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Vamos nos (re)despedir do Criacionismo.

Enviado: 23 Nov 2005, 11:54
por Perseus
EUA abrem maior mostra sobre Darwin
LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Nova York

Ao abrir a mostra "Darwin" no último sábado, semana passada em Nova York, o Museu Americano de História Natural lançou uma espécie de contra-ataque às recentes tentativas de estabelecer o criacionismo ou o design inteligente no currículo científico das escolas públicas do país. Numa celebração da vida e obra do naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882), a exibição tem uma mensagem clara: evolução é fato científico provado, o resto é apenas controvérsia religiosa.

Num momento de força política do conservadorismo cristão, ganhou impulso o chamado design inteligente, conceito não-validado cientificamente de que os organismos vivos são sistemas tão complexos que só podem ter sido criados por uma inteligência superior --sem menção a Deus.

A comunidade científica considera isso uma nova versão do criacionismo bíblico que, portanto, não pode por lei ter lugar nas escolas públicas. Porém, o Estado do Kansas aprovou o design inteligente no currículo de biologia no início do mês, postura mais avançada entre quatro Estados cujas diretrizes de ensino já fazem ressalvas a Darwin (Ohio, Pensilvânia, Minnesota e Novo México).

"O nosso papel é enaltecer o conhecimento científico neste momento de confusão. Somos um guia de confiança para a população", disse à Folha Ellen Futter, presidente do museu.

Analfabetismo científico

A mostra é patrocinada por museus científicos de Boston, Chicago, Toronto e Londres e acompanhada de seminários, manuais educativos e até o lançamento de uma biblioteca virtual.

O curador do museu, Niles Eldredge, um dos mais proeminentes darwinistas do mundo, aproveitou para lançar seu livro sobre o fracasso do criacionismo e criticar o "analfabetismo científico" no ensino do país.

"Os EUA são um mosaico social e religioso. Muitas pessoas ainda interpretam a Bíblia literalmente", disse Eldredge, tocando de leve no nervo exposto da questão.

Segundo levantamento do Pew Research Center de Washington, 64% dos americanos querem que evolução e criacionismo sejam ensinados lado a lado nas escolas. E 42% acreditam estritamente que "os organismos existem em sua presente forma desde o início do tempo" --uma rejeição à teoria das mudanças biológicas geradas pela seleção natural.

Lobby poderoso

Para os organizadores, isso representa uma ameaça ao progresso e à segurança dos Estados Unidos, citando a importância da obra de Darwin na luta contra o bioterrorismo e no controle da gripe aviária (já que o vírus sofre mudanças guiadas pela seleção natural), entre outros.

O design inteligente conta hoje nos EUA com um forte lobby político, capitaneado pelo Discovery Institute e com cada vez mais influência nos conselhos estaduais de educação. O processo movido por 11 pais contra o conselho da Pensilvânia em 2004 contra o ensino desse tópico é hoje o front de uma verdadeira guerra cultural.

Do outro lado, além da comunidade acadêmica, estão pesos-pesados como a American Civil Liberties Union, que buscam impedir a violação da Constituição com o ensino público de religião.

Um dos porta-vozes do design inteligente é Michael Behe, bioquímico da Universidade da Pensilvânia e autor do livro "A Caixa-Preta de Darwin". Testemunha da defesa no processo de Dover, Behe diz que a seleção natural não explica a existência do DNA ou processos complexos como a coagulação sangüínea.

Gênese de uma ciência

A exposição se concentra na gênese da teoria, na riqueza da produção científica de Darwin e no exotismo de suas viagens pelo mundo, que forneceram a centelha para a elaboração de "A Origem das Espécies" (1859).

Seu próprio tormento moral, físico e familiar --na juventude, Darwin era religioso-- é apenas mencionado na exibição, que resgatou manuscritos, cadernos e cartas pessoais do cientista.

Quem esperava ver o design inteligente abertamente refutado se decepcionou. Depois de viajar por aquários com tartarugas, sapos e iguanas vivas e até uma reprodução do escritório de Darwin em Londres, a mostra termina com uma linha do tempo mostrando como a controvérsia pipocou nos últimos 200 anos.

Em seguida, um vídeo com testemunhos de cientistas: "Sem a evolução para montar o quebra-cabeça, a ciência seria pouco mais que uma coleção de selos".

O design inteligente, na mostra, é só mais uma crença que Darwin teve de enfrentar em seu próprio tempo. O conceito foi consolidado pelo teólogo William Paley em 1802. "Assim como o funcionamento de um relógio é evidência do design proposital de um relojoeiro, organismos complexos são evidência do design de um criador inteligente", afirmou Paley.

"Darwin sabia o que era o design inteligente. O debate de hoje é uma simples continuação", resumiu Eldredge, sem polemizar.





Aos criacionistas, esperamos vocês abrirem uma mostra com as provas de sua teoria.

Enquanto isso não acontece, chorem.

Re.: Vamos nos (re)despedir do Criacionismo.

Enviado: 23 Nov 2005, 12:02
por Aurelio Moraes
Perseus,
infelizmente os malditos criacionistas estão montando um museu sobre criacionismo nos EUA.E é óbvio, sem provas. Apenas proselitismo:
Imagem
http://www.answersingenesis.org/museum/walkthrough/
Imagem
"Adam naming animals" scene: 10 February 2005
isso é uma piada.


Felizmente existem bons museus de história natural nos EUA, como próprio American Museum of Natural History:
http://www.amnh.org/
Estive nesse museu em 1993.É espetacular.

Re.: Vamos nos (re)despedir do Criacionismo.

Enviado: 23 Nov 2005, 12:11
por Perseus
A diferença é que tudo o que eles fazem, é pura ficção.

Ja o que é mostrado pela mostra de Darwin... é nada mais nada menos do que a própria natureza.

Re.: Vamos nos (re)despedir do Criacionismo.

Enviado: 23 Nov 2005, 12:15
por Aurelio Moraes
Exato.

Re.: Vamos nos (re)despedir do Criacionismo.

Enviado: 23 Nov 2005, 12:20
por o anátema
¿No tempo do Éden os animais eram todos albinos?

Re: Re.: Vamos nos (re)despedir do Criacionismo.

Enviado: 23 Nov 2005, 14:33
por Fayman
o anátema escreveu:¿No tempo do Éden os animais eram todos albinos?


Você não sabia? Na versão antiga, deus 1.0, primeiro se criavam as formas; depois, as cores!!

Re.: Vamos nos (re)despedir do Criacionismo.

Enviado: 23 Nov 2005, 15:25
por o anátema
pensei que talvez tivesse algo a ver com as leis da ótica pré-diluviana, onde ainda não haviam arcos-íris