Método para estimar o grau de ilusão religiosa

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Azathoth
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Método para estimar o grau de ilusão religiosa

Mensagem por Azathoth »

Uma das consequências de muitas religiões é fazer com o que o praticante enxergue o mundo ao seu redor de forma muito diferente da versão concedida pelo empreendimento científico, que o faz apelar para causas sobrenaturais para explicar eventos que consideramos estar fisicamente contidos dentro do Universo.

Tentei bolar uma maneira de analisar quantitativamente quão distorcida é a imagem do mundo aos olhos dos praticantes de religiões distintas.

A idéia é a seguinte; a seguir descrevo três categorias e sub-categorias que julgo que compõe uma visão de mundo. Quanto menor for a necessidade de se apelar para fatores fora do Universo para se explicar determinado ítem, mais pontos irei conceder. Como irei avaliar essas grandezas infelizmente é subjetivo, e espero não dar uma margem de erro muito grande.

Parte 1: História

1.1 Pré-História: quão diferente da visão tradicional era o Universo do seu início até a ascenção da civilização humana. Vale 10 pontos.
1.2 História: quão diferente da visão tradicional foi a história humana, da emergência da civilização até o presente. Quão dependente a história humana foi de fatores externos. Vale 10 pontos
1.3 Eventos atuais: quão dependente é o momento que passamos de fatores sobrenaturais para que eles sejam satisfatoriamente explicados. Vale 10 pontos.
1.4 Futuro: quão diferente é o futuro previsto pelo praticante em comparação ao que é previsto pelas ciências

Parte 2: Moral

2.1 Mal natural; qual a necessidade de se postular causas fora do Universo para se explicar a existência de desastres naturais que consideramos ruins, causando sofrimento. Vale 10 pontos.
2.2 Mal humano; qual a necessidade de se postular causas fora do Universo para se explicar por quê algumas pessoas agem de forma imoral, causando sofrimento. Vale 15 pontos.
2.3 Bondade: qual a necessidade da existência de fatores fora do Universo para que pessoas se comportem de forma moral, virtuosa. Vale 15 pontos.

Parte 3: O Indivíduo

3.1 Auto-suficiência: quão importante é a religião, a existência de conhecimento fora desse Universo, para que o praticante possa viver de forma satisfatória. Vale 10 pontos.
3.2 Existência: quão importante foi a atuação direta de fatores fora do Universo para que indivíduos sejam o que são hoje. Vale 10 pontos.

A seguir tentarei aplicar esse método com dois estereótipos religiosos comuns, o espírita engajado e o cristão protestante fundamentalista.

Primeiro o evangélico:

1.1 - para o evangélico só existiram 6 dias de pré-história, e mesmo estes 6 dias foram narrados para Moisés há 3000 anos. A única semelhança entre a história natural tradicional e a criacionista é que ambas possuem um começo.

0/10

1.2 Entre ~4000 a.C., o início do mundo para o cristão literalista e pelo menos ~2000 a.C., os eventos que eles julgam ter ocorrido encontram-se extraordinariamente discrepantes com a história "secular". Vou descontar 3 pontos por isso. Entre ~2000 a.C. e ~33 d.C. eles julgam que contracenando com a antigüidade um povo do Oriente Médio presenciou a glória e ira divina em uma infinidade de milagres, a findar com o evento para eles historicamente mais importante, a crucificação e ressureição de Cristo, sendo que nenhum desses eventos miraculosos encontra substanciação histórica. Vou descontar mais 3 pontos por isso.

Entre a ressurreição de Cristo e os tempos atuais, os milagres de proporções bíblicas cessam mas eles vêem brechas para atuações pontuadas de Deus e Satanás por trás de grandes movimentos sociais como as Cruzadas e a instauração do Estado de Israel. Vou descontar mais 1 ponto por isso.

3/10

1.3 Para o cristão fundamentalista típico, eventos sobrenaturais fazem parte de sua vida de uma forma ou de outra como à partir de histórias de milagres da congregação a que participa ou mesmo de possessões demoníacas. Ele também interpreta os conflitos e desastres naturais como sinal do fim dos tempos cada vez mais próximo.

7/10

1.4 O futuro do cristão literalista envolve a marca da besta, a terceira guerra mundial, a tribulação, o arrebatamento, o juízo final, a instauração do paraíso da terra e mais uma série de profecias apocalípticas que deverão se concretizar, e estão cada vez mais preparados para isso. É uma trama realmente bastante complexa e cheia de detalhes e verdades absolutas fora desse Universo. Darei 1 ponto de consideração para embarcar as previsões que são vagas.

1/10

2.1 O Mal natural para o literalista bíblico é interpretado como culpa da Queda, ocorrida há 6000 anos. Então o Mal natural como tsunamis e furacões possuem ultimamente uma causa sobrenatural, apesar de se encontrar no passado. Muitos também vêem influência direta de Satanás por trás de alguns incidentes, mas ultimamente só existe certamente uma causa sobrenatural.

7/10

2.2 O Mal entre humanos que foram criados amorais também é ultimamente localizado na Queda, entretanto assumem que humanos são muito influenciáveis por poderes malévolos de demônios e que a razão de estarem agindo de forma imoral pode ser possessão. Ditadores podem ser vistos como agentes do Anticristo, como ultimamente o serão no fim dos tempos.

7/15

2.3 Embora não-cristãos possam se comportar de forma virtuosa, somente os salvos é que possuem total garantia. As pessoas mais justas a andar sobre a Terra teriam sido pessoas de Deus. A "falta de Jesus no coração" é a razão de existirem pessoas ruins.

7/15

3.1 A religião é extremamente importante para a vida do cristão praticante. A conversão é vista como o evento mais importante de suas vidas. Não conseguem enxergar suas vidas sem Cristo. A maior parte de suas atividades parece estar condicionada aos rituais religiosos.

3/10

3.2 O Universo é ultimamente dependente das pessoas porque ele foi construído para a humanidade. Assumindo que a grande maioria dos literalistas crêem em livre-arbítrio, Deus não precisa guiar todas as permutações cromossômicas mas precisa criar almas para compor o corpo de indivíduos. A submissão que muitos dedicam à religião vêm da relação "criador" e "criatura". Então pode-se dizer que para evangélicos, a existência de pessoas é bastante dependente de fatores sobrenaturais, já que ainda por cima passarão a sua eternidade em realidades fora desse mundo.

1/10

Saldo total: 36/100

64% de desilusão

Agora vamos ao kardecista engajado:

1.1 O kardecista que leva sua religião a sério assumindo que ignora os erros científicos, tende a concordar com a história natural tradicional entretanto encontra muita ordem e planos ocorrendo nas entrelinhas, como excursões planetárias de almas entre mundos distantes. Vê que o Universo foi feito com o intuito de comportar várias formas de vida exóticas, ainda mais se levar a sério o "todos os globos são habitados".

8/10

1.2 O espírita pela herança cristã de sua religião assume que existiu Revelação e eventos milagrosos na Antigüidade, e entre muitos povos, mas de forma mais sutil do que o cristão fundamentalista. Ele também assume que nos últimos 2 séculos a humanidade teve uma segunda Revelação e que humanos passaram a ter contato direto com entidades fora desse mundo. Eles também julgam que existiram espíritos atuando atrás de muitos afazeres, arrumando o palco para que a humanidade se tornasse madura para compreender melhor sobre sua existência, incluindo eventos como a Revolução Francesa.

6/10

1.3 Espíritas julgam que no presente, atormentados pela ortodoxia acadêmica, existem em número significativo pesquisadores espiritualistas que trazem evidências científicas sobre a existência de outras realidades. Espíritas também interpretam as casualidades do quotidiano à luz da Lei de Causa e Efeito. Então existe alguma influência significativa sobrenatural nos eventos do presente.

7/10

1.4 No futuro os espíritas esperam que mais pessoas sigam os princípios éticos da caridade angariados pelas Revelações, que humanos evoluam espiritualmente ainda mais e que a humanidade tome mais consciência da verdade da DE, que eles dizem também ir se aprimorando aos pouquinhos. As projeções para o futuro são mais sutis.

8/10

2.1 Lei de Causa e Efeito: nada ocorre por acaso. Não existe azar em mortes por vulcões, rodamoinhos, doenças degenerativas e enxames de abelhas assassinas. Tudo deve-se a uma ordem invisível por trás de tudo.

0/10

2.2 As pessoas que se comportam de forma imoral não estão obedecendo a um sistema ético transcendente. Ou isso ou são brutas, detentoras de espíritos pouco evoluídos. Parece uma sina sobrenatural, mas existe espaço para se tornar cada vez mais bondosa e quitar seus defeitos, mas é um processo longo.


4/15

2.3 As pessoas virtuosas se comportam de forma mais próxima ao sistema ético transcendente que rege o Universo, logo possuem espíritos mais evoluídos, trata-se de uma qualidade sobrenatural das mesmas e não inerente à sua parte natural. Os instintos de corpos físicos não podem o fazer agir realmente moralmente. Cai na mesma argumentação do anterior.

4/15

3.1 O espírita parece estar mais preocupado com atividades de sua vida não relacionadas à religião do que o evangélico fundamentalista. Apesar da DE ser vista como mais próxima da verdade, pessoas seguindo diferentes fés também podem ter espíritos muito evoluídos. Possuem suas certezas, mas não parecem ser tão engajados quando o fundamentalista, apesar de se virem com a DE pessoas melhores do que anteriormente.

6/10

3.2 Pessoas são redutíveis à espíritos imateriais. O paradigma fisicalista está grosseiramente equivocado. A razão de coisas boas ou ruins acontecerem na sua vida deve-se à transcendente Lei de Causa e Efeito.

0/10

Contabilizando: 43/100

57% de desilusão

Depois pode-se fazer o católico não-praticante, o católico montfortiano, o hipercalvinista, o wiccan, etc

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user f.k.a. Cabeção
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Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Não terminei de ler, mas algumas revisões nesse seu critério parecem ser necessárias.

Por exemplo, podemos notar que ninguém nega que os espíritas kardecistas estão entre os mais iludidos seguidores de alguma crença, mas ainda sim, de acordo com os seus critérios de "causas fora do universo" estes estariam fora do escopo de análise, já que suas crenças estabelecem-se sobre o próprio universo, ainda que conjeturem seres que não somos capazes de fazer contato a não ser através de mediuns.

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Azathoth
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Re.: Método para estimar o grau de ilusão religiosa

Mensagem por Azathoth »

Tudo precisa ser revisado, eu escrevi isso de uma vez só. Após ler, eu também me deparei nesse problema, o de que muitos espíritas julgam que os fenômenos espíritas não são sobrenaturais, apenas desconhecidos pela ciência atual. Eu terei que re-formular meu critério para algo mais neutro como "não apelar para hipóteses consideradas desnecessárias para se explicar determinado evento".
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user f.k.a. Cabeção
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Re.: Método para estimar o grau de ilusão religiosa

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »


Outra coisa.

Não acho interessante misturar distorção do conhecimento científico com questões metafísicas que não são objeto de estudo da ciência, tais como a moral e a necessidade desta ser ou não originária de um ser absoluto.

Isso não mede o grau de ilusão, mas sim o tipo de fundamentação que a pessoa escolheu para orientar suas ações e pensamentos.
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rapha...
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Re.: Método para estimar o grau de ilusão religiosa

Mensagem por rapha... »

Interessante.

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Azathoth
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Re: Re.: Método para estimar o grau de ilusão religiosa

Mensagem por Azathoth »

user f.k.a. Cabeção escreveu:Não acho interessante misturar distorção do conhecimento científico com questões metafísicas que não são objeto de estudo da ciência, tais como a moral e a necessidade desta ser ou não originária de um ser absoluto.


A ciência não pode ditar uma ética mas ela pode descrever comportamentos considerados morais e imorais e localizar a origem desses comportamentos.

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Jack Torrance
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Re: Re.: Método para estimar o grau de ilusão religiosa

Mensagem por Jack Torrance »

Azathoth escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:Não acho interessante misturar distorção do conhecimento científico com questões metafísicas que não são objeto de estudo da ciência, tais como a moral e a necessidade desta ser ou não originária de um ser absoluto.


A ciência não pode ditar uma ética mas ela pode descrever comportamentos considerados morais e imorais e localizar a origem desses comportamentos.


Antropologia?
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Re: Re.: Método para estimar o grau de ilusão religiosa

Mensagem por Azathoth »

Jack Torrance escreveu:Antropologia?


Esse fenômeno (comportamentos éticos/não éticos) é estudado dentro de paradigmas diferentes por ciências diferentes, das humanidades como antropologia e sociologia até as neurociências.

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user f.k.a. Cabeção
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Re: Re.: Método para estimar o grau de ilusão religiosa

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Azathoth escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:Não acho interessante misturar distorção do conhecimento científico com questões metafísicas que não são objeto de estudo da ciência, tais como a moral e a necessidade desta ser ou não originária de um ser absoluto.


A ciência não pode ditar uma ética mas ela pode descrever comportamentos considerados morais e imorais e localizar a origem desses comportamentos.



Acho que a ciência pode na verdade avaliar determinados comportamentos com base na teoria dos jogos aplicada as estratégias evolucionárias.

Contudo, não vejo como ela possa discorrer sobre valores que o ser humano reconhece como absolutos e inerentemente bons.

No mais, acho a psicologia evolutiva uma ciência por demais incipiente para ser tão presunçosa, e que frequentemente endossa argumentações relativistas perniciosas.
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Re: Re.: Método para estimar o grau de ilusão religiosa

Mensagem por Azathoth »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Acho que a ciência pode na verdade avaliar determinados comportamentos com base na teoria dos jogos aplicada as estratégias evolucionárias.

Contudo, não vejo como ela possa discorrer sobre valores que o ser humano reconhece como absolutos e inerentemente bons.

No mais, acho a psicologia evolutiva uma ciência por demais incipiente para ser tão presunçosa, e que frequentemente endossa argumentações relativistas perniciosas.


O que as as análises de John Maynard Smith dentro da teoria dos jogos mostram é que princípios éticos como a Regra de Ouro e o altruísmo recíproco ("eu coço as suas costas se você coçar as minhas") aumentam o inclusive fitness de espécies de mamíferos sociais.

Entretanto mesmo assim você não pode partir da análise científica para dizer que esses comportamentos são inerentemente "bons". Cabe à ética, parte da filosofia, se encarregar de avaliar isso. Podem ocorrer que alguns comportamentos que aumentaram o inclusive fitness de nossa espécie sejam questionáveis no mundo civilizado, existem por exemplo psicólogos evolutivos que defendem que o racismo pode ter origens evolucionárias por consequência dos grandes grupos étnicos serem famílias muito extensas, e caso isso se verifique, não significa que o racismo possui justificativa.

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Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Azathoth escreveu:O que as as análises de John Maynard Smith dentro da teoria dos jogos mostram é que princípios éticos como a Regra de Ouro e o altruísmo recíproco ("eu coço as suas costas se você coçar as minhas") aumentam o inclusive fitness de espécies de mamíferos sociais.


Maynard Smith foi o pioneiro, que cunhou o termo ESS (Evolutionary Stable Strategy), mas sua abordagem matemática gerou sucessores, por isso, não o mencionei especificamente.


Azathoth escreveu:Entretanto mesmo assim você não pode partir da análise científica para dizer que esses comportamentos são inerentemente "bons". Cabe à ética, parte da filosofia, se encarregar de avaliar isso. Podem ocorrer que alguns comportamentos que aumentaram o inclusive fitness de nossa espécie sejam questionáveis no mundo civilizado, existem por exemplo psicólogos evolutivos que defendem que o racismo pode ter origens evolucionárias por consequência dos grandes grupos étnicos serem famílias muito extensas, e caso isso se verifique, não significa que o racismo possui justificativa.


Removendo as aspas em '"bons"', concordo.
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Re.: Método para estimar o grau de ilusão religiosa

Mensagem por Hrrr »

1.4 Futuro: quão diferente é o futuro previsto pelo praticante em comparação ao que é previsto pelas ciências


esse aqui num vale ponto nao?
JINGOL BEL, JINGOL BEL DENNY NO COTEL... :emoticon266:

i am gonna score... h-hah-hah-hah-hah-hah...

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Re: Re.: Método para estimar o grau de ilusão religiosa

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Hrrr escreveu:
1.4 Futuro: quão diferente é o futuro previsto pelo praticante em comparação ao que é previsto pelas ciências


esse aqui num vale ponto nao?


Parece que vale 10 pts. Se você somar os outros, temos 90, e como a escala é uma percentagem, restam 10. O valor ainda é coerente com a divisão histórica estabelecida em quatro momentos.
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Samael
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Re: Re.: Método para estimar o grau de ilusão religiosa

Mensagem por Samael »

Azathoth escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:Não acho interessante misturar distorção do conhecimento científico com questões metafísicas que não são objeto de estudo da ciência, tais como a moral e a necessidade desta ser ou não originária de um ser absoluto.


A ciência não pode ditar uma ética mas ela pode descrever comportamentos considerados morais e imorais e localizar a origem desses comportamentos.


Sim, caso se reconheça a moral como uma construção ideológica. Tentar definir a moral enquanto um padrão absoluto e universal é, basicamente, a tentativa de transformar juízos ideológicos e temporais humanos em verdades absolutas e universais (e olha que eu nunca fui muito disposto a crer na existência de tais verdades).

Eu prefiro, assim como me pareceu prefirir o Vitor, deixar a moral ao cargo da metafísica, por mais que discorde da existência de um padrão científico axiologicamente neutro ou não ideológico.

Trancado