Vai ou não vai?
Enviado: 01 Ago 2006, 09:49
Operado de urgência, Fidel passa o poder ao irmão
Agência Reuters
O presidente cubano, Fidel Castro, se afastou do cargo temporariamente na segunda-feira após se submeter a uma cirurgia no intestino, passando pela primeira vez o poder para o seu irmão Raúl Castro, anunciou a TV estatal da ilha.
Fidel é um dos chefes de Estado há mais tempo no poder. Ele está na Presidência de Cuba desde 1959, quando liderou os guerrilheiros de Sierra Maestra, que derrubaram o ditador Fulgêncio Batista.
A notícia da doença de Fidel foi recebida com festa nas ruas do bairro de Miami onde opositores ao regime de Castro aguardam ansiosos pela derrocada do único governo comunista do hemisfério ocidental.
Em Cuba, a notícia de que o presidente havia passado por operação após sangramentos intestinais alimentou incertezas sobre o futuro político do país de 11 milhões de habitantes.
Fidel Castro, que completa 80 anos no dia 13 de agosto, disse num comunicado lido na TV que se desgastou muito durante este mês com uma viagem à cúpula do Mercosul na Argentina e comemorações de uma ofensiva a uma fortaleza militar em 1953.
"Isso causou uma crise intestinal aguda com sangramento contínuo, que me obrigou a passar por uma cirurgia complicada", declarou Fidel no comunicado, lido por seu assessor pessoal Carlos Valenciaga. "A operação me obriga a permanecer várias semanas em descanso, afastado de minhas responsabilidades e deveres".
Fidel passou a chefia do Partido Comunista, o posto de comandante-em-chefe das Forças Armadas e de presidente do conselho executivo de Estado a Raúl Castro, de 75 anos, seu irmão mais novo e sucessor constitucional.
Essa é a primeira vez que ele passa todo o poder ao irmão, seu braço direito, que ocupa o posto de ministro da Defesa, responsável pelo controle do Exército de 50 mil homens e da polícia.
Sem o mesmo carisma ou poder da oratória, Raúl sugeriu em junho que governaria Cuba por meio do Partido Comunista, que vem sendo fortalecido em preparativos para a sucessão.
Fidel Castro é o terceiro chefe de Estado há mais tempo no poder no mundo, atrás apenas de dois monarcas: a rainha britânica, Elizabeth 2a, e o rei da Tailândia, Bhumibol Adulyadej.
Ele tem enfrentado um embargo econômico norte-americano e pressões de Washington há quatro décadas.
"O povo cubano pode aceitar, por um curto período, a imposição de Raúl Castro como líder do governo", disse Ernesto Diaz Rodriguez, líder do Alpha 66, um grupo paramilitar cubano-americano com sede em Miami envolvido em tentativas no passado de derrubar Fidel.
As ruas de Havana estavam tranquilas, sem sinais de aumento no patrulhamento policial. Jovens tomavam rum e tocavam violão no calçadão do Malecón, em frente ao mar. Mas moradores do centro da capital mostravam preocupação e queriam saber mais sobre o estado de Fidel, enquanto jogavam dominó na rua numa quente noite de verão.
"Pedi a Deus que o salve. Nós amamos Fidel. Ele é nossa única salvação", afirmou a dona de casa Xiomara Llanes.
A saúde do presidente tem estado em pauta desde que ele desmaiou durante um discurso em 2001. Seu ritmo ficou mais lento, principalmente após ele ter tropeçado ao final de um discurso em outubro de 2004, fraturando o joelho e um braço.
O principal aliado antiamericano de Fidel, o presidente venezuelano Hugo Chávez, disse que sua preocupação diminuiu após ter falado diretamente com o escritório do líder cubano.
"Os médicos receitaram descanso absoluto por várias semanas", disse Chávez, durante visita ao Vietnã.
O presidente norte-americano, George W. Bush, tenta atrapalhar a transição de poder para Raúl Castro e alimentar uma mudança do sistema para democracia multipartidária com economia de mercado. Ele endureceu as sanções a Cuba e aumentou a ajuda financeira ao pequeno movimento de oposição na ilha.
Fidel Castro pediu o adiamento das comemorações de seu aniversário de 80 anos até 2 de dezembro, data que marca o 50o. aniversário de sua chegada ao leste de Cuba de barco com outros rebeldes para lançar o movimento revolucionário.
"Não tenho a menor dúvida de que nosso povo e nossa revolução lutarão até a última gota de sangue para defender estas e outras idéias e medidas que possam ser necessárias para preservar o processo histórico", disse o comunicado de Fidel. "O imperialismo nunca será capaz de esmagar Cuba".
Agência Reuters
O presidente cubano, Fidel Castro, se afastou do cargo temporariamente na segunda-feira após se submeter a uma cirurgia no intestino, passando pela primeira vez o poder para o seu irmão Raúl Castro, anunciou a TV estatal da ilha.
Fidel é um dos chefes de Estado há mais tempo no poder. Ele está na Presidência de Cuba desde 1959, quando liderou os guerrilheiros de Sierra Maestra, que derrubaram o ditador Fulgêncio Batista.
A notícia da doença de Fidel foi recebida com festa nas ruas do bairro de Miami onde opositores ao regime de Castro aguardam ansiosos pela derrocada do único governo comunista do hemisfério ocidental.
Em Cuba, a notícia de que o presidente havia passado por operação após sangramentos intestinais alimentou incertezas sobre o futuro político do país de 11 milhões de habitantes.
Fidel Castro, que completa 80 anos no dia 13 de agosto, disse num comunicado lido na TV que se desgastou muito durante este mês com uma viagem à cúpula do Mercosul na Argentina e comemorações de uma ofensiva a uma fortaleza militar em 1953.
"Isso causou uma crise intestinal aguda com sangramento contínuo, que me obrigou a passar por uma cirurgia complicada", declarou Fidel no comunicado, lido por seu assessor pessoal Carlos Valenciaga. "A operação me obriga a permanecer várias semanas em descanso, afastado de minhas responsabilidades e deveres".
Fidel passou a chefia do Partido Comunista, o posto de comandante-em-chefe das Forças Armadas e de presidente do conselho executivo de Estado a Raúl Castro, de 75 anos, seu irmão mais novo e sucessor constitucional.
Essa é a primeira vez que ele passa todo o poder ao irmão, seu braço direito, que ocupa o posto de ministro da Defesa, responsável pelo controle do Exército de 50 mil homens e da polícia.
Sem o mesmo carisma ou poder da oratória, Raúl sugeriu em junho que governaria Cuba por meio do Partido Comunista, que vem sendo fortalecido em preparativos para a sucessão.
Fidel Castro é o terceiro chefe de Estado há mais tempo no poder no mundo, atrás apenas de dois monarcas: a rainha britânica, Elizabeth 2a, e o rei da Tailândia, Bhumibol Adulyadej.
Ele tem enfrentado um embargo econômico norte-americano e pressões de Washington há quatro décadas.
"O povo cubano pode aceitar, por um curto período, a imposição de Raúl Castro como líder do governo", disse Ernesto Diaz Rodriguez, líder do Alpha 66, um grupo paramilitar cubano-americano com sede em Miami envolvido em tentativas no passado de derrubar Fidel.
As ruas de Havana estavam tranquilas, sem sinais de aumento no patrulhamento policial. Jovens tomavam rum e tocavam violão no calçadão do Malecón, em frente ao mar. Mas moradores do centro da capital mostravam preocupação e queriam saber mais sobre o estado de Fidel, enquanto jogavam dominó na rua numa quente noite de verão.
"Pedi a Deus que o salve. Nós amamos Fidel. Ele é nossa única salvação", afirmou a dona de casa Xiomara Llanes.
A saúde do presidente tem estado em pauta desde que ele desmaiou durante um discurso em 2001. Seu ritmo ficou mais lento, principalmente após ele ter tropeçado ao final de um discurso em outubro de 2004, fraturando o joelho e um braço.
O principal aliado antiamericano de Fidel, o presidente venezuelano Hugo Chávez, disse que sua preocupação diminuiu após ter falado diretamente com o escritório do líder cubano.
"Os médicos receitaram descanso absoluto por várias semanas", disse Chávez, durante visita ao Vietnã.
O presidente norte-americano, George W. Bush, tenta atrapalhar a transição de poder para Raúl Castro e alimentar uma mudança do sistema para democracia multipartidária com economia de mercado. Ele endureceu as sanções a Cuba e aumentou a ajuda financeira ao pequeno movimento de oposição na ilha.
Fidel Castro pediu o adiamento das comemorações de seu aniversário de 80 anos até 2 de dezembro, data que marca o 50o. aniversário de sua chegada ao leste de Cuba de barco com outros rebeldes para lançar o movimento revolucionário.
"Não tenho a menor dúvida de que nosso povo e nossa revolução lutarão até a última gota de sangue para defender estas e outras idéias e medidas que possam ser necessárias para preservar o processo histórico", disse o comunicado de Fidel. "O imperialismo nunca será capaz de esmagar Cuba".