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Champinha; o retrato do mal

Enviado: 07 Ago 2006, 15:48
por Jack Torrance
Champinha; o retrato do mal

MARICI CAPITELLI

Bastou a educadora de Febem se distrair no meio do pátio, e Roberto Aparecido Alves Cardoso, de 19 anos, o Champinha, passou a mão em sua genitália. Indignada, ela o esbofeteou. Ele tentou revidar, mas foi seguro por outros dois funcionários. Os demais adolescentes internos entraram em alerta. "A senhora não pode bater em vagabundo", berravam.

A confusão aconteceu há duas semanas na unidade da Febem em que o criminoso está internado. Mas essa foi só uma das muitas encrencas que ele já causou no sistema onde está há quase três anos.

Champinha foi levado para a Febem em novembro de 2003, depois de matar Liana Friedenbach, de 16 anos, com 16 facadas, e ter desfigurado seu corpo, após violentá-la durante quatro dias. Os seus comparsas ajudaram no estupro e executaram o namorado de Liana, Felipe Caffé, de 18 anos.

Depois do tapa, para acalmar os ânimos, a funcionária teve que "bater a fita" com os colegas de Champinha - ou seja, explicar o que tinha acontecido. Eles estavam indignados com a bofetada que o líder do grupo havia levado. Mas um dos internos tinha presenciado a cena e contou para os demais. Foi a sorte da educadora.

Os infratores foram, então, pedir para Champinha não fazer mais aquilo. "Os internos me respeitam porque não os chamo de vagabundos nem de ladrões. Tenho um bom relacionamento com todos eles", diz a profissional.

Champinha soube do julgamento em que seu bando foi condenado a penas máximas na madrugada de quarta-feira. E reagiu como está acostumado: debochou e riu muito. Usou a gíria dos infratores para mostrar seu descaso."Num tô nem vendo". Liana não foi a primeira vítima. Ele já havia matado um caseiro conhecido como Bin Laden.

Os funcionários que trabalham no módulo em que Champinha está internado - com outros 80 internos de alta periculosidade - souberam muito antes do julgamento todos os detalhes da violência sexual sofrida por Liana. Afinal, Champinha repete a história quase todos os dias, para quem quiser ouvir.

"Mesmo depois de morta, fiz de tudo com ela", costuma dizer. Essa é uma de suas frases preferidas diante de sua atenta platéia, a quem narra com minúcias o que fez durante os quatro dias em que violentou a jovem e desfigurou seu cadáver. "É muito nojento ouvir essas barbaridades", diz uma das funcionárias da unidade.

"E o chama a atenção é que ele faz questão de repetir a história sempre que está perto das mulheres. É como se quisesse nos dizer que gostaria de estar fazendo aquilo conosco. Quando esse demônio for para a rua, coitada da mulher que cruzar o caminho dele."

Segundo a funcionária, com outros infratores, mesmo perigosos, é possível ainda conversar. "Mas com o Champinha não tem jeito. Ele é uma pessoa sem escrúpulos. Sem noção do respeito ao próximo. Não tem a menor capacidade de viver em sociedade."

Prova disso é que vive fazendo ameaças às funcionárias. "Quando pegar você lá fora, acabo mesmo". Ele também não perde a oportunidade de manifestar a esperança, quase certeza, de voltar para as ruas. "A caminhada é longa, mas não é perpétua. Num tô nem vendo". Traduzindo: um dia saio daqui e nada tem importância.

Pela versão dos funcionários, Champinha é um líder nato. Quando esteve na unidade do Tatuapé, não conseguiu exercer a liderança, porque ficou no seguro, espaço reservado aos adolescentes que estão jurados de morte. Era o seu caso porque tinha cometido estupros.

Entretanto, quando chegou na unidade atual, onde estão os delinqüentes mais perigosos, rapidamente assumiu a liderança da "ala dos pilantras", como eles mesmo definem. Costumam também se chamar de "os menos", ou seja, a escória da Febem.

Por causa desse comportamento bizarro e incontrolável, Champinha fica onde quer. "Ninguém consegue controlá-lo", admite uma funcionária. "Tudo o que dizemos, ele ironiza. Está sempre rindo. Não aceita regras."

Mas costuma falar sério sobre dois assuntos: a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e as rebeliões internas. Champinha costuma dizer que é do PCC. "Racionalmente, ninguém acredita, mas como ele é assustador e capaz de tudo, muitos funcionários ficam na dúvida e acham que pode ser verdade. Eu mesma tenho minhas dúvidas", ressalta a educadora.

Champinha costuma falar sério também para incitar as rebeliões. "Vamos botar fogo. Vamos para cima do telhado."

Os demais costumam seguir as orientações do menino que entrou franzino na Febem e em três anos tornou-se homem feito e forte.

http://txt.jt.com.br/editorias/2006/07/ ... 4.23.1.xml

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E por que os animais que estão junto com ele não o violentaram e o mataram?

Eu acho que ele deveria, primeiramente, ser torturado; caso precise, faça-se uma transfusão de sangue para que ele não morra. Depois ele deveria ser violentado por um cavalo, mas tem que tomar o devido cuidado para que ele não morra, como aconteceu com aquele cara dos EUA.

Ele deveria ser monitorado 24 horas para que ele não tente o suicídio, já que isso seria uma saída para os castigos que ele estaria recebendo. É importante não deixar que ele fique louco, ele deveria ficar são, sempre; para que o castigo seja "mais justo". Hehehehe

O que eu disse acima é do fundo do meu coração, realmente eu não ficaria feliz se ele morresse rápido e sem dor; eu gostaria que ele ficasse vivo e os castigos fossem pra sempre (é claro que um dia ele vai morrer, mas até lá, tem que durar muitos anos).

Re.: Champinha; o retrato do mal

Enviado: 07 Ago 2006, 15:59
por King In Crimson
Coitado, não teve oportunidades na vida!

Enviado: 07 Ago 2006, 16:02
por Samael
Una-se uma péssima formação a um péssimo caráter e temos figuras como estas.

Re.: Champinha; o retrato do mal

Enviado: 07 Ago 2006, 16:11
por King In Crimson
Tamanho mal-caratismo não seria abalado nem por uma criação num convento budista suíço.

Enviado: 07 Ago 2006, 16:19
por Soviete
Imagem

Dona Maria das Graças Figueiredo Cardoso mal consegue acreditar que seu filho R.A.A.C, o Champinha, pode ser solto. A partir de 9 de dezembro, quando o criminoso completar 18 anos, sua libertação será apenas uma questão de burocracia. Terá permanecido à margem do convívio social por pouco mais de um ano

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Dona Maria mora numa pequena casa de alvenaria na periferia de Embu-Guaçu, toda pintada de branco e verde-escuro. Ela vive com os outros quatro filhos – Juvenal, Gilberto, Juveni e Tamires. Foi a poucos quilômetros dali que Champinha cometeu o crime que chocou o Brasil

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Não há espaço suficiente para todos na casa e Gilberto tem de dormir no quintal, numa rede, entre meia dúzia de galinhas e três cachorros vira-latas. O marido de Maria, Genésio Alves, pai dos cinco filhos, morreu em julho depois de um ano e meio tentando se recuperar de um derrame cerebral

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A renda da casa, que não ultrapassa R$ 300, vem do trabalho de Juvenal como ajudante em uma firma de advocacia e de Juveni como secretária

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A cama de madeira que estava jogada nos fundos do quintal foi consertada. Foi a própria dona Maria quem resolveu colocá-la logo ao lado da porta principal da casa, no cômodo de pouco mais de dez metros quadrados, para receber o filho Champinha

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Muito humilde e de poucas palavras, Maria parece não ter muita noção do que o filho fez há quase um ano. Sabe que ele se meteu em confusão, mas não imagina a gravidade dos seus atos

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“Meu filho nunca foi mau, ele era um doce aqui em casa”, diz Maria das Graças, que desde a prisão de Champinha toma calmantes. “Quase morri quando soube o que ele fez algo ruim. Mas ele se arrependeu, ele me disse isso lá na Febem. Ainda quero conversar com ele direitinho para saber porque fez tudo aquilo. Mas isso vai ser quando ele estiver livre, dormindo aqui do meu lado. Aí as nossas vidas vão voltar ao normal e ser como eram antigamente. Ele vai voltar a ser o meu neném”

Enviado: 07 Ago 2006, 16:21
por Soviete
CASO FELIPE E LIANA
E se fossem Maria e João?

Túlio Lima Vianna (*)

O homicídio dos adolescentes Liana e Felipe, tão alardeado pela mídia na última semana, não passaria de uma tragédia particular como tantas outras registradas cotidianamente em nossas delegacias de polícia não fossem as circunstâncias nas quais ocorreu. Não me refiro ao grau de crueldade na execução do crime, pois dezenas de Marias e Joões são mortos todo dia em situações tão ou mais bárbaras, e não são objeto sequer de uma nota nos jornais de primeiro escalão. O que difere este homicídio daqueles que já não vendem mais jornais é a posição ocupada pelas vítimas na sociedade. Na balança da mídia e de seus consumidores de tragédias pessoais, a vida de um adolescente de classe média vale muito mais do que a de João e Maria...

O que choca nas mortes de Liana e Felipe não são as circunstâncias da execução, mas a transferência que o leitor-telespectador-consumidor faz, colocando seus próprios filhos na situação das vítimas de fato. As mortes das Marias e dos Joões não chocam, pois se dão nas favelas, na periferia, em suma, em lugares demasiadamente distantes e "perigosos" – as aspas aqui são imprescindíveis – para a maioria dos filhos da classe média.

Estudo e assistência

Liana e Felipe, em sua sede de aventura, foram vítimas da desigualdade brutal que tanto os distanciavam de Champinha, seu suposto algoz e atual personificação do demônio, segundo a mídia-urubu que a cada dia mais infesta nossos noticiários. Liana e Felipe criam que sua passagem por aquelas terras se daria de forma quase imperceptível – tal como ocorreria num shopping –, esquecendo-se de que a desigualdade social é demasiadamente visível e cruel àqueles que olham de baixo.

O trágico fim da história todos conhecem, tal como foi contado pela mídia em versão para adolescentes da velha fábula de João e Maria, aprisionados pela perversa bruxa da floresta.

E como em todo velho conto de fadas a mídia não podia deixar de buscar uma moral na história: os adolescentes rebeldes de classe média devem doravante obedecer a seus pais, e os garotos pobres deverão ser encarcerados a partir dos 16 anos, para a proteção dos primeiros.

Se o garoto Champinha tivesse estudado nos mesmos colégios de Liana e Felipe teria se tornado tão "violento"? Se o Estado tivesse proporcionado a Champinha um tratamento adequado às convulsões que passou a ter a partir dos 14 anos, teria ele tamanho desprezo pela vida humana?

Consumidores de carniça

Violento é Champinha, e não o Estado, que lhe negou uma infância minimamente digna, e a mídia, que só enxerga crianças e adolescentes miseráveis para mostrar a seus consumidores o quanto eles são "perigosos" e com que frieza eliminam uma vida.

Quanto vale uma vida humana? As de Liana e Felipe, certamente valiam muito, não só pelo amor de suas famílias, mas também de um ponto de vista exclusivamente econômico, pelos investimentos que foram feitos em alimentação, educação, saúde e tantos outros. Valem tanto que vendem jornais e dão audiência.

A de Champinha não vale nada. Pouco ou quase nada foi investido nele: alimentação, educação, saúde e lazer, para ele, não são mais do que palavras impressas em nossa Constituição Federal, que ele dificilmente consegue ler.

Como então exigir de Champinha que respeitasse a vida de Liana e Felipe, se o Estado e a sociedade nunca respeitaram a sua?

A mídia-urubu e seus consumidores de carniça impressa e gravada clamam por justiça, em nome de Liana e Felipe, que tiveram a infeliz idéia de acampar no lugar errado, num misto de desafio e coragem.

Mais exclusão

Reduzir a menoridade penal é a forma mais simples e irracional de se resolver um problema complexo: lugar de criança e de adolescente é na escola, e não trabalhando como tantos de nossos jovens, que perdem suas infâncias e adolescências para ajudar no sustento de seus lares.

Antes de cogitarmos em reduzir a menoridade penal temos a obrigação constitucionalmente consagrada de colocar todas as nossas crianças na escola e – principalmente – garantir-lhes que possam permanecer estudando, dando às suas famílias o mínimo de condições de subsistência. Assim fazendo certamente estaremos evitando tragédias como esta.

Do contrário, a redução da menoridade penal será mais uma nova lei que marginalizará ainda mais os filhos da miséria com o fim único de amenizar os ânimos dos leitores-telespectadores indignados com a violência e calar o choro da mídia carpideira.

(*) Professor de Direito Penal da PUC-Minas <www.tuliovianna.org>

http://observatorio.ultimosegundo.ig.co ... 120032.htm

Re.: Champinha; o retrato do mal

Enviado: 07 Ago 2006, 16:21
por Tranca
Do fundo do coração: espero que ele seja morto logo ao dar os primeiros passos para fora da unidade de recolhimetno de menores. O mundo estará melhor sem ele.

Re: Re.: Champinha; o retrato do mal

Enviado: 07 Ago 2006, 16:22
por Samael
King In Crimson escreveu:Tamanho mal-caratismo não seria abalado nem por uma criação num convento budista suíço.


Não acredito em inerência de mal-caratismo. A vida sofrida do infeliz aliada a uma realidade material que lhe permitiu desenvolver tal caráter (companias, idéias ouvidas, alguma coisa lida, algumas idéias desenvolvidas) determinaram o que ele é atualmente.

Re.: Champinha; o retrato do mal

Enviado: 07 Ago 2006, 16:25
por Samael
Pior que dar toda a culpa do mau-caratismo a um desenvolvimento "abiogenético" de Champinha é retirar toda a culpa do marginal, atirando-a à desigualdade social.

Nisso, restaria a pergunta: por que o resto de sua família então é honesta?

Re.: Champinha; o retrato do mal

Enviado: 07 Ago 2006, 16:27
por Soviete
Quinta, 27 de julho de 2006, 06h56
Laudos apontam que Champinha é camaleônico

No que depender dos laudos médicos assinados até agora, o jovem R.A.A.C., o Champinha, que cumpre medida socioeducativa na Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) pelo assassinato do casal Liana Friedenbach e Felipe Caffé, tem condições de voltar à vida em sociedade. Os laudos emitidos até aqui confirmam que Champinha não tem desvio de conduta, é um sujeito camaleônico, influenciável pelo meio e capaz de estudar até a 8ª série.

A Promotoria de Infância e Juventude requereu a realização de exames pela sexta vez na semana passada, na tentativa de impedir que o jovem, hoje com 19 anos, seja solto ainda este ano.

"Fizemos um trabalho no extremo capricho", disse o professor universitário Breno Montari Ramos, 59 anos, psiquiatra forense do sistema prisional, membro do Conselho Penitenciário do Estado, ao jornal O Estado de S.Paulo. O resultado dos exames define Champinha como portador de retardo mental leve, o que significa que é o rapaz é capaz de ser treinado e pode até conseguir concluir os estudos no ensino fundamental.

Segundo o psiquiatra, Champinha consegue fazer contas de somar contando nos dedos, mas não desenvolveu o raciocínio abstrato para fazer contas de multiplicar. Para Ramos, Champinha é também um criminoso classificado como mesoformo porque é influenciado pelo ambiente. O psiquiatra diz ainda que Champinha não foi classificado como portador de Transtorno de Conduta, diagnóstico de muitos dos internos da Febem.

http://noticias.terra.com.br/brasil/int ... 06,00.html

Enviado: 07 Ago 2006, 16:27
por Tranca
Soviete escreveu:CASO FELIPE E LIANA
E se fossem Maria e João?

Túlio Lima Vianna (*)

O homicídio dos adolescentes Liana e Felipe, tão alardeado pela mídia na última semana, não passaria de uma tragédia particular como tantas outras registradas cotidianamente em nossas delegacias de polícia não fossem as circunstâncias nas quais ocorreu. Não me refiro ao grau de crueldade na execução do crime, pois dezenas de Marias e Joões são mortos todo dia em situações tão ou mais bárbaras, e não são objeto sequer de uma nota nos jornais de primeiro escalão. O que difere este homicídio daqueles que já não vendem mais jornais é a posição ocupada pelas vítimas na sociedade. Na balança da mídia e de seus consumidores de tragédias pessoais, a vida de um adolescente de classe média vale muito mais do que a de João e Maria...

O que choca nas mortes de Liana e Felipe não são as circunstâncias da execução, mas a transferência que o leitor-telespectador-consumidor faz, colocando seus próprios filhos na situação das vítimas de fato. As mortes das Marias e dos Joões não chocam, pois se dão nas favelas, na periferia, em suma, em lugares demasiadamente distantes e "perigosos" – as aspas aqui são imprescindíveis – para a maioria dos filhos da classe média.

Estudo e assistência

Liana e Felipe, em sua sede de aventura, foram vítimas da desigualdade brutal que tanto os distanciavam de Champinha, seu suposto algoz e atual personificação do demônio, segundo a mídia-urubu que a cada dia mais infesta nossos noticiários. Liana e Felipe criam que sua passagem por aquelas terras se daria de forma quase imperceptível – tal como ocorreria num shopping –, esquecendo-se de que a desigualdade social é demasiadamente visível e cruel àqueles que olham de baixo.

O trágico fim da história todos conhecem, tal como foi contado pela mídia em versão para adolescentes da velha fábula de João e Maria, aprisionados pela perversa bruxa da floresta.

E como em todo velho conto de fadas a mídia não podia deixar de buscar uma moral na história: os adolescentes rebeldes de classe média devem doravante obedecer a seus pais, e os garotos pobres deverão ser encarcerados a partir dos 16 anos, para a proteção dos primeiros.

Se o garoto Champinha tivesse estudado nos mesmos colégios de Liana e Felipe teria se tornado tão "violento"? Se o Estado tivesse proporcionado a Champinha um tratamento adequado às convulsões que passou a ter a partir dos 14 anos, teria ele tamanho desprezo pela vida humana?

Consumidores de carniça

Violento é Champinha, e não o Estado, que lhe negou uma infância minimamente digna, e a mídia, que só enxerga crianças e adolescentes miseráveis para mostrar a seus consumidores o quanto eles são "perigosos" e com que frieza eliminam uma vida.

Quanto vale uma vida humana? As de Liana e Felipe, certamente valiam muito, não só pelo amor de suas famílias, mas também de um ponto de vista exclusivamente econômico, pelos investimentos que foram feitos em alimentação, educação, saúde e tantos outros. Valem tanto que vendem jornais e dão audiência.

A de Champinha não vale nada. Pouco ou quase nada foi investido nele: alimentação, educação, saúde e lazer, para ele, não são mais do que palavras impressas em nossa Constituição Federal, que ele dificilmente consegue ler.

Como então exigir de Champinha que respeitasse a vida de Liana e Felipe, se o Estado e a sociedade nunca respeitaram a sua?

A mídia-urubu e seus consumidores de carniça impressa e gravada clamam por justiça, em nome de Liana e Felipe, que tiveram a infeliz idéia de acampar no lugar errado, num misto de desafio e coragem.

Mais exclusão

Reduzir a menoridade penal é a forma mais simples e irracional de se resolver um problema complexo: lugar de criança e de adolescente é na escola, e não trabalhando como tantos de nossos jovens, que perdem suas infâncias e adolescências para ajudar no sustento de seus lares.

Antes de cogitarmos em reduzir a menoridade penal temos a obrigação constitucionalmente consagrada de colocar todas as nossas crianças na escola e – principalmente – garantir-lhes que possam permanecer estudando, dando às suas famílias o mínimo de condições de subsistência. Assim fazendo certamente estaremos evitando tragédias como esta.

Do contrário, a redução da menoridade penal será mais uma nova lei que marginalizará ainda mais os filhos da miséria com o fim único de amenizar os ânimos dos leitores-telespectadores indignados com a violência e calar o choro da mídia carpideira.

(*) Professor de Direito Penal da PUC-Minas <www.tuliovianna.org>

http://observatorio.ultimosegundo.ig.co ... 120032.htm


Nada justifica a brutalidade do ato e o texto que abre o tópico encerra a questão em relação ao caráter do delinqüente.

Esse monte de lixo escrito não escusa a premeditação e a crueldade do que foi feito pelos bandidos.

Enviado: 07 Ago 2006, 16:28
por o pensador
Um marginal inescrupuloso e sádico feito este aí nâo é digno de pena,nâo importa sua posiçâo sócio econômica.Eu conheço várias famílias palpérrimas que se portam como indivíduos dignos e responsáveis perante a sociedade.A probeza nâo justifica a barbárie.

Re: Re.: Champinha; o retrato do mal

Enviado: 07 Ago 2006, 16:33
por Soviete
Tranca-Ruas escreveu:Do fundo do coração: espero que ele seja morto logo ao dar os primeiros passos para fora da unidade de recolhimetno de menores. O mundo estará melhor sem ele.


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Enviado: 07 Ago 2006, 16:33
por Tranca
Soviete escreveu:Imagem

Dona Maria das Graças Figueiredo Cardoso mal consegue acreditar que seu filho R.A.A.C, o Champinha, pode ser solto. A partir de 9 de dezembro, quando o criminoso completar 18 anos, sua libertação será apenas uma questão de burocracia. Terá permanecido à margem do convívio social por pouco mais de um ano

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Dona Maria mora numa pequena casa de alvenaria na periferia de Embu-Guaçu, toda pintada de branco e verde-escuro. Ela vive com os outros quatro filhos – Juvenal, Gilberto, Juveni e Tamires. Foi a poucos quilômetros dali que Champinha cometeu o crime que chocou o Brasil

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Não há espaço suficiente para todos na casa e Gilberto tem de dormir no quintal, numa rede, entre meia dúzia de galinhas e três cachorros vira-latas. O marido de Maria, Genésio Alves, pai dos cinco filhos, morreu em julho depois de um ano e meio tentando se recuperar de um derrame cerebral

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A renda da casa, que não ultrapassa R$ 300, vem do trabalho de Juvenal como ajudante em uma firma de advocacia e de Juveni como secretária

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A cama de madeira que estava jogada nos fundos do quintal foi consertada. Foi a própria dona Maria quem resolveu colocá-la logo ao lado da porta principal da casa, no cômodo de pouco mais de dez metros quadrados, para receber o filho Champinha

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Muito humilde e de poucas palavras, Maria parece não ter muita noção do que o filho fez há quase um ano. Sabe que ele se meteu em confusão, mas não imagina a gravidade dos seus atos

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“Meu filho nunca foi mau, ele era um doce aqui em casa”, diz Maria das Graças, que desde a prisão de Champinha toma calmantes. “Quase morri quando soube o que ele fez algo ruim. Mas ele se arrependeu, ele me disse isso lá na Febem. Ainda quero conversar com ele direitinho para saber porque fez tudo aquilo. Mas isso vai ser quando ele estiver livre, dormindo aqui do meu lado. Aí as nossas vidas vão voltar ao normal e ser como eram antigamente. Ele vai voltar a ser o meu neném”



Quem ficou com dó, peninha ou remorso por ser um burguês bem de vida enquanto crianças saem dos cueiros para virarem bandidos cruéis neste mundo injusto e segregador, que leve o bandido para casa e o crie!

Re: Re.: Champinha; o retrato do mal

Enviado: 07 Ago 2006, 16:34
por o pensador
Samael escreveu:Pior que dar toda a culpa do mau-caratismo a um desenvolvimento "abiogenético" de Champinha é retirar toda a culpa do marginal, atirando-a à desigualdade social.

Nisso, restaria a pergunta: por que o resto de sua família então é honesta?


E o pior de tudo isto é que o camarada é recluso numa penintenciária mirim famosa pela sua precariedade estrutural e pela violência dos tutores e dos seguranças.Ou sej,a ele entra numa fábrica de marginais e nâo numa clícnica de recuperaçâo e reforma moral.

Vai sair de lá com o mesmo pensamento e conduta,como já mostra pelo seu linguajar.Eu sou a fvor de prisâo perpétua inafiançável para um sujeito deste.ele deveria passar ainda o resto da vida trabalhando forçadamente afim de devolver à sociedade um pouco do que ele roubou para sempre.Pena que nossa constituiçâo seja burra e cega e nâo permita a sançâo de trabalho forçado para criminosos deste tipo...

Enviado: 07 Ago 2006, 16:37
por o pensador
Lógica do Soviete:

1)Fulano é muito pobre e desempregado.passa necessidades.
2)Ele mata,estupra e assalta.é pego pela polícia.
3)Deve ser considerado inocente em julgamento e isento de puniçâo adequada,pois quem passa por carência finnanceira e por necessidade material tem liçença especial para matar,estuprar e assaltar à vontade.

Re: Re.: Champinha; o retrato do mal

Enviado: 07 Ago 2006, 16:39
por Tranca
Soviete escreveu:
Tranca-Ruas escreveu:Do fundo do coração: espero que ele seja morto logo ao dar os primeiros passos para fora da unidade de recolhimetno de menores. O mundo estará melhor sem ele.


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A comparação não procede, tendo em vista que estou me referindo a um criminoso protagonista de um dos atos mais bárbaros que se tem notícia nos registros criminais atuais.

Nem a menoridade ou qualquer outro atenuante escusa o fato. Absurdo alguém com tal perfil criminoso ser colocado na rua. Obra de uma legislação falha e que não atende aos casos específicos, onde seria necessário um maior grau de rigidez do Estado. Por isso o meu comentário, que mantenho na íntegra.

Enviado: 07 Ago 2006, 17:28
por Soviete
Morte da menina rica e o ódio de classe

A morte de uma menina rica, assassinada no município de Embu-Guaçu, Grande São Paulo, em novembro último, supostamente por uma quadrilha que inclui um adolescente de 16 anos, pobre e morador da periferia do Embu, deixou claro, mais uma vez (até a exaustão, vamos lá), que o Brasil tem dois tipos de cidadão: que o valor de cada coisa – de cada pessoa – é seu preço no mercado, como afirma Josep Ramoneda.

Está claro que o rabino H. Sobel, ao pedir a instituição da pena de morte no Brasil, só ousou fazê-lo porque a jovem morta, Liana Friedenbach, pertencia à comunidade judaica de São Paulo. A hipocrisia do rabino é flagrante: está claro que ele defende a pena de morte para brasileiros pobres. No seu delírio, o rabino deve ter achado que aqui é uma espécie de Israel – e que a esmagadora maioria dos brasileiros, da classe pobre, é uma espécie de Palestina a ser eliminada da face da terra! Ora, até que ponto se pode chegar?

Está claro que todo esse rebuliço em torno do assassinato da jovem de 16 anos e de seu namorado, Felipe Caffé, 19, não teria acontecido se a vítima tivesse sido apenas este último, filho da classe média baixa e sem nenhuma “comunidade” forte por trás. Somente por tabela o nome de Felipe foi lembrado em programas de televisão e na tal passeata “contra a violência”, que ocorreu em São Paulo em meados de novembro.

O negócio mesmo era Liana, cujo pai em desespero pôde mover até mesmo helicóptero para ir a seu encalço. E pôde, com apoio da tal comunidade, ter acesso a todo tipo de mídia, do mais rasteiro programa de televisão da apresentadora Hebe Camargo e seus ares de xaveco fascista a entrevistas de página inteira à nata da imprensa que serve à elite.

Por acaso a classe alta saiu às ruas para pedir a pena de morte para outra menina rica paulista, Suzane Richthofen, acusada de planejar o assassinato dos próprios pais, junto com o namorado, em 2002? Por acaso a classe alta pediu pena de morte para o também jovem paulista Jorge Bouchabki, acusado (e depois inocentado) em 1988 do assassinato dos pais, no famoso “crime da rua Cuba”?

O caso de Liana Friedenbach reúne todos os elementos da hipocrisia da elite paulista – esta de nomes estrangeirados, pronta para impor-se, para humilhar e esmagar sob seus pés os espantados “silvas”, “sousas”, “costas” e outros nomezinhos portugueses e “afro-escravos”. O pai da moça, o advogado Ari Friedenbach, empenha-se agora em conseguir mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Disse a um jornal de São Paulo que a fotografia de R.A.A.C., 16 anos, acusado de matar sua filha, deveria aparecer nos jornais. Disse também que é “radicalmente a favor” da redução da maioridade penal e que “nossos legisladores se fazem de surdos quando a população clama por isso”. Que população? A que “população” se refere o senhor Friedenbach? Eu mesma não me incluo nessa “população”! Aposto que os jovens da periferia, seus pais ou a mãe de R.A.A.C. também não se incluem. A “população” a que ele se refere é a própria comunidade dele (ou grande parte dela), a classe rica, concentradora de renda num dos países mais desiguais do mundo – o Brasil onde um rico ganha trinta vezes mais do que um pobre!

Uma pesquisa do IPEA publicada em 2001 mostra a ganância e a concentração de renda perpetradas escandalosamente pela elite brasileira: mostra a razão entre a renda dos 20 por cento mais ricos e a dos 20 por cento mais pobres, ou seja, quanto um rico ganha mais do que um pobre em diversos países do mundo. “Platão dizia que esse número tinha que ser 4, ninguém sabe de onde ele tirou o 4, mas ele dizia que o rico tinha que ganhar quatro vezes mais do que os pobres. Na Holanda, um rico ganha 5,5 vezes mais do que um pobre. No Brasil, ganha 25, 30 vezes mais! Nos Estados Unidos, é 10; no Uruguai, também é 10. Então, vê-se aqui o alto nível de desigualdade e a estabilidade dessa desigualdade.”

Agora vem esse rabino pedir pena de morte no Brasil para crimes hediondos. Nos Estados Unidos, que tem pena de morte, os crimes são cada vez mais “hediondos” – conceito, aliás, sem sentido. O que torna um crime mais “hediondo” que outro? Só se for a classe social da vítima: quando é rica e loirinha, então, o crime é mais hediondo do que se a vítima for um “Pernambuco” qualquer, também de 16 anos, morador do Jardim Ângela ou do Capão Redondo, periferia de São Paulo, morto por outro “Pernambuco” de 16 anos, também sem sobrenome. Todo dia morrem às pencas jovens assassinados por outros jovens nas favelas e aglomerados pobres das periferias das grandes cidades – nem por isso há movimentos pela pena de morte ou pela redução da maioridade penal.

A elite brasileira vive mesmo fora da realidade. Não tem idéia do ódio que a diferença de classe insufla todo dia nas gerações de jovens pobres que povoam o país de ponta a ponta, que vagam pelas matas ou pelo asfalto das ruas sem nenhuma perspectiva. Esse R.A.A.C. mal tinha freqüentado a escola. Ele supostamente disse à polícia que, ao caminhar pela mata com outro acusado do crime, “avistaram o casal (Liana e Felipe), cuja aparência física destoava das pessoas que normalmente freqüentam o local”.

O ódio de classe – quem já conviveu com jovens pobres de favelas e periferias conhece esse sentimento. Tudo destoa, humilhando-os, provocando neles desprezo e raiva: a aparência física, a roupa, a escola, a comida, o carro, o jeito, o hospital, o tratamento policial, o enterro. Ora, a polícia de São Paulo jamais iria se bandear daqui para Pernambuco atrás do outro acusado de matar o casal de namorados (em poucos dias encontraram dentro de um ônibus no sertão pernambucano Paulo César da Silva Marques, 32 anos, vulgo “Pernambuco”) se o jovem morto fosse um pernambucanozinho qualquer sem eira nem beira.

Está clara a hipocrisia. A imprensa não trata da violência que essa desigualdade social imposta diuturnamente aos jovens pobres significa. Não trata desse veneno que a elite brasileira truculenta injeta todo santo dia na veia dos meninos. Jovens como R.A.A.C. sabem que não valem nada no mercado. Eles sabem que não passam de “Pernambucos” condenados ao preconceito de classe, à exclusão total, à humilhação. Eles sabem que nada têm a perder – por isso matam. A vida, para eles, dentro ou fora de uma unidade da Febem ou de uma cadeia não faz muita diferença.

Da apresentadora de televisão que se julga no direito de matar R.A.A. C. (Hebe Camargo) ao pai de Liana que quer ver o rosto do rapaz estampado nos jornais da elite, passando pelas declarações oportunistas do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e sua política de segurança fascista (que propõe “endurecer” o ECA), o alvo de todos eles é o mesmo do rabino da pena de morte: o extermínio puro e simples dos jovens pobres. Para que eles continuem, em última instância, a embolsar todo mês trinta vezes mais que qualquer pai maltrapilho e desempregado da favela.

Eles fazem ouvidos moucos para a mensagem que vem da miséria. O que a “violência” diz hoje no Brasil é que ou seremos todos cidadãos ou ninguém será, ou ninguém viverá a “segurança” almejada pelos ricos. Ou serão todos cidadãos ou ninguém será. As democracias evitam sistematicamente pensar a violência e se limitam a contrapor os bons sentimentos gerais em favor da não-violência, diz Josep Ramoneda. “Se aceitarmos como critério a autonomia do sujeito, o ideal kantiano da emancipação individual, o cidadão é a figura política que corresponde a essa idéia de plenitude da pessoa humana”, afirma o estudioso espanhol. Foi a própria elite brasileira que transformou R.A.A.C. em pessoa-animal. É preciso ser intransigente com essa elite brasileira surda e cega ao ódio de classe que ela insufla. É preciso ser intransigente na defesa dos direitos humanos de R.A.A.C. Direitos humanos, sim, para a pessoa que a elite voraz e devoradora quer transformar em animal a ser caçado a laço e exposto à execração pública e à morte pela justiça popular. Mal sabe ela que R.A.A.C. passava por isso todos os dias – pela execração pública. Mal sabe a elite que exclusão social, tal qual ocorre no Brasil, é igual, sempre foi igual, sinônimo mesmo de “execração pública” e de “pena de morte”.



Marilene Felinto é escritora e jornalista.
marilenefelinto@carosamigos.com.br

http://www.midiaindependente.org/es/red ... 1615.shtml

Re.: Champinha; o retrato do mal

Enviado: 07 Ago 2006, 18:00
por Tranca
E os comunistóides de plantão mostram os dentes e as garras, apontando sua metralhadora giratória até contra a dor daqueles que tiveram a vida de seus entes queridos findada de forma cruel, brutal e infame e que cobram da forma que podem a responsabilização dos culpados e a punição exemplar para crimes de igual grau de brutalidade.


Enquanto isso, os defensores dos frascos de comprimidos, unem-se em defesa do quase ex-menor Champinha, decidindo em um bingo beneficente quem terá a honra de levá-lo para casa quando do fim de sua permanência na unidade de recolhimento de menores onde está internado...

Re.: Champinha; o retrato do mal

Enviado: 07 Ago 2006, 18:07
por King In Crimson
Na verdade eu não quis dizer que o meio não influencia na formação de um indivíduo desses.
Mas acho difícil que o status social ou os bens materiais sejam um elemento importante entre essas influências do meio.

Re: Re.: Champinha; o retrato do mal

Enviado: 07 Ago 2006, 18:35
por Ayyavazhi
Samael escreveu:Pior que dar toda a culpa do mau-caratismo a um desenvolvimento "abiogenético" de Champinha é retirar toda a culpa do marginal, atirando-a à desigualdade social.

Nisso, restaria a pergunta: por que o resto de sua família então é honesta?


Perfeito.

Isso encerra o assunto e minha participação neste tópico, visto que o tema, tendo como personagem central esse pobre e inocente marginalzinho, já atrai as moscas que lhe são devidas.


Re.: Champinha; o retrato do mal

Enviado: 07 Ago 2006, 18:40
por Jack Torrance
Soviete, leve-o pra casa. Arrume um emprego pra ele, de preferência onde há mulheres.

Re.: Champinha; o retrato do mal

Enviado: 07 Ago 2006, 18:40
por Jack Torrance
Repetido.

Re: Re.: Champinha; o retrato do mal

Enviado: 07 Ago 2006, 18:41
por Jack Torrance
Avatar escreveu:
Samael escreveu:Pior que dar toda a culpa do mau-caratismo a um desenvolvimento "abiogenético" de Champinha é retirar toda a culpa do marginal, atirando-a à desigualdade social.

Nisso, restaria a pergunta: por que o resto de sua família então é honesta?


Perfeito.

Isso encerra o assunto e minha participação neste tópico, visto que o tema, tendo como personagem central esse pobre e inocente marginalzinho, já atrai as moscas que lhe são devidas.



Editei porque não havia, na hora, entendido o que o Avatar quis dizer. Sorry.

Enviado: 07 Ago 2006, 19:00
por user f.k.a. Cabeção


Uma pessoa foi violentada e morta da forma mais cruel, e o que alguns vêem no repúdio a esse crime bárbaro é o "reflexo de uma luta de classes".

Essa gente coloca a ideologia muito além da moral. Isso foi crucial para que eles pudessem arquitetar e por em andamento a maior violência contra humanidade jamais infligida.

Ao menos, no RV, nós vemos essa gente como ela realmente é, sem qualquer máscara ideológica. Vemos dentro sua alma, e enxergamos o horror.

O horror.

Vemos que o mal existe, tanto na forma manifestada pelo criminoso repulsivo Champinha, quanto no coração daqueles que advogam em seu favor.

Mas só exergamos isso porque ainda somos bons, ainda não fomos corrompidos. E cabe a nós lutar para que esse mal não venha a consumir mais e mais almas.