Para atacá-lo e para criticá-lo. Dentro dele, para defendê-lo.

E quanto aos seus inimigos? Estão em suas cercanias. Estão em seu território. Indistintos. Invisíveis.

Ainda assim, pergunta-se: justifica-se a reação desproporcional e indiscriminada de Israel?

Responde-se: não.

E o que fazer, então? Como agir? Qual a maneira de combater o inimigo sem face sem dar mais munição à sua causa de ódio? Como reverter o cenário atual? Há possibilidade de em um dia próximo a Palestina possuir um território, uma soberania plena e os Estados vizinhos permanecerem soberanos sem que isso implique no enfraquecimento ou ruína de Israel?

Israel não tem uma resposta. E os covardes sabem disso. E não se importam com as conseqüências. Aliás, é o que querem.

Afinal, eles não têm que dar satisfação a ninguém. Não têm uma face e uma imagem a ser execrada. As vãs tentativas, como esta ora redigida, são dirigidas a um todo não identificável e também não podem ser lançadas sem resvalar nos inocentes.

E disso os covardes também sabem. E continuam a trabalhar em silêncio, sabendo que a pessoa ao lado, viva é escudo, morta é munição.

Cientes disso tudo, os covardes permanecem como querem, invisíveis.

Enviado: 31 Jul 2006, 13:44
por Samael
Exatamente, Tranca. Mas eu ainda pretendo explorar alguns dados sobre esse combate colocados pelo PUG. Talvez exista algum outro interesse envolvido nesse combate...

Até porque, se não houver, ele é estúpido, suicida: segue a cartilha da direita americana do "destruir para começar do zero". E, a longo prazo, só causa indisposições com o próprio muno.

Não que eu gostasse do cara, mas Sharon sempre lidou muito melhor com a questão.

Re.: O silêncio dos covardes

Enviado: 31 Jul 2006, 14:17
por Hrrr
desde o início da intifada (1998?).


2000

Enviado: 31 Jul 2006, 14:26
por Pug
E seguindo essa politica Israel irá desaparecer do mapa, aliás tu mesmo no teu texto mostras compreender que Israel age como querem os seus inimigos.

Israel conseguiu a paz com a Jordania e Egipto, mas recusa-se a devolver os montes golan á Síria para concretizar a paz, tal como havia devolvido território ao Egipto. Valerá o preço que está a pagar para manter esse território?

Outro aspecto é o caracter racista do estado de Israel.
E antes que me caiam em cima.
Pergunto, porque razão não incluem de uma vez todos os Palestinos no estado de Israel.

Dirão porque isso iria descaracterizar o estado que devia ser judeu :emoticon1:

Porque então não se reunem com o hamas para concretizar o estado da Palestina, isto porque não querem a inclusão dos cidadãos no estado israelita.

Dirão que não se negoceia com terroristas...

Em algum momento tem que ser dado o passo para abandonar da politica guerreira de ambas as partes e Israel pode fazer muito mais, afinal é um país que dizem ser civilizado.


E Tranca, deixa de lado essa ideia de terroristas islamicos, a Palestina é um caso de resistência, uma luta pelo direito de simplesmente existirem enquanto povo, afinal durante décadas foi-lhes recusada a existência enquanto povo legitimo daquela terra.
A resistência é legitima, assim como o estado de Israel o é, e quando ambos usam de meios ílicitos então são os dois terroristas...


Tranca, diz-me, a Palestina tem direito a existir?

Mesmo sem esperar pela resposta te direi, o hamas é o governo da Palestina é com eles que se deviam ter sentado á mesa a menos que nunca fosse intenção concretizar a paz com os Palestinianos...

Nota: Faz os comentários, já eu prefiro e tentarei :emoticon1: ficar por aqui, o assunto é delicado e não seremos nós a resolve-lo.

Re.: O silêncio dos covardes

Enviado: 31 Jul 2006, 14:39
por Tranca
Hamas, Hesbollah, Al-Qaeda e a Organização Cobra ( :emoticon12: ) querem Israel ao mar ou sob escombros, à custa de sangue inimigo e do seu próprio povo (ou dos que pretensamente defendem). Nada importa, desde que suas intenções sejam concretizadas. O terror age covardemente dissimulado.

Israel quer manter-se, manter o controle geopolítico regional e exterminar tais organizações, nem que à custa de muito sangue, para o que tem o aval tácito do dito mundo livre e dos GI-Joe. Muitos reclamam de seu modus operandi, mas ninguém está na posição de Medinat Yisra-el para poder criticar com total razão suas atitudes.

É um Estado de Direito contra o inimigo sem face que acaba por trazer mais mal aos que pretensamente defende do que a possibilidade de resolução do conflito a qualquer prazo. Ainda dentro deste espectro, líderes de outros estados da região dão seu apoio a estes grupos terroristas, aberta ou dissimuladamente, prorrogando ainda mais a possibilidade de um cessar-fogo.

E o conflito se alastra indefinidamente...

Algo como o polarizado:

Imagem

X

Imagem

:emoticon1:

Enviado: 31 Jul 2006, 15:34
por Tranca
Pug escreveu:E seguindo essa politica Israel irá desaparecer do mapa, aliás tu mesmo no teu texto mostras compreender que Israel age como querem os seus inimigos.


Terei que responder de trás para frente para fazer sentido o que quero te mostrar: Israel age da forma que seus inimigos querem para fins de prorrogar sua permanência. Caso contrário, já poderia ter sido riscado do mapa. A desproporcionalidade é brutal e isso macula a sua razão. Esse é o problema. O círculo vicioso criado. Se Israel reage, reclamam pela desproporcionalidade. Se aquieta, clamam seus cidadãos pela resposta aos ataques. Posição difícil. Dos dois modos, os intentos inimigos se operam: desestabilização e dano à imagem.

Uma pergunta seria: diante de tal quadro, quais as alternativas razoáveis para Israel se manter como Estado, a Palestina consolidar-se e a paz ser estabelecida na região?



Israel conseguiu a paz com a Jordania e Egipto, mas recusa-se a devolver os montes golan á Síria para concretizar a paz, tal como havia devolvido território ao Egipto. Valerá o preço que está a pagar para manter esse território?


Percebe-se os porquês ao verificar quais os comportamentos dos governos da Jordânia e Egito comparados ao do governo da Síria.

A Síria teria que adquirir a confiança do Estado Judaico.



Outro aspecto é o caracter racista do estado de Israel.
E antes que me caiam em cima.
Pergunto, porque razão não incluem de uma vez todos os Palestinos no estado de Israel.

Dirão porque isso iria descaracterizar o estado que devia ser judeu :emoticon1:


Racismo não explica a complexidade do cenário.

Os próprios árabes que querem ver Israel varrido do mapa podem ser chamados racistas.

Israel acomodar palestinos tornaria a questão complicada: economia, política (interna e externa e as implicações disto nas relações com os países árabes e o ocidente, fora a luta pela maior representatividade política), segurança(!!!) e diferenças, muitas diferenças...

Por que diabos os líders dos países Árabes (interessados) nunca se mobilizaram seriamente para a consolidação de um Estado Palestino nos moldes de Israel? Parece que interessa o conflito, interessa que Israel esteja em estado de alerta; em paz armada, no mínimo. Não engolem a existência deste dentro de suas cercanias. Querem o fim, não a coexistência. Financiam armas à surdina, mas ajudariam mais se se dispusessem a negociar.

No fundo, interessa mais a ruína de Israel do que a contrução de um Estado para os palestinos.



Porque então não se reunem com o hamas para concretizar o estado da Palestina, isto porque não querem a inclusão dos cidadãos no estado israelita.


Vide acima.



Dirão que não se negoceia com terroristas...


Por seu turno, estão certos.

O representantes do Hamas deram mostra suficiente por anos a fio de não honrarem sua palavra e agirem à revelia de outras negociações em curso com líderes palestinos.

No final de sua carreira, Arafat não mandava e nem mais representava nada, lembra-se? Odiado que fosse, por seu passado, teve a oportunidade de negociar. Devido ao sectarismo, todas as rodadas iniciadas em sua gestão como dirigente da OLP foram em vão, por anos.



Em algum momento tem que ser dado o passo para abandonar da politica guerreira de ambas as partes e Israel pode fazer muito mais, afinal é um país que dizem ser civilizado.


Desde 1993, quando comecei a observar este cenário, vejo Israel ceder e logo após ter que endurecer porque as negociações são minadas pelo terror.


E Tranca, deixa de lado essa ideia de terroristas islamicos, a Palestina é um caso de resistência, uma luta pelo direito de simplesmente existirem enquanto povo, afinal durante décadas foi-lhes recusada a existência enquanto povo legitimo daquela terra.


Hesbollah infiltrado em meio a civis libaneses é resistência? Os encapuzados do Hamas antes de virarem partido político, eram resistência? Atentados terroristas em cafés e restaurantes é apenas resistência?

Os ditos defensores da Palestina como Estado fazem muito mais em seu desfavor do que em prol.

Isto tudo porquê sabem que a resposta virá dos canhões e não se importam nem um pouco com o povo a quem pretensamente defendem.

Todas as oportunidades existentes nos últimos 18 anos foram à ruína em razão de insurgências advindas logo que se sentava à mesa de negociações, forçando Israel a fazer o jogo de seus opositores, ou seja, ter uma reação desproporcional para mostrar que não deixará as coisas caminharem fora de seu controle.

Mais fácil então admitir que os palestinos deixaram a sua causa nas mãos de terroristas, pois a resistência existente até meados dos anos 80 e a de hoje não há como se comparar.

Se assim continuar, não chegam a um acordo nunca.



A resistência é legitima, assim como o estado de Israel o é, e quando ambos usam de meios ílicitos então são os dois terroristas...


Aí cabe um porém. Muitos destes que você chama de membros da resistência não são palestinos e possuem interesses diversos para lançar seus ataques.

Infiltrados entre palestinos, libaneses, jordanianos, efetuam ataques contra Israel.

Como eu disse, fica difícil para os israelenses saberem onde está o inimigo. Aí vêm as respostas desproporcionais.

E se aproveitam disso os terroristas. E também os resistentes. Estes com razão.



Tranca, diz-me, a Palestina tem direito a existir?


Evidente que sim.


Mesmo sem esperar pela resposta te direi, o hamas é o governo da Palestina é com eles que se deviam ter sentado á mesa a menos que nunca fosse intenção concretizar a paz com os Palestinianos...


Deviam. E o Hamas devia propagar ao mundo árabe que interessa a paz com Israel, pedindo ajuda política e anunciando que os atentados contra o Estado de Israel somente fazem adiar seus interesses.

Diferentemente, não o fazem e nem conseguem esconder o regozijo quando se abatem atentados suicidas ou foguetes em áreas fronteiriças, esperando a reação desproporcional para dizerem: "Olha aí! Jogaram umas bombinhas em Israel e já responderam com mísseis".



Nota: Faz os comentários, já eu prefiro e tentarei :emoticon1: ficar por aqui, o assunto é delicado e não seremos nós a resolve-lo.


Ok.

Re.: O silêncio dos covardes

Enviado: 31 Jul 2006, 15:51
por DarkWings
A gente só não pode esquecer que o governo libanês sempre apoiou e acobertou o hesbolá. Agora quem está pagando é o povo do líbano.

Re: Re.: O silêncio dos covardes

Enviado: 31 Jul 2006, 16:50
por Tranca
DarkWings escreveu:A gente só não pode esquecer que o governo libanês sempre apoiou e acobertou o hesbolá. Agora quem está pagando é o povo do líbano.


Todas as partes envolvidas neste conflito regional contribuem, por ação ou omissão, para o estado de permanente instabilidade.

Enquanto alimentarem rancores, nunca se terá uma solução que implique no "a partir de agora".

Enquanto não se dispuserem a ceder e ver a situação pelo outro lado, o estado beligerante persistirá.

Meu voto por Israel diz respeito somente ao fato de que ao longo de anos, arrastou negociações fadadas ao fracasso por culpa da intransigência dos líderes palestinos e do terrorismo sem trégua, que não mediram esforços para que cada rodada de negociações fracassasse.

Por outro lado, sempre reclamam de Israel usar a força. Ao fazerem concessões em prol de negociações para a criação de um Estado Palestino, Israel usou a força contra seu próprio povo quando das desocupações de áreas colonizadas.

Ganharam o quê? Seqüestro de soldados. Chuva de foguetes na cachola. Homens-bomba continuando a explodir a torto e direito. Um maluco fanático do Irã declarando querer ver Israel sumir do mapa.

Muito difícil de se agradar os "defensores da causa palestina".

Re.: O silêncio dos covardes

Enviado: 31 Jul 2006, 17:23
por Tranca

Re.: O silêncio dos covardes

Enviado: 31 Jul 2006, 18:49
por Alter-ego
Muito bom texto, Tranca.
Embora eu discorde em alguns pontos, é uma análise bastante lúcida e ponderada.

Re.: O silêncio dos covardes

Enviado: 31 Jul 2006, 18:57
por NO WAI
Muito bom o texto do tranca... :emoticon1:

Re: O silêncio dos covardes

Enviado: 31 Jul 2006, 21:11
por Claudio Loredo

Os dois lados estão errados. Tanto Israel quando o Hizbollah, cuja base de ação está além do Libano. Só que guerra é guerra e cada um guerreia com as armas que possui, pois o importante é se manter vivo e com dignidade.

Os exercítos invisíveis são apenas mais uma arma de guerra. Não podemos dizer que eles são covardes. Estão apenas usando as armas que possuem contra o inimigo.

Israel erra ao atacar civis no Líbano, pois mais mortes irão apenas aumentar mais o ódio que é o combustível do terrorismo e assim, mais e mais pessoas irão se juntar aos exercitos invisiveis que agem no mundo inteiro.

Como exigir do Líbano a extinção do Hizbollah, se nem a Inglaterra conseguiu deter o IRA, nem a Espanha conseguiu deter o ETA. Como exigir do Libano aquilo que outros paises não conseguiram?


Enviado: 31 Jul 2006, 21:55
por NO WAI
Interessante falares em combustivel, Claudio. Tendo em conta a regiao em causa...

Re: Re.: O silêncio dos covardes

Enviado: 31 Jul 2006, 21:59
por NO WAI
DarkWings escreveu:A gente só não pode esquecer que o governo libanês sempre apoiou e acobertou o hesbolá. Agora quem está pagando é o povo do líbano.


O Hisbolah faz parte do governo. Tem 3 ministérios . O Bruno já explicou que o Libano é confessional e os partidos assistem directamente os seus eleitores (saúde, educaçao, etc). O Libano é uma teia complicada. Eliminar o Hezbolah? Só com um grande nassacre... ou entao discutindo os problemas com boa vontade. Mas os 2 lados tem sido inflexiveis.

Re: Re.: O silêncio dos covardes

Enviado: 31 Jul 2006, 23:14
por Ateu Tímido
Tranca-Ruas escreveu:Hamas, Hesbollah, Al-Qaeda e a Organização Cobra ( :emoticon12: ) querem Israel ao mar ou sob escombros, à custa de sangue inimigo e do seu próprio povo (ou dos que pretensamente defendem). Nada importa, desde que suas intenções sejam concretizadas. O terror age covardemente dissimulado.

Israel quer manter-se, manter o controle geopolítico regional e exterminar tais organizações, nem que à custa de muito sangue, para o que tem o aval tácito do dito mundo livre e dos GI-Joe. Muitos reclamam de seu modus operandi, mas ninguém está na posição de Medinat Yisra-el para poder criticar com total razão suas atitudes.

É um Estado de Direito contra o inimigo sem face que acaba por trazer mais mal aos que pretensamente defende do que a possibilidade de resolução do conflito a qualquer prazo. Ainda dentro deste espectro, líderes de outros estados da região dão seu apoio a estes grupos terroristas, aberta ou dissimuladamente, prorrogando ainda mais a possibilidade de um cessar-fogo.

E o conflito se alastra indefinidamente...

Algo como o polarizado:

Imagem

X

Imagem

:emoticon1:


Apenas algumas observações:
É muito fácil chamar de "Estado de Direito" um país em que as pessoas se vestem e parecem pensar da maneira "ocidental". Mas não se pode esquecer que a justiça israelense autoriza até o uso de tortura "moderada" para obter informações de supostos terroristas. Nem que o Exército Israelense ataca e destrói casas em áreas civis pela simples suspeita de que os moradores sejam parentes ou mesmo "amigos" de militantes palestinos radicais. A mim, isso não parece um Estado de Direito. Tecnicamente, se olharmos pelo prisma de Kelsen, até a Alemanha Nazista era um "Estado de Direito".
Por outro lado, além de "caçar terroristas" ou "proteger sua soberania", Israel ocupou o sul do Líbano por mais de 10 anos, período em que agiu como verdadeiro "colonizador", desviando inclusive água das escassas fontes libanesas para o seu território.
Por fim (por ora), grupos como o Hamas e o Hezbollah só ganham força entre a população porque Israel e as potências ocidentais nunca conseguiram oferecer aos líderes palestinos moderados uma proposta de paz minimmente honrosa e satisfatória, capaz de sensibilizar a população palestina e marginalizar os grupos radicais. Num exemplo comparativo, quando o grupo basco ETA encerrou suas atividades, poucos meses atrás, estimou-se que não devia ter nem 50 membros ativos. Isso foi o resultado de décadas de uma política de autonomia basca de vários governos espanhóis de diversos matizes ideológicos.

Re.: O silêncio dos covardes

Enviado: 01 Ago 2006, 00:16
por Samael
Perfeito, Bruno.

E o mito do "Estado de Direito" continua a mascarar o Estado de Classe que rege nossas instituições públicas...

Re: O silêncio dos covardes

Enviado: 01 Ago 2006, 04:27
por Pug
Claudio Loredo escreveu:
Os dois lados estão errados. Tanto Israel quando o Hizbollah, cuja base de ação está além do Libano. Só que guerra é guerra e cada um guerreia com as armas que possui, pois o importante é se manter vivo e com dignidade.

Os exercítos invisíveis são apenas mais uma arma de guerra. Não podemos dizer que eles são covardes. Estão apenas usando as armas que possuem contra o inimigo.

Israel erra ao atacar civis no Líbano, pois mais mortes irão apenas aumentar mais o ódio que é o combustível do terrorismo e assim, mais e mais pessoas irão se juntar aos exercitos invisiveis que agem no mundo inteiro.

Como exigir do Líbano a extinção do Hizbollah, se nem a Inglaterra conseguiu deter o IRA, nem a Espanha conseguiu deter o ETA. Como exigir do Libano aquilo que outros paises não conseguiram?




Aproveitando a menção ao IRA e ETA, nessa época ingleses ou espanhois não bombardearam ninguém quando uma bomba fazia vitimas em Londres ou Madrid...

E ambas as organizações acabaram por serem vencidas através da rejeição da própia população em aceitarem a violência.

Em Israel, ninguém está em medida de colocar em risco a existência de Israel, militarmente falando.
Israel poderia conquistar a confiança dos seus vizinhos se essa fosse a sua real intenção...
O único inimigo que coloca em risco a existência do estado de Israel são eles mesmos...

Re.: O silêncio dos covardes

Enviado: 01 Ago 2006, 08:50
por Claudio Loredo

Realmente, o ETA e o IRA deixaram de atuar, mas deixaram de atuar não porque um exercíto os destruiu e sim porque as causas das suas ações terroristas deixaram de existir. Dai, eles ficaram sem o apoio de ninguém e sua pregação deixou de fazer sentidol. Israel deveria agir da mesma forma para acabar com os grupos terroristas. Idem para os EUA. O respeito a cultura e a independência dos povos é essencial para vivermos num mundo mais pacífico.

Re: O silêncio dos covardes

Enviado: 01 Ago 2006, 10:11
por Tranca
Claudio Loredo escreveu:Os dois lados estão errados. Tanto Israel quando o Hizbollah, cuja base de ação está além do Libano. Só que guerra é guerra e cada um guerreia com as armas que possui, pois o importante é se manter vivo e com dignidade.


Saudações, Claudio!

Acredito que Israel tem o sagrado direito de se defender, não cabendo após tanto tempo discussões acerca da legitimidade de sua criação, algo que até hoje alimenta rancores de seus inimigos e impede negociações acerca da distribuição territorial para a consolidação de um Estado Palestino.

O problema é a matança indiscriminada de civis para atingir uns poucos alvos do Hesbollah, aliás, como em todas as guerras.

E tudo por culpa daqueles que pretensamente estão do seu lado.



Os exercítos invisíveis são apenas mais uma arma de guerra. Não podemos dizer que eles são covardes. Estão apenas usando as armas que possuem contra o inimigo.


Usam de covardia. Denotam estes grupos terroristas (ou de resistência, como queira) com tal estratégia que libaneses, palestinos e outros servem-lhes apenas de escudo quando vivos e de munição quando mortos, utilizando-se da fato para fins de arregimetnar mais voluntários para sua causa de ódio.

Infiltrar bases e centros de lançamentos de foguetes em bairros habitacionais, sabendo que muitos poderão perecer no fogo cruzado que certamente se seguirá, constitui-se em ato vil, covarde e totalmente destituído da dignidade aludida acima.

De modo diferente, Israel procura afastar seus cidadãos das zonas de guerra.



Israel erra ao atacar civis no Líbano, pois mais mortes irão apenas aumentar mais o ódio que é o combustível do terrorismo e assim, mais e mais pessoas irão se juntar aos exercitos invisiveis que agem no mundo inteiro.


Como eu disse acima.


Como exigir do Líbano a extinção do Hizbollah, se nem a Inglaterra conseguiu deter o IRA, nem a Espanha conseguiu deter o ETA. Como exigir do Libano aquilo que outros paises não conseguiram?


É algo difícil, pois parte da população deve apoiar tacitamente o grupo, por razões pretéritas, contra Israel.

Só que o problema do governo do Líbano é mais delicado que os casos citados, pois ao passo que IRA e ETA promoviam seus atentados internamente, o Hesbollah se utiliza do território do Líbano (visto que a parte dos combatentes do Hesbollah não são libaneses) para atacar outro país estrangeiro. Se o governo do Líbano não toma providências, Israel tem o direito de se defender.

Cabe discutir se a forma e proporção da resposta é adequada.

Re.: O silêncio dos covardes

Enviado: 01 Ago 2006, 12:41
por Pug
http://en.wikipedia.org/wiki/Hezbollah

Tranca que fontes conheces que mostrem que os combatentes são estrangeiros.

Não falando dos metodos do hezbollah que podem ser considerados crimes...

A legitimidade do grupo só é colocada em causa pelo ocidente.

Volto a lembrar-te que o partido é parte do governo do Líbano.

Relembro que Israel ocupa território Libanês...

Israel tem direito a defender-se?

Sim, se o seu país é atacado.

O Hezbollah tem direito a existir enquanto grupo resistente?

Sim, enquanto o território Libanês for ocupado por forças estrangeiras.


Obviamente que eu faço uma tentativa de ver as coisas por uma visão politicamente incorrecta do ponto de vista ocidental.


Nota: Irei investigar o que diz a ONU sobre o território Libanês ocupado...

Re.: O silêncio dos covardes

Enviado: 01 Ago 2006, 12:44
por Tranca
Tranca que fontes conheces que mostrem que os combatentes são estrangeiros.


Ops, falha nossa. Parte da milícia é estrangeira e parte é libanesa. Não posso afirmar qual a maioria.

Indo arrumar.

Re.: O silêncio dos covardes

Enviado: 01 Ago 2006, 12:48
por NO WAI
Eu ouvi dizer que são Sirios, Iraquianos, Iranianos, etc... o que tem lógica. Lá não importa o País, importa a confissão. Um xiita iraniano está mais próximo de um xiita iraquiano que um xiita e um sunita Iraquiano. Portanto, nem é preciso fontes, basta a dedução... e claro, como é que eles têm tantas armas. A resposta é, livre circulação de Xiitas...

Re.: O silêncio dos covardes

Enviado: 01 Ago 2006, 12:50
por Tranca
Da Wikipedia:

Hezbollah's strength was enhanced by the dispatching of one thousand[34] to fifteen hundred[35] members of the Iranian Revolutionary Guards and the financial backing of Iran. It became the main politico-military force among the Shia community in Lebanon and the main arm of what became known later as the Islamic Resistance in Lebanon.[34] Hezbollah follows a Shiite Islamist ideology shared by the leader of the 1979 Islamic Revolution in Iran, Ayatollah Khomeini, but it has abandoned its goal of establishing a fundamentalist Shiite state in Lebanon. Many people in Hezbollah said many times that they have never had such a target.[36]

Enviado: 01 Ago 2006, 12:50
por Pug
ONU considera as quintas de Sheeba território Sírio

Síria considera tratar-se de território Libanês.

Líbano reinvidica como seu território

Israel diz que é território Sírio e claro mantem a ocupação!

Um país diz usar do direito de defender-se da agressão de um grupo que pretende ver devolvido o seu território... o direito de defesa para manter ocupação de terra alheia...


Seria cómico senão fosse trágico...

Re: Re.: O silêncio dos covardes

Enviado: 01 Ago 2006, 12:51
por Pug
Tranca-Ruas escreveu:[b]Da Wikipedia:

Hezbollah's strength was enhanced by the dispatching of one thousand[34] to fifteen hundred[35] members of the Iranian Revolutionary Guards and the financial backing of Iran. It became the main politico-military force among the Shia community in Lebanon and the main arm of what became known later as the Islamic Resistance in Lebanon.[34] Hezbollah follows a Shiite Islamist ideology shared by the leader of the 1979 Islamic Revolution in Iran, Ayatollah Khomeini, but it has abandoned its goal of establishing a fundamentalist Shiite state in Lebanon. Many people in Hezbollah said many times that they have never had such a target.[36]



Estava a continuar a ler o site da wikipédia, procurava saber mais sobre o grupo de que todos falam :emoticon12: