A origem do esquema dos sanguessugas foi no Governo de Fernando Henrique Cardoso quando o ministro da Saúde era o José Serra, atual candidato do PSDB ao Governo de São Paulo. Serra liberou recursos para sanguessugas comprar ambulâncias e equipamentos médico-hospitalares da Planam para municípios. Serra chegou, inclusive, a participar de solenidade de entrega de ambulâncias em Cuiabá (MT) acompanhado de parlamentares investigados por envolvimento na máfia dos sanguessugas.
O blog de Fernando Rodrigues publicou ontem matéria sobre a circulação no Congresso Nacional de fotos de José Serra participando de uma cerimônia de entrega de ambulâncias em Mato Grosso, em maio de 2001, ao lado de deputados hoje acusados de participarem do esquema dos sanguessugas.
Nas fotos, estão José Serra e os deputados Lino Rossi (PP-MT), Pedro Henry (PP-MT) e Ricarte de Freitas (PTB-MT). Os 3 deputados pertencem aos partidos mais fortemente identificados com o escândalo do mensalão, além do PT e do PL. Henry foi citado nos dois casos. Na lista fornecida por Darci Vedoin sobre os sanguessugas à Polícia Federal estão citados Lino, Henry e Freitas.
José Serra foi ministro da Saúde de março de 1998 a fevereiro de 2002. O esquema das vendas superfaturadas de ambulâncias começou no início da década.
Em depoimento à Justiça Federal de Mato Grosso, Luiz Antônio Trevisan Vedoin, um dos donos da Planam, comentou que torceu pela vitória de José Serra na disputa pela Presidência da República para garantir o pagamento em dia das negociações feitas com recursos do Ministério da Saúde liberados por intermédio de emendas parlamentares. "O interrogando acreditava que o candidato José Serra iria vencer as eleições no ano de 2002 e as emendas seriam pagas normalmente, como ocorreu durante o Governo de Fernando Henrique Cardoso", destaca o relatório do depoimento de Vedoin à Justiça Federal. Este trecho está na página 129 do interrogatório de Luiz Antônio Vedoin.
Ele explicou que aproximação com o Governo de Luiz Inácio Lula da Silva começou quando tentou receber R$ 8 milhões, dívida deixada por Fernando Henrique Cardoso. Segundo Vedoin, "entre os meses de julho, agosto e setembro de 2002, entregou no Brasil cerca de 100 unidades móveis de saúde, sem o efetivo repasse dos recursos por parte do Ministério da Saúde aos municípios. Os convênios listavam apenas empenhados e as licitações foram realizadas e homologadas pelos municípios".
Ele ressaltou, ainda, em seu depoimento, a preocupação de não receber os valores deixados pendentes pela administração de FHC. Segundo Vedoin, "no início do ano de 2003, com a vitória de Lula à Presidência, este baixou o decreto presidencial cancelando a liberação de todos os recursos empenhados". Diante desta medida, observou o empresário, "os municípios que haviam recebido os veículos não teriam recursos para pagar" a dívida.
Para não levar prejuízos, Vedoin aproximou-se do então ministro da Saúde Humberto Costa, no Governo Lula, por intermédio de uma pessoa conhecida por Dr. Benedito, ex-vice-governador do Distrito Federal. Vedoin juntamente com o seu pai Darci esteve no gabinete do ministro para tentar receber os R$ 8 milhões. Humberto Costa, segundo ele, explicou que "não ser possível realizar o pagamento de quase R$ 8 milhões pelos veículos anteriormente entregues aos municípios, em razão do decreto presidencial que havia cancelado os empenhos".
Os Vedoin foram apresentados pelo ministro ao seu chefe de gabinete Antonio Alves de Souza. A sua participação foi decisiva para a liberação de quase R$ 8 milhões de pagamentos bloqueados no início do Governo Lula para compra de ambulâncias autorizadas na gestão de Fernando Henrique Cardoso. No primeiro momento, o ministro Humberto Costa teria recusado o pagamento e encaminhou o assunto ao chefe de gabinete Antonio Alves de Souza, que hoje ocupa o cargo de secretário de gestão estratégica e participativa do Ministério da Saúde.
Esquema antigo
O blog de Fernando Rodrigues questionou se essas ambulâncias eram da Planam, a empresa dos sanguessugas. Mas Darci Vedoin declarou, em depoimento à PF, em 23 de julho de 2006: "...QUE o pagamento de comissão a parlamentares já era uma praxe existente anteriormente, no Congresso Nacional; QUE as unidades adquiridas com as emendas de bancada, cerca de 50 unidades, foram entregues em um evento preparado especialmente pela cidade de Cuiabá, inclusive com a presença do ministro da Saúde". O ministro da Saúde era... José Serra.
http://www.correiodoestado.com.br/exibi ... 04-08-2006
Máfia das ambulâncias teve origem no Governo de FHC
Máfia das ambulâncias teve origem no Governo de FHC
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."
Re: Máfia das ambulâncias teve origem no Governo de FHC
Não tenho lá muita simpatia pelo Serra (exceto pelo que ele disse uma vez ser a favor dos direitos humanos, mas TAMBÉM a favor do humanos direitos; frase essa que provocou revolta entre os grandes defensores de bandidos, os chamados direitos humanos). O seu Verdoin aí está pisando em ovos. Já deu pinta que está protegendo o sobrinho do ACM e em relação ao Serra e aos outros ministros, declara que não estavam envolvidos no esquema.
Ao que parece, não estariam mesmo, pois sua função era apenas liberar os recursos depois, supostamente, haver a questão da emenda do paralamentar seguido os trâmites corretos. Não se pode exigir que o ministro seja fiscal de tudo o que passa em suas mãos. Disso deveriam cuidar outros tantos...
Ao que parece, não estariam mesmo, pois sua função era apenas liberar os recursos depois, supostamente, haver a questão da emenda do paralamentar seguido os trâmites corretos. Não se pode exigir que o ministro seja fiscal de tudo o que passa em suas mãos. Disso deveriam cuidar outros tantos...
Da esquerda para a direita, Pedro Henry, Lino Rossi, Serra e Ricarte de Freitas (ao microfone)
Serra entrega chave de ambulância
Lino Rossi discursa (Serra, atrás, observa)
Faixa faz menção a Serrra na entrega das ambulâncias
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).