Racialismo na psicologia evolutiva

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Azathoth
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Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por Azathoth »

J. Philippe Rushton é um psicólogo extremamente controverso, editor de uma revista de neurociências e presidente do Pioneer Fund, um thinkthank não-governamental americano que financia pesquisas de diferenças de personalidade entre grupos étnicos, promove eugenia e é contra programas de imigração aos EUA. É um instituto apoiado por muitos grupos de extrema-direita, incluindo neonazistas.

Por mais fácil que seja realizar ataques pessoais e condenar moralmente esse tipo de pesquisa, o real debate deve se concentrar em encontrar falhas nos argumentos desses acadêmicos. Vou apresentar os seus argumentos e a seguir críticas feitas por outros acadêmicos.

O cerne das discussões das diferenças raciais em inteligência é apoiado nas diferenças nas distribuições de pontos de QI entre grandes grupos étnicos:

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Rushton e os demais pesquisadores afiliados ao Pioneer Fund propõe que essas diferenças não são unicamente de origem ambiental e socio-cultural, mas devem-se parcialmente à genética (em comentários recentes, 50-80% das diferenças).

A teoria de Rushton é baseada no modelo de seleção r/K de E. O. Wilson. Nesse modelo, os seres vivos possuem estratégias reprodutivas que os posicionam mais ao eixo "r" (muitos filhos que adquirem independência mais rapidamente, como peixes) ou "K" (menos filhos, que exigem mais investimento parental como aves).

Humanos certamente estão posicionados no limiar do eixo "K", nós geramos poucos filhos mais contrabalanceamos isso com enorme investimento parental.

Entretanto, Rushton propõe que na nossa espécie como um todo, existe uma gradiência que faz com que certos grupos étnicos sejam mais "r" ou "K" selecionados do que outros. Ele associa os asiáticos como sendo o grande grupo étnico mais "K" selecionado, os africanos como os mais "r" selecionados e os europeus brancos no meio destes.

Para dar suporte a sua tese, ele apresenta uma série de dados comparativos entre esses grandes grupos étnicos que explicitem tendências nas suas estratégias reprodutivas; entre os dados controversos ele mostra que afro-descendentes possuem maior tendência a ter filhos gêmeos, período de maturação e gestação mais curtos, caracteres sexuais mais acentuados ao passo que orientais possuem mais neurônios, crânios maiores e expectativas de vida mais altas. Esses dados podem ser conferidos em uma tabela aqui.

Por mais que tudo isso pareça sound e terrível ao mesmo tempo, eu compilei algumas críticas significativas:

1) Populações "K" selecionadas geralmente habitam ambientes climaticamente estáveis - não é a toa que gorilas e humanos evoluíram em climas equatoriais. Rushton entretanto está propondo que os grupos étnicos mais "K" selecionados são brancos e asiáticos, que evoluíram em zonas temperadas/árticas que possuem climas diferentes ao longo do ano. Para se ter um bom investimento parental, garantia ambiental ajuda.

2) O conceito de "grande grupo étnico" ainda consegue ser nebuloso e a relevância da existência dessa nomenclatura é debatida entre especialistas (para muitos médicos, é de algum valor para algumas terapias específicas). Mas o ponto é que existem mais flutuações internas dentro de grandes grupos étnicos do que entre eles, análises estatísticas ficam mais complicadas por conta disso.

3) Hispânicos, que descendem de brancos europeus e índios americanos que por sua vez descendem de orientais não apresentam QI intermediário entre europeus e asiáticos, estão significativamente abaixo de brancos, o que só reinforça a importância dos fatores ambientais e socio-culturais na expressão do QI.

4) Características como tempo de gestação e de maturação sexual estão atreladas a fatores ambientais como nutrição e tecnologia medicinal e socio-culturais como permissividade sexual do ambiente de criação.

5) Estratégias r/K de reprodução diferenciada em pessoas podem se alternar entre gerações por conta de fatores socio-culturais. Um pai abusivo com muitos filhos pode gerar um filho com muitas inibições sexuais.

6) Tudo se pauta partindo dos testes de QI cuja metodologia já foi criticada várias vezes. Segundo os dados oficiais, o QI médio de um aborígene australiano é em torno de 60 e de um nômade sub-saariano é em torno de 70, o que de acordo a metodologia do teste significaria que essas populações são em média deficientes mentais, oligofrênicos.

O que está longe de ser verdade; populações auto-suficientes há milhares de anos e com arte, religião e artesanato complexo decididamente não podem ser compostas por retardados, mas sim por pessoas muito inventivas.

O teste nesse caso está dizendo muito mais sobre as preconcepções ocidentais do teste de QI; fico imaginando as expectativas que caem sobre um nômade que confecciona cestos e anda de camelo no deserto quando lhe é pedido que resolva quebra-cabeças que não possuem o menor significado dentro de sua cosmovisão. Sem contar que você pode aumentar sua pontuação em testes de QI estudando e resolvendo vários testes.

Minha opinião:

Por mais nebuloso e incógnito que seja o que realmente esteja sendo testado pelo teste de QI, esse algo apresenta heritabilidade nos testes de gêmos separados. Outras características anatômicas como tamanho do crânio também apresentam certa correlação com inteligência. Pela simples razão que genes equipam a arquitetura básica do cérebro que passa a se desenvolver sozinha, acho óbvio que existirão essas correlações.

Unindo isso e com o princípio de continuidade genética, acho que uma conclusão óbvia é que por mais nebulosa que seja a definição de inteligência, esta deve flutuar em algum grau entre grupos distintos de seres humanos.

Entretanto, eu não acho que essa flutuação seja significativa, julgo que existe muito mais evidência indicando que saúde pré-natal, nutrição infantil, saúde mental infantil e na adolescência e estímulos intelectuais ao longo de todo o desenvolvimento do indivíduo são fatores bem mais importantes para a expressão de uma grande inteligência.

E esses por sua vez infelizmente são extremamente dependentes do poder aquisitivo da família onde o indivíduo é criado bem como a qualidade cultural ao seu redor.
Editado pela última vez por Azathoth em 17 Ago 2006, 00:57, em um total de 2 vezes.

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o anátema
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Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por o anátema »

mais tarde comento mais detalhadamente, mas em geral concordo...... acrescentaria que, me parece que nem há muita diferença de "inteligência" entre diversas raças de cães, apesar das diferenças entre essas serem bem maiores que as das raças humanas.

Outro ponto que sempre vejo de errado nesses estudos é que eles vêem os grupos étnicos, socialmente construidos e os interpretam como sendo verdadeiramente raciais, o que não faz o menor sentido.

Uma terceira coisa, mais específica quanto aos baixos QIs dos aborígenes, mas ao mesmo tempo relevante de modo geral, é que os testes de QI são calibrados de tempos em tempos, por causa do efeito Flynn, que é uma aumento bem significativo do QI no espaço de uma ou poucas gerações, algo que não pode ser explicado geneticamente sem se propor ao mesmo tempo evolução ortogênica, algo que não existe; e mesmo que fosse proposto, duvido bastante que seja averiguado (ou seja, encontrar mutações responsáveis por esse aumento de inteligência de uma geração para a outra).
Sem tempo nem paciência para isso.

Site com explicações para 99,9999% de todas as mentiras, desinformações e deturpações criacionistas:

www.talkorigins.org
Todos os tipos de criacionismos, Terra jovem, velha, de fundamentalistas cristãos, islâmicos e outros.

Série de textos sugerida: 29+ evicences for macroevolution

Índice com praticamente todas as asneiras que os criacionistas sempre repetem e breves correções

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Azathoth
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Re: Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por Azathoth »

ímpio escreveu:Outro ponto que sempre vejo de errado nesses estudos é que eles vêem os grupos étnicos, socialmente construidos e os interpretam como sendo verdadeiramente raciais, o que não faz o menor sentido.


Parece que em algum grau devido a indicadores genômicos compartilhados o conceito de grande grupo étnico pode possuir importância, mas inevitavelmente existirão muitas zonas cinzentas [ainda mais ao se considerar análises estatísticas que posicionam o último ancestral comum da humanidade em 500 a.C. (!)].

Entretanto, existem propostas bem piores. Kevin B. MacDonald escreveu uma trilogia que defende que os judeus desenvolveram uma estratégia evolucionária de grupo para competir com os gentios e prosperar, ao passo que os judeus talvez nem mesmo em seus primórdios teriam sido um grupo étnico coeso (nas escrituras são ressaltadas as diferenças entre as doze tribos israelenses).

ímpio escreveu:Uma terceira coisa, mais específica quanto aos baixos QIs dos aborígenes, mas ao mesmo tempo relevante de modo geral, é que os testes de QI são calibrados de tempos em tempos, por causa do efeito Flynn, que é uma aumento bem significativo do QI no espaço de uma ou poucas gerações.


Eu li que uma das explicações mais cotadas para o efeito Flynn era a nutricional.

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Flavio Costa
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Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por Flavio Costa »

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Esse estudo é completamente equivocado, pois nele os asiáticos estão à frente dos brancos, e Kardec disse que um chinês não pode ser comparado a um europeu branco.
The world's mine oyster, which I with sword will open.
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006

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Flavio Costa
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Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por Flavio Costa »

Parece que esse cara também concluiu que a inteligência é inversamente proporcional ao tamanho do pênis.

Seguramente esse doutor se acha muito inteligente.
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o pensador
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Re: Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por o pensador »

Flavio Costa escreveu:Imagem

Esse estudo é completamente equivocado, pois nele os asiáticos estão à frente dos brancos, e Kardec disse que um chinês não pode ser comparado a um europeu branco.


Esqueceram de falar pros cientistas que Kardec nunca erra em matéria de ciência.

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Hugo
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Re: Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por Hugo »

Flavio Costa escreveu:Parece que esse cara também concluiu que a inteligência é inversamente proporcional ao tamanho do pênis.

Seguramente esse doutor se acha muito inteligente.


:emoticon12:

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Azathoth
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Mensagem por Azathoth »

Postei no Talk Origins. Estou curioso para ver as respostas.

Achei as resenhas feitas pelo próprio Rushton na Amazon.

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Azathoth
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Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por Azathoth »

Esse livro me assusta. Ele é da autoria de um dos formuladores do efeito flynn.
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o anátema
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Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por o anátema »

argh... estava lendo um pouco uma das primeiras resenhas.... chega a dar nojo......

dizia que países subdesenvolvidos não tem jeito por causa dos genes, essencialmente... eu não sei como alguém poderia negligenciar mais a autonomia da cultura, sua existência independente dos genes.

Tirando o lado do determinismo biológico exagerado, acho extremamente difícil de visualizar esse grau de inteligência da variação média dos QIs como algo que teria evoluído por seleção natural... não consigo ver na saída da África grandes vantagens adaptativas para uma leve propensão a um QI cada vez um pouco mais alto... ainda mais considerando as situações em que esses ancestrais viveram, que possivelmente estariam longe de usar todo o potencial do cérebro que já tinham... é meio como a diferença entre se ter um AT 386 e um 486, se vai se usar apenas para se fazer contas que se faria numa calculadora.

A coisa mais viável nesse sentido de evolução de bases biológicas para alguma diferença potencial de inteligência que consigo conceber seria por deriva genética ou adaptação à outros fatores mais relevantes indiretamente afetando um pouco essa questão... como a morfologia craniana em relação à área de superfície/volume e dissipação de calor... por acaso há algum tempo atrás vi algo sobre japoneses terem inventado um processador esférico que seria bastante mais rápido que os convencionais planos, em placa, mas em contrapartida se aquece muito mais... aí acabai pensando se as adaptações para dissipação ou contenção de calor nos crânios humanos não poderiam ter algum efeito parecido, ainda que mínimo por diversas diferenças fundamentais entre processadores e cérebros (que por menos esféricos que sejam, estão muito longe de ser planos).

O que, mesmo que fosse o caso, não implicaria que o sucesso das nações teria se dado em função disso em vez de contingências como riquezas naturais e outras coisas diversas...

Os neandertais não tinham o maior volume craniano dentre todo o gênero humano? Cadê o sucesso deles? :emoticon12:
Sem tempo nem paciência para isso.

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Azathoth
Mensagens: 3736
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Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por Azathoth »

Danniel, eu concordo. Uma das razões pela qual eu não entendo essa visão estritamente adaptacionista de diferença de inteligência humana em diferentes grupos étnicos é que todos os humanos têm intelecto suficiente para se engajar em construção de abrigos, caça coordenada, confecção de ferramentas e vestuário, análise de campo e coleta de alimentos.

Eu diria que em geral, a caça nas savanas africanas poderia ser em muitos sentidos estrategicamente e sensorialmente mais exigente do que a caça da megafauna mamífera lanuda da Eurásia porque a megafauna africana teve mais tempo para co-evoluir com hominídeos e existia a competição entre predadores caninos e felinos diversos ao mesmo tempo. A caça de mamutes, bisões e rinocerontes lanudos aparentemente foi presa fácil, foi depredada em algumas dezenas de milhares de anos.

O conhecimento técnico dos humanos pré-históricos da Eurásia não é tão radicalmente diferente assim do que se fazia na América, África e Oceania ao mesmo tempo (em alguns aspectos eu até diria que os negros polinésios eram tecnicamente mais avançados que os brancos e asiáticos na pré-história porque foram os primeiros a dominar navegação de grandes distâncias, e com poucos recursos).

Rushton diz sobre o livro de Lynn que "os invernos são bons para os seus genes de IQ". Eu imagino muito mais pressões seletivas sobre aspectos fisiológicos por se viver em ambientes frios do que pressões seletivas sobre inteligência. É exatamente isso o que se observa - metabolismos e dimensões corporais diferentes entre grupos étnicos humanos enquanto variamos na latitude. Como apontaram no Talk Origins, é esquisita a proposta de Rushton porque asiáticos e brancos evoluíram mais ou menos nas mesmas longitudes e Rushton diz que os orientais foram os mais K-selecionados para se tornar mais inteligentes.

Se for parar para se analisar pressões seletivas sobre inteligência, as armas eram as mesmas e não julgo que confeccionar mais vestimentas e abrigos que conservem mais calor seja tão exigente assim de intelecto - transmissão cultural e manutenção dessa informação é algo muito mais importante do que maior inventividade. Mesmo grandes idéias não surgem do nada, mas sempre acima de um corpo de informações pré-existente - inventividade depende de conservação de cultura.

E finalmente, gosto da tese de Jared Diamond que a civilização é um fenômeno contingente muito dependente de fatores ambientais - e existem alguns casos na história de povos que regrediram tecnicamente em migrações porque perderam a informação cultural que seus ancestrais haviam acumulado.

Outra razão pela qual acho que desenvolvimento técnico não é tão dependente assim de inteligência inata como diz a tese de Rushton é que vários inventos surgiram de forma independente em humanos de continentes diferentes - pirâmides e arco-e-flechas, por exemplo.

Finalmente, pelas razões que explicitei, se realmente existir de fato uma diferença quantitativa significativa de inteligência entre grandes grupos étnicos, acho que seleção sexual é uma explicação melhor para a causa do que o programa adaptacionista baseado na seleção natural. Seleção sexual e deriva genética já explicam melhor muitas particularidades físicas dentro de grupos étnicos (dimensões dos lábios, tipos e cores de cabelos, etc).

Se for mesmo via SN, eu também achei interessante essa sua sugestão de ser efeito colateral de pressões seletivas sobre a craniometria para contenção e dissipação de calor. Essa pressão seletiva sem dúvida ocorreu em populações humanas diferentes habitando diferentes latitudes - os africanos de certas tribos que são muito esbeltos e os esquimós rechonchudos e com extremidades mais curtas são os exemplos mais extremos.
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cyrix
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Re: Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por cyrix »

Maurício CP iria gostar desse livro.

Flavio Costa escreveu:Esse estudo é completamente equivocado, pois nele os asiáticos estão à frente dos brancos, e Kardec disse que um chinês não pode ser comparado a um europeu branco.


Ôpa! Talvez não gostasse... :emoticon12:
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ares
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Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por ares »

Sociobiologia Hardcore. Depois tipos sensatos como Dawkins, Ridley Toobey e Cosmides apanham por tabela....

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ares
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Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por ares »

O que é a inteligencia? O conceito não será demasiado abrangente para ser medido em teste de QI? No fim ficamos com um número. E depois? Terá um significado realista?

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ares
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Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por ares »

Se houver uma relação entre QI e sucesso na vida, os Jogadores de Futebol são os mais inteligentes do mundo...

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Azathoth
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Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por Azathoth »

O Dawkins parece que concorda com a teoria de similaridade genética do Rushton (que nossa aversão ou compaixão com outras pessoas é proporcional em algum grau com a nossa similaridade genética entre elas). É uma extrapolação da seleção por parentesco mas parte do princípio que temos meios de avaliar a similaridade genética que temos com outras pessoas, o que acho que só é correto em casos extremos (familiares muito próximos ou pessoas fenotipicamente muito diferentes).
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ares
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Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por ares »

Ah... certo. Tem uma certa lógica. É um pouco como a ideia dos genes para cauda grande do Pavão e os genes para a preferencia das femeas por caudas grandes. Por razões lógicas andam sempre juntos em corpos de machos ou fémeas. Por isso a femeas "sabem" que ao escolher machos de cauda grande estão a escolher também, com boa probabilidade, genes que ela própria tem. Mas o que isto tem a ver com o QI?

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ares
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Mensagem por ares »

Entretanto, Rushton propõe que na nossa espécie como um todo, existe uma gradiência que faz com que certos grupos étnicos sejam mais "r" ou "K" selecionados do que outros. Ele associa os asiáticos como sendo o grande grupo étnico mais "K" selecionado, os africanos como os mais "r" selecionados e os europeus brancos no meio destes


Eu acho absurdo isto. Porque razão a América branca teve um Baby Boom? Mas agora essa mesma América branca é mais K do que foi outrora? Acho meio sem fundamento dizer que é a Biologia branca em ação. Neste exemplo, a biologia contradiz-se...

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Azathoth
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Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por Azathoth »

No caso do pavão, pelo que sei as fêmeas herdam genes relacionados à capacidade de se identificar pavões com indicadores de aptidão mais desenvolvidos, e esses genes co-evoluem com os genes dos ornamentos sexuais dos machos. Devem estar relacionados à aprimoração da visão, identificação de padrões específicos, etc.

Mas compreendi sua comparação; em humanos, eu acho que nós conscientemente conseguimos perscrutar similaridade genética em familiares muito próximos (comentários do tipo "você tem o nariz do pai", por exemplo). Além disso, não sei. Ficamos muito em tentar identificar pessoas de certos grupos étnicos à partir de caracteres mais marcantes (cor da pele, por exemplo) e muitas vezes nossas análises são erradas, é plenamente possível uma pessoa de ascendência majoritariamente européia ser negra, por exemplo.

Sobre as implicações sexuais disso, o livro "A lei do mais belo" cita um estudo feito com centenas de fotos de noivos ingleses que diz que os noivos tendem a ter rostos parecidos, que haveria uma propensão para você procurar um parceiro fisicamente mais parecido com você. Não concordo muito com isso. E isso de qualquer forma indicaria um mecanismo natural de identificação de similaridade fenotípica, não genética.

Uma das idéias dessa "teoria da similaridade genética" é conceder uma base biológica para o racismo - teríamos aversões naturais a pessoas muito diferentes e mais simpatia em ficar com pessoas mais parecidas. Existem muitas críticas a essa visão pelo que brevemente li.

O Baby Boom como você citou é um grande exemplo de como estratégias reprodutivas r/K são muito dependentes de fatores socio-culturais em humanos.

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o anátema
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Re: Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por o anátema »

Azathoth escreveu:Rushton diz sobre o livro de Lynn que "os invernos são bons para os seus genes de IQ". Eu imagino muito mais pressões seletivas sobre aspectos fisiológicos por se viver em ambientes frios do que pressões seletivas sobre inteligência. É exatamente isso o que se observa - metabolismos e dimensões corporais diferentes entre grupos étnicos humanos enquanto variamos na latitude. Como apontaram no Talk Origins, é esquisita a proposta de Rushton porque asiáticos e brancos evoluíram mais ou menos nas mesmas longitudes e Rushton diz que os orientais foram os mais K-selecionados para se tornar mais inteligentes.

E conforme algo que estou penando um pouco para entender, o custo de seleção, formulado inicialmente por Haldane, é difícil a evolução simultânea de características distinas, tanto mais quanto mais dura for a seleção... nesses casos o mais provável é a "concessão" de uma adaptação em favor de outra mais relevante.

Mas não vejo tanto problema disso da falha na previsão quanto a latitude e longitude... porque mesmo que estando na mesma faixa, seria de se esperar alguma variação, em vez de convergência total... porque não surgiriam necessariamente as mesmas mutações...

... segundo "genes, povos e línguas", do LLC-Sforza, os europeus parecem ser os menos geneticamente divergentes dentre todos os principais grupos humanos... como, diferem menos de africanos do que africanos dos próprios africanos, e de africanos e asiáticos diferem entre si.... não sei bem o que isso poderia querer dizer, como poderia ser encaixado... dependendo de evidências arqueológicas que eu não conheço bem, poderiam dizer que os asiáticos estão há mais tempo evoluindo naquelas condições.... mas se o contrário for verdade, então é menos favorável para essa idéia, ainda que o fator da seleção não convergir perfeitamente, e umas populações poderm se adaptar melhor e/ou mais rapidamente que outras devido ao efeito de mutações específicas permaneça...



(por falar nisso, não quer me dar uma ajuda lá no fCC com esse tema? Tem um criacionista dando um razoável trabalho por lá nessa área... "dilema de Haldane"... ainda mais que estou enferrujado na matemática.... mas basicamente... segundo me disseram, diferentes valores das variáveis dos pressupostos já permitiriam um maior número de substituições que o calculado por Haldane e/ou Remine (criacionista)...)




Se for parar para se analisar pressões seletivas sobre inteligência, as armas eram as mesmas e não julgo que confeccionar mais vestimentas e abrigos que conservem mais calor seja tão exigente assim de intelecto - transmissão cultural e manutenção dessa informação é algo muito mais importante do que maior inventividade. Mesmo grandes idéias não surgem do nada, mas sempre acima de um corpo de informações pré-existente - inventividade depende de conservação de cultura.

Exato... mesmo que se suponha que o primeiro a ter a idéia de um casaco de peles tenha sido um mutante com o gene para dar a inteligência adicional necessária para essa invenção ( :emoticon26: ), isso provavelmente beneficiaria outros genes, não-mutantes, de outros indivíduos além dele, porque não é algo como um joão-de-barro construindo sua casa. Ele poderia transmitir aquilo para pessoas sem vínculo de parentesco próximo, seja por ensinar, seja pelos outros aprenderem por observação e tentarem fazer algo parecido, ou ele poderia inclusive ser roubado e ter seu crânio esmagado por um tacape :emoticon12:

Uma mutação para um pouco mais de inteligência tem pouca probabilidade em se manifestar em uma diferença de inteligência factual, e essa por sua vez tem pouca probabilidade de representar um aumento significativo de aptidão exclusivamente para o gene supostamente responsável, porque é um fenótipo extendido razoavelmente se pode presumir que seria copiado por outros, independentemente de terem esse gene.

Como a velocidade de transmissão, de possível "fixação" de um caractere cultural supera brutalmente a velocidade de fixação de um gene, é mais provável que esses genes mutantes mais inteligentes eventualmente se percam na deriva, ao mesmo tempo em que sua eventual contribuição (que nem necessariamente ocorreria, só dando uma colher de chá para essas idéias) para a adaptação ajuda a outros genes que já existiam antes dele.


E finalmente, gosto da tese de Jared Diamond que a civilização é um fenômeno contingente muito dependente de fatores ambientais - e existem alguns casos na história de povos que regrediram tecnicamente em migrações porque perderam a informação cultural que seus ancestrais haviam acumulado.

Outra razão pela qual acho que desenvolvimento técnico não é tão dependente assim de inteligência inata como diz a tese de Rushton é que vários inventos surgiram de forma independente em humanos de continentes diferentes - pirâmides e arco-e-flechas, por exemplo.

Pois é, tem que ver a história toda..... lá no TO qualquer um disse algo como que se os ameríndios tivessem inventado testes de QI, os europeus se dariam mal neles.... ao que outro perguntou retóricamente sobre o que significaria o fato deles não terem inventado testes de QI! Da mesma forma, poderia-se dizer que a Lassie era uma collie mutante excepcional, pois tantos outros não faturaram tanto no cinema (e de quebra prova a superioridade masculina, pois Lassie era macho). Mas talvez tenha sido o dono do cachorro o mutante, quem sabe... hehe


Finalmente, pelas razões que explicitei, se realmente existir de fato uma diferença quantitativa significativa de inteligência entre grandes grupos étnicos, acho que seleção sexual é uma explicação melhor para a causa do que o programa adaptacionista baseado na seleção natural. Seleção sexual e deriva genética já explicam melhor muitas particularidades físicas dentro de grupos étnicos (dimensões dos lábios, tipos e cores de cabelos, etc).

Outro dia esbarrei num tópico num blog de uns caras meio "racialistas" mas que tem algumas outras coisas interessantes de biologia de qualquer forma, sobre a pele clara mais provavelmente ter sido selecionada sexualmente do qeu ter tido valor adaptativo, mas ainda não li. Me parece fazer sentido, mas fico pensando se a simples ausência da necessidade de conservação dos genes que induzem a produção de melanina também já não eventualmente levaria algo assim por coalescência mesmo... afinal... acontece algo parecido com troglobites.... que de forma alguma (ou não que eu imagine) poderiam selecionar sexualmente indivíduos totalmente desprovidos de pigmentação, o que acho que nessa situação ficaria ainda com menos chance de ser explicado adaptativamente... acho... não me parece uma economia de recurso que seja tão fundamental assim...

mas acho que é bem razoável que diversas coisas tenham sido sexualmente selecionadas, de qualquer forma...


Se for mesmo via SN, eu também achei interessante essa sua sugestão de ser efeito colateral de pressões seletivas sobre a craniometria para contenção e dissipação de calor. Essa pressão seletiva sem dúvida ocorreu em populações humanas diferentes habitando diferentes latitudes - os africanos de certas tribos que são muito esbeltos e os esquimós rechonchudos e com extremidades mais curtas são os exemplos mais extremos.

... eu acho que isso pode ser até meio testável... porque poderia fazer, acho, previsões relativas às distâncias de cada área cerebral, e as diferentes velocidades de interações entre elas... assim alguns grupos teriam maior velocidade num tipo de coisa diferente...

...se bem que... o cérebro é estranho demais, há algum tempo li que cérebros de mulheres e homens usam partes diferentes para as mesmas tarefas, e partes iguais para tarefas diferentes... o que provavelmente também teria que ser levado em consideração....

... acho que isso das áreas diferentes entre homens e mulheres talvez até possa ter influência cultural.... homens e mulheres são criados desde pequenos diferentemente em boa parte dos casos acho... e já li que o idioma nativo e idiomas adicionais usam áreas diferentes também... presumivelmente aquelas crianças que são educadas em mais de uma língua quando ainda são bem pequenas também difeririam de alguma forma...
Sem tempo nem paciência para isso.

Site com explicações para 99,9999% de todas as mentiras, desinformações e deturpações criacionistas:

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o anátema
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Re: Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por o anátema »

Azathoth escreveu:O Dawkins parece que concorda com a teoria de similaridade genética do Rushton (que nossa aversão ou compaixão com outras pessoas é proporcional em algum grau com a nossa similaridade genética entre elas). É uma extrapolação da seleção por parentesco mas parte do princípio que temos meios de avaliar a similaridade genética que temos com outras pessoas, o que acho que só é correto em casos extremos (familiares muito próximos ou pessoas fenotipicamente muito diferentes).


Acho que isso é meio desnecessariamente panadaptacionista...

Tanto faz se um comportamento que possa ser culturalmente herdado afeta os genes ou não.... afetando a sua própria perpetuação e reprodução, ele vai evoluir da mesma forma...

Se "memes" de hostilidade ou reserva quanto a outros grupos tem suas vantagens sobre memes mais otimistas quanto a outros grupos ou pessoas, isso acaba indiretamente tendo um efeito sobre os genes... mas sem nunca ter sido causado por qualquer vantagem para os genes.

Esse tipo de coisa a meu ver parece poder evoluir bem mais rápido, e acho que de certa forma em algum grau surge independentemente no desenvolvimento psicológico de todo indivíduo que eventualmente dá um voto de confiança à alguém e mais tarde se arrepende. Mas pode ocorrer analogamente com uma cultura, ou entre tribos... etc... acho que bem mais rápido do que a mesma coisa determinada ou mesmo "sugerida" genéticamente poderia.



Se bem que as vezes acho que tenhamos herdado algo similar ao instinto das aves (é principalmente conhecido com aves, acho, ou ao menos é mais puramente instintivo nesses casos) de gravar a imagem dos pais... mas algo mais brando, que talvez dure mais tempo, e influencie um pouco em atração sexual e preconceito... o que talvez fosse o que o Dawkins e o outro defendam, algo mais antigo...
Sem tempo nem paciência para isso.

Site com explicações para 99,9999% de todas as mentiras, desinformações e deturpações criacionistas:

www.talkorigins.org
Todos os tipos de criacionismos, Terra jovem, velha, de fundamentalistas cristãos, islâmicos e outros.

Série de textos sugerida: 29+ evicences for macroevolution

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Azathoth
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Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por Azathoth »

Danniel, eu já te respondo depois, mas quanto ao dilema de Haldane eu estou dando uma olhada na matemática de fixação de genes.
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Azathoth
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Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por Azathoth »

Up.

Mais uma coisa que li recentemente; parece que Richard Lynn propõe que as pressões seletivas sobre inteligência na Eurásia foram em prol de coesão social e cooperação e não inventividade e auto-subsistência (que não faziam muito sentido) porque o clima não permitia um agregado populacional muito grande.

Há algumas coisas interessantes neste blog de antropologia racialista mas que parece ser honesto:
http://dienekes.blogspot.com/2005/01/ra ... ences.html

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o anátema
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Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por o anátema »

RACIALISMO

Eu ia "upar" esse tópico outro dia mas acabei deixando pra lá, era de madrugada e poderia ser bobagem. Bem Agora são 12:30pm e eu posso estar dizendo bobagem igual ou maior do que diria de madrugada, ou no mínimo redundância, mas já que estou aqui mesmo e já escrevi tudo isso....

Acho que tal como o tamanho do crânio e anatomia facial, algumas outras coisas da anatomia colocadas como "caracteres sexuais mais [ou menos] acentuados" também podem ter tido pressões climáticas para seleção e não sexuais, rumo a uma estratégia reprodutiva mais K ou r.

E sobre isso, talvez seja interessante lembrar que chimpanzés são mais K que humanos.
Sem tempo nem paciência para isso.

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o anátema
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Re.: Racialismo na psicologia evolutiva

Mensagem por o anátema »

Sobre isso de estratégias reprodutivas K e r biologicamente determinadas, como ficam os "asiáticos", sendo que compreendem, dentre outros, chineses e japoneses; os primeiros que tiveram que implementar a força o controle populacional, e os segundos que estão tendo ou pensando em incentivá-lo? Japoneses e chineses já teriam uma distinção tão drástica de estratégia reprodutiva? Sei que há "atomizadores" que catalogam todas as mínimas diferenças entre asiáticos, europeus, indígenas, e africanos, talvez outros sub-grupos ainda, chegando a um monte de subdivisões dentre esses, e provavelmente haveria alguma correlação genética também... mas será que é o suficiente?
Sem tempo nem paciência para isso.

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